sexta-feira, junho 26, 2009

Decididamente algo de pôdre, muito pôdre...

... no reino do Japão!
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"Japanese Exports Decline Sharply to 40.9% in May"
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"Japan Succumbs to Deflation as Consumer Prices Fall Record 1.1%"
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Parece que o Japão é um país que deixou de ser alemão", abdicou do mercado interno e daí também o declinio demográfico (ver artigo de Edward Hugh)

Conselho de leitura

Vou seguir o conselho de Stephen Few "At Last, a Scientific Approach to Infographics"

Perceber a crise para Encontrar o Caminho

Livro escrito por Vítor Bento, faz um retrato factual da nossa situação: como chegamos onde chegamos e suporta as afirmações que faz com tabelas, números, enfim, factos (um pouco ao estilo de Medina Carreira).
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Por exemplo, o gráfico 12 mostra como Portugal é um dos países com uma das maiores taxas de investimento do estado em % do PIB entre 1999-2008. Depois, no gráfico 13 mostra que a par da Itália, Portugal foi o País que apresentou a pior eficiência marginal do capital.
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Depois lista a nossa sina, a Expo, o Euro 2004, as SCUTS, ... para concluir:
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"Desta errada estratégia de investimentos públicos, e de incentivos ao investimento privado, não poderia deixar de resultar uma considerável redução da produtividade do capital e um sacrifício da produtividade geral, com inevitáveis consequências, quer na competitividade, quer no potencial de criação de riqueza pela economia."
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E acrescentamos: TGV, novo aeroporto, terceira travessia de Tejo, aeroporto de Beja, ...

quinta-feira, junho 25, 2009

Agarrem-me senão eu mato-me! (parte II)

A FENALAC que protesta contra a importação de leite comunitário é a mesma que publicita no seu sítio na internet a sua veia exportadora:
Esta incapacidade para ver o papel do outro, para calçar os seus sapatos, para pensar só no "venha a nós a nosso reino" é um sinal muito preocupante.
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ADENDA: O título começou aqui

Feedback loops e pensamento sistémico

Hoje, viajando de comboio entre Estarreja e Porto, ida e volta, tive oportunidade de ler com calma os capítulos:
  • 4. A construção da crise; e
  • 5. Competitividade, crescimento e desemprego

Do livro "Perceber a Crise para Encontrar o Caminho" de Vítor Bento.

Está visto, não posso avançar na leitura sem primeiro fazer o que fiz com o último artigo de Edward Hugh, tenho de traduzir os capítulos para um conjunto de feedback loops da dinâmica de sistemas... já estou com água na boca.

