Mostrar mensagens com a etiqueta treta. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta treta. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, março 06, 2023

"Reward output, not just activity"

Um dos temas deste blogue ao longo dos anos, "Organizations must stop conflating activity with achievement". Recordo as cenas com os relatórios de actividade dos organismos públicos:

"“Work, not leisure, is now the signifier of dominant social status.”
...
Research indicates that when organizations overload employees, base their incentives primarily on the amount of time they work, and excessively monitor their activities, productivity and efficiency actually drop.
...

One of social psychology's canonical findings is that the harder people work to achieve something, the more they value it. Known as "effort justification," this tendency arises even when a task is meaningless. And the more demanding the effort is, the more commitment people feel. 
...
a lot of organizational behavior is mindless. ... much of what managers believe to be institutional knowledge and culture is actually just bad habits.
...
HOW TO REVERSE COURSE
What can organizations do to beat back the scourge?
I believe that five approaches can help them overcome the obsession with busyness.
Reward output, not just activity. [Moi ici: Imaginem este racional a permear os fazedores de planos de combate à pobreza, à violência doméstica e a outras boas-intenções] As the old saying goes, you get what you pay for. So unsurprisingly, paying people for effort can lead to more effort rather than greater productivity.
...
"Never mistake activity for achievement." Yet companies keep falling into that trap, despite considerable evidence that increased work doesn't necessarily lead to increased productivity. Given that the prevailing corporate culture continues to reward busyness, it can be tempting to go with the flow instead of fighting to reform broken incentive structures. Yet doing so would be not only unwise but quite possibly deadly. Research shows that since the 1990s, employees increasingly have been working harder and under tighter deadlines and more stressful conditions as they try to master additional skills to outpace the robots gunning for their jobs and as digital devices trap them in a 24/7 workplace. This has taken a significant toll on mental and physical health. Businesses and leaders must step up to take a stand against the busyness epidemic so that we can begin to create not only more sustainable organizations but also more sustainable jobs."

Trechos retirados de "Beware a Culture of Busyness - Organizations must stop conflating activity with achievement" de Adam Waytz.

terça-feira, abril 27, 2021

Sem resultados pelos quais responder não há skin-in-the-game

Em 2016, "Mambo jambo de consultor ou faz algum sentido?".

Há dias, "Então, o negócio deixava de ser tubagens...".

Agora:


Como não recordar tantos postais de há mais de 10 anos. Por exemplo, uma série de clássicos deste blogue são os planos de combate à SIDA, ou de combate à violência doméstica, carregados de actividades mas sem um único compromisso quanto a um resultado.

Recordar os monumentos à treta:
A Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil nunca tem o pescoço no cepo. Não existe para produzir resultados, existe para agir (planear, coordenar e executar). Quando questiono os organismos públicos sobre isto, invariavelmente respondem:

- Mas nós não controlamos os resultados, os resultados dependem de tanta coisa que está para lá de nós!

Quanto tenho mais confiança respondo:

- E as empresas, controlam os clientes? Por que têm objectivos de vendas?

Sem resultados pelos quais responder não há skin-in-the-game. 

Isto põe-me a pensar em Schumpeter e em Deirdre McCloskey ...

sábado, novembro 25, 2017

Recordar os monumentos à treta, again

A propósito de "Infarmed. Ida para o Porto não estava no plano estratégico aprovado em setembro pelo ministro" fui consultar o referido Plano Estratégico 2017-2019.

Plano interessante, com uma estrutura interessante. No entanto, a meu ver, padece de uma falha importante... não encontrarão nenhum número que permita no final de 2019 avaliar se o Plano Estratégico foi eficaz ou não.

Olhando para cada um dos objectivos estratégicos e para cada um dos resultados esperados... não ser encontra nem um número, nem uma meta. Por exemplo:

Objectivo estratégico 2 - Conformidade do mercado e gestão do risco que tem como um dos seus resultados:

  • Melhoria na gestão de risco na introdução de terapêuticas inovadoras
O que será ter sucesso com este objectivo estratégico?

O que significa, em que é que se traduz uma melhoria na gestão de risco na introdução de terapêuticas inovadoras?

domingo, novembro 05, 2017

Recordar um monumento à treta

No final do congresso ou reunião em que o actual primeiro ministro foi nomeado líder do partido, uma  actriz fez uma declamação sobre vítimas da violência doméstica. Desde então o número de vítimas da violência doméstica não parece que tenha diminuído.

