quinta-feira, dezembro 11, 2008

O mais importante

Estes três artigos do Jornal de Notícias chamam a atenção para o mesmo:
O mais importante são os clientes. Cada vez mais a restrição de um negócio são os clientes.
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Os tempos de crise devem alertar-nos e marcar na carne que devemos regressar ao básico, ao fundamental, à essência.
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Os políticos que na Europa e América andam a brincar ao mercado, querem ajudar as empresas esquecendo-se que estas sem clientes não têm saída.
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A imagem cássica para representar a cadeia de valor para um negócio é:
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A imagem, e a mentalidade correspondente, que Slywotzky propunha em 1997 no livro "The Profit Zone" já era:

Sem clientes tudo o resto não faz sentido, tudo o resto é secundário.

O ponto (2ª parte)


O ponto é o nosso défice externo de 12% do PIB.
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Pior do que nós no gráfico só a Grécia.
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Com o fim do cash carry trade japonês (o dolar já vale menos de 93 yenes, há cerca de um ano valia mais de 114 yenes) e o esboroar da civilização assente no crédito fácil há que olhar com cuidado para a Grécia.
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Portugal e a Grécia foram os irmãos siameses que ainda há quatro anos torraram e enterraram milhões de euros em estádios e orgulho nacional.
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À cerca de 20 dias (a 20 de Novembro) chamei a atenção para a Grécia e para o caso grego apelidando-a de "canário" (o canário que era usado nas minas para detectar gases venenosos ou explosivos). A Grécia é a candeia que vai à frente, é o membro dos PIGS mais fraco, mais vulnerável (no final de Outubro, Ambrose Evans-Pritchard no artigo "Investors shun Greek debt as shipping crisis deepens" chamou a atenção para o PIGS mais fraco, a Grécia.)
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Hoje, o mesmo Ambrose Evans-Pritchard faz a ligação que interessa, a relação com o euro "Greek fighting: the eurozone's weakest link starts to crack", pertencer ao euro, fazer parte do pelotão da frente não é só para a fotografia, não traz só vantagens... traz também deveres, mandamentos.
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O primeiro mandamento é "Somos todos alemães!"
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Evans-Pritchard relata o estertor de um modelo esgotado...
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"That said, these riots are roughly what eurosceptics expected to see, at some point, at the periphery of the euro-zone as the slow-burn effects (excuse the pun) of Europe's monetary union begin to corrode the democratic legitimacy of governments." (eu sei que Evans-Pritchard é anti-moeda única, mas o que ele escreve é o que nós pensamos e defendemos neste espaço desde sempre, não se pode ter uma moeda forte e em simultâneo não querer disciplina no trabalho e pensamento estratégico, muito pensamento estratégico..., pois só a paciência e a orientação que ele traz é que permite alimentar a esperança e vencer os detractores durante a travessia do deserto, como aqui, por exemplo. By the way, a Alemanha não deu a volta por cima à absorção da ex-RDA? Foi rápido? Foi fácil? Foi a fazer o mesmo que sempre faziam?)
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"Without wanting to rehearse all the pros and cons of euro membership yet again, or debate whether EMU is a "optimal currency area", there is obviously a problem for countries like Greece that were let into EMU for political reasons before their economies had been reformed enough to cope with the rigours of euro life - over the long run."
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"Greece has a public debt of 93 per cent of GDP, well above the Maastricht limit. This did not matter in 2007 when bond spreads over German Bunds were around 26 basis points, meaning that investors were willing to treat all eurozone debt as more or less equivalent.
It matters now. The credit default swaps on Greek sovereign debt were trading around 250 today (compared to 52 for Germany, 62 for the US, 120 for the UK, and 178 for Italy). It has moved into a class of its own.
This is potentially dangerous because Greece needs to tap the capital markets for 40bn euros next year to roll over debt and fund the budget deficit, as well as 15bn euros or so in bond issuance by banks under the state's new guarantee. This is a lot of money.
The Greek government will need budgetary discipline to convince markets that it has matters under control. But governments facing riots and imminent defenestration are not good bets for fiscal discipline. There is a general strike in any case on Thursday."
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"At some stage a major political party - perhaps PASOK - will start to reflect whether it can carry out its spending and economic revival plans under the constraints of a chronically over-valued currency (for Greek needs). Then there will be a problem."
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Pois... já estão a ver o filme. De manhã ao acordar a surpresa na rádio (em Julho deste ano) ...
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Agora, ao exemplo grego acrescentemos as nossas estórias cá do burgo:
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Ontem, no Jornal de Negócios esta entrevista inexplicável, intolerável, ... "Corremos o risco de destruição das elites como no 25 de Abril", sintoma do apodrecimento do sistema? (Marcelo em Hamlet, 1º Acto, no final da cena 4)
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Ontem, ainda no Jornal de Negócios, a crónica de Helena Garrido "Brincadeiras com o fogo":
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"O fim do crédito fácil e barato está a fazer cair a classe média na sua realidade, um mundo menos próspero do que pensava, com menos casas e menos automóveis e menos férias. Ao mesmo tempo que lhe cai a realidade em cima, sem compreender, assiste ao desfilar de apoios aos bancos, aqueles que a convidaram a entrar naquela vida virtual que prometiam sem problemas.
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Aquilo a que assistimos em Portugal – e também noutros países – revela uma falta de compreensão do papel de quem dirige quando estão pela frente tempos difíceis."
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Os únicos que parecem manter a cabeça fria no sítio são...
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... os alemães:
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E se esta crise não passar de uma correcção, grande, mas uma correcção inevitável?
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O melhor não é deixar o mercado corrigir o que está a mais, o que está sobredimensionado?
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ADENDA das 7h59 . Imperdível a leitura deste artigo de Martin Wolf está lá tudo, desde o garrote do deboche do endividamento público e privado (eu gostava de escrever "after the" mas não, ele vai continuar) até aos alemães. (O original em inglês tem uns gráficos elucidativos)

