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sábado, setembro 14, 2019

Contexto

Um conjunto de textos sobre o sector do retalho (nos Estados Unidos) e sobre a moda (na Europa). Talvez seja útil para as análises de contexto que as PME são convidadas a fazer no âmbito da certificação da qualidade:
"El retail, a por nuevos modelos de negocio. El 30% de los retailers de Estados Unidos están llamados, según la consultora Bain&Co., a desaparecer o ser absorbidos a corto plazo. [Moi ici: Apesar dos exageros americanos na construção de lojas, acredito que esta tendência também acabará por chegar à Europa, talvez de forma não tão pronunciada] El sector debe competir en un contexto desafiante y cambiante, en el que aparecen nuevos modelos de negocio y los viejos se adaptan a contrarreloj. ¿Cuáles son las claves para sobrevivir en este entorno?
.
La consultora estadounidense ha definido cinco modelos de negocio para adaptarse a este nuevo escenario y competir en el retail del futuro: jugadores del ecosistema, guerreros de la escala, campeones del valor, el polizón y las joyas regionales."

"Turquía, Rumanía e Italia, las fábricas de Europa. Estos son los tres países que lideran el empleo en la confección en el sector de la moda en la región, el 65,7% del total, según los últimos datos de la agencia estadística Eurostat.
.
Aunque en los últimos años algunas compañías internacionales del sector han acercado su producción a Europa, el número de empleados en la confección todavía se sitúa a gran distancia de los datos de 2009, cuando la industria empleaba a 1,5 millones de trabajadores. En 2018 en Europa, alrededor de 1,07 millones de personas se dedican a la confección, un 41,6% menos que en 2009." 


"Saber a dónde se quiere ir y cómo llegar es crucial para las marcas de la moda. En su búsqueda de una cadena de abastecimiento según demanda, las empresas del sector deben modelar diferentes escenarios económicos y financieros que les permitan desarrollar una base de datos cuantificada para utilizarla como guía hacia una óptima estrategia de aprovisionamiento.
.
Este modelo consta de tres fundamentos que están interrelacionados: velocidad de llegada al mercado, valor del tiempo y equilibrio entre neorelocalización y orígenes asiáticos."

"La producción textil mantiene la tendencia bajista. El Índice de Producción Industria (IPI) del sector volvió a caer en mayo con un descenso del 5% en relación al mismo mes del año anterior. Con este retroceso, el sector encadena siete meses consecutivos de caídas." 

quarta-feira, setembro 04, 2019

De volta a 2009 e ilusões de um I9G

Ontem o Jornal de Notícias trazia este artigo "Exportações do têxtil caem ao fim de sete anos".

Nada de novo. Temos acompanhado o tema, desde quando ele ainda não era tema.
Em Janeiro de 2019 ironizei com o tema, mas há dias fui esbofeteado em público.

Se não há novidade por que refiro aqui o artigo? Por causa da forma como o referido artigo termina. No postal de Janeiro último escrevi:
"Os políticos à segunda, terça e quarta, enchem o peito, levantam a crista e gritam que estão contra os salários baixos. Os mesmos cromos à quinta, sexta e sábado, ficam preocupados quando as empresas que trabalham preço começam a fechar. Vamos começar a ouvir vozes a pedir apoios e subsídios."
No artigo leio:
"Ricardo Costa, vereador da Câmara de Guimarães, pede ao Governo que acelere as medidas já propostas pela Autarquia para travar uma eventual crise: "Não podemos ser meros prestadores de servicos, temos de criar necessidades". Em causa estao acções importantes como o I9G ou a redução do custo de tratamento das águas residuais."
Parece que os políticos regressaram a 2009:

  • e à falta de inconstância: políticos que querem aumentar salários, mas acham as empresas incapazes de pagarem o custo de tratamento das águas residuais;
  • e ao torrar dinheiro para salvar empresas (não se lembram dos Senhores dos Perdões? #ComPrimos #TrazParentes). Que sentido faz aquela afirmação "temos de criar necessidades"? É esse o papel dos políticos? Alargar para o têxtil do preço-baixo a pouca vergonha do activismo político no sector leiteiro? A procura genuína muda, os políticos chegam-se à frente para torrar dinheiro impostado aos saxões em medidas que criam (?) procura artificial e, reduzem os incentivos para que as empresas que têm potencial para sobreviver se reformulem, e lancem as suas experiências de reinvenção. Stressors are information. Prefiro a Via Negativa.
Um outro tema, de um outro campeonato, é o do I9G (recordar aqui).
O texto do Jornal de Notícias refere, como seria de esperar:
""A redução de Espanha tern sobretudo a ver corn aquilo que foram as encomendas da Inditex, sobretudo aquelas que são muito baseadas no preço", revela Paulo Vaz, diretor-geral da Associacdo Textil e Vestuario de Portugal (ATP)."

