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segunda-feira, março 04, 2024

Leite, tomate e ... turismo, negócios não sustentáveis

Leite, tomate e ... turismo.

No caso do leite e do tomate percebo o que acontece e percebo o efeito pernicioso da intervenção governamental.



Dois negócios que competem pelo preço mais baixo quando não têm vantagem competitiva, ou seja, violam a primeira lei das Teoria dos Jogos: "Do not play a strictly dominated strategy"

Entretanto, no último número do Caderno de Economia do semanário Expresso apanho este título, "Aumento de custos preocupa hotelaria". 

Weird! Aumentam a facturação como nunca, aumentam os preços e as margens como nunca (e ainda bem) mas não conseguem acompanhar os custos?! 

Para mim é um sinal de que o modelo de negócio não é sustentável. Por que não encaram o problema de frente? Por que pedem aos contribuintes que financiem os seus projectos deficientemente suportados pelos seus clientes?


terça-feira, fevereiro 20, 2024

A troika fez maravilhas

Só entre 2014 e 2022 o número de hóteis em Lisboa terá crescido 50% e o número de quartos 70%.

Em 2007, no tempo em que o "dono disto tudo" reinava, talvez no auge do seu poder, tinhamos isto "Big Man economy em todo o seus esplendor".

Entretanto li algures:

"Os hoteleiros deram conta de aumentos no preço médio por quarto em todas as regiões de Portugal em 2023, com o preço médio nacional a situar-se nos 141 euros - um aumento de 18% face a 2022.

 Os dados resultam de um estudo conduzido pelo gabinete de estudos e estatísticas da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), que inquiriu 476 estabelecimentos hoteleiros entre 2 e 21 de janeiro de 2024.

O maior aumento no preço médio por quarto verificou-se no Alentejo, que em 2023 situou este índice nos 159 euros, numa subida de 29% face a 2022. Também em Lisboa o preço médio por quarto fixou-se nos 159 euros em 2023, contudo, a subida em relação ao ano anterior foi de 4%.

Na lista de maiores subidas do preço médio segue-se a Região Autónoma dos Açores, que ao colocar este indicador a 135 euros verificou uma subida de 25% face aos valores de 2022. Destaque também para a região Norte, cujo preço médio aumentou 21% em 2023 face a 2022, para 132 euros, e para a região Centro, cujo preço médio de 100 euros significou um aumento de 20% deste indicador em relação a 2022."

30 de julho de 2014 devia ser feriado nacional.

sábado, abril 22, 2023

Uma pergunta inocente

A propósito de "Multipessoal está a recrutar 200 para a hotelaria nos Países Baixos"

Uma pergunta inocente, mas inocente mesmo: estes 200 que vão trabalhar para os Países Baixos vão com salários tugas mais um cheirinho ou vão com salários holandeses?


domingo, novembro 13, 2022

Continuamos no país do Chapeleiro Louco.

No Dinheiro Vivo de ontem na entrevista com Cristina Siza Vieira, vice-presidente executiva da Associação da Hotelaria de Portugal em "Não é possível ter semana de quatro dias sem pessoas, é prematuro abrir a discussão" encontro no lead: 

"Falar da redução do período de trabalho numa atividade que serve 24 horas por dia, todos os dias do ano, é, para a vice-presidente executiva da AHP, um não-assunto. Numa altura em que vários setores do país se veem a braços sem trabalhadores, Cristina Siza Vieira defende que são precisos "emigrantes" e quer ver acelerados os acordos de mobilidade com os países da CPLP. Ao executivo de António Costa levanta o cartão vermelho por não ter inscrito no Orçamento do Estado para 2023 (OE2023) maiores incentivos à criação de emprego e à melhoria dos salários dos trabalhadores. À TAP pede que evite as greves agendadas para dezembro e alerta sobre o impacto que a paralisação poderá ter no turismo neste fim de ano."

Primeiro, "não ter inscrito no Orçamento do Estado para 2023 (OE2023) maiores incentivos à criação de emprego".  Estranho! Cristina Siza Vieira passa a entrevista a dizer que o país se vê a braços sem trabalhadores, que é preciso importar imigrantes, porque serão precisos incentivos à criação de emprego?

Segundo, "não ter inscrito no Orçamento do Estado para 2023 (OE2023) maiores incentivos à melhoria dos salários dos trabalhadores". Estranho! Por que é que num país que se vê a braços sem trabalhadores, o orçamento de estado deveria apoiar a melhoria dos salários? Se uma empresa não consegue suportar a competição salarial deve fechar, deve permitir que os seus recursos sejam naturalmente melhor aproveitados por outros com produtividades superiores. 

Terceiro, "defende que são precisos "emigrantes". A tal externalização dos problemas. Não há trabalhadores? Importam-se! Mas depois também se importam necessidades que as empresas não querem assumir: "Ainda não tenho feedback positivo para dar. Não sei se teremos notícias para tão breve quanto desejariamos. Há outras situações que temos de resolver, como a questão da habitação, por exemplo. O grosso dos hotéis não tem capacidade de alojamento dos seus trabalhadores."


terça-feira, maio 17, 2022

Não acham estranho?