O lado soft dos resultados

Neste blogue costumamos aplicar o adjectivo treta para qualificar as situações em que se sobrevalorizam as actividades em detrimento dos resultados.
Os resultados são o mais importante ponto.
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Para atingir resultados, na base da cadeia de valor, encontramos o tema da cultura organizacional "Que cultura, que ambiente precisamos de encorajar para que os nossos colaboradores sejam mais produtivos?"
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Estamos no domínio do "soft" puro.
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Daí que sublinhe as palavras de João Duque no Caderno de Economia do semanário Expresso do passado Sábado.
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"Acabar com as festas de Natal das empresas? Para Quê? Qual o seu peso na estrutura de custos da organização? Mesmo em épocas em que há razão para que os índices de confiança estejam em baixo, os eventos natalícios empresariais são excelentes oportunidades para construir ou consolidar a cultura empresarial. Nalguns casos, infelizmente, são das poucas ocasiões em que a administração contacta directamente com os níveis mais baixos da hierarquia empresarial, ou em que se estabelecem relações informais horizontais e diagonais. Acabar com oportunidades destas é destruir um excelente veículo para divulgar notícias relevantes, para relembrar a missão da empresa, para fazer balanços, premiar os que se distinguiram ou incentivar ao desempenho futuro."
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Foi destas palavras que me lembrei ontem, ao passar ao lado de um monumento aos Mortos da Grande Guerra no centro da cidade de Estarreja.
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O valor individual mais importante que cada um de nós tem é a sua Vida. E perder a vida quando ela ainda está a começar, longe dos entes queridos, no meio da lama e do frio das trincheiras... é um senhor sacrifício, é o sacrifício último!
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Por isso, pessoalmente, tenho uma relação muito especial com estes monumentos como posso exemplificar com o terceiro comentário a este postal do meu amigo Trevor. Os ingleses são exímios neste respeito pelos que tombam em nome do seu país.
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Por mais de uma vez senti-me tentado a colocar umas fotos do monumento aos Mortos da Grande Guerra no centro da cidade de Estarreja para ilustrar a vergonha da sua degradação... vários nomes ilegíves à medida que a tinta se perdeu... essa degradação transmite valores negativos.
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Então, ontem, ao passar ao lado do monumento a esses Mortos da Grande Guerra no centro da cidade de Estarreja, noto que o monumento estava todo enfaixado e rodeado por andaimes. Aproximo-me e questiono um jovem que descia do andaime:
- Estão a recuperar o monumento?
- Sim!
Ao retomar a marcha tive oportunidade de espreitar por entre as faixas e verificar que os nomes estavam novamente bem nítidos com a tinta bem negra.
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Obrigado pela mensagem.

quarta-feira, dezembro 10, 2008

Mudam as roupas, muda a geografia, mudam os nomes, ... tudo o resto mantém-se na mesma.

