sábado, outubro 22, 2022
Curiosidade do dia
À espera da autópsia
Ontem de manhã, durante a caminhada matinal li "Ach.Brito foi vendida por um euro. Empresa passou a ser detida por um fundo de capital de risco":
"A Ach.Brito, que inclui as marcas de sabonetes e outros produtos de beleza Claus Porto e Musgo Real, tinha no mercado do turismo um dos seus principais clientes e o plano a seis anos, revelado ao PÚBLICO em 2017, visava “aumentar as vendas da marca [Claus Porto] no estrangeiro”, num investimento de cinco milhões de euros. Mas as suas intenções viriam a ser goradas com a chegada da pandemia, a meio do processo."
Por acaso, ontem de manhã numa empresa usei este esquema de 2008:
sexta-feira, outubro 21, 2022
A responsabilidade pela formação
Ao ler isto:
"Perhaps the single most important piece of advice I gave my children as they were growing up, and that I offer in this chapter, is to treat every day as a learning opportunity. Don't make assumptions and check the beliefs of yourself or others against the actual evidence. Keep an enquiring mind. Don't assume that a convenient soundbite tells an accurate story and always recognize that you have more to learn. A comment I have heard from individuals who feel frustrated at work is: “I’ve been in this role two/three years and I haven't learned anything. They haven't provided any courses.” I find that an extraordinary viewpoint - it's your responsibility to be continually learning. There were two glaring issues that struck me when I heard such sentiments: firstly, you can always book your own course, or buy the textbooks."
Recordei logo 2008:
"A formação profissional de cada um, é um assunto demasiado importante para ser delegado em regime de outsourcing a quem quer que seja."
E 2011:
"O seu futuro é demasiado importante para ser colocado nas mãos do seu chefe, ou patrão. É que, por mais que ele genuinamente o valorize... a empresa pode ter de fechar. Por isso, não confie a sua formação a mais ninguém."
Trecho retirado de "Deliver What You Promise" de Bali Padda.
quinta-feira, outubro 20, 2022
Quais as consequências destas falências?
Ontem, apanhei isto no Twitter:
NEW
— Disclose.tv (@disclosetv) October 18, 2022
125 years after foundation: German construction company Wolff Hoch- und Ingenieurbau insolvent.
130 years after foundation: German confectionery manufacturer Bodeta insolvent.
156 years after foundation: German automotive supplier Borgers insolvent.
Entretanto, no dia anterior tinha lido:
"The backbone of German innovation and a major source of future growth are its small to medium sized businesses. Almost 40% of total corporate turnover is generated by these enterprises, and they account for 55% of value added in the German economy. They also train the future industry workforce, and are responsible for 1.3 million of the 1.5 million training places in German companies. Keen innovators, smaller companies are often investing twice as much in research and development as their larger competitors. Unfortunately, the current crisis is hitting precisely this sector of the economy hardest, driving up insolvencies among Germany’s so called ‘Mittelstand’."
Mais do que uma consequência da guerra, recordo do Sábado passado Pode ser que cole à parede, julgo que isto é consequência de uma transição energética feita por políticos. Ou seja, às três pancadas e sem olhar a consequências e balanços energéticos (ainda recentemente na Califórnia estabeleceram data limite para deixar de vender carros com motor a combustão e bloquearam carregadores eléctricos por receio de apagões).
Quais as consequências destas falências?
Que redesenho da paisagem industrial na Europa?
quarta-feira, outubro 19, 2022
É sempre possível piorar!
É sempre possível piorar!
Em Janeiro deste ano escrevemos Não são elas que precisam de Portugal, Portugal é que precisa delas.
Agora, temos: Portugal entre os países menos competitivos a nível fiscal
Sildávia here we go! População portuguesa está mais pobre e a ficar para trás.terça-feira, outubro 18, 2022
Falta mão de obra? (parte II)
segunda-feira, outubro 17, 2022
Falta mão de obra?