Sempre que o tema é aflorado recordo um texto que escrevi em Junho de 2007, "Mais um monumento à treta - parte II" e que deve continuar tão ou mais actual que nunca.

quinta-feira, janeiro 22, 2015

Oh, wait!

"O consumo de gasóleo cresceu 9,7% no último mês do ano, face a dezembro de 2013. ... Até a gasolina 95 registou um aumento de vendas que foi de 3,8% face a dezembro do ano anterior.
.
As vendas dos dois principais combustíveis rodoviários subiram 8,5% no último mês do ano, o que representa uma evolução inédita nos últimos seis anos em que o mercado tem estado em recessão."
Há algo esquisito nesta notícia!!!
.
Então, os preços caem abruptamente e o consumo aumenta!?!?!?
.
Então os economistas não nos vendem a ideia de que em deflação o consumo cai? Narrativa da treta!!!
.
Oh, wait! Afinal não é só aqui e não é só no combustível.
.
Trecho retirado de "Consumo de combustíveis dispara em dezembro com baixa do preço do petróleo"

segunda-feira, novembro 25, 2013

A propósito da violência doméstica

Hoje vários media referem o tema da violência doméstica.
.
Julgo que é um bom dia para recordar esta reflexão, "Mais um monumento à treta - parte II"
.
Aposto que as actividades previstas no plano foram todas realizadas, todos fizeram a sua parte e o III Plano terá sido avaliado como um completo sucesso.

sexta-feira, novembro 23, 2012

Monumentos à treta e a prestação de contas

Nos noticiários da manhã da rádio uma das notícias é "Violência doméstica já matou 30 mulheres só este ano":
" já conta mais de 30 mulheres assassinadas neste ano em contexto de violência doméstica, um número superior ao total do ano passado (27)."
Por que é que esta evolução triste não me surpreende?
.
Recordar o que escrevi sobre os monumentos à treta em 2007, estava escrito nas estrelas.

terça-feira, janeiro 11, 2011

Como nascem os monumentos à treta

Ao definir indicadores para um balanced scorecard, por vezes, as pessoas resistem a serem avaliadas por indicadores de fenómenos que não podem controlar.
.
A minha resposta costuma ser: "É a vida!"
.
É essa sensação que leva os Programas de Actividades na Função Pública a serem listas e mais listas de actividades, aquilo que as pessoas podem fazer, aquilo que as pessoas podem controlar e não haver nem uma referência a objectivos concretos, a metas, a resultados. Basta recordar os monumentos à treta.
.
Foi desta cena que me lembrei ao ler:
.
"There was a pause. They were all studying the flip chart. Someone frowned. “We ourselves cannot stop market share from declining,” he said. “Do we want to be measured on that?
.
Strictly speaking, no,” replied Joe, “but it is the purpose behind everything we are doing. If the rate at which we’re losing share goes down, we’ll know what we’re doing is working, even if we don’t hit the target. If we don’t look at it, we might be barking up the wrong tree.”
“What about what we are measured on?” someone piped up. “We’ve all got targets. Dozens of them.”
So they had, including Joe himself. Part of his bonus was tied to the number of new products delivered.
Optimizing that would not be difficult - he could just go for the easy development projects nearest completion.
But they might not have the most impact.
“Look,” he said, “I’ll make a commitment to you. I will renegotiate the targets for this group. I’ll explain what we are doing and that the measures are just there to tell us whether we’re successful or not.
The outcome is what we’re trying to optimize.
The measures are the dashboard. We should not confuse the readings on it with what we really
want to do, which is to arrive on time at our destination."
.
Trecho retirado de "How to Make the Most of Your Company’s Strategy" de Stephen Bungay e publicado no número de Janeiro de 2011 da HBR