A minha amiga Teresa convidou-me a comentar este postal "Socialism's comeback".
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Teresa leia por favor esta passagem do livro do Génesis 47, vv 13-24.
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Quando os banqueiros primeiro, e os industriais depois, se colocam debaixo da asa dos governos...

Que dizer... já não é só o software para dashboards

A propósito da ideia de um Scorecard para a Workforce (Scorecard de Capital Humano) há uma ideia importante a reter:
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“Em muitas empresas, os gestores querem acreditar que “as pessoas são o nosso activo mais importante,” mas simplesmente não sabem, ou não percebem, como é que a função de Gestor dos RH pode tornar essa visão uma realidade.”

The HR Scorecard – Linking People, Strategy, and Performance
Brian E. Becker; Mark A. Huselid e Dave Ulrich
Harvard Business School Press
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“A maioria dos gestores sabe que apesar das proclamações de que “as pessoas são o nosso mais importante activo,” as suas organizações lutam para tornar esse slogan uma realidade.”
The Workforce Scorecard – Managing Human Capital to Execute Strategy
Brian E. Becker; Mark A. Huselid e Richard W. Beatty
Harvard Business School Press
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Para ultrapassar esta dificuldade:
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“Os gestores de RH têm de perceber a estratégia da organização; ou seja, o seu plano para desenvolver e manter uma vantagem competitiva no mercado. Depois, têm de descobrir as implicações dessa estratégia para os RH. Em suma, devem abandonar uma perspectiva de “baixo-para-cima” (que enfatiza a conformidade e a tradição) e abraçar uma perspectiva de “cima-para-baixo” (que enfatiza a implementação da estratégia).”

The HR Scorecard – Linking People, Strategy, and Performance
Brian E. Becker; Mark A. Huselid e Dave Ulrich
Harvard Business School Press
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E,
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“Se o foco da estratégia corporativa é o de criar uma vantagem competitiva sustentável, o foco da estratégia da Gestão dos RH é igualmente claro e directo. Maximizar a contribuição dos RH para esse mesmo propósito, criando assim valor para os accionistas.”

The HR Scorecard – Linking People, Strategy, and Performance
Brian E. Becker; Mark A. Huselid e Dave Ulrich
Harvard Business School Press
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Ou seja, para criar um WFS (WorkForce Scorecard) é preciso começar pela estratégia da organização para o negócio (o mapa da estratégia e o respectivo balanced scorecard) e, a partir daí, recuar para as pessoas. Identificar as funções críticas para a execução da estratégia e concretizar o que será o sucesso dessas funções.
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Depois, identificar os comportamentos que contribuem para o sucesso das funções.
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De seguida, identificar as competências que quem desempenha essas funções-chave tem de possuir.
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Por fim, identificar a cultura e a sintonização mental que quem desempenha essas funções-chave tem de partilhar e viver.
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Ou seja, daqui:
Tendo em conta, a parte dos Recursos & Infraestruturas que diz respeiito às pessoas:
Passamos a:
E daí:
Tudo começa com a estratégia, os indicadores sobre a cultura, as competências, os comportamentos e o sucesso da WorkForce, decorrem de uma relação de causa-efeito.
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Que dizer quando, apesar de tudo o que se reflecte por esse mundo fora sobre a monitorização da Workforce, encontramos uma proposta de indicadores para as pessoas sem qualquer relação com a estratégia de uma organização... é a famosa "pen" em que só é preciso mudar o nome da empresa e o seu logtipo. Os indicadores são bons para benchmarking mas não servem para nada mais... não há nenhum sinal de pensamento estratégico.
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Ver a página 3 desta brochura.

A homilia de Metelo e o que chega aos jornais

A homilia de Peres Metelo hoje na TSF está em linha com as palavras de António Barreto no postal "O que chega aos jornais".
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É preciso salvar a construção....
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Por que é que não o ouvi a dizer o mesmo quando, com a entrada de Portugal na então CEE, se "descobriu" que tinhamos agricultores a mais?
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Não teremos demasiadas empresas, pessoas, dinheiro, ilusões enterrados num modelo e num sector sem pernas para continuar?
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Não é preciso consolidar?