O que refere o artigo sobre o I9G?
"Elaboração de projetos de inovação com o objetivo de transferir conhecimento produzido na Universidade do Minho e outras entidades do Sistema Científico para as empresas sediadas em Guimarães. Este é o conceito que define esta “triangulação perfeita” assente no projeto I9G,
...
“Este projeto demonstra a capacidade de transferir o conhecimento que se produz nas nossas universidades para as nossas empresas e é uma condição decisiva para ganharmos a batalha da competitividade, através pessoas mais qualificadas e com mais investigação para desenvolver os produtos." 
E vocês acham que PME habituadas, moldadas, batidas a competir pelo preço baixo são o alvo adequado para receber este conhecimento científico e subir na escala de valor? Come on! Get a life!
Os macacos não voam, trepam às árvores!!!

As escolhas feitas no passado limitam o campo de possibilidades no presente. Não é impunemente que se tem um passado. Para usar esse conhecimento científico é preciso:
  • mudar de clientes;
  • mudar de proposta de valor;
  • passar a ter actividade comercial - não é o mesmo que vender minutos;
  • passar a ter actividade de marketing;
  • gerir as pessoas de outra forma;
  • organizar a produção de outra forma.
Estamos a falar em passar de um passado de dinossauro azul ou, muito provavelmente vermelho, para um futuro de dinossauro preto:
O meu conselho é simples: Deixem as empresas morrer!

Aprendam com Maliranta e Taleb!


Aproveito para sublinhar que o discurso do sector e das suas associações continua sereno e longe do alarmismo de há dez anos.

segunda-feira, agosto 26, 2019

Aprender com os outros (parte II)

A fazer umas arrumações verifiquei que me esqueci de registar aqui no blogue dois texto do caderno de Economia do Expresso de 15 de Junho último. Dois textos que têm a mesma função do último postal sobre a Canada Goose: aprender com os outros a subir na escala de valor (volto a 2009 e ao exemplo dos pares).

O primeiro texto intitula-se "Sorema - Voar com um tapete pelo mundo":
"É um cenário bem diferente do que os irmãos relvas encontraram em 2000. Na altura, quando chegaram à direcção da empresa, a produção vivia do mercado doméstico e das marcas dos clientes.
"Percebemos que não iríamos sobreviver assim, por isso apostamos na subida da cadeia de valor", refere agora Ricardo. Nasceu, então, a Sorema Bath Fashion, uma colecção mais voltada para o segmento moda, de gama média. Seguiu-se a insígnia premium Graccioza, já com 50 espaços dedicados em lojas do El Corte Inglés, em Espanha, a diversificação da oferta para as toalhas, roupões, linha de praia, acessórios, coordenados e cortinas de casa de banho.
E o trabalho continuou com produtos mais tecnológicos, o que significa tapetes mais fofos, toalhas mais absorventes, mais densas, com tratamento antibacteriano resistente a lavagens.
...
Hoje, tem quatro designers, exporta 90 por cento do que faz para mercados europeus e América, sem esquecer a ásia, do Japão à Coreia do Sul e Singapura. Vende toalhas de rosto a €100, faz tapetes para iates e hotéis de luxo com fingimento especial e garantia de resistência da cor ao sol, ao cloro das piscinas, ao sal da água do mar."
O segundo exemplo intitula-se "Gierlings Velpor - Investir para andar sobre rodas":
"Na verdade, esta empresa fundada em1808. já habituada a exportar 90 por cento do que produz, começou por se dedicar aos tecidos ligeiros para vestuário. Reorganizou-se para trabalhar na área da decoração mais tarde, quando o mercado da moda se tornou "complexo e passou a ser controlado por grandes cadeias que definem o preço".
"Nós queremos definir as nossas margens e, por isso, tivemos de nos voltar para os tecidos mais técnicos e os veludos decorativos" resumeo presidente executivo desta empresa que tem uma quota de exportação de 90 por cento, em mercados europeus, do Reino Unido à Alemanha e a Espanha,  asiáticos e americanos. A Gierlings Retinir chegou, assim, à Ópera de Nova Iorque, a hotéis e teatros ern diferentes geografias, e acredita que os seus veludos são a solução ideal para um palco. Porquê? Constantino Silva responde: "Por ser tridimensional, o veludo não permite que a luz do interior passe para o exterior e tem propriedades acústicas. Até pode ser certificado com a garantia de que não há reflexão do som."" 

segunda-feira, agosto 12, 2019

Uma bofetada que recebo como um aviso

"nature evolves away from constraints, not toward goals"
Como escrevi ontem "exploitation através de local searches quando a paisagem competitiva está em mudança". A que grupo pertencerão, ao segundo ou ao terceiro?
"Três grupos:
  • os que agem ao primeiro sinal e partem em exploration de novas alternativas;
  • os que por cegueira ou incapacidade continuam a sua vida de exploitation através de local searches; e
  • os que assumem a exploitation até ao fim, conscientes de que mesmo assim, terão de fazer a sua mudança, porque os dois primeiros grupos vão libertar quota de mercado, voluntária ou involuntariamente."
Julgo que ao segundo, porque os que se enquadram no terceiro grupo mudam algo no modelo de negócio.