Sim, eu sei que a emigração rouba mão-de-obra.
Sim, eu sei que existe imigração.
Sim, eu sei que existe competição entre sectores económicos.
Julgo que este artigo ajuda a ilustrar o que se pode estar a passar, da próxima vez que ouvirem empregadores a dizer que falta mão de obra:
"Carolina Reyes was surprised when she heard that an assistant teacher at her child care center in suburban Maryland was quitting for a job cleaning high school classrooms. The hours — 6 p.m. to midnight — seemed crummy. And the work hardly seemed more satisfying.
But then Reyes, who owns the center, heard about the salary — $24 per hour, compared with the $15 she was able to offer.
The worker was only one of several Reyes lost recently — part of a national exodus from the child care profession. The shortage is contributing to a crisis for parents, as child care providers close their doors or limit enrollment in response to a labor market in which they cannot compete.
There are 100,000 fewer child care workers than there were before the coronavirus pandemic, according to the Bureau of Labor Statistics. Even as private-sector employment fully rebounded over the summer from the job losses caused by COVID-19, the child care sector shrank and was 9.7% smaller last month than it was in February 2020, federal data shows.
Program directors point to a few explanations for the shortage: competition from other sectors, as well as regulations — including license requirements, vaccine and masking rules — that could dim the enthusiasm of some job candidates.
The typical American child care worker earns about $13 per hour, and many earn just above minimum wage. Last year, 29% were so poor that they experienced food insecurity, according to a survey conducted by researchers at the University of Oregon.
Positions stocking shelves at Target, ringing up groceries at Trader Joe’s, and packing and loading boxes at Amazon warehouses now often pay more than jobs in child care programs in many parts of the country. Working at a nail salon or managing pharmacy benefits over the phone can also lead to higher earnings."
Se falta mão de obra é porque há quem pague mais por ela. Se não dá para pagar por ela, talvez seja uma mensagem do mercado a dizer que o negócio não tem pernas para andar, talvez seja de desviar os recursos para outro empreendimento.
Trecho retirado de "Why You Can't Find Child Care: 100,000 Workers Are Missing" do New Yor Times
domingo, outubro 16, 2022
Dedicado aos que pensam que estas coisas só acontecem em Portugal
Estados Unidos, Outubro de 2002, unidade de fabrico da LEGO.
"You've never been trained in it? I asked the operator on the production line at LEGO. I was holding the operating manual open at the page showing the process that I had been referring to. The machinery was whirring in the background, we had to raise our voices slightly to be heard. There was a row of 12-14 vibratory bowls, each about 1m wide, in which LEGO bricks were automatically sorted and counted, then dropped into bags.
'No,' came the reply.
I took the manual to the supervisor, who told me: I've never even seen it before.'
The official LEGO quality operating processes looked impressive on paper; the problem was that operators did not follow them - or were not even aware of them, in some cases."
Dedicado aos que pensam que estas coisas só acontecem em empresas de vão de escada e em Portugal.
Trecho retirado de "Deliver What You Promise" de Bali Padda.
sábado, outubro 15, 2022
Pode ser que cole à parede
Ontem, 13.10.2022 - "Cada falência é uma vitória de Putin", diz o líder da indústria têxtil portuguesa
"O presidente da ATP - Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, Mário Jorge Machado, deixou esta quinta-feira mais um alerta sobre como o disparo do preço do gás natural está a pressionar a indústria têxtil: “Cada falência é uma vitória de Putin, que está a usar o gás como arma económica”."
Parece que o Putin tem as costas largas, e eu sou a última pessoa a querer defende-lo.
A 18.10.2021 - "Já há empresas têxteis a ponderar encerrar portas devido à escalada dos preços da energia"
"Já há empresas têxteis a ponderar encerrar portas devido à escalada dos preços da energia. Com os preços do gás natural cinco vezes mais caros e da eletricidade duas vezes mais elevados do que há três meses, muitas empresas deste setor já fazem contas e admitem não conseguir fazer face ao aumento dos encargos energéticos, a que acresce ainda a subida ou escassez de matérias-primas. Uma situação que poderá comprometer a retoma económica antecipada pelo Executivo, alerta Mário Jorge Machado, presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP)."