Há talvez uma dúzia de postais aqui no blog que registam momentos importantes no meu crescimento intelectual acerca da postura competitiva das PMEs. Quatro desses postais são:

No postal do Evangelho do Valor existem dois gráficos que mereciam ser mais conhecidos. Um sobre o papel destruidor dos descontos e o outro sobre o poder do aumento do preço.

Vamos olhar para este segundo sobre o aumento dos preços (a parte inferior da figura abaixo):

 

A curva é uma curva de isolucro. Ao longo da curva, para diferentes pesos dos custos variáveis no preço, quando se aumenta o preço perdem-se clientes, mas como se tem uma margem superior, quanto é que se pode perder e manter o mesmo nível de lucro? Por exemplo, se os custos variáveis representam 50% do preço actual (abcissas), perante um aumento de 10% no preço a empresa pode perder até 18% nas vendas e continuar a ganhar o mesmo lucro.

Agora reparem nestes trechos do Jornal de Notícias de hoje:

"As projeções da Confederação do Turismo de Portugal são claramente animadoras". disse Francisco Calheiros. "Este será o ano da recuperação", anunciou, embora preocupado com os desafios. "Temos como prioridade agilizar soluções que permitam encontrar mão de obra suficiente e de qualidade para responder à elevada procura que teremos", disse.

Na maior região turística portuguesa, os hotéis "vão ter de deixar de vender quartos ou fechar restaurantes devido à falta de pessoal", assumiu Hélder Martins, presidente da Associação de Hotéis e Empreendimentos TuristiCOS do Algarve. No Porto e Norte, a situação é idêntica 

...

Depois de dois anos com pouca ou nenhuma atividade devido à pandemia, o setor enfrentará desafios, este ano, "para receber todos esses turistas com a qualidade que esperam de nós e de forma a aumentar valor", explicou Cristina Siza Viera, diretora-executiva da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP).

...

Ana Jacinto, líder da AHRESP, alerta que "a falta de trabalhadores poderá, de facto, comprometer a qualidade de serviço das nossas empresas" e o problema só pode ser resolvido com "vontade política" para que, nomeadamente, "se invista em programas de imigração controlada e com todas as condições de trabalho, quer ao nível da formação, da inserção profissional e familiar, quer ao nível da habitação"".[Moi ici: E quem paga a formação, a inserção profissional e a habitação? Os contribuintes, aka os saxões?]

Temos um país que recebe milhões de turistas, repito milhões de turistas, e que não consegue ser atraente para o mercado de trabalho. Pensem bem nisto, mas pensem a sério. Atraem milhões de turistas e não se conseguem sustentar?! Não acham estranho?

Depois, claro, estamos em Portugal, lá falta o pedido do apoiozinho do papá-Estado.

Na minha leitura reaccionária da realidade, um sector com milhões de clientes e incapaz de se autosustentar tem de mudar de vida. Por que raio têm os saxões de suportar ainda mais impostagem para ajudar a suportar negócios privados?

Na minha leitura da realidade continuamos a ser o tal país de turismo de pé descalço. Na minha leitura da realidade, segundo a minha visão do mundo, o que as empresas têm de fazer é subir preços. Vão perder clientes? Claro que sim, mas as que merecem continuar sobrevivem e até podem prosperar. As outras fecham e libertam pessoas e outros recursos para empreendimentos mais rentáveis. 

Algures no tempo introduzimos na nossa sociedade esta falta de vergonha das empresas em ser coitadinhas e precisarem de um apoio para sobreviverem, para suportarem custos.

Existem apoios que podem fazer sentido, apoios para investir na actualização de meios de produção, apoios para subir na escala de valor. Agora apoios para ajudar a suportar custos que o negócio não consegue por si próprio suportar, mesmo quando tem muito sucesso. Afinal são milhões de turistas… é mais um exemplo do tipo de cultura infantil que temos de deixar para trás se quisermos, como sociedade, ter melhor nível de vida.

sexta-feira, fevereiro 18, 2022

Seremos todos Odemira

Há dia publiquei este postal "Algumas questões" sobre a falta de trabalhadores para trabalhar na indústria automóvel em Castelo Branco (interior profundo, vítima de hemorragia demográfica e envelhecimento)

Ontem, no Jornal de Notícias, "Viana do Castelo desespera por centenas de trabalhadores"

"A empresa do setor automóvel BorgWarner dá emprego a 1200 pessoas de nove nacionalidades" nas suas duas unidades em Viana e tem vagas em aberto. "Pretendemos crescer com mais 200 postos de trabalho este ano. Temos conseguido encontrar talentos, mas começamos a notar alguma dificuldade [de recrutamento] nos perfis técnicos, como manutenção, automação, robótica e programação", adiantou Ana Silva, diretora de recursos humanos da Borg Warner
...
as dificuldades de recrutamento crescentes em setores como construção civil, indústria automóvel, hotelaria, carpintaria e metalomecânica. E que já levaram até à perda de novos potenciais investimentos."