Há meses escrevi sobre o que acontece quando deixa de haver trabalhadores, foi na série, "Para aumentar salários ... (parte IV)". Quando a falta de trabalhadores obriga os salários a subirem mais do que a produtividade, as empresas começam a trilhar um caminho perigoso. A minha visão optimista apontou logo a alternativa, subir na escala de valor para que a produtividade aumente mais depressa do que os salários. Ainda recentemente escrevi "Mudar e anichar" e em Janeiro último "Espero que não vos tremam as pernas quando as empresas começarem a cair como tordos".

A Natureza não pensa, não corre para objectivos, a Natureza foge de restrições e constrangimentos. Qual a alternativa a pensar e subir na escala de valor (o primeiro grupo lá de cima). Manter tudo igual e procurar suprir a restrição mais forte.

Assim, este título, "Empresas têxteis portuguesas recrutam trabalhadores na Ásia", é uma bofetada que recebo como um aviso para aprender a ler melhor o comportamento humano (como os templários no final do processo de iniciação). É mais fácil fazer o que é mais fácil.

Voltamos à equação da produtividade:
Eu, por feitio profissional, opto sempre por trabalhar o numerador, o único que pode promover melhor nível de vida para todos. Por isso, esqueço-me que há sempre gente em busca de viver à custa de melhorias no denominador. Claro que isto será sempre um paliativo, trabalhadores mais dóceis, mais ignorantes e àvidos de horas extra só permitem controlar os custos até um certo ponto. Até porque a capital de Marrocos fica mais perto de Lisboa do que Madrid.





terça-feira, julho 23, 2019

Pôr em perspectiva (parte II)

Parte I.

Escrevia-se em Março de 2003:
"Mesmo assim, o líder associativo afirma acreditar, "convictamente, que Portugal é um óptimo produtor e exportador da ITV e vai continuar a sê-lo", frisando, no entanto, que, para tal, terá que apostar numa "cultura de valor, no desenvolvimento e concepção de produtos e em gestores qualificados". Mas não só, porque, salienta, a "produtividade, que está 60 por cento abaixo da média comunitária, tem que subir"
Um país que vinha de anos e anos de sucesso por ser a "china" da Europa antes de haver China iria sofrer um choque violento contra a parede, por causa da abertura de 2005, devido aos salários da China e a referência era a produtividade média comunitária?!
Quando o mercado muda é fundamental mudar também os parâmetros que seguimos e monitorizamos.
"Realizado há três anos, o estudo da Kurt Salmon Associates e pelo BPI para a Associação Portuguesa de Têxteis e Vestuário continua a ser actual. O objectivo era avaliar o impacto da liberalização do comércio mundial de têxteis e vestuário, previsto para 2005, na ITV nacional. Optando-se quer pelo cenário mais optimista - uma perda de 80 mil postos de trabalho e o encerramento de 734 empresas - quer pelo pessimista - 106 mil postos de trabalho e 826 empresas - o embate será violentíssimo."
Escrevemos na parte I: Em 2015 o sector tinha perdido 104 095 trabalhadores por comparação com 2000 e 131 668 trabalhadores por comparação com 1995.

Só entre 2003 e 2013, segundo o Pordata, desapareceram mais de 6000 empresas em termos líquidos.

Enquanto decorria esta mortandade o parlamento dedicava-se a legislar sem pensar nas consequências. Depois, arrependia-se e tentava brincar aos alquimistas. Recordo de Agosto de 2009:
"Assim, os políticos tomam as decisões que levam a isto “Novo salário mínimo impôs aumentos de 5% para operários do têxtilAumentos de 5% impostos numa época de crise, com as encomendas a baixar e as empresas a fechar (já em Novembro do ano passado se escrevia isto: “Indústria têxtil já perdeu 170 milhões em 2008A altura pode não ser a melhor, mas ao promover e incentivar o encerramento das empresas estaremos certamente a contribuir para premiar as empresas mais bem geridas e para fechar as empresas que seguem estratégias ultrapassadas “Têxtil e vestuário: Maioria continua a "trabalhar a feitio" (no JN de ontem)Contudo, depois, vem aquela impressão na barriga dos políticos, aquele tremer das pernas, quando percebem, só então é que percebem, as consequências das suas decisões. E, em vez de constância… começam a remendar e remendar e remendar.Assim, no Público de ontem: ” Parlamento pede política fiscal "especial" para o sector têxtilComo é que querem ter estratégia se não têm coragem de assumir o lado negativo das opções que tomam?"

