Uma pergunta, uma dúvida que me assalta várias vezes: qual o papel do líder de uma associação empresarial?
Deve o líder de uma associação pensar no futuro do sector, ou no futuro dos membros do sector? Não é a mesma coisa. O futuro não se constrói sem destruição criativa. Daí a opção pela defesa do passado em detrimento do abraço ao futuro.
Já por várias vezes li, ou ouvi, a secretária-geral da AHRESP a queixar-se da falta de trabalhadores para o sector. Ainda em Dezembro passado li:
"Antes da pandemia falávamos numa necessidade de 40 mil, mas com a pandemia esse número agravou-se. O próprio Governo falou na necessidade de cerca de 50 mil postos de trabalho e não foi resolvido. Não foi feito nada para resolver este problema."
Entretanto, no Expresso do passado Sábado li "Por dia, 14 restaurantes estão a fechar portas":
""São números que nos preocupam e que nos levam a reforçar a necessidade de serem criados mecanismos de apoio às empresas que não passem só pelas linhas de crédito. Insistimos na aplicação temporária da taxa reduzida de IVA nos serviços de alimentação e bebidas", defende Ana Jacinto, secretária-geral da AHRESP."
Às segundas, terças e quartas protestamos contra os baixos salários e horrorizamos-nos com a baixa produtividade portuguesa. Às quintas, sextas e Sábados pedimos apoios ao governo de turno para salvar as empresas que praticam baixos salários e empurram a produtividade do país para baixo.
Entretanto, no ECO leio, "Há cada vez mais restaurantes a pedirem gorjeta aos clientes. "E um 'forcing' para que continue esse incentivo"":
"A medida começou a ser implementada em agosto do ano passado, tendo como objetivo "melhoria das condições" dos colaboradores, já que as gorjetas "sempre tiveram um grande peso na composição do rendimento total dos colaboradores", e de modo a permitir uma distribuição 'mais justa e transparente" das mesmas, justifica o responsável.
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os comerciantes fazem isto no sentido de dar um forcing para que continue esse incentivo de gorjetas. No fundo, para colmatar os baixos salários que pagam na restauração"
Recordo o meu velho grito: Deixem as empresas morrer!