Ando eu a escrever o quão importante é o investimento directo estrangeiro em Portugal, para subir na escala de valor, por exemplo, Não são elas que precisam de Portugal, Portugal é que precisa delas. E começo a recear que mesmo que se arranje esse investimento já não há gente para trabalhar nele.

A armadilha de que falava Nogueira Leite, A armadilha, ainda é mais funda do que parece à primeira vista.

Nesta cena da demografia caminhamos a passos largos para uma disrupção violenta.

sexta-feira, setembro 03, 2021

A sério?! Não percebe?!

Ontem, no comentário matinal, Camilo Lourenço disse que não percebia esta reacção da hotelaria, "Hotéis em Portugal sobem preços em 20% na pandemia. 5 estrelas têm o maior aumento".

A sério?! Não percebe?!

Primeiro, não é uma reacção portuguesa:

"Mas a tendência de aumento generalizados dos custos por noite não se ficou por Portugal. O estudo da Mabrian Technologies comparou os preços de 73 mil quartos, anunciado no Booking, Expedia e TripAdvisor, em cinco destinos no Mediterrâneo (Grécia, Itália, Espanha, Portugal e Turquia) e concluiu que a maioria dos países aumentaram os custos face aos valores pré-covid."

Segundo, os custos unitários da oferta aumentaram:

  • novas actividades tiveram de ser realizadas (segurança Covid);
  • os custos fixos tiveram de ser distribuídos por um menor número de clientes.
Terceiro, talvez o ponto mais importante, a elasticidade da procura durante a pandemia:
  • durante a pandemia quem recorria a hotéis não o fazia de ânimo leve, precisava mesmo de o fazer.

segunda-feira, agosto 10, 2020

Para reflexão

"Quantas empresas vão secar e morrer no decorrer desta crise? A líder mundial dos seguros de crédito, a francesa Coface, estudou o assunto e tem uma resposta. Assustadora, por sinal. Em França, 21% das empresas não resistirão; em Espanha, 22%; na Holanda, 36%; na Inglaterra e na Itália, 37%. Só a Alemanha fica um pouco melhor na fotografia. Poderá perder apenas 12% do atual tecido empresarial. A concretizar-se este cenário, a árvore capitalista sofrerá uma grande limpeza.
O estudo, que eu saiba, não inclui Portugal. Admitindo, no entanto, que o nosso país poderá estar entre o mínimo, 12%, e o máximo, 37%, isso significa que desaparecerão entre 156 mil e 481 mil de um total de pouco mais de 1,3 milhões de empresas.
Cenário possível tendo em conta os mais recentes alertas de algumas associações empresariais. Em 2018, o conjunto das micro, pequenas e médias empresas representava 99,9% do universo. E é aqui que se incluem os sectores mais vulneráveis e de maior risco: pequeno comércio, restauração, hotelaria e alguns tipos de serviços.
Quase 100 mil empresas, envolvendo cerca de 850 mil trabalhadores, ainda estavam em lay-off no final de julho. Muitas nem sequer aderiram. Outras nem reabriram. Isto confirma que estamos em vésperas de uma extensa regeneração empresarial e de um gravíssimo problema social."
BTW, lembram-se dos zombies pré-pandemia? Lembram-se de "Deixem as empresas morrer!"

Trecho retirado de "Os “ramos secos” da pandemia" publicado no semanário Expresso do passado dia 8 de Agosto de 2020.

sábado, maio 23, 2020

Sacrificar a economia, para salvar a Segurança Social?


Stressors are information. Uma frase que aprendi com Nassim Taleb.

Na última semana tenho pensado no papel do prolongamento do lay-off.

Qual deve ser o papel da figura do 'lay-off'?

Uma coisa é um choque contra a parede e ser preciso tempo para ganhar fôlego, e perceber qual o novo contexto. Outra coisa é perceber que o contexto mudou profundamente e que não vai haver um retorno elástico porque se entrou numa zona de deformação plástica.


A partir do momento em que se percebe que a deformação é plástica, se os turistas não vêm sofre(m):

  • a hotelaria;
  • o alojamento local;
  • a restauração;
  • o aluguer de automóveis;
  • a limpeza de casas;
  • os fornecedores do canal horeca (carne, peixe, legumes, vinho, ...)
  • ...
Manter toda esta rede de trabalhadores em 'lay-off' é adiar o inevitável, é mascarar uma situação, é atrasar a procura de uma nova posição competitiva. 