O ponto


Eis um ponto importante, talvez mesmo o ponto principal da nossa economia, um défice externo de 12% e a subir.
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Off-topic
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"Também Daniel Bessa apontou a situação espanhola, considerando que o país vizinho vai viver "a recessão mais violenta da zona Euro, para não dizer da União Europeia (UE)"."A Espanha, por razões estruturais, tinha anunciada há muito tempo a mais violenta de todas as recessões na UE", defendeu o economista, sublinhando que o país tem "o segundo maior défice corrente do mundo" e "encareceu estupidamente." "A Espanha não exporta nada, a Espanha só importa e portanto para ser sincero não sei como é que a Espanha vai sair daqui", prosseguiu. "Mas sei que era o único dos nossos mercados que estava a crescer e essa almofada que a Espanha desempenhou durante estes últimos anos está esgotada", referiu. "Portugal precisa como do pão para a boca de encontrar novos mercados de exportação,"
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O que chega aos jornais... (parte II)

Este artigo no DN de hoje "Constâncio aconselha subida do défice orçamental" é um exemplo do que chega aos jornais:
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"A meio de 2009, os preços podem baixar e as famílias portuguesas vão auferir aumentos nos rendimentos."
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""A inflação vai descer, felizmente", diz Constâncio, admitindo um aumento do rendimento disponível (salários, descontados os impostos), por esta via, em 2009. No espaço europeu e mesmo em Portugal "é possível a inflação negativa" - um recuo dos preços ao consumidor, provocado pela queda da procura e dos preços das matérias primas - "a meio do próximo ano". Com a Função Pública a obter aumentos salariais de 2,9% será um cenário idílico."
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Só que everything is connected... cuidado com a segunda rodada.
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"Mas para uma parte das famílias portuguesas, 2009 poderá ser negro. É que a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) estima um aumento de 55 mil desempregados e o próprio Governo admite um acréscimo de pelo menos 20 mil desempregados. Se a incapacidade de o sistema financeiro em "obter capital continuar", refere o governador do banco central, a "economia real terá uma evolução muito complicada". "
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São estes e as empresas onde estes trabalham que geram o acréscimo de impostos para pagar os salários, as pensões e os aprovisionamentos da Função Pública...

terça-feira, dezembro 09, 2008

Scorecard Capital Humano (parte I)

Pós-Graduação em Gestão Estratégica de Recursos Humanos da APG-GRN.
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Acetatos podem ser obtidos digitando os números que se seguem (sem esquecer a palavra-passe):
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1 Arranque - Capital Humano - Viajar para o futuro.
2 Não há acasos.
3 Por que é preciso uma estratégia para o negócio
4 A evolução do BSC
5 Quem são os clientes-alvo?
6 Desenhar um mapa da estratégia
7 Definir indicadores
8 Determinar as iniciativas estratégicas

Continua

SPC (parte V) - As quatro possibilidades de um processo

Continuação de: parte zero; parte I; parte II ; parte III e parte IV.
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Para acabar de vez com a colagem das especificações aos limites de controlo de uma carta de Shewhart esta reflexão de Donald Wheeler e David Chambers retirada do livro "Understanding Statistical Process Control).
Um processo no estado ideal é um processo sob controlo estatístico e que só produz produto conforme.
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Um processo no estado limiar é um processo sob controlo estatístico mas que, apesar disso, produz algum produto não-conforme. Confiar no controlo "fronteiriço" feito por guardas da qualidade é muito caro, pois o defeito já ocorreu. Há que procurar melhorar o processo, reduzindo a dispersão, ou mexendo na média, ou... mudando as especificações.
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No estado à beira do caos, apesar do sistema não estar sob controlo estatístico só produz produto conforme. Muito provavelmente vivemos tempo emprestado e dominado por circunstâncias que fogem do nosso domínio. A qualquer altura (and Murphy rules) e no momento menos esperado e menos próprio a deriva entrópica pode levar o processo para o estado caótico.
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No estado caótico nem se tem o processo sob controlo estatístico, nem se deixa de produzir produto não-conforme. As caprichosas causas assinaláveis dominam estes dois últimos estados.
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Para vencer a entropia, temos de melhorar os processos.