domingo, novembro 14, 2010

Resultados do monumento à treta - payback time

Hoje no Público leio "Violência doméstica volta a matar mais este ano":
.
"Nos primeiros dez meses do ano foram assassinadas em Portugal pelo menos 30 mulheres vítimas de violência doméstica, mais uma do que em 2009. "
.
Há cerca de 3 anos escrevi este postal "Mais um monumento à treta - parte II" acerca do III PLANO NACIONAL CONTRA A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA (2007-2010).
.
Se calhar, especulo, podemos ler os relatórios de actividades anuais e concluir que a execução do plano foi um sucesso, que todas as actividades previstas foram realizadas e correram muito bem.
.
É verdade, em nenhum lado do referido III PLANO NACIONAL CONTRA A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA (2007-2010) aparece um objectivo mensurável, uma meta, um compromisso verificável à posteriori de reduzir a violência doméstica.
.
.
.
.
Não acreditam? Leiam-no!
.
Estes planos só contemplam a execução de boas acções, de acções bem intencionadas, não se comprometem com resultados.
.
Assim, são sempre mancos, permitem a monitorização das actividades, o acompanhamento da sua execução, mas não permitem a comparação com os resultados pretendidos, não facultam o feedback que permitiria perceber quais as acções mais eficazes e que devem ser reforçadas, e quais as que devem ser eliminadas por não trazerem resultados.
.
Planos desenhados desta forma, em que os objectivos são a concretização das actividades e não o cumprimento de metas, têm uma vantagem para os responsáveis... o risco é mínimo!!!
.
E recordo este postal de Junho de 2009 "Fazer a mudança acontecer (parte II)":
.
"6. Bias to Orthodoxy, Not Empiricism. Because of the absence of clear-cut beginnings and ends and an inability to link cause and effect, there is virtually no opportunity in activity-centered improvement programs to learn useful lessons and apply them to future programs. Instead, as in any approach based on faith rather than evidence, the advocates-convinced they already know all the answers - merely urge more dedication to the "right" steps." (Moi ici: Drucker escreveu algo nesta linha. A religião leva a que o não aparecimento de resultados seja visto como a necessidade de investir ainda mais a redobrar os esforços: “No institution likes to abandon anything it does. Business is no exception. In an institution that is being paid for its performance and results and that stands, therefore, under a performance test, the unproductive, the obsolete, will sooner or later be killed off by the customers. In a budget-based institution no such discipline is being enforced. On the contrary; what such an institution does is always virtuous and likely to be considered in the public interest.The temptation is great, therefore, to respond to lack of results by redoubling efforts. The temptation is great to double the budget, precisely because there is no performance. The temptation, above all, is to blame the outside world for its stupidity or its reactionary resistance, and to consider lack of results a proof of one’s own righteousness and a reason in itself for keeping on with the good work.The tendency to perpetuate the unproductive is by no means confined to service institutions in the public sector.”)

quinta-feira, maio 28, 2009

A isto é que se chama treta em acção, ou as consequências da treta.

No noticiário das 7h da manhã na TSF, ouvi a referência a um relatório da Amnistia Internacional que indica que a violência doméstica é um problema em crescimento em Portugal. Segundo o que ouvi, o número de incidentes registados no país, no ano passado, ultrapassou os 16000 casos.
.
Magia outra vez? Não!
.
Estava, muito simplesmente, escrito nas estrelas.
.
Basta recordar o que escrevi neste postal "Mais um monumento à treta - parte II"
.
Enquanto continuarmos a acreditar que muita actividade é sinal de acção consequente para melhorar desempenho, continuaremos a iludir-nos e a torrar dinheiro.
.
BTW, no último ano tenho encontrado em vários locais, publicidade a conferências sobre violência doméstica, muitas brochuras, panfletos e cartazes... resultados?
.
Os resultados são o teste do ácido.

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

A doença nacional

O primeiro dos 14 princípios de Deming assenta na constância de propósito, numa orientação que não muda a cada golpe de vento, na selecção de um conjunto de prioridades que não são trocadas a cada nova maré.
.
Pois bem depois do monumento à treta de que falamos aqui Programas versus Objectivos e metas e sobretudo aqui, qual não é o meu espanto quando no Público de hoje encontro outra encarnação, com diferentes actores...
.
"Segundo um estudo coordenado pelo economista Ernâni Lopes, a pedido da Associação Comercial, a economia do mar pode duplicar o seu peso no PIB caso Portugal consiga tornar-se num actor marítimo relevante a nível global. Para o conseguir, o ex-ministro das Finanças sugere várias prioridades que poderão ser um catalisador "capaz de organizar e dinamizar um conjunto de sectores com elevado potencial de crescimento, inovação e capacidade para atraírem recursos e investimentos, nomeadamente externos, de qualidade".
.
O estudo, realizado durante um ano, foi patrocinado por 15 empresas. "Não é um estudo estratégico, é um plano concreto para concretizar nos próximos 25 anos", adiantou Bruno Bobone, da Associação Comercial. Neste documento, que será amplamente divulgado nas próximas semanas, apontam-se, além de acções específicas em diversos sectores, as fontes de financiamento possíveis. No entanto, não são avançados números concretos, dependentes de avaliações mais aprofundadas sector a sector, adiantou Bobone."
.
Mas o trabalho da equipa coordenada por Tiago Pitta e Cunha valeu a pena? Deu origem a alguma coisa de concreto? O que é que este novo trabalho acrescenta? O que o habilitará a ter um destino diferente(s) do anterior(es)?
.
Hoje em dia, com o Google e a wikipedia, qualquer conjunto de alunos pode arregimentar grupos de acções específicas sobre qualquer área e transformá-las em documentos estratégicos, sem qualquer compromisso com os resultados... enfim, depois da violência da doméstica e da Sida (aqui e aqui) mais um monumento à treta.