"Stressors are information", são sinais para calibrarmos a quantidade relativa de exploration versus exploitation. Perante os stressors há os que os agarram e, como os ratos do livro "Quem mexeu no meu queijo", interagem com a nova realidade. E há os que, como o Pigarro do mesmo livro, resistem à mudança e solicitam o apoio e a protecção dos governos, gerando toda uma série de doenças por causa do veneno do activismo. Como escrevi na passada Quinta-feira, "Discovery beats planning". Sem stressors, poucos são os que se metem ao caminho, e menos ainda são os que estão dispostos a cortar com muito ou pouco do passado para ganhar uma oportunidade de ter futuro. Isto fez-me lembrar, as "127 horas" de Aron Ralston no Blue John Canyon.

No livro "Antifragile" no mesmo período em que Nassim Taleb usa a palavra stressors também se lê:
"Just as spending a month in bed leads to muscle atrophy, complex systems are weakened or even killed when deprived of stressors....The economic class doesn't realize an economy lives by stressors rather than by top-down control."
Em Janeiro de 2016 escrevi:
Existe um problema de fundo: talvez a nossa forma de trabalhar já não se ajuste à realidade que entretanto mudou.
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Esse problema de fundo manifesta-se em sintomas: preços baixos; excesso de produção; ...
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Perante um problema de fundo devíamos optar por uma solução de fundo. Contudo, é mais fácil, é mais rápido, é menos doloroso para nós, procurar um remendo que mascara a situação e diminui a dor provocada pelos sintomas. Só que o remendo gera efeitos secundários que se vão acumular e acumular até que a comporta vai rebentar e não mais será possível recorrer a um remendo... terá de se ir em busca de uma solução de fundo.
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O tempo de acumulação dos efeitos secundários é o tempo em que o pau vai e vem e as costas folgam. Quando a comporta rebenta, os que ficam com a criança nos braços são os que são chamados de quererem ir "além da troika".
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Quando os políticos se metem nestas cenas, temos o caldo entornado. Fragilistas encartados e com bolsos muito fundos, à custa dos contribuintes, têm uma capacidade de acumular efeitos secundários muito para além do seu consulado e de moldar todas as mentes a este arquétipo de reacção a problemas de fundo com base em remendos.
Em termos de economia estamos falados, e a economia é que conta. Outra possibilidade passa por sacrificar a economia, para salvar a Segurança Social. Basta imaginar que o dinheiro europeu vá pagar 'lay-off', mas não subsídios de desemprego.

terça-feira, abril 28, 2020

Let that sink in, quietly

O Jornal de Negócios de ontem traz um artigo, "O que esperam para 2020 os principais setores da economia?", que ajuda a perspectivar o que aí vem na economia portuguesa:
"Até final de abril, cerca de 70% da indústria têxtil e do vestuário terá entrado em lay-off total ou parcial, com a quebra na faturação de 50% a 70% este mês. As estimativas são do líder da associação do setor (ATP), frisando, porém, que “a quebra nas receitas será maior”, pois “os clientes estão a atrasar os pagamentos vencidos de encomendas entregues”. Mário Jorge Machado admite “uma quebra no emprego de 5% a 10%” no conjunto do ano.
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De acordo com o último inquérito de conjuntura semanal da APICCAPS, quase metade (46%) das empresas da “indústria mais sexy da Europa” está atualmente fechada. “Mas deverão voltar ao trabalho regular em maio”, sinaliza Paulo Gonçalves. Do total das empresas inquiridas, 92% reportam um impacto negativo com a pandemia.
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Composto por 15 mil empresas, o setor da metalurgia e metalomecânica está a contar com uma redução de faturação próxima dos 3,5 mil milhões de euros no segundo trimestre (quebra homóloga entre 40% e 50%), que “decorre essencialmente de adiamentos de encomendas e não de cancelamentos”.
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O cluster do mobiliário, que inclui também colchoaria, tapeçaria ou iluminação, num total de 4.500 empresas e 31 mil trabalhadores, estima que a crise do novo coronavírus, que vai pôr dois terços do setor em lay-off, terá um impacto negativo de 30% na faturação anual, em relação a 2019.
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O setor da construção estima um impacto mensal de 493 milhões de euros com a paragem da atividade, tendo em conta a perda de volume de negócios e a manutenção de despesas com trabalhadores e com a banca. Apesar de continuar a haver obras no terreno, o impacto da covid-19 já se faz sentir, designadamente no emprego, com o aumento do número de desempregados, em março, em 11,3%.
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A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) espera uma quebra de 50% em 2020, o mesmo cenário admitido pelo Governo para todo o setor. “Teremos choques de receita de 50% face a 2019”,
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O último estudo da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP) revela que, para o conjunto de 2020, 55% das empresas preveem um declínio das vendas superior a 20%.
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Há subsetores, como o das flores e plantas, que apontam para quebras na faturação na ordem dos 70%, devido ao corte nas exportações. Mas as empresas mais penalizadas da indústria agroalimentar são as que dependem “em mais de 50%” da hotelaria e da restauração. Como acontece com a indústria do vinho, que registou nas últimas semanas perdas que oscilam entre 20% e 100%, sendo que a média situa-se nos 50%,
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O setor automóvel no seu conjunto representa 19% do PIB, emprega diretamente 200 mil pessoas e pesa 25% nas exportações de bens, com sete das 10 maiores exportadoras em 2019. Nos componentes, a AFIA estima uma quebra de 30% na faturação este ano. A ACAP admite uma quebra de pelo menos 25% na produção automóvel e de mais de 35% nas vendas de veículos.
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Na semana de 13 a 17 de abril, quase um quinto das empresas de construção e atividades imobiliárias já dava conta de uma redução superior a 75% no volume de negócios, enquanto mais de metade apontava para quebras entre os 10% e os 50% nessa semana."