Por fim, o tal estudo de 2000 propunha:
"Para fazer face a tal impacto, eram avançadas três estratégias possíveis. A primeira, pró-activa, de reacção quer por via do desenvolvimento de planos estratégicos quer pela identificação dos pontos fortes e fracos. [Moi ici: Blábláblá!] A segunda, de deslocalização, ou seja, de transferência da manufactura para países com baixos custos mantendo a estrutura empresarial em Portugal.  [Moi ici: LOL] A terceira, de continuidade.  [Moi ici: ??? LOL ???]

Trechos retirados de "Indústria têxtil perdeu 42 mil postos de trabalho nos últimos quatro anos"

quinta-feira, julho 18, 2019

Há aqui algo que me escapa, confesso

Há dias li "Têxtil faz lóbi em Bruxelas para não perder estatuto de PME".

Por um lado fiquei a pensar nas empresas que se habituam e ficam "presas" aos subsídios.
A existirem, qual o objectivo dos subsídios? Não deveria ser apoiar empresas até que elas não precisam de rodinhas para andar de bicicleta sozinhas?
Qual o sentido de ter empresas a saltar de subsídio após subsídio ano após ano?
Qual o sentido de ter sempre os mesmos a receberem subsídios?

Por outro lado pensei na evolução do sector têxtil português desde a entrada da China na Organização Mundial do Comércio.
Desde 2009 a 2019 sempre a crescer em exportações e empresas mais pequenas (Em 2000 exportámos 4927 milhões de euros e em 2017 exportámos 5237 milhões de euros).

Em 1995 exportámos cerca de 15 mil euros por trabalhador no sector.
Em 2017 exportámos cerca de 38 mil euros por trabalhador no sector.

Entretanto as empresas foram ficando cada vez mais pequenas (17006 empresas em 2003 (13 trabalhadores por empresa) e 12330 em 2017 (11,1 trabalhadores por empresa))

Interessante estes números sobre a evolução da quantidade de trabalhadores por dimensão das empresas num seminário da CGTP em 2005:
As empresas maiores foram as que mais trabalhadores perderam.

Por outro lado ainda fiquei a pensar em Mongo e nas suas exigências de séries mais pequenas, muita flexibilidade, rapidez, variedade...

Há aqui algo que me escapa, confesso.

quinta-feira, março 14, 2019

Boas notícias, Portugal a ser abandonado pelo negócio do preço (parte II)

Parte I.

Ontem no Jornal de Notícias, "Associações anunciam nova crise do têxtil", com pérolas extraordinárias:
"Ontem, em Guimarães, os dirigente da Confederação Portuguesa da Micro, Pequenas e Médias Empresas (CPPME), António Monteiro, pôs o dedo na ferida: "A situação é de tal ordem preocupante que há muita gente em desespero. Prevejo o encerramento de dezenas de empresas nos próximos dias"
...
Entre as medidas a tornar, António Monteiro defende a criação de um fundo de segurança à subcontratação para compensar desistências de encomendas, a criação de um contrato obrigatório entre multinacionais e subcontratados, a criação de uma comissão arbitral para a resolução de conflitos e a criação de um fundo de formação profissional para a formação de costureiras."
Que falta de noção!!!

Prefiro a evolução deste senhor, quem o lia há 10 anos e quem o lê hoje:
"Não é pelos preços que iremos encontrar a nossa competitividade e o que está a acontecer com a Inditex poderá ser pedagógico para muitas empresas, que se acomodaram, e um sinal importante para a nossa indústria de que o preço não é a resposta", afirmou o diretor-geral da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP) em declarações à agência Lusa.
...
"A grande questão é que as empresas aprendam de vez a lição de nunca ficarem com excesso de dependência relativamente a um cliente ou a um mercado em particular. Mais uma vez, a história repetiu-se com algumas delas, sobretudo as mais pequenas, que tiveram de encerrar, mas a minha convicção é que não é isso que vai afetar de uma forma violenta, ou pelo menos dramática, um setor que hoje em dia tem outros argumentos, alternativas e mercados e outra forma de reagir na procura de outros clientes", considera.
.
Quanto às exportações para Espanha, Paulo Vaz acredita que "têm ainda potencial para crescer", até porque este mercado "está a ser berço de um conjunto de novas marcas muito orientadas para a sustentabilidade", em oposição ao "excesso de homogeneização que se encontrou em modelos de 'fast fashion' como a Inditex"."
ADENDA: Vão ver como começou a primeira loja Zara... um subcontratado a quem não desistiram de colocar encomendas, mas desistiram de comprar encomenda produzida. O homem teve de minimizar o prejuízo. Alugou um espaço em La Coruña, e começou a vender ... e nunca mais parou.
Há os que apesar de empresários nunca deixarão de ser funcionários e há os outros.

sábado, fevereiro 16, 2019

Para reflexão pelos empresários do calçado e do têxtil

Um artigo interessante e merecedor de reflexão por muitos empresários do calçado e do têxtil, "Millennials have a new shopping habit that could spell trouble for Forever 21 and H&M".