Em 2013 apresentei este gráfico:
Entre 2005 e 2012 o sector têxtil perdeu 3000 empresas e manteve o volume de exportações. Nesse tempo o impacte da China era visto, justamente, como "É a vida!"
Em 2022 as exportações têxteis estão em alta. Por que devemos salvar empresas? Desconfio que muita gente quer que empresas condenadas pelo mercado sejam salvas pelos contribuintes.
BTW, a propósito disto ""TÊXTEIS PORTUGUESES PASSARAM O TESTE DE STRESS HA 20 ANOS"" onde se pode ler:
"os desafios ao sector são enormes mas “os têxteis portugueses passaram o teste de stress há 20 anos”, disse Pedro Siza Vieira, ex-ministro da Economia,
...
E os que passaram esse teste de stress de há 20 anos não vão agora ser derrotados por mais uma crise."
Este advogado de gabinete lisboeta tem de aprender o que é o índice de turbulência - Debaixo da superfície calma e pacata. Fez-me lembrar a parolice nortenha O provincianismo nortenho!
Qualquer reunião empresarial para que convidem estas personalidades é um sinal para não perder tempo com essas reuniões. O que é que eles sabem da economia transaccionável? Come on!
Portanto:
- Outubro de 2021
- Outubro de 2022
- Abril de 2022
- Março de 2022
"Para este responsável, no curto prazo a "prioridade deve ser salvaguardar a indústria têxtil", ao mesmo tempo que esta se prepara para um "futuro competitivo a longo prazo". Futuro esse que terá de ser assente em "fundações fortes", ou seja, em inovação, criatividade, qualidade e sustentabilidade. "Eu sei que estas podem parecer só palavras bonitas, mas acredito que precisamos de continuar a investir em inovação, de continuar a atrair criatividade para as nossas empresas, de produzir artigos de alta qualidade e de nos tornarmos mais sustentáveis porque essa é a receita para o nosso sucesso num mercado globalizado e altamente competitivo", frisa.Mas tudo isso exige diz Alberto Paccanelli, um "novo quadro regulatório no qual a qualidade e a durabilidade se tornem o norte, [Moi ici: Durabilidade? Come on Are you prepared to walk the talk? Qualidade? O que quer dizer qualidade? Um Fiat tem menos qualidade que um Mercedes? Tudo conversa para levantar barreiras alfandegárias] em que a transparência e a sustentabilidade são premiadas e em que os free riders, que não cumprem com as regras e os standards [europeus], são mantidos fora do mercado". Ou seja, há que garantir que o novo quadro será "justo e equilibrado, o que exige um diálogo constante e próximo entre o regulador e a indústria", defende."
sexta-feira, outubro 14, 2022
Tudo vai depender do tal jogo de forças (parte II)
Recordar Tudo vai depender do tal jogo de forças.
Agora dados de Janeiro a Agosto:
Quando comparamos 2022 com 2019, último ano sem pandemia, dá para perceber que estamos a trabalhar bem:
- sucesso da actividade comercial;
- política de covid-zero na China;
- efeito da inflação dos preços industriais.
- fábricas de solas fechadas com pessoal em casa, a aguardar que o começo da produção do próximo Verão comece a justificar o retorno à actividade;
- fábricas de calçado com contratos de electricidade renovados antes de 2022;
- fábricas de calçado com contratos de electricidade renovados em 2022.
quinta-feira, outubro 13, 2022
Curiosidade do dia
Só esta semana 3 amigos meus disseram que querem fechar ou vender as suas empresas. Um deles pediu-me mesmo para tratar do encerramento até final do ano.
— Nuno (@_wait4_it) October 13, 2022
E nenhuma delas é insolvente. As pessoas apenas estão fartas e cansadas.