domingo, novembro 03, 2019

Bofetadas e locus de controlo - produtividade é que não.

Nem de propósito! Na sexta-feira de manhã publiquei o postal "A destruição criativa" onde escrevi:
"Havendo falta de mão de obra, já o escrevi aqui, o tema do salário mínimo desaparece, as empresas têm de pagar o valor de mercado, sendo a mão de obra escassa, quem não puder suportar o preço de mercado tem de fechar."
Sexta-feira de tarde apanho no Jornal de Notícias, "Setores-chave como turismo e construção têm falta de 140 mil trabalhadores":
"As empresas portuguesas querem crescer mas continuam a debater-se com a falta de mão de obra em setores-chave da economia. Só na construção e imobiliário estão em falta 70 mil operários, número que sobe para os 140 mil se lhe juntarmos as atividades de alojamento e restauração, a metalurgia e metalomecânica e a indústria têxtil e do vestuário. Apenas o calçado assume não ter grandes necessidades imediatas, a não ser "pontuais" e em "zonas de forte concentração" do setor."
Qual a alternativa? Como sobreviver quando falta mão de obra e não se quer, não se sabe, não se pode subir na escala de valor? Não esquecer a bofetada!!!

O texto da bofetada diz tudo:
"Reis Campos, presidente da AICCOPN, reclama um "regime especial de mobilidade transnacional" que permita trazer para o país profissionais que trabalham nas construtoras portuguesas no exterior, mas também que se atue na formação profissional, lamentando a concentração desta nas escolas, que orientam os alunos para cursos profissionais sem correspondência com as efetivas necessidades."
O grupo que me dá bofetadas aparece sempre com cada argumentação tão irracional, que ganha sempre apoios do governo de turno. Vejam a razoabilidade desta proposta:
"O turismo é outra das actividades em forte expansão, pelo que a necessidade de trabalhadores se agudiza. Só no alojamento e restauração o setor criou mais de 69 mil empregos, entre 2015 e 2018, mas a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal estima que a carência de recursos humanos seja da ordem dos 40 mil.
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Na agenda política que apresentou em setembro, com100 propostas para melhorar o turismo e as suas empresas, a associação liderada por Mário Pereira Gonçalves pede a criação de uma rede especifica para o turismo que analise e comunique todas as ofertas e procuras de emprego, bem como de formação, e a retoma de programas de apoio financeiro para manter a empregabilidade."[Moi ici: Sector a bombar como nunca esteve, sector com falta de pessoal para trabalhar e pede que os contribuintes lhe dêem dinheiro para manter a empregabilidade!!! O que é isto? Acham que somos burros? E somos!
Pena que falte mais locus de controlo interno ao empresariado português.

Como não recordar Kafka.

quinta-feira, novembro 16, 2017

Gente de outra estirpe

Um texto, "Ineficiência na gestão custa 47 milhões à hotelaria todos os anos", que mereceria reflexão especial no recato de cada organização e a nível de associações do sector.
"Desfasamento entre o 'boom' da procura e a adequação do preço médio da hotelaria custou, em cinco anos, 235 milhões.
...
Quanto custou a ineficiência na gestão do boom da procura turística à hotelaria? Em cinco anos (de 2012 a 2016), nas três regiões onde o desfasamento entre o disparo da procura e a resposta do setor foi maior, as empresas hoteleiras perderam 235 milhões de euros.
...
O estudo da BlueShift comparou o período compreendido entre o ano antes do arranque da procura (2012) e o ano recorde para o turismo nacional (2016). A análise pretendeu averiguar até que ponto as organizações conseguiram ou não tirar partido da nova tendência de crescimento. Deste modo, foram comparadas a Taxa de Ocupação e o Preço Médio, já que a rentabilidade operacional só pode ser maximizada se ambos se expandirem. Um euro de crescimento em preço, por exemplo, traduz-se diretamente em resultados. Se esse mesmo euro for apenas conseguido via ocupação, apenas 40 cêntimos (numa operação otimizada) traduzem-se em resultados — uma vez que é necessário subtrair os custos variáveis do montante acumulado."
Triste é as associações sectoriais serem chefiadas por gente mais interessada em fazer política partidária do que em pensar o sector e trabalhar para fazer sempre a melhor limonada com os limões que a vida nos dá em vez de estar sempre no choradinho porque nos calharam limões e não ananases ou maracujás.