Trecho retirado do artigo "Mar poderá vir a alimentar cinco por cento do PIB nacional" no Público de hoje.

terça-feira, fevereiro 10, 2009

É só fazer as contas

"José Sócrates garante ser possível identificar os ricos"
.
"É uma proposta razoável, exequível, a favor da equidade fiscal e da justiça fiscal", replicou José Sócrates, explicando que o que propõe é que o próximo Governo faça uma reforma do sistema fiscal "de modo a que os rendimentos mais elevados tenham menos deduções" e, "aproveitando essa folga", se possam reduzir os impostos à classe média. "
.
Seguindo a velha máxima da política portuguesa "É só fazer as contas!" Façamos as contas:
.
Pressuposto inicial
Estado quer aliviar a carga fiscal sobre a classe média sem perder receita fiscal.
Assim, reduz as deduções fiscais aos ricos e aumenta-as à classe média. Logo:

O acréscimo global de receita fiscal sacada aos ricos = Alívio do fardo fiscal impostado à classe média .
.
Em quanto é que cada sujeito fiscal incluído na classe média vai ser aliviado?
Não tenho acesso aos números para poder fazer a conta mas cheira-me a malabarismo com as palavras. O número total de sujeitos fiscais classificados como ricos é muito, mas mesmo muito inferior ao número total de sujeitos fiscais classificados na classe média. Daí que o alívio individual deva ser irrisório.
.
ADENDA: Nem de propósito
.
"Quanto ao impacto que esta redução das deduções para os mais ricos pode vir a ter em termos de alívio fiscal para a classe média, Saldanha Sanches está convencido que será «muito reduzido».
.
«Estamos a falar de pequenas quantias, quase simbólicas, semelhantes ao corte da taxa de IVA em 1%»."
.
"Corte de deduções fiscais para os ricos quase sem impacto"
.
ADENDA (07h09 de 11.02.09)
.
"são apenas alguns exemplos entre os cerca de 31 mil agregados familiares a quem o primeiro-ministro quer retirar benefícios fiscais. José Sócrates ainda não definiu quem considera serem os "ricos", mas tendo em conta a taxa que o próprio definiu, o grupo dos que ganham mais de 62 546 euros e pagam 42 % de IRS, será o atingido. No entanto, estes 31 mil são apenas 1% do total dos agregados, o que fará com que o "bolo" das deduções dividido pela classe média dê "valores tão pequenos que se tornam ridículos","
.
(Sócrates tira a 'ricos' mas não ajuda classe média)