Deflação

"The further fall in UK producer prices in November provides more evidence that deflation is now becoming the greatest policy concern,"
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Retirado de "Producer prices tumble in November as inflation falls sharply"
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"Debt deflation is tightening its grip over the entire global system. Interest rates are creeping towards zero in Japan, America, and now across most of Europe"
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Retirado de "Deflation virus is moving the policy test beyond the 1930s extremes"

Sinais dos tempos

No JN de hoje "EUA: Norte-americanos utilizam transportes públicos como nunca"
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segunda-feira, dezembro 08, 2008

O que chega aos jornais

Juntem-se estas reflexões sobre o poder e o jornalismo:
E analisem-se alguns exemplos do que chega aos jornais: O meu baú de tesourinhos deprimentes (parte II) de onde retiro este pormenor (o artigo do jornal é de ir às lágrimas num primeiro momento e de preocupação num segundo... pois começamos lgo a imaginar quem terá dado a ordem de pagamento e quem terá encomendado tais pérolas de ignorância).
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"A acumulação de capital por parte dos sectores produtores de bens ou serviços não transaccionáveis, como a construção, as telecomunicações ou a energia, criou as condições que podem permitir a alavancagem de um novo modelo de desenvolvimento económico"
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"É também nestes sectores que existe maior acumulação de capital em termos absolutos. Destacam-se, em particular, cinco áreas - construção e imobiliário, banca e seguros, comércio, telecomunicações e ainda electricidade e gás - que representaram mais de 50 por cento dos lucros de toda a economia no período em análise e que se caracterizam pelo facto de as grandes empresas ocuparem lugares de destaque ou de crescente preponderância."
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Para rematar, o artigo de António Barreto no Público de ontem que roubei ao autor aqui e do qual saliento este pormaior:
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"Banca, energia, obras públicas e telecomunicações: parecem ser estes os territórios preferidos dos grandes partidos do regime. É possível que a maior parte dos homens de que se fala hoje não tenha cometido um só crime. É possível que não tenham tido, jamais, um comportamento ilícito. Mas tal se deve ao facto de as leis permitirem que se faça o que se faz. Até porque foram eles que as fizeram."
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Não há acasos... todas as coincidências são significativas.

Divagações religiosas

Associo estas notícias "Words associated with Christianity and British history taken out of children's dictionary" e "Traditional subjects go in schools shake-up" e esta opinião "Cardinal Cormac Murphy O'Connor: Britain is 'unfriendly' for religious people" à seguinte teoria da conspiração:
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Nos tempos de vacas não tão magras (por cá) e gordas (noutras paragens) o que querem os governos? Mais consumo, mais crescimento, mesmo que não haja poupança précia. Mais consumo significa mais impostos, mais empregos, mais crescimento, mais votos (saber se isso é sustentável não conta).
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Quando se dá o estouro da bolha consumista e chega o tempo das vacas anoréxicas o que querem os governos?
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Que o deboche de endividamento pessoal continue para reanimar a economia a todo o custo.
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O que é que todas as religiões propõem?
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Gn 41, 1-36. A interpretação do sonho do Faraó pelo hebreu José. Depois de anos de abundância sempre virão anos de escassez, convém poupar nos anos bons para precaver e suavizar os anos maus. Esta mensagem é subversiva para os governos actuais sejam eles de Brown, Sarkozy ou Sócrates.
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Mc 1, 3. Associo sempre a imagem do actor Charlton Heston com uma pele de camelo e uma vara na mão a gritar no deserto "Repent!" ("Esta é a voz daquele que grita no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas!" - chega-se ao deserto porque se agiu por caminhos tortos, se se quer sair do deserto... há que mudar de vida)
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Se eu tivesse 7 vidas e algum dinheiro, talvez dedicasse algum tempo a realizar um filme estilo "A Vida de Brian" em que num plano colocaria uma espécie de leilão de pregadores, de um lado um sósia de Charlton Heston, João Baptista, gritando "Repent!!!", do outro Brown/Sarkozy/Zapatero/Sócrates/... gritando "Spend!!!"
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Daí que seja sempre um bom investimento para os governos eliminar ou reduzir o poder do megafone destes emissores de ruído que turvam a cristalinidade da mensagem que interessa.

Nicolas G. Hayek

Slywotzky (é obra! num nome conseguir colocar um y, um w, um z, k e outro y e manter o nome pronunciável ) no seu "The Profit Zone" (este livro é um must, pode ter 11/12 anos mas continua actual... se quem enterrou literalmente milhões aqui tivesse lido o capítulo 5 e tivesse percebido a mensagem, veria como uma congénere americana deixou de ser product-centric para passar a ser customer-centric e deixou de ter concorrência) dedica o capítulo 6 a Nicolas G. Hayek, o nome por detrás do renascimento da indústria de relógios suiça nos anos 90 do século passado, apesar das marcas japonesas (Seiko, Timex, Casio, Citizen, ...). Este capítulo é um "case-study" que deveria ser obrigatório estudar nas universidades e sobretudo nas associações empresariais.
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"In a business where the brand is the basis for strategic control, protecting the brand can be the difference between success and failure. The brand impacts both the differentiation and value capture (through price premium) dimensions of a business design. Brand can be an extremely powerful way to make a product stand out against its competitors, but a powerful brand must be carefully cultivated and maintained."

