"Seek advantage in adversity. Don’t merely endeavor to mitigate risk or damage or restore what was; rather, aim to create advantage in adversity by effectively adjusting to new realities.Look forward. In the short run, a crisis many appear tactical and operational, but on longer timescales, new needs and the incapacitation of competitors create opportunities. Crises can also be the best pretext for accelerating long-term transformational change. One of the key roles for leaders is therefore to shift an organization’s time horizons outward."
domingo, julho 05, 2020
Sempre do lado do problema, nunca da solução
Há tempos tive conhecimento que esta empresa, Chegg.com, estava a ter um boom à custa do covid-19 e das quarentenas. Recordei ter visto num telejornal uma representante das empresas que dão explicações a lamentar a desgraça que está a ser este ano por causa do covid-19. Pois, um país de coitadinhos, sempre à caça de mais um apoio. Incapazes de fazer um esforço para ver como virar a mesa a favor, gente como o Mário Nogueira, estão sempre do lado do problema, nunca da solução.
Trechos retirados de "A Guide to Building a More Resilient Business"
"If they can’t sell a price increase I don’t want them on my team"
Tanto por fazer a este nível nas empresas portuguesas.
"The best thing a salesperson can sell is a price increase. Pricing is so important – in fact, it is the most important profit lever. Pricing is one of the most fundamental aspects of any business – every company has to set prices for its products and services. If the world was a rational place, pricing management would be a core competence of every firm, but in reality it almost never is.The beauty of pricing, and price increases in particular, for sales leaders is that it all drops straight through to the bottom line. As one recently remarked to me about her salesforce, “If they can’t sell a price increase I don’t want them on my team."At the same time, we know that many salespeople hate even the thought of price-related customer conversations, let alone price increases."
Trecho retirado de "Can You Sell a Price Rise?"
sábado, julho 04, 2020
Ressignificar as experiências
Há tempos uma colega falou-me nesta palavra "ressignificar":
"Viver é estar sujeito a passar por momentos bons e ruins, que nem sempre – ou quase nunca – estão sob nosso controle.Trechos retirados de "Ressignificar: significado, como fazer e benefícios"
No entanto, como vamos reagir a determinadas circunstâncias é uma escolha. Cabe a você decidir se uma crise existencial, por exemplo, vai deixar ensinamentos ou vai servir apenas para lamentações e vitimizações.
...
por mais difícil que a realidade pareça, sempre há uma alternativa.
...
Nos dualismos da vida, a ressignificação é o que nos faz olhar para o lado bom quando a impressão é que só existem coisas ruins para extrair.
Copo meio cheio ou meio vazio?
Preferir sempre olhar pelo lado positivo e priorizar o otimismo ao pessimismo é escolher a ressignificação.
Mas há outros benefícios que buscar outro significado para as nossas experiências pode ter."
"When we talk about resignifying one’s experiences, we’re talking about changing their meaning and seeing them from a new perspective, one that’s less distressing and exhausting.Trechos retirados de "Resignifying Experiences is Essential for Change"
...
Each of your experiences is associated with an emotion. And the meaning you attribute to each experience will always be tied to it. Therefore, giving it another meaning is going to make you focus on a different emotion.
...
Resignifying former experiences is essential for transformation. It’s your choice to either transform or remain stagnant and unable to fly."
Concentrar a energia na acção
Há pessoas, há empresas e há situações em que parecem helicópteros:
Muita gente tem dificuldade em lidar com o abstracto, mas quando a ideia aparece escrita numa folha de papel, quando se torna em algo de concreto, normalmente impele à acção.
Até fazem barulho, até sentem os desafios no ar, até identificam os ingredientes do problema, até se antecipam ao problema, mas nunca mais se decidem, não saem do sítio, pairam e pairam e pairam.
Esta semana analisei a listagem dos factores que uma empresa inclui na sua tabela SWOT.
É claro que encontrei o habitual rol de factores da treta que sempre povoam estas listas, mas também encontrei coisas originais e alavancáveis. Engraçado como às vezes temos uma preocupação enorme em fazer uma lista enorme, quando com apenas meia-dúzia de factores críticos pode-se construir qualquer coisa com sentido.