Talvez mais uma razão para subir na escala de valor, talvez mais uma razão para pensar em Mongo e nas suas tribos.

Dá que pensar no potencial impacte numa série de modelos de negócio baseados no fast-fashion... ou no low-cost.

domingo, janeiro 13, 2019

Boas notícias, Portugal a ser abandonado pelo negócio do preço (1)

(1) O título está carregado de ironia, uma espécie de desafio aos que dum lado da margem, supostamente protegidos pela largura do rio, insultam alguém e a sua mãe. E começam a ver a coisa a complicar-se quando esse alguém atira-se à água e em fortes braçadas começa a vencer a distância e aproxima-se para dar uma tareia ao galifão.

Em Agosto último:

Agora "Aposta da Inditex na Turquia afeta Portugal"
""Houve uma desvalorização em 40% da moeda na Turquia e a Inditex está a deslocalizar as encomendas para aumentar as margens", confirmou ao JN Paulo Vaz, diretor-geral da Associação de Têxtil e Vestuário de Portugal. O setor está ainda a tentar perceber se esta deslocalização "é estrutural ou conjuntural" porque a Turquia é um país "vulnerável nas questões sociais e políticas", explicou.[Moi ici: Como se Portugal fosse um exemplo em termos de estabilidade fiscal ou laboral]
...
O JN ouviu a administração de uma empresa muito ligada à Inditex que confirmou a baixa no número de encomendas. "Estão a fugir para a Turquia porque a moeda desvalorizou e não conseguimos concorrer", assumiu o empresário, sem querer dar a cara. Exemplificou com uma peça de vestuário que feita em Portugal pode custar à Inditex 1,25 euros, mas que baixa para os 80 cêntimos se vier da Turquia."
Os políticos à segunda, terça e quarta, enchem o peito, levantam a crista e gritam que estão contra os salários baixos. Os mesmos cromos à quinta, sexta e sábado, ficam preocupados quando as empresas que trabalham preço começam a fechar. Vamos começar a ouvir vozes a pedir apoios e subsídios... É o que chamo de "tremerem as pernas" (aqui, aqui e aqui).

Apoios e subsídios são para manter o status quo.
Quantos terão coragem para não intervir e deixar a cada empresa a capacidade de sobreviver, de se reinventar, ou de morrer?

Envelhecer, por um lado, e ter memória, por outro, traz-nos algum distanciamento e perspectiva. Ainda em Fevereiro de 2017, "Voltar a 1996", vivíamos o efeito oposto. Lembram-se da sucessão ecológica?
"Em economia as empresas são os seres vivos, e o meio ambiente é o espaço competitivo onde elas operam, e esse espaço pode variar rapidamente. Por isso, não se deve poder falar de um climax que é perturbado de forma anómala, mas de uma sucessão mais ou menos rápida, mais ou menos pontuada de alterações em função da alteração na paisagem competitiva."




sexta-feira, janeiro 11, 2019

Admiram-se de quê?

Janeiro de 2019, o tema chega ao mainstream, "Dona da Zara encolhe confecções no Vale do Ave".

Recordar que o tema chegou aqui ao blogue em Março de 2018, "Algures, estes sintomas vão começar a cobrar portagem (parte II)".

Anónimo da província, mas muito à frente.

BTW, recordar "Fico com pena" e "Back to 2009" ligado a "Espero que não vos tremam as pernas quando as empresas começarem a cair como tordos".

Zara, o negócio é preço. Compra com base no preço. Se os salários sobem em Portugal, se Marrocos disponibiliza cada vez melhores parques industriais e tem mão de obra muito mais barata... se a Roménia e a Albânia dão cada vez melhores condições re têm mão de obra mais barata... apetece perguntar: admiram-se de quê?

Tendo em conta a onda que está a nascer, e que procurei retratar em "Espero que não vos tremam as pernas quando as empresas começarem a cair como tordos", vamos deixar de ser fornecedores da Zara ponto. E de nada vão valer os apoios do estado para minorar a situação.  Lembram-se da peixaria deste postal, "Sucessão ecológica"? Os apoios e subsídios apenas vão dificultar a transição das empresas ou das pessoas para outros empresas, para outros mercados, para outras propostas de valor, para outros níveis de valor acrescentado.

quinta-feira, janeiro 03, 2019

Back to 2009!

Ontem ao princípio da noite enquanto corria e ouvia o noticiário das 19h na Antena 1 senti-me a regressar a 2009.