O filme é claro, o estudo começa em 2012 com o ano a que chama "antes do arranque da procura":

O presidente de uma associação não pode e não deve falar impunemente. Deve ser consequente, deve ser responsável. Não deve mentir mas deve dar esperança. Não esperança cor de rosa, não esperança mágica mas esperança com base nas oportunidades que possam existir. O que dizia o presidente da Associação da Hotelaria de Portugal:

"Para 2013 espera-se menos emprego, menos investimento, pior prestação em termos de resultados. Não há milagres"

"A hotelaria portuguesa poderá ter um ano de recordes em 2013. Até ao final do ano, o sector prevê receber 14,5 milhões de hóspedes, contra 13,9 milhões em 2012, e 42 milhões de dormidas, face aos 39,8 milhões do ano passado. “Nunca se atingiram estes números em Portugal e vamos ter resultados significativos este ano”, sublinha o presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), Luís Veiga, em entrevista ao SOL." [Moi ici: Em algum lado ouviram uma retratação deste senhor? Não, qual Cravinho continuou como se nada se tivesse passado]

O senhor até me faz recordar Pessoa:
Aqui ao leme sou mais do que eu:
Sou um Povo que quer o mar que é teu;"
Ao leme de uma associação não deviam estar os mais retrógrados, deviam estar os visionários, deviam estar os que dão esperança, os que mostram sugerem caminhos, gente com locus de controlo interno. Gente que sabe que ao leme têm de ser mais do que são.

Quando ao leme está alguém que vê e proclama que o copo está meio vazio o que é que faz a maioria? Acredita na mensagem de que o copo está meio vazio.

Aquele trecho lá em cima:
"Um euro de crescimento em preço, por exemplo, traduz-se diretamente em resultados. Se esse mesmo euro for apenas conseguido via ocupação, apenas 40 cêntimos (numa operação otimizada) traduzem-se em resultados"
devia ser objecto de reflexão profunda. Sabem qual é a elasticidade da procura? Sabem quantos clientes perdem quando aumentam o preço 1% Sabem quanto ganham a mais quando o preço aumenta 1%? Espero que saibam que o objectivo não é ter os quartos todos ocupados mas sim ganhar dinheiro.

Em vez de olhar para estas coisas, qual Dastardly, sempre a olhar para a concorrência, sempre preocupado com o queijo a que tem como direito adquirido:

E olhar para dentre e ser frontal só deve trazer problemas. Imaginem o que seria com alguém da estirpe do senhor Proença à frente da AHP.

Pois, gente de outra estirpe, recordar Novembro de 2011


sábado, julho 29, 2017

Servitização

"A Elis opera no aluguer e manutenção de roupa de cama, de cozinha e para casa-de-banho, de utensílios de limpeza para casa-de-banho, dispensadores de água e de tapetes e na personalização de fardas de trabalho para os sectores da hotelaria e restauração, saúde, indústria, comércio e serviços."
Tudo é serviço!

Servitização: Produz-se roupa de cama mas já não se vende roupa de cama, vende-se um serviço onde entra a roupa da cama.


Trecho retirado de "Francesa Elis investe 20 milhões e cria até 350 empregos em Torres Vedras"

sexta-feira, julho 21, 2017

Para enquadrar a coisa (parte II)

Parte I.

Quem não ouviu no último ano conversas sobre o perigo do alojamento local?

Quem não ouviu queixas dos incumbentes do sector da hotelaria acerca da deslealdade do alojamento local?

Conhecem esta personagem?
Dastardly nunca ganhava uma corrida porque estava mais preocupado com o sucesso dos outros do que com a sua própria corrida.

Qual o impacte do Alojamento Local nos preços da hotelaria tradicional no último ano?
Uma ilustração prática do que são diferentes segmentos de clientes, diferentes posicionamentos.

Uma espécie de rouxinóis de McArthur:


Viver e deixar viver.


quarta-feira, junho 21, 2017

Efeito de rede?

"“A nossa expectativa para 2017 é entre o melhor ano de sempre e o muito melhor ano de sempre”, afirma a presidente executiva da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), Cristina Siza Vieira."(1)
E isto apesar do sucesso do turismo de alojamento local.

Os gananciosos acreditam que a economia é um jogo de soma nula e que o que uns ganham é o que os outros perdem. Por isso, querem proibir ou restringir essa suposta concorrência.
“What’s made them successful over the past 10 years is their ability to create new entities, movies, TV shows, by partnering with brilliant people. They’ve said: ‘We might not make as much money if we outsource it, but the product will be better.’ That mentality is very Danish. It comes from saying: ‘We’re engineers. We know what we’re good at. Let’s stick to our knitting.’ That’s a very brave thing to do and it’s where a lot of companies go wrong. They don’t understand that sometimes it’s better to let go than to hang on.”(2)
Será que estamos perante um efeito de rede?