Se conjugarmos Fraquezas e Ameaças visualizamos escrito no papel uma descrição do inferno em que o mercado interno se vai transformar. Muita gente tem dificuldade em lidar com o abstracto, mas quando a ideia aparece escrita numa folha de papel, quando se torna em algo de concreto, normalmente impele à acção.
sexta-feira, julho 03, 2020
"Lives of quiet desperation"
Esta manhã enquanto conduzia emergiu na minha mente a frase de Thoreau:
"Lives of quiet desperation.What is called resignation is confirmed desperation"
Há cerca de quinze dias escrevi no Twitter:
Ontem passei o dia todo fechado numa empresa. Saí já depois das 19h e enquanto conduzia dei comigo a ouvir um programa na Rádio Renascença onde os comentadores do regime alinhavam com o governo e diziam amém a duas nacionalizações. Nem uma voz contra, nem uma voz a desdizer a narrativa oficial sobre a EFACEC ou sobre a TAP.
Mais dinheiro impostado aos contribuintes torrado em delírios da corte lisboeta. Mais pedras no saco às costas das empresas que têm de fazer corridas com empresas de outros países com governos menos atreitos a orgias socialistas.
Isto nunca vai ter fim, este país nem com 5 troikas vai mudar. Ingenuidade pensar que a UE nos ia proteger...
A 1 de Setembro de 2007 no Expresso, Daniel Bessa escreveu:
"... faltou sempre o dinheiro que o "Portugal profundo" preferiu gastar na "ajuda" a "empresas em situação económica difícil"...
"there is no single way to be rational"
"For an individual, choosing the strategy most likely to succeed maximises expected winnings. But a group made up of such optimising individuals is eventually wiped out by infrequent calamities. As a result, the groups whose genes come to dominate are those who apply ‘mixed strategies’, varying their habitat. The American political scientist James Scott describes the reality of this in the history of ‘scientific’ forestry. Planting the ‘best’ trees led to monocultures which were in due course wiped out by previously unknown parasites. The Irish potato blight was able to devastate that country’s agriculture – leading to at least a million deaths from disease and starvation and to substantial and prolonged emigration from the island – because the potato had been identified as the optimal crop for that country’s conditions and so the country’s food production was poorly diversified. Humans are all better off because we are all different, and because there is no single way to be rational; we give thanks for our current state to St Francis and Oscar Wilde and Steve Jobs and to millions of people who became skilled at their own specialist but routine tasks.”
Recordar Valikangas e "Shit Happens!"
Trechos retirados de “Radical Uncertainty” de John Kay e Mervyn King
quinta-feira, julho 02, 2020
A conspiração continua
"A taxa de desemprego deverá ter diminuído para 5,5% em maio, segundo a estimativa rápida publicada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) esta quarta-feira. Os dados finais do desemprego de abril mostram que a taxa de desemprego se situou em 6,3%, o mesmo valor provisório que o INE já tinha divulgado no início de junho....A população desempregada terá situado-se em 267,9 mil pessoas, uma diminuição de 16%, ou 50,9 mil pessoas, em comparação com o mês anterior, e de 19,2% ou 63,7 mil pessoas, face a três meses antes. Em comparação com o período homólogo de 2019, a população desempregada caiu 21,9%, o equivalente a 75,2 mil pessoas."
Que dizer destes indicadores e das suas definições...
Os dirigentes do INE não têm vergonha de publicar estes números?
Recordo "A teoria da conspiração exposta"
Trechos retirados de "Desemprego desce para 5,5%, mas número de inativos aumentou para 14,2%"
Empresas estratégicas
Este artigo, "So, You've No Room to Grow... or Have You?", é simplesmente delicioso.
Nestes tempos de torrefacção de impostos para proteger empresas supostamente estratégicas o que dizer de:
"#5 “When you say ‘strategic’ account, I hear ‘loss-making’ account” (Gamblers’ fallacy).I am afraid this one is one of my own quotes, borne out of experience. When looking for outliers within a client’s customer portfolio, a few blue-chip names often show up with both low revenues and margins. The usual explanation given for this is that it is a “strategic account”, often a firm that has had the potential to be a key account but for some reason is not. The assumption is that, if we keep trying, the bad luck will eventually reverse. To try to encourage growth, increasingly better offers are put on the table. If such a client ever were to grow to the size of a key account though, it would then expect even bigger discounts and so the account would end up underwater, if it is not already. The reality is usually that the service level from a competitor is superior, that switching costs are prohibitively high and/or that the client is happy to dual-source to keep their primary supplier on its toes. At some point it will be worth directing your energies elsewhere."