Macro-economia versus micro-economia: once again

O que dizem os macro-economistas?
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"Krugman: US Auto Industry Will Probably Disappear"
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Aqui Krugman tem um poderoso aliado... o mercado bolsista. O mercado bolsista quer resultados e resultados rápidos, é impaciente quanto ao crescimento das vendas e da quota de mercado.
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Por cá, quando outros vaticinaram o mesmo para o calçado, por exemplo, os micro-economistas porque não estavam sujeitos à pressão dos accionistas para resultados rápidos, tiveram tempo para fazer das tripas coração, para queimar as pestanas e, como a filha da história, desenhar uma janela, construir uma alternativa.
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domingo, dezembro 07, 2008

Não podemos ser pessimistas (parte II)

You naugthy girl!!!
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Continuado daqui.
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A rapariga esticou-se, colocou a mão na bolsa e retirou um seixo. No entanto, antes de olhá-lo deixou-o cair no chão, onde logo se misturou no meio dos outros seixos da estrada.
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- Oh que desastrada que eu sou! Bom, mas não há problema, se espreitarmos para dentro da bolsa poderemos saber que cor tirei por exclusão de partes.
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Claro que o seixo que se encontrava dentro da bolsa era de cor preta. Assim, facilmente se concluía que ela tinha retirado e deixado cair “sem querer” o seixo de cor branca.
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O velho agiota para não revelar a sua falta de honestidade, aceitou. Assim, pai comerciante e filha livraram-se do agiota.
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Teresa veja o segundo comentário do aranha: "Migração de valor = uma face do espelho;
Novas necessidades e benefícios, logo novas oportunidades, logo novas estratégias = a outra face."
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Conhece esta frase atribuída a Friedrich von Hayek?
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" Never will a man penetrate deeper into error than when he is continuing on a road that has led him to great success."
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Quando o mundo muda é preciso perceber que ele mudou, porque aquilo que resultava no mundo anterior deixa de resultar no mundo novo, e quem não percebe isso, quem não sabe que a mudança aconteceu, quem tenta esconder que a mudança aconteceu, ou quais são as consequências da mudança, vai gerar sarilhos, vai fazer grades estragos.
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“Despite increasingly fierce landscapes, most managers assume that cost-cutting and other forms of improving efficiency will help them to counter direct competitiveness challenges. Thus, their first reaction to discontinuous competition is to “work harder”, when what they need to do is “work differently”.
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Work harder e efficiency pressupõem que o que resultava no passado vai continuar a resultar no futuro. (esta citação foi retirada de “Escaping the Red Queen Effect in Competitive Strategy – How managers Can Change Industry Rules by Sense-Testing their Business Models”, da autoria de Sven Voelpel, Marius Leibold, Eden Tekie e George von Krogh. Neste postal pode ver-se um pequeno filme japonês que retrata o Red Queen Effect).
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Voltemos então ao princípio:
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"Penso, no entanto, que nao podemos ser péssimistas e temos de encarar estes factos, mas olhando sempre para a frente."
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200% de acordo. Não podemos ser pessimistas. Não podemos desistir, não podemos voltar a viver em cavernas e segundo a lei do mais forte (poder podemos, como nos lembrava Popper: Hoje vivemos melhor que há 100 anos, mas não há nenhuma lei inexorável que assegure que os humanos daqui a 100 anos viverão melhor que os de hoje. Já agora, os netos da geração mimada do pós-guerra que fez o Maio de 68 vivem e vão viver muito pior porque têm de suportar as benesses dos avós, benesses que eles nunca terão).
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Não ser pessimista é uma questão de postura mental!
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"temos de encarar estes factos". Esta é a chave da questão, não sermos enganados nem nos enganar-mos a nós próprios. Há que recolher e analisar os factos, ainda que eles nos doam, ainda que eles sejam feios (daí estas notas que arquivei nestes comentários, por exemplo).
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Não podemos é esconder os factos ou pintá-los com tons cor-de-rosa como fez este senhor (atenção o senhor Roubini não é nenhum ignorante, só o escrevi para reforçar a ironia sobre as palavras do ex-futuro chanceler, já que não o quis para aí).
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"temos de encarar estes factos, mas olhando sempre para a frente."
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Objectivamente de pouco serve saber e encarar os factos se for para aguardarmos passivamente o que se vai tornar inevitável.
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Não, queremos saber a verdade (ai Popper, Popper... saber a verdade), queremos conhecer os factos para agir, para actuar. Não para fazer mais do mesmo, não para repetir o que resultou no passado.
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Mas para, como fez a filha da estória, queimarmos as pestanas a pensar em alternativas. Sempre que se fecha uma porta, algures há a possibilidade de se abrir uma janela. Só que essa janela está dissimulada, ou está em fase de projecto, ou está esquecida... há que a procurar, há que a desenhar, há que a construir. Isso só se faz estando ciente dos factos.
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Quando se escondem os factos, quando se iludem os factos, quando se torcem os factos argumentam que é para não gerar o pânico, que é para dar esperança às pessoas, que é para ...
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TRETA!!!
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Prefiro encarar o touro bem de frente, olhos nos olhos, custe o que custar, com as minhas ilusões deliberadamente criadas por mim e com o meu conhecimento - a esperança que resulta de conhecer a realidade e de ter desenhado um plano para fazer coisas diferentes.
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Ando a ler um livro que já aqui mencionei várias vezes. No último capítulo que li o autor conta a história do aparecimento da Swatch e do ressurgimento da indústria de relógios suiços. Não foi a continuar a fazer o que faziam no passado pois a Timex (lembra-se? O meu primeiro relógio aos 10 anos era desta marca), a Casio, a Citizen e a Seiko não deixavam... a Omega esteve para ser vendida aos japoneses por 400 milhões de francos suiços.
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Os relógios suiços acabaram? As marcas caras de relógios suiços acabaram? Não há relógios suiços baratos à venda no mercado?
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Não podemos ser pessimistas, nem podemos ser quadrados que esperam que aquilo que resultou no passado continue a resultar no futuro... para isso precisamos de ser honestos. Com os outros e sobretudo connosco próprios.

