"Eduardo Oliveira e Sousa, presidente da CAP reage às previsões do Instituto Nacional de Estatística (INE) que apontam para a redução da área de cultivo dos cereais de Inverno para um mínimo histórico devido à seca."No boletim do INE percebe-se que é o quinto ano consecutivo de redução da área de cultivo dos cereais.
Eu de agricultura não percebo nada, mas tenho memória e gosto de ser do contra. Então, pergunto-me:
- Qual é o contexto de preços dos cereais?
E encontro:
1. Preços em deflação. E a memória faz-me recuar a este artigo que tenho guardado "U.S. Farmers, Who Once Fed the World, Are Overtaken by New Powers". Nem os agricultores americanos têm pedalada para acompanhar os preços de novos players no mercado.
2. Qual a região do país que mais cereais produz? Alentejo. O que é que aconteceu nessa região na última década? O regadio do Alqueva!
3. Como está a agricultura via números e não via opinião de dependentes de fundos europeus, há anos que chamo à CAP de funcionários públicos encapotados, reparem acerca das exportações de 2017:
- animais vivos cresceram 13%
- carnes caíram 13%
- leite e lacticínios cresceram 16%
- produtos de origem animal cresceram 32%
- plantas vivas cresceram 4%
- hortícolas cresceram 10%
- frutas cresceram 27%
- cereais cresceram 11% (devem ser os biológicos tão apreciados pela indústria das Nestlés deste mundo)
- sementes de oleaginosas 19%
- preparações à base de cereais 6%
- apelar ao papá-Estado por mais apoios por causa de ... (é só inventar desculpas criativas)
- mudar de vida e aproveitar culturas alternativas com muito mais retorno e menos risco.
Mais uma vez recordo o ministro mais odiado de sempre, odiado pelo seu partido e pela oposição e, apreciado neste blogue.