quarta-feira, julho 01, 2020
"Turn, turn, turn"
No WSJ da passada segunda-feira li "How to Slay a Tech Giant (Apple)":
"They had 50% of the computer industry’s revenue but 90% of its profits. They used FUD—fear, uncertainty and doubt—to freeze out competitors. But IBM was vulnerable. A loose horizontal confederation threatened its power: Intel processors, Microsoft’s operating system, Western Digital hard drives and Compaq hardware, along with Lotus, Adobe and Microsoft applications, added up to a “Virtual IBM” and eventually toppled the giant. The same thing happened in the late 1990s with AT&T. A horizontal internet of network equipment, browsers and websites created a Virtual AT&T and toppled the vertically integrated telecom....Apple has become IBM, it’s become AT&T—a vertical giant waiting for a future David to come along with a horizontal slingshot..If I were an investment banker today (Lord help me) I’d be running around pitching a Virtual Apple. Neutralize its strengths and then attack new markets....Unit sales of iPhones and iPad peaked years ago. As the company runs out of new customers, growth is coming from adjacent markets like watches and earbuds, and from online services. And now the Justice Department is investigating its app store for abuse....Remember, IBM didn’t fail overnight—it took decades. But its growth rolled over and the stock market eventually figured that out and cut off access to cheap capital."
Recordar "Turn, turn, turn"
A rapidez é fundamental
Já por aqui escrevi várias vezes sobre o imperativo da urgência de actuação nestes tempos. Por isso, critiquei o prolongamento do lay-off. Por isso, fiquei doente ao perceber que as empresas têxteis andaram distraídas a brincar às máscaras. Até me apetece chorar só de voltar a pensar nisto.
Nos trechos que se seguem, retirados de "Coronavirus: Nine in Ten Companies Need to Act Now!" acaba-se assim:
"Takeaway: Commercial agility is keyWe expect most companies to experience the demand extremes and the stresses of at least two of these scenarios in the next 18-24 months, perhaps even simultaneously depending on how the pandemic progresses in different markets around the world. Whether a company or industry can move to a better position, or defend a desirable one, will come down to their commercial agility. This is the ability to make resilient offer design, sales, cost management and pricing decisions with unprecedented speed and flexibility – over and over again – until some form of equilibrium returns to their market.In this crisis, you have to be faster. You have to reduce your capacity faster, but you also have to bring it up faster. You need to defend the top line and find growth earlier than later."
"We don’t see the point in crystal balling whether the market will go up or down by one, two, three, four, or five percent. We can’t predict the exact scenario for the rest of the year or tell you whether things will brighten up in seven, eight, or 15 months. Instead, what we are most interested in is what needs to change. How are customer needs evolving and how do companies need to respond in terms of their sales, marketing, and pricing approach? We look at demand, not just in terms of volume swings, but also whether behavioral changes in customers will be permanent, and how to react to them....If your industry belongs to the nine in ten outside of the thriving category, then you need to take action now!"
É claro que isto é uma simplificação. Aposto que os materiais de construção DIY estão a ter um desempenho melhor que o resto do sector.
terça-feira, junho 30, 2020
"do I really need to sell a brand?"
"do I really need to sell a brand? Isn't that just a distraction--a way to push an inferior product by confusing the buyer with a bunch of piffle paffle? Isn't my product the most important thing?...Let's face it, without a story, your product is likely just a commodity. Commodities do not sell themselves. It's the stories, myths, legends, grifts, and shticks that we tell about our products that do the heavy lifting. Nota bene: They don't have to be true. They just have to be interesting....Product attributes are never enough--unless your product attributes are exclusively yours or no one else has owned them yet."
Trechos retirados de "Why Every Product Needs a Great Brand Story"
Por cá, basta torrar impostos na TAP e na EFACEC para ficarmos todos bem!