Em Agosto de 2009 escrevi "Acham isto normal? Ou a inconsistência estratégica! Ou jogar bilhador como um amador!".

Então, os deputados às segundas, terças e quartas aumentavam o salário mínimo, e às quintas, sextas e sábados preocupavam-se com o estado do sector.

Ontem ouvi um deputado do PCP preocupado com a situação das empresas de vestuário que estão muito dependentes do grupo Inditex. Ao procurar uma ligação para o que ouvi, verifiquei que a cena não é virgem, em Janeiro de 2018 tivemos "PCP alerta para dificuldades das empresas de Vizela que trabalham para a Inditex".

Reparem no discurso de há um ano:
""Têm-nos chegado enormes preocupações de pequenas e microempresas que trabalham a feitio ou à peça, em regime de subcontratação, para o grupo Inditex"
...
"É preciso romper-se com estas políticas monopolistas dos grandes grupos que encontram neste distrito [de Braga] formas de explorar os micro e pequenos empresários", declarou."
Qual a resposta?

A minha é: deixar morrer essas empresas que não conseguem viver sem ser agarradas a essa suposta "relação doentia". Qual a do PCP, pelo que ouvi ontem:
- Meter o governo ao barulho a intrometer-se numa relação que se quer livre entre entidades colectivas.

sexta-feira, dezembro 28, 2018

Anónimo da província, mas muito à frente

Este anónimo engenheiro da província, enquanto o mainstream culpava o euro, apontava o dedo acusador à China:
Entretanto, em Outubro de 2018 o semanário Expresso chegou lá, "Negócios da China custaram 162 mil empregos a Portugal":
"Segundo o coautor, Portugal foi claramente um dos perdedores da globalização chinesa, “não em termos de concorrência direta (importações de produtos chineses para Portugal), mas em termos de concorrência indireta, ou seja, pela substituição da exportação de produtos portugueses por produtos chineses em países como a Alemanha, França e outros”." [Moi ici: Imaginem que ainda estávamos com uma moeda manipulável por governos volúveis e ignorantes. Imaginam a dimensão da manipulação monetária para tentar competir com a China via desvalorização cambial?]
A propósito desta interpretação:
"“As empresas recusaram-se [Moi ici: A abarrotar de "hindsight bias". As empresas não se recusaram, as empresas foram sendo dizimadas. Lembrem-se que os académicos previam o fim do sector. As empresas comportaram-se como a Natureza, "nature evolves away from constraints, not toward goals", quando as primeiras começaram a ter sinais positivos começou a contaminação por spillover. Só à posteriori parece que foi pensado e deliberado] a vender minutos de produção e apostaram no desenvolvimento de produtos de excelência e valor acrescentado e nas marcas”, explica. Se tivessem escolhido outro o caminho, reconhece Paulo Gonçalves, “teria sido o nosso suicídio coletivo”" 
E ainda, a propósito de:
"“Os têxteis nacionais não competem com a China. Se competíssemos com a China, já não teríamos sequer indústria.”"[Moi ici: Lembram-se de quando este senhor achava que competíamos com o Paquistão? Não? Então, regressem a Outubro de 2010]

terça-feira, setembro 04, 2018

Produzir e vender

Um discurso interessante em «Estamos a tornar-nos numa empresa de serviços»:
"O que estamos a perceber também é que, neste momento, com o paradigma da mudança do comprador e das compras online, as empresas como a nossa começam a ter que trabalhar da fábrica para a prateleira. Não é para o armazém.
...
No fundo, em vez de sermos uma indústria, estamos a tornar-nos numa empresa de serviços. [Moi ici: O importante, para subir na escala de valor, é deixar de vender o que se produz e passar a focar no resultado que se obtém com o que se produz]
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Que consequências daí advêm?
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Mais recursos e muita mais logística, porque estamos a virar o nosso posicionamento para o serviço ao cliente.
...
Trata-se de um novo modelo de negócio?
.
Costumo dizer que precisamos de três a quatro anos para entender onde é que isto vai parar. Parece-me que isto é o início… Foi uma crise, foi um crescimento, porque os clientes, com stocks enormes, vieram a Portugal procurar-nos como um refúgio para diminuir aos seus stocks e agora é um novo ciclo em que temos que ser logística e serviço. [Moi ici: A evolução que temos relatado aqui desde 2007/2008. Primeiro a proximidade pura e dura, agora os serviços associados]
...
Em Portugal, e isto já foi dito várias vezes, a nossa maior dificuldade não é produzir, é vender. [Moi ici: Recordar "Produzir é o mais fácil"] E temos que criar uma cultura nas empresas de conseguir vender o melhor possível em mercados muito diversificados, para não estarmos dependentes de um mercado. E para isso temos de ter um leque muito grande de clientes. Por isso é que dizemos que, a cada ano, o nosso objetivo é ter 15 clientes novos."