Inovação e criatividade

Na segunda-feira passada almocei com pessoas que conhecem bem o sector têxtil português.
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Falámos sobre o futuro das empresas têxteis em Portugal com milhares de trabalhadores, sobre as que já "emagreceram", sobre as que já fecharam, sobre as que ainda estão na corda bamba.
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Basta pesquisar neste blogue Terry Hill e o conceito de proposta de valor, para perceber que a proposta de valor das empresas com milhares de trabalhadores passa por um modelo de negócio assente nos preços-baixos (custos-baixos), assente nas grandes séries, assente no baixo valor acrescentado unitário.
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O semanário Expresso do passado sábado inclui um artigo "Têxteis lançam novas amarras" de onde retiro o seguinte extracto:
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"Avaliado em €100 mil milhões, o sector dos têxteis técnicos tem revelado capacidade de resistência à conjuntura, com um crescimento anual de 4% impulsionado pelas áreas da saúde e higiene, indústria automóvel, arquitectura e construção civil. Em Portugal, a fileira conta apenas com 70 empresas que facturam €400 milhões.
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A tecnologia soma, assim, apenas 6% do volume de negócios da indústria têxtil e do vestuário nacional, mas vai ganhando terreno à produção tradicional, como provam os produtos inovadores que as empresas lusas apresentaram em Frankfurt para desafiar a crise e a concorrência, com mais exportações.
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No caso da Fisipe, a aposta é o Sunlast, fibra pigmentada para aplicação exterior em toldos e automóveis que atraiu o maior fabricante europeu de toldos. A Endutex, de Santo Tirso, já no grupo restrito de empresas com capacidade de produzir telas de cinco metros para impressão digital, lançou uma nova tela para fazer tectos falsos que tem vindo a conquistar clientes na Rússia e Europa Central.
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Para a Gulbena, a principal aposta é o desenvolvimento do trabalho com a Schoeller e a Clariant para produzir malhas Cold Black, que garantem um preto tão fresco como o branco, e SxDry, estrutura respirável que repele a água exterior e absorve a transpiração.
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Quanto à Biodevices, continua concentrada no seu Vital Jacket e, apesar desta t-shirt capaz de vigiar os sinais vitais em tempo real estar ainda na fase inicial de comercialização, Luís Meireles adiantou que a sua empresa está "já a pensar em novos desenvolvimentos e aplicações, designadamente na área da ortopedia"."
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Vários exemplos de empresas que estão a optar por modelos de negócio alternativos assentes na inovação: pequenas empresas (como no caso da Leica - que operam em mercados de nicho), empresas rápidas, empresas flexíveis, empresas com elevado valor acrescentado unitário.
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A propósito da inovação, a propósito da subida na escala de valor recomendo a leitura do artigo "Innovation in Turbulent Times" de Darrell Rigby, Kara Gruver e James Allen publicado no número de Junho da Harvard Business Review.
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Este artigo remete para o livro de Daniel Pink "The Whole Brain" sobre a necessidade de trabalhar com os dois lados do cérebro! Por causa de:
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"At the top of virtually every fashion brand is a distinctive kind of partnership. One partner, usually called the creative director, is an imaginative, right-brain individual who spins out new ideas every day and seems able to channel the future wants and needs of the company’s target customers. The other partner, the brand manager or brand CEO, is invariably left-brain and adept at business, someone comfortable with decisions based on hard-nosed analysis. In keeping with this right-brain–left-brain shorthand, we refer to such companies as “both-brain.” They successfully generate and commercialize creative new concepts year in and year out.
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When nonf ashion executives pause and reflect, they often realize that similar partnerships were behind many innovations in their own companies or industries."
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Remete também para as palavras de Guy Kawasaki "10. Don't let the bozos grind you down.
Some bozos are easy to spot. They're grumpy, cynical people who shoot down all your ideas. But beware the "successful bozo" wearing a nice suit." lembrei-me dela por causa deste trecho:
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"Many companies nevertheless give left-brain analytic types an opportunity to approve ideas at various stages of the innovation process. This is a cardinal error. Uncreative people have an annoying tendency to kill good ideas, encourage bad ones, and - if they don't see something they like - demand multiple rounds of "improvements.""
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Alguns trechos retirados de "Innovation in Turbulent Times":
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"No industry has gone further than fashion, however, to incorporate both-brain partnerships in its organizational model."
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"Fashion companies understand one fundamental truth about human beings, a truth overlooked by all the organizations that try to teach their left-brain accountants and analysts to be more creative: Creativity is a distinct personality trait. Many people have very little of it, accomplished though they may be in other areas, and they won’t learn it from corporate creativity programs."
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"The first lesson from fashion is this: If you don’t have highly creative people in positions of real authority, you won’t get innovation. Most companies in other industries ignore this lesson."
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"Conventional companies look at innovation differently, and wrongly. Without creative people in top positions, they typically focus on innovations that can be divided and conquered rather than those that must be integrated and harmonized. They break their innovations into smaller and smaller components and then pass them from function to function to be optimized in sequence. The logic is simple: Improving the most important pieces of the most important processes will create the best results. But breakthrough innovation doesn’t work that way."
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"What is required to harness this kind of creativity and apply it to the needs of a business? Creative people can’t do it alone: They’re likely to fall in love with an idea and never know when to quit. But conventional businesspeople can’t do it alone either; they rarely even know where to start.
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So innovation requires teamwork. Fashion companies have learned to establish and maintain effective partnerships between creative people and numbers-oriented people."