Falta de empregados, impostos, preços das coisas, etc
O sabotador!!!
Recordar O retrato (parte III), O retrato (parte II) e O retrato.
"In our experience, customers are rarely profit drains because of below-market pricing; they’re profit drains because of an excessively high cost to serve, generally caused by relatively minor factors that are unseen and unmanaged. The good news is that this is often relatively easy to fix: You can create a win-win solution for both companies, increasing the customers’ own profitability while converting many into profit peaks. We call this process of joint cost reduction — increasing profitability by lowering the cost to serve rather than raising prices — conditional pricing."
Relacionar com isto de "your interests overlap, but they are not the same":
"The mantra that 'the customer is always king' requires interpretation, I learned. The customer is transactional; your interests overlap, but they are not the same. You provide a good service; you delight the customer, but you maintain margins sufficient for a good living and protect your own interests. [Moi ici: Demasiadas vezes quem negoceia o preço com o cliente, a seguir aceita alterações que sabotam as margens negociadas] You do not necessarily cede to every demand a consumer makes,"
Treco inicial retirado de "3 Strategies for Managing Your Profit-Drain Customers"
quarta-feira, outubro 12, 2022
Riscos vs oportunidades
- o que pode correr mal?
- o que costuma correr mal?
- o que nos pode desviar do resultado pretendido?
"We kept asking: why? Why are we doing this? It is human nature to interrogate new proposals far more rigorously than existing procedures. Key to improvement is to interrogate everything, including the obvious, and to involve all relevant individuals in the discussion....Why do we stick to the same approach for years, instead of continually seeking to improve it, like Formula 1 engineers at the pit stop?"
terça-feira, outubro 11, 2022
Por que ficamos admirados com a falta de produtividade do país?
Há cerca de um mês escrevi Depois, vamos ficar admirados com a falta de produtividade do país. Na semana passada escrevi A brutal realidade de uma foto.
À medida que vou envelhecendo é cada vez mais frequente detectar, encontrar, "cheirar" situações em que supostos "experts" debitam um discurso sobre um tema em que não conseguem passar de superficialidades e de pedidos de estudos. Ainda me recordo da primeira vez, foi sobre Camarate, mas se quiserem uma galeria de cromos tenho uma série de 25 - Aprenda a duvidar dos media (parte XXV).
Por que ficamos admirados com a falta de produtividade do país? Ela é uma consequência natural da nossa mentalidade. Ei-la em todo o seu esplendor:
"O presidente da delegação regional da Ordem dos Economistas, [Moi ici: Não é uma pessoa qualquer] Francisco Bettencourt, alerta para possíveis problemas de "tesouraria" e "viabilidade" das empresas açorianas, devido ao aumento previsto do ordenado mínimo para 2023, defende medidas que ajudem a "compensar" o incremento dos custos. [Moi ici: Reparem na solução para o aumento do salário mínimo ... não é o aumento da produtividade, não é o repensar da forma de trabalhar, não é o encerramento e concentração, não é o aumento dos preços, é a ajuda de Deus ex machina]
"O aumento do ordenado mínimo, embora não compense a subida da inflação para as famílias, porque abrange uma franja muito grande de trabalhadores, implica sempre um investimento muito considerável por parte das empresas, o que pode complicar a sua viabilidade. Acredito que as empresas venham a ter problemas de tesouraria devido a este aumento", [Moi ici: Não diz uma palavra contra o aumento do salário mínimo, mas está preocupado com a incapacidade das empresas para o pagarem. E não acha estranho, e não se questiona] alerta Francisco Bettencourt.
Nesse sentido, o economista realça que esta medida "tem de ser compensada, [Moi ici: Já cá faltava o pedido do apoiozinho, o choradinho pelo subsídio] pelo menos numa fase inicial, de forma a que as empresas possam suportar também os consequentes aumentos da segurança social e de outros impostos, até porque estamos a recuperar de dois anos de pandemia e as empresas ainda não estão com a sua tesouraria equilibrada", ressalva.