quarta-feira, março 07, 2018

Para reflexão

"Sobre a economia partilhada, Lutz Walter, secretário-geral da plataforma ETP da Euratex, trouxe exemplos de gigantes como a Uber e o Airbnb para mostrar que a indústria têxtil não pode escapar a esta tendência. «Por exemplo, a taxa de utilização de um carro é 8%, tal como de uma casa de férias e os sapatos de homem é de 5%. Porque é que temos tantos sapatos? E roupa?», questionou na defesa da eficiência que pauta as escolhas profissionais mas não as pessoais. A resposta parece estar nos serviços de aluguer de vestuário, cada vez mais na crista da onda."
Imaginem o impacte desta evolução nos modelos de negócio de tantas empresas.

Trecho retirado de "As megatendências do negócio têxtil"

domingo, fevereiro 11, 2018

Moeda forte e exportações a crescer

Vejamos a evolução da relação USD/Euro em 2017:

Parece que o euro ficou mais forte que o dólar ao longo do ano de 2017. Sabem o que dizem os livros de economia acerca da competitividade das exportações quando a moeda do país exportador fica mais forte que a moeda do país importador?

O que aconteceu às exportações de têxteis portuguesas para os EUA em 2017?
"As exportações de têxteis e vestuário atingiram os 5.237 milhões de euros, o valor mais alto de sempre, que representa um crescimento de 4% face a 2016, segundo dados divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística. Para aquele crescimento contribuiram sobretudo os EUA que, embora não seja o maior importador daqueles produtos nacionais, foi quem registou o maior aumento relativamente a 2016 (20%)."(fonte)
Entretanto, segundo o INE, as exportações de Portugal para os EUA em 2017 cresceram quase 15,5%.


quinta-feira, fevereiro 08, 2018

"não se pode competir como o Bruce Jenner"

Na passada terça-feira, no arranque de um projecto balanced scorecard, o empresário fazia uma intervenção inicial à sua equipa de gestão onde recordava que, pelo facto de terem rejeitado no passado trabalhar com marcas de preço, para se poderem concentrar nas suas próprias marcas, deram a oportunidade a concorrentes pequenos crescerem e aproveitarem essas oportunidades. Escolhas estratégicas são assim, têm sempre "mas" agarrados e, por isso, é que doem.

Foi desta dinâmica que me recordei assim que li as primeiras linhas de “Não há nenhum drama em deslocalizar produção”:
"Os industriais do sector têxtil admitem que é inviável estar ao mesmo tempo a “vender diferenciação e custo por minuto”, estando a transferir cada vez mais encomendas para países do Leste europeu e do Norte de África."
Como devíamos todos ter aprendido com Skinner, num mundo de especialistas, num mundo de salami slicers, não se pode competir como o Bruce Jenner.

Imaginem o potencial de aprendizagem de subida na escala de valor, com tempo, nesses países do Leste europeu e do Norte de África. Se por cá não se tiver unhas para tocar guitarra... é a vida. Não adianta ficar com medo. É fazer como Jordan Peterson escreve no título do Capítulo I do seu livro mais recente, "Stand up straight with your shoulders back"

Reparem como finalmente a ATP veio ao encontro deste blogue, com 10 anos de atraso, mas veio:
"Hoje Portugal tem uma lógica de especialização e vai ter de se afastar da dependência da mão-de-obra. A aposta tem de ser clara em profissionais altamente qualificados, em mais investimento na terceirização das actividades para ir buscar valor acrescentado, margem e inovação tecnológica. Isso não se faz com a massificação da produção. Não é o futuro; é o presente que é nesse sentido. Já é dificil encontrar exemplos de empresas que tenham grandes contingentes de mão-de-obra. E mesmo esses estão estruturados em empresas mais especializadas e que funcionam numa lógica de grupo.
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As actividades com mão-de-obra intensiva, mais ligadas à confecção, vão ter de encontrar outras soluções, que não as tradicionais, que passavam por aumentar as suas capacidades produtivas [Moi ici: Recordar o que costumo dizer sobre as estratégias cancerosas de crescimento do rendimento] nesse domínio. E não é possível por várias razões, desde logo por já ser dificil encontrar pessoas para trabalhar.
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É a evolução natural. A ascensão na cadeia de valor sacrifica um conjunto de coisas. Não podemos estar num patamar superior a vender diferenciação, moda e inovação tecnológica e, simultaneamente, continuarmos a ter empresas que vendem capacidades produtivas e 'custo por minuto'."



segunda-feira, janeiro 29, 2018

Fugir do preço tout court

Vários exemplos de um caminho viável, pelo menos genericamente, para PME rápidas, com estrutura produtiva ajustada a produções de nicho e com custos de estrutura incompatíveis com a competição pelo volume em:

"quer que 50% da sua produção seja de fios que integrem inovação e sejam um elemento de diferenciação.
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Para a Inovafil, os fios diferenciadores e de valor acrescentando são a grande aposta, sendo que nos próximos anos a empresa pretende mesmo dedicar até 50% da sua produção aos têxteis técnicos e funcionais, elevando assim a fiação para um novo patamar.
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“A nossa estratégia é sermos não só moda, mas também desporto, técnicos e funcionais, porque são têxteis que vão deixar de ser um nicho de mercado quando essas funcionalidades começarem a ser introduzidas naquilo que é o nosso vestuário do dia-a-dia”,[Moi ici: Isto pode ser perigoso, também. Recordar o que aprendi com as salamandras. Entretanto, ontem descobri esta frase "HP co-founder David Packard, she warned me that “more companies die of indigestion than starvation."]

"A Ispo, a maior feira de artigos desportivos do mundo ainda não começou, mas os têxteis portugueses já estão a contabilizar prémios e recordes com produtos técnicos e funcionais que prometem tornar a roupa do futuro mais leve, confortável, amiga do ambiente.
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Ao todo, as empresas portuguesas arrecadaram 36 galardões no fórum Ispo Textrends, ... quis, também, lançar um projeto próprio, direcionado para nichos de mercado mais técnicos, onde pode desenvolver o seu gosto por produtos inovadores."

quinta-feira, janeiro 11, 2018

Pode ser a vantagem das PME (parte III)

Parte I e parte II.

Não é novidade aqui no blogue mas assim, directo ao tema, nunca é demais:
"1. Product InnovationIn markets with an abundance of brands and less and less differentiating products, product development and sourcing capabilities move back into the strategic focus of fashion retailers. It’s the key enabler for differentiation in the competitive environment. Access to deep technical expertise and unique handwriting of product groups that are critical for brand building as well as curated supplier portfolios with the true ability to drive innovation, evolve to an indispensable asset to drive top line as well as markdown and margin performance.
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2. Time to MarketIt is obvious that the speed of trends and innovation has tremendously increased over the recent years and consumers are adopting market impulses from option leaders, celebrities, and bloggers at high pace. This requires being closer to consumer needs with critical seasonal milestones on concept, design, and development for adoption of trend impulses as well as buying decisions to ensure market right products and quantities. Sourcing plays a critical role in enabling differentiated seasonal calendars based on individual product needs and a balanced mix of near shore and far east sourcing destinations.
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3. Demand & Supply ResponsivenessA significant part of end-of-seasons stock and related markdowns stems from buying and production volumes being insufficiently aligned with actual consumer demand on the shop floor and online during full price selling period. Leading retailers and brands currently make significant investments to drive end-to-end planning integration along the value chain across retail, product merchandising, material management, and sourcing/production. Main objective is to act vertical while typically not owning the different stages of the value chain down to production.
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4. Reliability and Execution ExcellenceWith shorter in-store product lifecycles, delivery reliability is more critical than ever before. A delivery delay of 1 or 2 weeks will strongly diminish sell-through performance if the overall planned lifecycle is only 8 weeks without any option to extend as following collection drops are already waiting to take the space on the shop floor. In this context, a reliable collaboration on both brand and supplier side will significantly increase importance and clearly dominate compared to short term FOB cost advantages."

quinta-feira, janeiro 04, 2018

Pode ser a vantagem das PME (parte II)

Escrevemos na Parte I:
"A doença que começámos a relatar aqui há mais de 10 anos começa a chegar agora às consultoras que trabalham com empresas grandes. Imaginem as transformações que estão ou vão de ter ser feitas por essas pesadas e conservadoras estruturas"
O título que se segue chama a atenção para o importante, "From Sourcing Cost Focus to True Value Creation":
"While shifting volumes to “even lower cost countries” might appear as a possible way out of the “gross margin trap” the true effects are limited.
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However, beyond production cost optimization there are much more powerful levers which are suited to build a truly differentiating answer from the product development and sourcing side for the current market challenges many brands and retailers are facing.
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Looking at current markdowns of often 15 to 25 percent of net sales this is obviously a very powerful source of gross margin improvement. Each percentage point of markdown reduction immediately translates into n equivalent in realized margin. A close alignment between product development and supplier can play a significant role in unlocking this potential by providing true consumer value and brand differentiation with regard to product innovation, time to market, reliability and execution excellence, as well as superior technical capabilities and quality."

Sublinho novamente aquilo que são sugestões deste blogue há mais de 10 anos e que serviram de base para o turnaround dos sectores tradicionais em Portugal:
"by providing true consumer value and brand differentiation with regard to product innovation, time to market, reliability and execution excellence, as well as superior technical capabilities and quality"