quarta-feira, junho 24, 2009

Burro velho não aprende

Esta figura do tabaco, usada por Nassim Taleb, está bem metida:
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"Parece algo optimista. Diz que se fizermos esforço para mudar a atitude perante o conhecimento das coisas, podemos evitar a próxima crise...
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Não sou assim tão optimista quanto à natureza humana. A natureza humana é imperfeita. Não nos devemos fiar nela para deixar de fumar, por exemplo. Se for um fumador que quer deixar de fumar e eu ponho à sua frente um maço de cigarros, não será a natureza humana que o vai ajudar a parar. O seu cérebro quer parar de fumar e para tal você evita ter cigarros por perto. Da mesma maneira, não posso evitar que as pessoas ouçam especialistas, nem evitar que as pessoas oiçam ou leiam os jornalistas. Posso é ajudar as pessoas a construir uma sociedade em que os erros não saiam tão caros."
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Trecho retirado de "O verdadeiro Madoff é o sistema financeiro".
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Há pouco, nem de propósito, esta ilustração eloquente retirada de ""Low Appraisals" Blamed for Keeping Housing Prices Down":
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"Just as one man's terrorist is another's freedom fighter, so to is a return to prudent lending practices now leading to "unintended consequences", namely fewer loans being extended.
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The post-bubble spin-mongering continues. New lending standards now mandated by Freddie and Fannie as a result of a settlement between New York State and the mortgage giants to settle charges that pressure from lenders had produced inflated appraisals requires that lenders get a second appraisal on 10% of the loans they sell to the mortgage giants.
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Mirable dictu, this process is leading to lower valuations, which confirms that the pressure to goose prices was widespread. That isn't surprising, given the extensive reports in the media of appraiser collusion and Cuomo's findings. But the real estate industry is instead trying to characterize this as the new sobriety in valuations as the result of bureaucratic conservatism, as opposed to the market being depresses and appraisals correctly reflecting that."
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Mudar é terrivelmente difícil!!!

Agarrem-me senão eu mato-me!

"Não há, se calhar, muitos sectores onde se possa dizer tal, mas, no do leite, Portugal é auto-suficiente. O que produz satisfaz o consumo, fruto das 11.400 explorações agrícolas existentes no território continental e Açores. Mas uma relação teoricamente linear entre procura-oferta deixou de vigorar no mercado português, que se vê agora com excedentes de leite estrangeiro, proveniente do resto da Europa."
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Esta conversa não faz qualquer sentido num sector que recebe milhões em subsídios da UE.
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Enfim, mais uma cena do tipo "Agarrem-me senão eu mato-me!"
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Por que é que a jornalista não colocou a questão ao secretário-geral da Fenalac - Federação Nacional das Cooperativas de Leite e Lacticínios?
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Enquanto durar este folclore, enquanto continuarem as conversas de biombos e não se disser a verdade... poucos são os que vão reflectir estrategicamente sobre o seu posicionamento, sobre a sua independência, sobre as suas opções.
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"Produtores de leite acusam distribuição de causar excedentes"

Gestão das expectativas (parte IV)

O que tem de ser tem muita força e não há "conversa" que esconda a realidade quando ela já não pode ser escondida.
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"OCDE antecipa quebra de 4,5% na economia portuguesa"
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" OCDE reviu em forte baixa as perspectivas para a economia portuguesa, antecipando agora uma quebra do PIB de 4,5% este ano e de 0,5% em 2010. O desemprego vai chegar aos 11,2% no próximo ano e o défice orçamental tocar nos 6,5%"
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Nem sempre compensa fornecer

Perante a crise, particularmente grave, no sector automóvel, alguns fornecedores de materiais estão a tentar fazer incursões, estão a tentar diversificar a sua actividade para outros sectores.
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Recentemente deparei-me com o exemplo de duas empresas que fornecem o sector automóvel e que estão a tentar fornecer materiais ao sector moda.
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Coisa mais absurda!!!
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Querer fornecer em simultâneo Deus e o demónio.
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Para ser um bom fornecedor do sector automóvel, e um fornecedor rentável, toda a organização tem de estar dedicada a produzir grandes séries uniformes a custos muito competitivos.
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Agora imaginem essa empresa a querer fornecer o sector moda ... só para contratipar uma cor leva mais 30 de dias!!! Imaginem o tamanho das encomendas do sector moda versus a indústria automóvel!!!
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Não tem futuro!!! Não basta o hardware... não se pode ter sucesso querendo ir fazer uma perninha num sector, quando todo o software pertence a outro modelo de negócio!
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No caderno de Economia do semanário Expresso do passado fim-de-semana, encontrei o artigo "A Leica também se faz cá" do final do mesmo retiro o seguinte trecho:
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"Com vendas entre seis e sete mil unidades por ano (em Portugal fabricam-se trinta por dia), as câmaras Leica são um produto de nicho, e nem sempre compensa fornecer para lá, conforme reconhece Mira. "Exigimos muita qualidade e pouca quantidade", diz. Como o público."
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Por isso é que têm de se equacionar os conceitos: proposta de valor; clientes-alvo; modelo de negócio