Para Francisco Bettencourt, esta compensação terá de partir do Governo da República, uma vez que se trata de uma decisão a nível nacional. "A decisão sobre o aumento do ordenado mínimo é do Governo da República. Como tal, qualquer compensação que haja a esse nível também deverá ser efetuada pela República", afirma.
...
Francisco Bettencourt fala, por isso, num "ano de 2023 mais complicado" e defende que, ao nível das famílias, terá de haver uma preocupação grande com as camadas mais vulneráveis" por parte do Go- verno açoriano.
Quanto às empresas, destaca que será importante a aposta em "créditos a fundo perdido ou com bonificação dos juros para que possam continuar a sua atividade, [Moi ici: As empresas, segundo o economista, não conseguem suportar o aumento do salário mínimo. Por isso, têm de ser apoiadas. E para fazer face a um 2023 complicado a solução é: créditos a fundo perdido, quem será que paga esse crédito? E mais dívida. E dizer às empresas para mudarem de vida? E dizer às empresas que não têm direito à vida, que têm de fazer pela vida? Dá a ideia que o economista vê a economia como estando, ou devendo estar em estado de equilibrio e não se pode mexer na população das empresas] já que muitas delas ainda não conseguiram recuperar dos dois anos de pandemia", salienta."
Trechos retirados de "Economistas defendem compensações às empresas pelo aumento do ordenado mínimo" publicado no jornal Açoriano Oriental de 9 de Outubro de 2022.
NOTA: Não me promuncio sobre a existência de salário mínimo.
segunda-feira, outubro 10, 2022
Pavões
Ontem fui, mais uma vez, ameaçado.
Desta vez para que mais dinheiro dos meus impostos seja canalizado para financiar o Portugal Fashion, depois da TAP, da EFACEC, do Euro, da Expo, da ...
Segundo o JN de ontem:
"O Portugal Fashion, um evento de promoção da moda nacional que permite divulgar as fileiras do têxtil e calçado e alavancar a internacionalização do setor, está em risco de não se realizar a partir do próximo ano por falta de financimento europeu. [Moi ici: Por que se organiza um evento como o Portugal Fashion? Haverá algum estudo sobre as consequências da participação das empresas no Portugal Fashion? O evento é eficaz ou não? Se é eficaz, os participantes não estão dispostos a financiar o evento? Se não é eficaz, então não vale a pena fazê-lo!]
...
TÊXTIL VALE 6 MIL MILHÕES A realização do evento no Porto é tida como essencial para o têxtil e o calçado. [Moi ici: Isto cheira-me a um empolamento exagerado do impacte do evento. Imaginam que se o evento fosse mesmo essencial para o têxtil e o calçado não aparecia financiamento privado para o fazer?] Ao dar "visibilidade" à fileira do têxtil nacional, através do "espetáculo que é a passagem dos produtos pós confeção", este certame potencia negócios com valor acrescentado, [Moi ici: Potencia negócios com valor acrescentado para quem? E esses beneficiados não estão dispostos a investir no evento?] novos contactos e atrai pessoas, adianta Mario Jorge Machado, presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP).
...
Dentro da fileira, [Moi ici: Têxtil] "o elo mais fraco, que está menos desenvolvido, é o de marcas com origem portuguesa. Não temos conseguido criar marcas com um posicionamento a nivel global". E, "se não tivermos um centro em que se comece a fazer a criação dessas marcas, matamos ou diminuimos significativamente a possibilidade de isso acontecer", explica, ainda, Mário Jorge Machado. [Moi ici: OK, então o presidente da ATP tem estudos que demonstrem o impacte positivo do evento? Pode apresentá-los?] Nesse sentido, se o Portugal Fashion acabar, "vai ser ainda mais difícil" dar visibilidade, sobretudo a nivel internacional, ao setor têxtil e, em particular, às marcas nacionais." [Moi ici: Não têm curiosidade em saber qual o retorno em euros para as marcas que participaram em edições anteriores do evento?] A dimensão internacional vai ficar fortemente prejudicada e diminuida' frisa. [Moi ici: Será que ele disse isto sem se rir?] Com este evento, há uma promoção setorial e do pais. Por isso, deve haver algum investimento público para fazê-lo, defende o presidente da ATP, descartando a possibilidade de serem as empresas do setor a suportarem todos os encargos." [Moi ici: Então querem organizar um evento que supostamente beneficia as empresas participantes e não querem correr riscos?]