Porque muitos turistas vêm através do turismo local criam um buzz e uma dinâmica que atraem outros para o alojamento turístico tradicional?

Recordar "O poder das associações e nas associações"

(1) - Trecho retirado de "Hotelaria rumo ao melhor ano de sempre"
(2) - Trecho retirado de "How Lego clicked: the super brand that reinvented 

domingo, maio 28, 2017

Adeus Okun (parte II)

Parte I.

Já depois de ter lançada a pré-publicação da parte I, na passada Sexta-feira tive oportunidade de reunir-me ao jantar com gente que já não via, alguns desde 1982.

Um dos presentes, pessoa a quem muito devo e de quem me afastei por causa da minha impetuosidade juvenil tardia, contou-me que tem uma casa de turismo rural no interior. A casa tem 5 quartos e tem 2 funcionários.

Atentemos agora nestes trechos retirados de "Vieira da Silva: “Aprendi nos livros que a economia tinha de crescer a 2,5% para que aumentasse o emprego”":
"“Esse é o mistério”. A classificação é de Vieira da Silva sobre já não ser preciso crescer dois ou três por cento para o emprego aumentar. “sou economista e aprendi nos livros durante muitos anos que a economia tinha de crescer a 2,5% para que aumentasse o emprego”, afirmou o ministro em entrevista
...
Além disso, o ministro socialista explicou que este fenómeno alarga-se a outros países. “Esta diferença entre o emprego a crescer mais rapidamente do que aparentemente a economia está a desenvolver-se não acontece só em Portugal”, alertou."
Quando no Sábado de manhã juntei as duas peças surgiu-me uma pergunta: Quantos funcionários tem um hotel por cada x hóspedes que recebe?

Goglei a pergunta e surgiu-me logo este título "Sindicato diz que uma trabalhadora de hotel não pode limpar 26 quartos por dia". Talvez este título não seja representativo da realidade. No entanto, julgo que permite ilustrar a mensagem da parte I.

O crescimento da facturação das unidades de turismo local gera naturalmente muito mais emprego que o mesmo aumento numa "linha de montagem" da hotelaria.

sábado, maio 27, 2017

Adeus Okun

Há dias escrevi:
"Atenção, não pretendo diminuir nem um cêntimo a importância do turismo, ainda para mais com o sucesso dos modelos AirBnB há muito dinheiro a entrar e a dinamizar a economia de pequenas empresas e pessoas. Um milhão de lucro via AirBnB está muito mais disperso do que o mesmo milhão obtido por cadeias de hotelaria multinacionais."
De que falo quando escrevo sobre o advento de Mongo e sobre o abandono progressivo da filosofia do século XX (Magnitograd)?
  • o abandono da escala e da eficiência como factores críticos para ganhar competitividade
Em "Ignorância, politiquice ou a idade? (parte II)" sublinhei o impacte do turismo na reabilitação das cidades e consequente diminuição do desemprego.

1 milhão de euros gastos em reabilitação urbana promovida por indivíduos tem um impacte no emprego muito superior a 1 milhão de euros gastos pelo Estado numa obra pública.

No século XX, com a escala e a eficiência como vectores fundamentais, a criação de emprego exigia um certo crescimento da produção para tornar necessário o crescimento do emprego. Estamos a falar de linhas de montagem eficientes a produzir grandes séries, ... o mundo das bolas azuis:
No século XXI, no mundo das bolas negras, a eficiência não é um factor crítico, a eficácia comanda.

O século XXI não é o século das linhas de montagem, é o século da diversidade, das pequenas séries, da produção para nichos, tudo factores que contribuem para a necessidade de mais pessoas para produzir a mesma quantidade (com preços unitários superiores) ou distribuída por lotes mais pequenos e variados

Assim, a Lei de Okun deixa de ter a força que tinha nos anos 60 do século passado.



domingo, maio 21, 2017

Ignorância, politiquice ou a idade?

Quem segue este blogue sabe que não sou um apreciador da abordagem fragilista deste governo. Também sabe que sempre achei muitas medidas do anterior governo relevantes para o sector não-transaccionável mas pouco relevantes, ou esmo irrelevantes, para o sector exportador.

Também sabe que sempre achei que isto das exportações é muito mais a microeconomia a funcionar do que macroeconomia, do que governos, de esquerda ou de direita.

Por isso, não posso deixar de me sentir mal ao ouvir este tipo de argumentação "Crescimento deveu-se ao turismo, diz João Salgueiro".

BTW, esqueçam os números do turismo, esqueçam a importante exportação de serviços e olhem só para a exportação de bens dos últimos anos:

As células a amarelo representam recordes mensais de exportações. Engraçado, não li ou ouvi ninguém dos media, sempre tão aduladores deste governo, a sublinhar este facto: Março foi recorde mensal de exportações!!!