Vida de artista

Quando não se evolui, quando se deixa de cativar clientes ... eles começam a levantar-se e a à medida que as cadeiras vagam ... o futuro dos artistas ... fica em risco.
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No Público de hoje, a propósito do encerramento da fábrica da Pioneer no Seixal:
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"Além de ser fornecedor de primeira linha da construtora automóvel sueca Saab, a PTP concentra a maioria da sua produção no mercado de reposição de auto-rádios, um segmento que já há muito tempo deixou de ser o que era. "A queda das vendas não tem só a ver com a concorrência dos fabricantes asiáticos e com a actual crise mas também com a própria mudança dos consumidores, que deixaram de comprar auto-rádios de marca e passaram a contentar-se com os que já vinham instalados no seu automóvel", explicou o porta-voz da empresa."

terça-feira, junho 23, 2009

China and the end of westernisation

"China and the end of westernisation"
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"The rise of China that Martin Jacques charts in his indispensable new book will transform global geopolitics, creating an international system in which the US is only one great power among several that are struggling for control of the world's resources"
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"The subtitle of Jacques's book refers to "the end of the western world", but he is not claiming the west is going to collapse or disappear. It is the western-dominated world of the past few centuries that is coming to an end – and with it the west's claim to be the arbiter of what it means to be modern. A rival version of modernity has begun to emerge in China, flawed in some ways, like every human society, but genuinely different from any western model."
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Tempos impressionantes estes!!!
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Tempos de mudança... daqui a 100 anos os nossos bisnetos vão estar a estudar o que se passou neste início do século XXI.

A indústria dos estudos e pareceres

No tempo de Barroso foi a Estratégia para os Oceanos de Pitta e Cunha agora, no tempo de Socrates, é o Hipercluster do Mar de Ernâni Lopes.
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O propósito é produzir estudos, é produzir papel e alimentar programas de televisão, conferências, artigos de jornal... mexer na realidade... vai no Batalha!!!

Gerir expectativas ... afinal!

"Quebra das receitas fiscais aumenta ameaça de derrapagem das contas públicas"
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Basta olhar para a coluna Tvha do período Convém recordar "Um Orçamento com um pé fora da realidade" e "Milagres e a teoria do oásis revisitada"
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Cada vez mais real e faz recordar aquela frase: "Acham que a função de um Governo é estar a antecipar uma evolução negativa para a qual não tem ainda nenhum dado que o confirme? Se o estivesse a fazer, seria um profundo erro."
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Por fim, não esquecer "É por isto que a Alemanha é a Alemanha"
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Peres Metelo, agora mesmo na TSF... enfim!

Alerta

Já em Novembro passado tinha sido despertado para o mito "Clientes Fidelizados = Algo de bom" por V. Kumar.
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Ontem recebi um e-mail da MIT Sloan Management Review com o título "Why a Loyal Customer Isn’t Always a Profitable One" por Tim Keiningham, Lerzan Aksoy, Alexander Buoye e Luke Williams" (o artigo pode ser lido no Wall Street Journal)
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Destaco dois trechos:
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"our research showed a very large percentage of loyal customers—often more than 50%—are not profitable for most companies, because their loyalty is driven largely by expectations of great deals"
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E agora os números de fazer cair a mandibula inferior:
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"The target audience for any company should be customers who are not only loyal in both attitude and action, but also profitable. But research consistently finds that profitable customers tend to make up only around 20% of a company’s customers. Break-even customers represent around 60%, and unprofitable customers around 20%."
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Estes números são maus de mais!!!
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Estes números deveriam tocar os sinos a rebate e levar a fazer uma reflexão profunda sobre o que se passa. Como é que as empresas podem adormecer e ser embaladas e inebriadas até chegarem a este panorama?
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Como é que escreveu Terry Hill?
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As encomendas mais importantes são as que recusamos!!!