Ontem, depois disto:
Li no FT "Small business: a canary in the American economic coal mine":
"If you’re looking to predict the shape of the economic recovery in the United States – be it V, W, L or even K – don’t look at the markets. Take a look at the small and medium-sized businesses that account for 50 percent of the country’s employment. They are the best economic indicator in America right now. They are also in trouble....By mid-April, revenues from personal service businesses – typically a single entrepreneur working, for example, as a locksmith, hairstylist, or pet sitter – were down 80%. These companies are disproportionately owned by minority entrepreneurs, another reason why the pandemic is increasing inequality. In mid-June, almost half of US small business owners said they did not expect to return to normal operations in the next six months, according to a Credit Suisse survey..These companies – from health clubs to restaurants and retailers – employ about half of the US workforce. These are not “strategic” or “high-growth” companies that policy makers and economists generally seek to encourage. But their pain “is a big problem for the macro economy,” as Deutsche Bank Securities chief economist Torsten Slok told me – not least because they provide far more jobs than the S&P 500 companies, which account for only 10 percent of the US nonfarm total wages....You don’t have to analyze public health statistics or wacky analyst reports to get a sense of the real economy in America. Just go down Main Street. The many small businesses that have closed represent two-thirds of the 20 million jobs lost since the pandemic. Some old hotspots, like New York, reopen with caution. But most small business revenue forecasts are not close to normal..A second wave of illnesses would certainly trigger a new wave of layoffs and insolvencies. According to the New York Fed, only one in five small businesses can survive a loss of income for two months. Many small businesses even reduce their rehiring when they reopen. For the most affected areas, things may never return to normal. The Credit Suisse survey found that 17% of hotels and restaurants believe their revenues will never return to pre-Covid-19 levels..The ripple effects from all of this will be huge. Many small businesses are physical, not virtual. They are not designed for locking. They do not have access to world capital. They are rooted in the communities they serve.Their fortunes are not flattered by the liquidity of the central bank. Any investor who really wants to take the economic pulse of America has only to speak to the owner of his local cafe, beauty salon or cinema. They will have a very different reading from that of Wall Street."
Por cá, basta torrar impostos na TAP e na EFACEC para ficarmos todos bem!
segunda-feira, junho 29, 2020
"Risk is failure of a projected narrative"
A ISO 9001 aborda a abordagem baseada no risco.
“The Oxford Dictionary defines risk as ‘the possibility that something unpleasant or unwelcome will happen’,…Risk in its ordinary meaning concerns unfavourable events, not beneficial ones..Risk is asymmetric. We do not hear people say ‘there is a risk that I might win the lottery’ because winning the lottery is not something they would describe as a risk. They do not even say ‘there is a risk I might not win the lottery’ because they do not realistically expect to win the lottery. The everyday meaning of risk refers to an adverse event which jeopardises the realistic expectations of the individual household or institution. And so the meaning of risk is a product of the plans and expectations of that household or institution. Risk is necessarily particular. It does not mean the same thing to J. P. Morgan as it does to a paraglider or mountain climber, or to a household saving for retirement or the children’s education.…Very often, the risks that concern us are not risks to the status quo, but risks to our plans to change that status quo.…We believe the best way to understand attitudes to risk is through the concept of a reference narrative, a story which is an expression of our realistic expectations. For J. P. Morgan, the overarching reference narrative is one in which the bank continues profitable growth. A large corporation will have many strategies for achieving that overarching objective in particular areas of its business and there will be a reference narrative relating to each business unit. Some of these business unit reference narratives may be very risky, but the corporation may tolerate such risks provided they do not endanger the reference narrative of the organisation as a whole.…And since different people start with different reference narratives, the same risk may be assessed by different people in different ways. Risk may not be the same for those who work in an organisation as it is for the shareholders of that organisation.…Risk is failure of a projected narrative, derived from realistic expectations, to unfold as envisaged. The happy father anticipating his daughter’s wedding has in mind a reference narrative in which events go ahead as planned. He recognises a variety of risks – the prospective bridegroom has cold feet, a torrential downpour drenches the guests. There is an implied measure of risk in such assessment – an outcome can fall short of expectations by a narrow margin or a wide one. The scale of that risk may or may not be quantifiable, before or after the event. But this interpretation is very different to the view that has come to dominate quantitative finance and much of economics and decision theory: that risk can be equated to the volatility of outcomes.”
Trechos retirados de “Radical Uncertainty” de John Kay e Mervyn King
Ingenuidade
Há cerca de um mês, no postal "Time compression" escrevi:
"A atenção deve ser concentrada no médio longo prazo. Sempre!Não é a fazer máscaras e viseiras que as empresas vão ter futuro."