Quando referi a minha estupefacção no Twitter, alguém escreveu "pavões"
domingo, outubro 09, 2022
Os dependentes, e os trouxas afligidos com o sentimento de culpa
Há dias mão amiga encaminhou-me um artigo, "The Impact of the Subconscious on Risk-Based Decision Making" de George Haber.
A certa altura deparo com este trecho e a minha mente foge do tema e voa para outras paragens:
"categorizes safety culture into four stages — reactive, dependent, independent and interdependent. Organizations with little safety culture or maturity reside in the reactive stage, and those with safety systems and an awareness of the need to follow the systems will usually position an organization in the dependent stage. The next phase, referred to as independent is best defined by an internal maturity of the workforce. While in the reactive and dependent stages, workers are typically reliant on the external factors introduced in these two phases. The independent stage, however, requires a shift in which workers develop an internal sense and drive to seek a safer work state through their own awareness, actions and interactions."
Não é a primeira vez que vejo estes modelos de maturidade aplicados a organizações. O que emergiu no meu consciente foi a pergunta: Por que não aplicamos os mesmos modelos a países? Será por ser politicamente incorrecto?
Por exemplo, quando falamos do progresso feito no tempo da troika, quando falamos em Passos Coelho como o gestor da falência no tempo da troika, estamos a falar de uma organização numa fase dependente, pelo menos essa, onde "While in the reactive and dependent stages, workers are typically reliant on the external factors introduced in these two phases".
Ainda esta semana:
estão a ver ... a previsão mais fácil de fazer
— Carlos P da Cruz 🇺🇦🚜🇳🇱🇬🇪 (@ccz1) October 6, 2022
governantes portugueses sempre prontos a sacar impostos aos tótós dos frugais.
já hoje ouvi na rádio costa a fazer-se a uma nova bazuca
que vergonha sinto por este país-pedinte https://t.co/rrJiP9naM9
Um protectorado incapaz de agir como um adulto independente. E voltando à linguagem do artigo, os frugais não só têm de ser independentes como interdependentes... têm de nos aturar e tomar conta de nós, que descobrimos uma nova forma de colonialismo, já não sugamos recursos a uma colónia, mas a trouxas afligidos com o sentimento de culpa que lhes ficou da histórica herança cristã.
sábado, outubro 08, 2022
"your interests overlap, but they are not the same"
"The mantra that 'the customer is always king' requires interpretation, I learned. The customer is transactional; your interests overlap, but they are not the same. You provide a good service; you delight the customer, but you maintain margins sufficient for a good living and protect your own interests. [Moi ici: Demasiadas vezes quem negoceia o preço com o cliente, a seguir aceita alterações que sabotam as margens negociadas] You do not necessarily cede to every demand a consumer makes, yet if a loyal customer suggests a discount for a large purchase, you seek ways to accommodate them. It is a relationship based on negotiation and mutual respect, not excessive subservience: the customer is king, but not an autocrat.
...
Ultimately, a business exists to serve a human need, so its orientation, and the application of everyone in the enterprise, must be geared to that. This means that the principles of understanding the customer, meeting their needs, of fairness and assertiveness in negotiations are timeless and will always be central.
...
Customers in business-to-business relationships have their money-making logic, you have yours. Understanding this is key to understanding behaviour and as a guide in negotiations."
