Começamos pela realidade actual que gera os resultados actuais do sistema de gestão (SG).
Recordo a beleza e simplicidade da definição de SG que a ISO 9000:2000 incluía:
"Sistema para o estabelecimento da política e dos objectivos e para a concretização desses objectivos"
O SG de hoje, composto pelos processos de hoje (abordagem por processos), gera os resultados de hoje. O desempenho futuro desejado terá de ser obra de um outro SG diferente do de hoje, o SG do futuro desejado. Por isso, a organização tem de desenvolver um conjunto de iniciativas capazes de transformar a organização de hoje na organização do futuro desejado.
O contexto externo, a realidade interna da organização, e e o que as partes interessadas relevantes procuram e valorizam, permite determinar um conjunto de riscos que podem prejudicar a capacidade da empresa atingir os seus objectivos de desempenho e, permite determinar um conjunto de oportunidades que podem potencial/beneficiar a capacidade da empresa atingir os seus objectivos de desempenho. Há que avaliar esses riscos e oportunidades e, considerando os prioritários, prever o desenvolvimento de acções para minimizar os riscos e aproveitar as oportunidades. Essas acções farão parte das acções a desenvolver para atingir os objectivos do SG do futuro desejado.
Na verdade nunca seremos capazes de criar o SG do futuro desejado, apenas o SG do futuro real. O que a revisão do sistema faz é avaliar até que ponto a diferença entre o futuro real e o futuro desejado é aceitável ou não, para avaliar a eficácia e adequação do SG.
Assim, as cláusulas 4.1 e 4.2 da ISO 9001:2015 apontam para um momento anterior à definição dos objectivos alinhados com a política, influenciando-o. Enquanto que a cláusula 6.1 da ISO 9001:2015 aponta para um momento posterior à definição dos objectivos, o que pode contrariar/beneficiar o seu cumprimento:
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