sábado, dezembro 13, 2008

O deboche

Ontem à noite quando cheguei a casa ainda tive tempo de 'ouver' grande parte do programa da SIC-N "Expresso da meia-noite", depois assisti aos primeiros 10 minutos do noticiário da meia-noite.
.
A sensação que ficou, e que continua, é a de aparvalhamento primeiro e de querer chorar pelo futuro deste país depois.
.
Como diz o Homer Simpson para os seus comparsas da central nuclear de Springfield "You watch my back... I'll watch yours!" (Vocês sabem do que eu estou a falar... BPP? Que ideia!)
.
Será que não há vozes discordantes? Será que toda a gente alinha na continuação e no reforço do deboche de endividamento? Será que toda a gente acredita que é possível adiar o "day of reckoning" eternamente?
.
12% do PIB é quanto vale o nosso défice de transacções com o exterior (os tais 2 milhões de euros por hora, a taxa a que nos endividamos como país) ... onde é que o governo, apoiado pelos media, vai enterrar mais uns milhões no próximo ano?
.
Na indústria de bens não-transaccionáveis do betão!!!
.
Adenda das 7h25: Afinal ainda há gente que me acompanha ... o meu primeiro patrão. "Belmiro quer grandes projectos congelados" (no Público de hoje).
.
"O empresário Belmiro de Azevedo defendeu ontem, num seminário realizado no Porto, o congelamento de boa parte dos grandes investimentos previstos pelo Governo em infra-estruturas, como o TGV, sustentando que "quem não tem dinheiro não tem vícios". Para Belmiro de Azevedo, a actual situação de crise mundial é "uma oportunidade óptima" para o Governo "se desprender de compromissos" relativamente a muitos dos grandes projectos. Essencial é, para o empresário, a aposta no empreendedorismo e em "actividades económicas-chave" onde o país tem "muito potencial", como a fileira da floresta, do mar, do turismo e da agricultura. "
.
E remata com uma grande verdade, como o José Silva do Norteamos costuma explicar:
.
""Adivinho que as medidas anunciadas amanhã [hoje, após o Conselho de Ministros extraordinário] vão ser fundamentalmente para o sistema financeiro", antecipou, reafirmando "não saber para o que este serve sem actividade económica""
.
Porque factos são factos:
.
"Convicto de que a actividade industrial "gera a maior parte do emprego, directa e indirectamente, e ainda é responsável pela liderança da Europa face às economias emergentes", o patrão da Sonae criticou o "orçamento irrelevante alocado" a esta área face ao atribuído aos bancos."
.
Se por hipótese a grande crise acabar daqui a 3 anos como vamos estar em termos competitivos face ao exterior?
.
Como vai ser o "Day-After"?
.
Se Jonas odiásse Portugal tanto quanto odiava Nínive não tinha problema nenhum em vir cá pregar o arrependimento e a mudança de vida... ele saberia que esta gente não é como os nínivitas.
.
Nota: Reparar no comentário de Mário Crespo a prever aquilo que já hoje escrevi neste blogue, a islandificação de Portugal: "há-de haver uma fase em que os de fora não nos emprestam mais dinheiro".

quinta-feira, novembro 20, 2008

Monumentos à treta (parte II) continuação

Perante esta notícia "Governo aprova proposta para reforçar combate à violência doméstica" apetece perguntar e o plano?
.
Mas então não havia um plano?
.
Até sou capaz de apostar que o plano está a ser cumprido... mas como ele não prevê resultados... de que é que estavam à espera?

quinta-feira, outubro 16, 2008

Os habitantes de Nínive

Os habitantes de Nínive eram diferentes dos portugueses.
.
A Bíblia inclui um pequeno livro com três páginas que conta a história do profeta Jonas, aquele que foi engolido por uma baleia.
.
Esse livro começa assim:
.
"A PALAVRA do Senhor foi dirigida a Jonas, filho de Amitai, nestes têrmos: "Levanta-te, vai a Nínive, a grande cidade, e profere contra ela os teus oráculos, porque sua iniquidade chegou à minha presença."
.
Jonas, que conhecia os ninivitas e não gostava deles, sabia que se eles ouvissem as suas profecias se arrependeriam e que Deus os pouparia. Vai daí, desobedeceu a Deus e fugiu em sentido contrário para outra cidade.
.
Medina Carreira há anos que vem profetizando a desgraça, não é preciso ser profeta, está tudo escrito nas estrelas como um resultado, como uma consequência perfeitamente normal das escolhas que fazemos.
.
Quando finalmente Jonas pregou a mensagem em Nínine "Daqui a quarenta dias Nínive será destruída"... Os ninivitas acreditaram e, proclamaram um jejum, vestindo-se de sacos desde o maior ao menor. Até o rei se levantou do trono, tirou o manto, cobriu-se de saco e sentou-se sobre cinza. Por fim, o rei decretou "Fica proibido aos homens e aos animais, tanto do gado maior como do menor, comer o que quer que seja, assim como pastar ou beber."
.
Diante de uma tal atitude ninivita, vendo como renunciavam aos seus maus caminhos, Deus resolveu perdoar-lhes e poupar a cidade.
.
Pacotão do betão, treta, conversa, está tudo louco, trapalhada, tarantantan, matulagem da rua, fazer caridade com dinheiro emprestado por estrangeiros, ... termos usados muito propriamente por Medina Carreira nesta entrevista com Mário Crespo na SIC-N.
.
E os portugueses? E os que ocupam posições de poder? Alguém quer ouvir a verdade?
.
Nota: as práticas medievais a que Mário Crespo se refere continuam hoje com os milhares de portugueses que regressam de Espanha para passar o fim de semana em casa (embora até isso esteja agora a desaparecer).
.
Nota: Reparar no comentário de Mário Crespo a prever aquilo que já hoje escrevi neste blogue, a islandificação de Portugal: "há-de haver uma fase em que os de fora não nos emprestam mais dinheiro".
.
Vénia devida ao caro Hélder d' "O Insurgente"