Agora descubro que efectivamente, o sector têxtil nacional andou a perder tempo e a desviar-se do fundamental ao dedicar-se à produção de máscaras. As empresas, como os agricultores, têm de perceber que não existe interesse nacional. São usadas como chiclete quando são precisas e depois são deitadas fora. Não culpo quem o faz, quem as deita fora depois de usadas. É a vida! Culpo quem ingenuamente não percebe que é assim.
No JN de hoje "Quebra nas máscaras atrasa recuperação do setor têxtil"
"O fabrico de máscaras e outros equipamentos de proteção contra a covid-19 foi um balão de oxigénio para o setor têxtil, mas está a acabar. Com o mercado nacional saturado e as exportações impregnadas de burocracias para a certificação, as encomendas caíram a pique e Portugal já está longe do milhão de máscaras diárias que estava a produzir no início de maio."
Enquanto canalizaram energias, tempo, atenção, para esta brincadeira, não as canalizaram para o essencial do negócio, procurar clientes no negócio fundamental.
A normandagem é como a ferrugem, nunca descansa
Um novo mundo
"El Gobierno ha modulado recientemente la ley general tributaria que regula las relaciones entre la Administración y los contribuyentes para incluir la posibilidad de realizar inspecciones mediante videoconferencia y adaptarse así a la nueva realidad a distancia que marca el Covid-19."
Trechos retirados do jornal El Economista do passado dia 27 de Junho.
domingo, junho 28, 2020
Até a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa vai ficar bem!!!
Voltei a recordar-me delas depois de ler: "Santa Casa da Misericórdia de Lisboa pode terminar 2020 com prejuízos acima de 30 milhões"
Eu devia ter 9 ou 10 anos quando vi esse episódio. Frank era despedido de emprego atrás de emprego, depois de deixar cada empresa em que ingressava no maior caos, provocado pelas suas trapalhadas. Nos minutos finais alguém, um psiquiatra(?), recomenda que Frank emigre para a Austrália, para assumir o emprego de guardador de rebanhos. Julgo que o psiquiatra terá dito "Põe-no a guardar um rebanho com 1 milhão de carneiros, mnesmo que perca alguns milhares ninguém vai notar". A imagem seguinte é a de Frank, sozinho, montado num cavalo, no meio de uma suposta pradaria australiana, a exclamar:
- Betty (a mulher dele), perdi-os todos!!!
Até a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa vai ficar bem!!!
Produtividade e tretas académicas
Ontem escrevi sobre "Como se aumenta a produtividade por hora de trabalho?"
Depois, durante o dia perguntaram-me se tinha algum conselho geral sobre como se aumenta a produtividade.
Quem pretende aumentar a produtividade num país deve pensar em aumentar a produtividade nas empresas concretas que povoam cada sector de actividade. E quando se olha para um sector de actividade encontra-se uma grande variabilidade de produtividades, uma grande variabilidade de rentabilidades.
Recordo a frase:
Existe mais variabilidade dentro de um sector de actividade do que entre sectores de actividade.
Assim, para cada sector de actividade, sugiro estudar as diferenças entre empresas concretas no topo da produtividade e comparar com as empresas na média do sector.
Entretanto, ao final da tarde de ontem encontrei o suplemento do Jornal Económico, "Relançar a Economia", publicado a 26.06.2020. Aí, no artigo "A reindustrialização nas mãos da economia portuguesa" sublinhei com desânimo alguns trechos proferidos por João Duque:
"João Duque defende que Portugal tem de “procurar setores de elevado valor acrescentado e com valor de marca. E, para isso, é fundamental o associativismo de setor e o estímulo a esse associativismo. Ganhar escala para sermos visíveis, como tão bem fizeram os industriais do calçado, por exemplo." [Moi ici: OMG! Aposto que João Duque nunca estudou o sector do calçado. Recordo a evolução do tamanho das empresas no sector em "Não vai ser nenhum 'lay-off' que as vai preparar para essa transição". Recomendaria a João Duque a leitura da série "Quantas empresas"]
Um outro trecho escandaloso, porque revela a falta de noção, a falta de estudo, a falta de percepção do que é a realidade concreta e não treta de macroeconomia:
"“Para começar, acho que podemos ir à lista de importações e começar a fazer o que importamos. Se conseguimos passar a fazer ventiladores, porque não outras coisas?”"