segunda-feira, junho 22, 2009

They don’t get it

He doesn’t get it!
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Comprei recentemente o livro “Perceber a Crise para Encontrar o Caminho” de Vítor Bento. Comecei a leitura pelo capítulo 10 “Promoção da Produtividade”.
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O capítulo termina com: “Aliviar os “custos de contexto” e valorizar o capital humano devem pois, ser assumidos como objectivos fundamentais da acção política de médio prazo. Só assim se promoverá a produtividade e se conseguirá atrair investimento produtivo que sustente a melhoria continuada no nível de vida e a sua convergência para os melhores padrões europeus.”
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No capítulo o autor refere o já clássico artigo da McKinsey sobre as barreiras à produtividade em Portugal, de onde enumera os custos de contexto. Também volta à velha comparação da produtividade entre os portugueses que trabalham em Portugal e os mesmos portugueses que trabalham no Luxemburgo, para concluir que a diferença reside em:
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“Por conseguinte, uma das diferenças fundamentais neste exemplo é que, em Portugal, os trabalhadores trabalham enquadrados pelas regras comportamentais e pela cultura portuguesas e, no Luxemburgo, trabalham enquadrados pelas regras comportamentais e pela cultura desse país. Depois, haveria ainda que associar os contextos de funcionamento das empresas, num país e no outro. Portanto, e se fizéssemos uma investigação mais pormenorizada, acabaríamos por verificar que uma grande parte da diferença de produtividades seria justificada pelos “custos de contexto”.
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Peço desculpa mas: TRETA!!!
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Alguma vez Vítor Bento desceu das nuvens da teoria e agarrou um caso concreto e fez as contas?
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Se o que Vítor Bento escreve e pensa é verdade, então, por que é que as fábricas têxteis alemãs e francesas deslocalizaram-se para Portugal nos anos sessenta e setenta? Porque é que as regras comportamentais e a cultura prussiana não foram suficientes?
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Acredita Vítor Bento que os tais “custos de contexto” só por si poderiam justificar os tais cerca de 40% de diferencial de produtividade entre um trabalhador português e um trabalhador-tipo da OCDE?
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Diferente roupagem mas a conversa acaba sempre por ser a mesma, a conversa do Forum para a Competitividade e do seu presidente Ferraz da Costa que só consegue falar de aumento da produtividade através da redução dos custos, como os salários, por exemplo.
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Nem uma linha é dedicada, no capítulo, à promoção da produtividade através da aposta no numerador da equação da produtividade!!!
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Nem uma linha é dedicada, no capítulo, à promoção da produtividade através da aposta na subida na cadeia de valor!!!
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Nem uma linha é dedicada, no capítulo, à promoção da produtividade através das escolhas dos gestores sobre o que produzir, sobre ser diferente, sobre fugir da commoditização.
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Como explicar o aumento da produtividade do sector do calçado em Portugal?

Talvez a figura de JC Larreche explicite bem a situação:Alguém com conhecimentos no sector deu-me os seguintes números:


Um par de sapatos da marca Geox sai de uma fábrica no Brasil a custar 10€ (fase da extracção de valor).

O mesmo par de sapatos é vendido pela marca às lojas a 30€ (fase da captura de valor).

O mesmo par de sapatos é vendido ao consumidor na loja a 90€ (fase da originação de valor).

A subida da produtividade do calçado português deve-se em grande medida ao aparecimento de muitas empresas que evoluíram da fase da extracção para a fase da captura de valor (embora os trabalhadores pouco ganhem com isso, pois continuam a ganhar em média o mesmo que o trabalhador da empresa subcontratada que vegeta na fase da extracção de valor. E se um governo impuser um aumento de salários vai matar todas essas empresas subcontratadas que pagam mal porque também ganham pouco (ver gráfico de Frasquilho)).
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Quando alguém quiser falar a sério sobre o aumento da produtividade em Portugal, deve começar, antes de falar em custos (o famoso denominador), a falar nas opções da gestão, dos empresários, sobre o que produzir e para que clientes-alvo. Tudo o resto embora seja verdade, embora faça sentido são peanuts.

domingo, junho 21, 2009

O dia mais longo, a noite mais curta




Para os povos agricolas este era um dia muiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiito especial!


And another feedback loop

"Recent global prosperity was founded on a series of elegant Ponzi schemes.
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Consumption rather than investment drove growth, especially in the developed world. A deregulated financial system supplied the borrowing to finance the consumption. In the new economy, to borrow from Earl Wilson, there were three kinds of people — "the haves", "the have-nots" and "the have-not-paid-for-what-they-haves".
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Like consumption, growth in global trade was also fuelled by debt. Since the 1990s, there has been a substantial build-up of foreign reserves in the central banks of emerging markets and developing countries that became the foundation for a trade-financing arrangement.
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To maintain export competitiveness, many global currencies, including the yuan, were pegged to the dollar at an artificially low rate. This helped create the US trade deficit driven by excess US demand for imports based on an overvalued dollar.
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Foreign central bankers invested the dollars received from exports in US debt to minimise the appreciation of their domestic currency that would make their exports less competitive. The recycled dollars flowed back to the US to finance the spending on imports, helping keep US interest rates low and facilitating more borrowing to finance further consumption and imports"
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Retirado de "The End of the Age of Plentiful Debt"

O elo mais fraco

Porque não acredito nos modelos da qualidade para a excelência.