quarta-feira, setembro 03, 2008

Mais uma vez: a propósito de monumentos à treta

O artigo "Violência doméstica matou 35 mulheres em oito meses" assinado por Agostinho Santos no Jornal de Notícias fez-me recordar esta reflexão "Mais um monumento à treta - parte II".
.
O III PLANO NACIONAL CONTRA A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA está a ser cumprido? Está a produzir os resultados esperados? E quais eram os resultados esperados?
.
O que é triste é que estamos rodeados por esta mentalidade em que o que interessa é elaborar planos que listam actividades, toda a gente pode mostrar serviço, pode evidenciar cumprimento das actividades, no entanto, ninguém se responsabiliza por resultados concretos, palpáveis.

quarta-feira, abril 02, 2008

Mais um monumento à treta

Era um peixão deste tamanho!

Em vez de conversa, factos!

Antes versus depois!

Por esta altura já toda a gente viu no YouTube as imagens, já toda a gente tem opinião sobre o que se passou no Carolina Michaellis.

Quem me conhece ou acompanha este blogue, sabe a que é que chamo de treta: falta de medição, falta de indicadores mensuráveis, horror a estabelecer metas, critérios quantificados de desempenho.
.
.
Onde pude ler a seguinte preciosidade, um paradigma da medição:

.
"1.3 Comportamento e disciplina

Em regra, os alunos têm um comportamento disciplinado, conhecem e cumprem as regras de funcionamento da Escola. Reconhecem e aceitam a autoridade. Convivem e estabelecem um bom relacionamento entre si, com o pessoal docente e não docente e com a direcção. Há uma preocupação generalizada dos diferentes orgãos, bem como do pessoal docente e não docente, em garantir um ambiente de tranquilidade e de disciplina propiciador da aprendizagem e da convivência. O corpo docente está fortemente empenhado em incutir mais regras de trabalho na sala de aula e em prevenir e combater pequenos focos de indisciplina, nas turmas que tenham alunos mais problemáticos, nomeadamente nos CEF. As situações mais problemáticas são tratadas de imediato pelo Conselho Executivo e pelo gabinete do aluno procurando-se respostas rápidas e eficazes"
.
Só retórica, só oratória,... o reino dos advogados e dos sofistas (sem querer ferir nenhum advogado em particular)
.
Por mim prefiro esta linguagem: evolução mensal, evolução anual, evolução homóloga, comparação com a média do distrito, comparação com a média dos melhores, ...
  • número de processos disciplinares;
  • número de faltas disciplinares;
  • grau de satisfação de pessoal docente;
  • grau de satisfação de pessoal não-docente;
  • grau de satisfação de alunos;
  • assiduidade de alunos;
  • assiduidade de funcionários (docentes e não-docentes);
  • número de casos médicos (quantos alunos foram para o hospital);
  • e muitos outros exemplos fáceis de estabelecer, para quem esteja e conheça o sector da educação.

quarta-feira, dezembro 05, 2007

Pensar por alto

O dia começou com o postal radiofónico de João Gobern na Antena1, é possível ouvi-lo no podcast da estação (programa: Pano para mangas).

Tanta fachada, tanta fachada, não passa de treta... não me conseguem demover. Não conseguem que eu deixe de acreditar, que aquelas formas atabalhoadas de decisão, caricaturizadas no programa "Contra-informação", ao longo dos anos, estavam mais perto da verdade do que o comum dos mortais pensa.

E a trapalhada da dupla tributação dos sacos plásticos?

Ah... agora lembro-me desta pérola ... “Nós não estudámos até ao fim todas as consequências das medidas que sugerimos”

Caro Helder... como eu o compreendo... como eu o compreendo... como eu o compreendo.

Adenda: as palavras de Helena Garrido no Diário Económico.