Sintoma de que os media estudam pouco!!! Preferem servir de megafones de cartilhas, é mais barato.

A penúltima linha representa o somatório das exportações do 1º trimestre de cada ano. A última linha faz a comparação com as exportações do 1º trimestre de 2012. Impressionante o desempenho de 2017: as exportações cresceram quase 21% face a 2012.

Acham mesmo que é só o turismo?

Atenção, não pretendo diminuir nem um cêntimo a importância do turismo, ainda para mais com o sucesso dos modelos AirBnB há muito dinheiro a entrar e a dinamizar a economia de pequenas empresas e pessoas. Um milhão de lucro via AirBnB está muito mais disperso do que o mesmo milhão obtido por cadeias de hotelaria multinacionais.





terça-feira, maio 09, 2017

Acerca de Mongo (parte V)

Parte Iparte IIparte III e parte IV.
"Much of modern organization theory is built on the concept of the large industrial firm.
...
Our article demonstrates that AM will refute the idea that technological development necessarily increases economies of scale. AM will, in our analysis, reverse the trends toward organizational centralization and globalization of production and distribution; these will give way to decentralization and localization. These new trends will require different organizational structures and supply chains. The shift to smaller and flatter organizations populated by employees who have a broad range of skills and responsibilities will require a different set of managerial competencies than those demanded today in most management positions. The tasks of executives in decentralized and localized organizations will be less managerial and more entrepreneurial than those in most organizations today. The field of supply chain management will be drastically altered."
E no resumo, um trecho que poderia muito bem ser retirado deste blogue se escrito em português:
"The economic and organizational landscape of manufacturing will change drastically within one generation. Whereas the first and second industrial revolutions ushered and consolidated the large corporation, the third industrial revolution will democratize, decentralize, and localize activities in small companies. Production capacity will become generic, thus owned and possibly traded by many different actors not necessarily tied to a particular industry. The design of products will change to reflect the benefits of AM, allowing firms to reduce standard constraints imposed by the current design-for-manufacturability paradigm. Product designs will proliferate, the results of individual and collaborative design and extensive experimentation. This will enable developed and less-developed economies alike to transition from concentrated capitalism to distributed capitalism.[Moi: BTW, a diferença de mil milhões distribuídos radicularmente versus distribuídos pelas multinacionais da hotelaria. Atenção, as multinacionais da hotelaria são entidades honestas, dignas e com direito à existência. Apenas refiro que o dinheiro via AirBnB parece que circula mais tempo e por mais mãos até sair do que no circuito via multinacionais]
Localization will reverse and replace globalization. Transportation by sea, land, and air will be drastically reduced. International trade will be transformed, with goods trade significantly diminished. This will lead to massive shifts in the current accounts of countries, with possible corresponding macroeconomic dislocations.
These changes will radically alter supply chains. Because there will be fewer parts, fewer companies will participate in the chain of firms that bring a product to market. Similarly, since production will take place closer to the customer, and will likely be pulled by the customer rather than pushed into the market, fewer companies will be required to organize distribution and share market risk for any particular product. This will massively reduce the supply chain coordination challenges that have appeared after supply chains became more complex as a result of globalization. The firms that print products will likely be close to the customer, thus providing more direct access to market demand."
E não fica por aqui:
"Barriers to entry for new businesses will fall. Startups will require much less capital than today and will not need complex supply chains and distribution networks to bring physical products to market. It will take less time to setup new supply chains, and the lead time for startups to deliver new products may massively decrease."
Continua.

segunda-feira, março 20, 2017

Viemos de longe e o que nós andámos para aqui chegar! (parte II)

Há dias o @nticomuna chamou a atenção para este desempenho a nível do turismo (dados do INE):

Recordar "A alternativa de qualidade" e, sobretudo, "A economia não é um jogo de soma nula".

Até que enfim que leio opiniões mais avisadas do sector da hotelaria:
"CEO do Vila Galé assume que o alojamento local completa oferta turística.
...
"Não sou nada radical e acho que há espaço para todos. O alojamento local tem o seu papel. Em alguns sítios não existiam hotéis e por isso vieram colmatar uma lacuna de falta de alojamento. E outros vieram captar um público que prefere aquele tipo de alojamento", diz o hoteleiro, sublinhando: "Enquanto hotéis temos é de perceber o que está a atrair as pessoas para o alojamento local em algumas situações em detrimento dos hotéis.""
Quase que apetece repetir o título "Viemos de longe e o que nós andámos para aqui chegar!"

Talvez seja explicado por aquela teoria que defendo: infelizmente, na maioria das associações, quem chega ao seu poder são os elementos mais conservadores, os que têm mais a ganhar com o manobrar das relações com o poder regulador/legislador.

Recordar "o poder, para o bem ou para o mal, das associações" e, sobretudo, "O poder das associações e nas associações"