"First, let's clarify to ourselves the essence of throughput." Pointing to the chain on the screen, Johnny explains: "One link is purchasing, another starts production, another finishes production, another assembles, still another ships to clients, et cetera.
If one link, just one link, drops the ball, what happens to the throughput of the company?"
"Drops," many answer.
"When we deal with throughput, it is not just the links that are important; the linkages are just as important."
Rick finds himself nodding in agreement.
"What is the equivalent of throughput in our physical chain? What is determined not just by the links, but by the fact that they interact with each other? It's not weight. If we remove all interaction, all linkages, and we are left with just a pile of links, the weight is still the same. So what property typifies a chain? It is the strength of the chain. If one link breaks, just one link,
the chain is broken; the strength of the chain drops to zero.
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"Now, I have some seemingly trivial, but very important questions for you. What determines the strength of a chain?"
"The weakest link," somebody in the front answers loudly.
"And how many weakest links do we have in a chain?" Johnny stresses the word 'weakest.' "
"One."
Rick doesn't like Johnny's style. He would never stress such trivialities. But he must admit that it's effective. Johnny now has everybody's attention.
"Now," Johnny says, in an invigorating voice, "now, let's see what that implies. You are still the president in charge of the entire chain. I'm still in charge of just one department. Since there is only one weakest link, let's take the more general case, the case where I'm in charge of a department that is not the weakest link. And… and once again you tell me to improve. To improve the strength this time. And once again I come back and report to you that with ingenuity and time and money I improved. I strengthened my link. I made it three times stronger. Give me a medal."
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He pauses and smiles. "Remember, you are not really interested in my link. You are interested in the chain. My link wasn't the weakest. If I made my link stronger, how much did I improve the strength of your chain? Nothing. Absolutely nothing."
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Jim looks at Rick. "I told you." Rick doesn't respond. His mind is racing.
"Don't you see what we are facing now?" Johnny starts to pace again. His strides are full of energy. "Most of the local improvements do not contribute to the global!" he almost shouts. "And we do want the global, we do want the organization as a whole to improve. Now we know that since any improvement requires attention and time and money, the way to improve the total organization is definitely not through inducing many local improvements, the more the better. That's not the way."
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Estão a ver a importância de ser claro quanto ao problema? A importância de focarmos a nossa atenção onde realmente interessa?
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O nosso ego pode ficar satisfeito com a muita actividade que desenvolvemos mas no fim, o que conta são os resultados do todo.
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Por isto é que por vezes fica mais barato a uma empresa ter uma máquina e um operador parado do que ocupados a produzir para o monte do work-in-progress.
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Trecho extraído da minha actual leitura: "Critical Chain" de Eliyahu Goldratt
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Nota: Há 2 anos um aluno brasileiro de uma pós-graduação, disse-me que no Brasil todo o estudante de engenharia tem de ler este livro e fazer um trabalho sobre o mesmo.

sábado, junho 20, 2009

Para reflexão

""In the same report," I don't give up, "it's indicated that they chose the cheap vendors over the more reliable ones. How much do you think they saved?"
"How do I know? Maybe five percent. Can't be much more."
"You can also see," I continue, "that delays in getting the machines from those vendors was the prime reason for the delay in completing the project."
"I see what you mean." He picks up Fred's report again and looks at it intently. Finally, he says, "So they saved about five percent on the machines, which is, probably, less than three percent of the total investment in the project." Very slowly he continues, "And this savings caused them to turn a three-year payback project into…" He stops.
"Saving a miserable three percent caused them to turn a very good project into a loser," I summarize.
"Rick, calm down. We have made a lot of assumptions. It's not so simple."
I don't know what he is talking about. The effect is clear. Companies are so immersed in the mentality of saving money that they forget that the whole intention of a project is not to save money nut to make money.
Out loud I say, "It's a simple fact that they try to cut the budget by a few percent and cause the payback period to double."
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Para reflexão séria.
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BTW, acham mesmo que um Observatório vai melhorar a qualidade dos projectos de obras públicas?
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Trecho retirado de "Critical Chain" de Eliyahu Goldratt