sábado, dezembro 06, 2008

Não podemos ser pessimistas (parte I)

A minha amiga Teresa, em comentário a este postal escreveu:
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"Penso, no entanto, que nao podemos ser péssimistas e temos de encarar estes factos, mas olhando sempre para a frente."
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Este trecho fez-me recordar uma estória que ainda ontem (ou hoje?) usei durante uma acção de formação.
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Quando eu frequentava o 10º ano de escolaridade (no tempo em que ainda havia dinossauros na Terra), apesar de ser um aluno dedicado e mergulhado na área científica, escolhi a disciplina de Psicologia, em detrimento de Zoologia e Geologia, como disciplina opcional.
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E foi no livro de Psicologia dessa disciplina que encontrei esta fabulosa estória sobre o pessimismo e sobre as opções fechadas, sobre a ausência de saídas, sobre o bloqueio, sobre a capitulação e a desistência.
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Era uma vez um comerciante que viu o seu negócio passar por graves problemas pelo que ficou a dever uma enorme soma de dinheiro a um velho mesquinho e desprezível agiota. O agiota ao ver o tempo passar e os juros a crescerem sem que o comerciante tivesse a possibilidade de lhe pagar a dívida propôs, com indisfarçável água na boca, o seguinte acordo:
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A dívida fica saldada se me deres a tua jovem e bela filha em casamento.
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Tanto o comerciante quanto sua filha ficaram horrorizados.
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Então o agiota, para amenizar a situação e vencer a resistência de pai e filha, propôs que a sorte resolvesse o problema.
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Assim, o agiota propôs que se colocassem dentro de uma bolsa vazia dois seixos da estrada, um branco e um preto. Se a filha retirasse o seixo branco a dívida seria saldada e continuaria a viver com o pai. No entanto, se retirasse o seixo preto… a dívida seria cancelada e a moça teria de casar com o agiota.
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Se a filha se recusasse a retirar um dos seixos do saco o agiota chamaria a polícia e o pai iria para a cadeia.
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O pai e a filha tiveram de concordar com a proposta do agiota.
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Então, o agiota inclinou-se para a estrada cheia de seixos, e sorrateiramente apanhou do chão dois seixos pretos e meteu-os no saco.