Leram isto? Agora, deixem mergulhar bem fundo na vossa consciência o significado de um comentador económico e professor universitário proferir esta afirmação.
Portugal importa calçado? Sim
Portugal exporta calçado? Sim
Faz sentido Portugal produzir internamente o calçado que importa? Nope! quem pagaria os salários desses operários?
"preço médio de um par de sapatos exportado de Portugal: 26.08 USDpreço médio de um par de sapatos importado para Portugal: 10.76 USD"
"Acaso a indústria portuguesa de mobiliário pode competir, num mercado aberto, com os preços do mobiliário asiático?E, no entanto:"A taxa de cobertura das exportações pelas importações do período em referência é de 235%.""
Nós produzimos para exportação a preços mais altos e importamos o barato para consumo interno. O futuro da economia portuguesa não é a reduzir importações, mas a exportar mais ainda. Sublinho:
"The Dutch (56%) are more then twice reliant on exports than Greece (21%), Turkey (20%), Portugal (26%) and Italy (24%)"
Assim se percebe a quantidade de treta académica do comentariado que enche o espaço no panorama mediático nacional.
sábado, junho 27, 2020
Como se aumenta a produtividade por hora de trabalho?
"Portugal é o sétimo país da União Europeia com menor produtividade por hora de trabalho, divulgou este sábado a Pordata, num retrato ao tecido empresarial do país, a propósito do Dia das Micro, Pequenas e Médias Empresas....“Em termos de produtividade por hora de trabalho, face à média da UE27 (=100), Portugal é um dos países com menor produtividade (65% da média da UE27)”, revelou a base de dados estatísticos da Fundação Francisco Manuel dos Santos, que analisou dados de 2018."
Uma batalha antiga neste blogue.
Como se aumenta a produtividade por hora de trabalho?
Falo de aumento a sério, não de migalhas. Como se aumenta a produtividade por hora de trabalho?
Aumentando os preços do que se vende.
Não façam, como eu, o papel de burros. Há um truque para subir preços sem perder clientes.
Recordar este postal de 2018 sobre o aumento de salários e o Evangelho do Valor!
Trechos retirados de "Portugal é o 7.º país da UE com menor produtividade por hora de trabalho"
Um provinciano muito à frente
No FT, edição americana, de ontem podia ler-se "Coronavirus rips a hole in newspapers’ business models":
"Our thesis is you have to invest in a product to have a chance at the digital media business. [Netflix chief executive] Reed Hastings believes that. What is striking to me is how few people [in news] have tried this. A lot of people are just trying to keep things from falling away.” The New York Times on Tuesday cut 68 jobs, largely in advertising, sparing the newsroom..‘The industry was so flush’Industry executives admit that the news business responded disastrously to the advent of the internet. Premium content was given away for free, while the publisher’s role between reader and advertiser was left wide open for others to intermediate, or replace..“We were extraordinarily naive, because the industry was so flush,” says Terry Egger, a veteran of the news business who recently retired as publisher of the Philadelphia Inquirer. “In the mid-1990s, there was so much profit . . . the internet was a novelty not taken seriously....The question is how far the subscriber model will stretch and whether it could ever replace the income from advertising. “Subscription revenue is more sustainable, it is recurrent, it has a lot of advantages,” says Kristin Skogen Lund, chief executive of Schibsted, the biggest publisher in Scandinavia, the region with the world’s highest density of news subscriptions. “The problem . . . is that the revenue base is simply not large enough. You would need to charge so much for a subscription to sustain the entire cost of running a media site.”
Recordar "O futuro do jornalismo" (Dezembro de 2017) e "Uma novela sobre Mongo (parte XV)" (Janeiro de 2017)
sexta-feira, junho 26, 2020
O canário na mina
Alguns "recortes" dos Jornal de Negócios de ontem:
Repare naqueles 39 mil milhões de euros...
Repare naqueles 22%... quase um quarto dos créditos totais
Depois recorde os números do desemprego... recorde o estado actual e futuro do turismo e do peso que tinha no PIB e no emprego.
Depois, pense no significado disto:
Propósito deste postal para o mundo empresarial: dar um conselho sem ter sido pedido.
Comece a fazer testes de stress à sua empresa ASAP.
Quando os bancos adiam os seus testes de stress é o canário na mina para que as empresas os comecem a fazer e a preparar o barco para uma tempestade.
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