A verdade é que a figura acima é uma simplificação da realidade. A figura acima assume que o fornecedor escolheu os seus clientes-alvo. O mais provável é que não o tenha feito e parta do princípio de que tudo o que vem à rede é peixe.
E para quem faz exercícios sobre partes interessadas na ISO 9001, o que fazem com os requisitos relevantes dos clientes que não coincidem com os da empresa? Dizer não é o princípio de ter uma estratégia para o negócio. Já os oiço: "Sacrilégio!"
OK, continuem a pagar para trabalhar.
Trechos retirados de "Deliver What You Promise" de Bali Padda.
sexta-feira, outubro 07, 2022
É win-win, mas têm de deixar de olhar para dentro do polimerizador
No livro, "Deliver What You Promise" de Bali Padda, antigo COO da Lego, encontro no prefácio o seguinte diálogo:
"- The first priority is to be flexible.
- No, the first priority is to be reliable. Deliver what we promise. Reliability first, flexibility second."
As empresas certificadas de acordo com a ISO 9001 têm uma cláusula que devem aplicar, a cláusula 4.1 sobre a análise do contexto. A maior parte das empresas segue um ritual ôco, estilo cerimónias do 5 de Outubro, anualmente repetem um exercício de análise do contexto que se limita a bajular a direcção e a equipa de gestão, e a demonstrar como o Titanic vai bem e recomenda-se. Mantêm 95% dos factores que o consultor plantou no sistema aquanda da implementação do sistema e siga. Serve para calar auditores da entidade certificadora.
A minha sugestão para os responsáveis de sistemas de gestão da qualidade, do ambiente, da segurança, da segurança da informação, ... passa por na próxima análise do contexto levarem um recorte da entrevista de António Saraiva ao Público de ontem:
"Acha que pode haver um racionamento de energia neste Inverno para famílias e empresas em Portugal?
Não há uma maneira boa de dar uma má noticia e não quero ser profeta da desgraça ou de más noticias catastrofistas. Mas temos que ter alguma fé [Moi ici: Hope is not a strategy!! Hope is not a good plan!!!] que vamos ter chuva em maior quantidade do que tivemos nestes últimos dois anos. Estamos, como sabemos, com a maior seca dos últimos 500.
...
Enfim, vamos ter esperança de que vai chover mais, porque, se assim não for, vamos ter que tomar, nós, país, algumas medidas de criar reservas com algumas reduções inteligentes de consumo. " [Moi ici: Que linguagem rebuscada para dizer algo sem ser entendido pela populaça!!!]
E levarem um recorte da primeira página do Jornal de Negócios de ontem:
quinta-feira, outubro 06, 2022
"an inspiring or urgent reason to change"
"When you create something yourself, you feel ownership of it, and once you own it, you might care enough to improve it. You can say the same thing about teams that create their work process: They feel ownership of their approach, which makes them take responsibility for improving it. Once teams discover and learn what works for them, they can share that learning with other teams across the organization. This process of lateral learning enables the organization to discover which changes it needs to make to build a model that works in its context....Successfully bringing agility into an organization is a journey of discovery and learning. There is no fixed end-state when you can say, "The transformation is done." Instead, the end-state is a dynamic one, in which new insights are continually used to improve the product, processes, and organizational design....Having an inspiring or urgent reason to change is a precondition for a successful transformation. Without it, the chances of lasting change are slim. After all, why would we change if all is running perfectly? Once the reason is there, then the hard work begins."
quarta-feira, outubro 05, 2022
Uma preocupação
Um título, "Technology alone won’t solve your organizational challenges", que retrata uma preocupação de anos do meu parceiro das conversas oxigenadoras.
Há anos que o oiço enunciar o seu espanto com as empresas que julgam que a tecnologia é a condição necessária e suficiente para aumentar a produtividade das empresas, o seu espanto com as empresas que não colocam as pessoas na equação. Quem vai operar a tecnologia? Quem vai encontrar os novos clientes para a nova produção?