Isto foi casualmente observado pela filha do comerciante.
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O agiota, então, pediu à moça que retirasse um seixo do saco. Um seixo que ditaria não só sua sorte como a do seu pai.

A mente da moça era um turbilhão de ideias… o que fazer? O que fazer? O que fazer?
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Recusar-se a retirar um seixo e ver o seu querido pai ser preso?
Expor o agiota como um impostor, um intrujão sem escrúpulos? E ver o pai ser preso…
Sacrificar-se para salvar o pai da cadeia.
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O que fazer? O que fazer? Qual a saída? Não há saída!!!!

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Continua.

O nosso Momento Zen

Esta fim-de-semana ainda não tive oportunidade de comprar o semanário Expresso e por isso não sei como será esta semana.
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Pero todavia, na revista Única, que acompanha o jornal, do passado dia 29 de Novembro de 2008, nas páginas 4 e 5 encontramos um anúncio do...








Banco Privado Português!!!!!!!!!!!!!!!!
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Na coluna da esquerda podemos encontrar umas interessantes notas, por exemplo:
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Nota 3: "O Banco Privado Português não recebeu nenhuma herança mas mesmo assim é um dos Bancos mais capitalizados do mundo no seu segmento, com capitais próprios de cerca de 200 milhões de euros."
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Nota 4: "Já o Banco Privado Português não é dado a fantasias. Prova disso é a Estratégia de Retorno Absoluto que garante aos seus clientes não só valorizações reais e potenciais competitivas, como a conservação do capital investido."
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Comentários para quê?!?!

Cuidado com a segunda rodada...

Segredou-me a minha amiga Teresa lá da longínqua e gélida Dusseldorfia:
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“Vou ser sincera, meu caro ccz., ainda nao notei nada desta crise de que tanto se fala, nos jornais, na TV etc...”
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Olhemos então para a figura que se segue: Teresa vá, por favor, para o ponto 1.
Trabalha para o Estado alemão? Sim ou não.
Se sim, pergunte: "De onde vem o dinheiro com que o Estado alemão paga os salários dos funcionários públicos e as pensões e subsídios?"
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Mesmo que trabalhe para o Estado, peça a conhecidos ou familiares que trabalham na economia privada que lhe contem o que se está a passar em todo o mundo.
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Perante a incerteza quanto ao futuro, as pessoas, que têm receio de perder o seu emprego, reduzem o seu consumo familiar, a começar pela compra de bens duradouros (carros, casas,...). Esse receio não é infundado, basta pensar nisto:
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"No mês de Novembro, registou-se a maior destruição de emprego desde 1974. A maior economia do mundo perdeu 533.000 postos de trabalho no sector secundário e terciário."
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"Key Plastics Portugal despede 220 trabalhadores"
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"Têxtil fecha e deixa 44 no desemprego"
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"Fábrica da PSA Citroën em Mangualde suspende produção em Dezembro "
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Só coloquei notícias de ontem, só de ontem.
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Se não há consumo, as empresas perdem facturação e podem fechar ou ter de despedir pessoal.
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Se fecham ou despedem pessoal, aumentam os desempregados e os gastos sociais.
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Se fecham ou baixam a facturação, baixa a cobrança de impostos.
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Com as receitas a diminuir e as despesas a aumentar... lá se vai o orçamento do Estado alemão.
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Quem é pago directamente pelo Estado alemão numa primeira fase não nota nada, e se não houver uma catástrofe talvez não chegue a sentir nada.
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Mas imagine se isto se prolonga:
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"Em Novembro, a Ford vendeu 123.222 veículos, o que representa menos 30,6% do que em igual período do ano passado. A GM, a maior fabricante do país, perdeu 41% em vendas. A Chrysler foi a mais penalizada das três marcas com uma redução de 47% no mesmo período em análise. As gigantes asiáticas Toyota e Honda também venderam menos 34 e 32%, respectivamente."
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Agora imagine que há um colapso da economia, que as pessoas deixam de comprar com medo e com falta de dinheiro, porque enquanto falamos milhares de pessoas em todo o mundo estão a ficar desempregadas...
Nesse cenário... de onde virá o dinheiro para manter operacional o Estado alemão?
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OK, o Estado alemão pode pedir dinheiro emprestado!
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Até quanto, a quem?