sábado, agosto 06, 2011

Tinha 15 anos

Acerca das marcas que querem viver à sombra da bananeira

Ao longo dos anos tenho aqui demonstrado a minha irritação com a actuação da Centromarca. As marcas comportam-se como nobres arruinados que querem continuar a ser respeitados, apesar do fundamento para o respeito já ter, muitas vezes, desaparecido.
.
Slywotzky e Weber em "The Upside" têm um capítulo que acho adequado aos protestos da Centromarca: "Powerful, Proud, and Vulnerable"
.
"Brands originate as an attempt to escape from risk. Consumers and even corporate buyers like brands because they offer a guarantee of quality.
...
And companies like brands because they not only create a price premium, a volume premium, and positive word of mouth but also offer partial protection from competition - or at least appear to do so. At their peak, brands always seem impregnable.
...
Therein lies the risk. The very strength of a great brand infects the thinking of its owners, leading to misjudjments that are often fatal. Companies overrely on their brands. Thinking they are invulnerable, they underinvest in them, treating brand value as an inexhaustible bank account that needs little replenishing, no matter how many checks are drawn against it, or squander money on "brand investments" that actually do little to support the brand. They ignore or misundertand the vital interrelationship among brand, product, and business design that, as we'll see in this chapter, determines the long-term value of a brand.
.
As a result, brand risk mounts - usually in ways that even smart, hardworking business practiccioners fail to recognize.
...
Brand risk can strike in two basic forms: brand collapse (very dramatic, very clear) and brand erosion (slower, more subtle, but just as costly).
...
The point is not that brands are dead or have become valueless. But brands alone have less power to create and retain loyal customers than they once did. As long as you think of brands as merely sending a signal about positioning or image, you cannot solve the brand risk problem. Today, investing in your brand requires building and servicing great products and developing a great business design that is consistent with and supports a relevant and appealing brand signal."

Acerca da inovação

"Clay Christensen Explains Disruptive Innovation" (Moi ici:"Give me your tired, your poor,Your huddled masses yearning to breathe free,"... num mercado. Quem é que não é cliente? Quem é que está sobre-servido?)
.
"Think different - Clay Christensen lays down some rules for innovators. But can innovation be learned?"
.
"Can You Learn Disruptive Innovation?"

Citações relacionadas com o pensamento sistémico

Frases interessantes encontradas no twitter, sob o tema do pensamento sistémico:
.
"We are too busy mopping the floor to turn off the faucet." (Moi ici: Vem-me logo à cabeça o exemplo do actual governo... alguém ataca a causa? Só os sintomas, só se procura atenuar os sintomas ... "fixes that fail" e "shifting the burden" em vez de ir à torneira)

"Three percent of the problems have figures, ninety-seven percent of the problems do not."

It is not enuf for mgrs to remove impediments. They must also work proactively understand & steer the system
.
"No, no, you're not thinking, you're just being logical." -Niels Bohr

We are blind to our blindness.” Kahneman "A system cannot understand itself."

“Just announcing #change doesn’t make it happen.”

The amateurs discuss tactics: the professionals discuss logistics.~ Napoleon

sexta-feira, agosto 05, 2011

Citações

“A waiting line is an inventory of customers waiting to be served. A waiting line contributes no ‘value-added’, only ‘value-reduced’.”
“We smile. It’s contagious. Remember: we create happiness and memories” (Disney’s ‘Ten Standards of Excellence’)”
“In more complex B2B deals, it is not a single person selling to a single person. Both the customer and the supplier are many-headed, meaning that one network meets another.”
.
Trechos recortados da leitura de "Total Relationship Marketing" de Evert Gummesson

Qual a rentabilidade dos seus investimentos?

"Maló corta salários, atrasa pagamentos e acumula cheques pré-datados" Não conheço o caso em particular para me pronunciar, no entanto, gostaria de recordar que o preço do dinheiro mudou e muito... muito mesmo.
.
Passámos de dinheiro quase dado que podia ser aplicado em investimentos com rentabilidades marginais e passamos para um mundo onde o dinheiro é cada vez mais caro. E tem de ser aplicado em projectos com rentabilidades superiores, muito superiores... ou salvo e transferido para investimentos alternativos "Espanha: falências aumentam 20% no segundo semestre" e "Transferência em curso".
.
O nosso esquema do Verão de 2008 está cada vez mais actual

E já agora, para os empresários que se queixam, e às vezes com razão, de concorrentes capazes de fazerem preços mais competitivos por causa de uns amigalhaços que lhes dão davam condições especiais nos bancos, esta é a altura para aproveitar as vantagens de uma estrutura financeira mais sã, menos carregada de dívidas, menos juros.

Work to raise the prices!

.
Já sabem qual é o tipo de empresas que eu recomendo às PMEs portuguesas... work to raise the prices!
.
Imagem retirada daqui.
.
Volume is Vanity, Profit is Sanity! Dois terços do lucro com apenas 28% da quota de mercado "The iPhone Actually Has No Competition Where It Matters Most"

quinta-feira, agosto 04, 2011

Para lá da competição

Nestes dias em que estou a trabalhar com uma empresa que produz para aquele que pode vir a ser o seu principal concorrente. Em que a realidade é cinzenta e cheia de nuances...
.
Nestes dias em que leio Brandenburger e Nalebuff e estudo a co-opetition é interessante ler este artigo "Learning Not to Compete".
.
Aliás, eu nunca me preocupo demasiado com a concorrência das empresas com que trabalho, recordo sempre Hollland e os Complex Adaptive Systems:
.

"• There is no universal competitor or optimum
• There is great diversity, as in a tropical forest, with many niches occupied by different kinds of agents
• Innovation is a regular feature – equilibrium is rare and temporary
• Anticipations change the course of the system."
.

À atenção dos cargo-cult followers

"Doubling R&D spending leads to just a 22.5% increase in new-product announcements, according to research led by Marco Corsino of the University of Bologna in Italy. The study, of 95 companies in semiconductor and related industries, also shows diminishing returns from bigness: Doubling a company's size triggers just a 31.3% increase in innovations."
.
Trecho retirado daqui.

Reconhecer os próprios erros para poder crescer

A grande diferença entre os políticos e os privados:
.
"Lately, several CEOs of troubled businesses have come to me for help, and they've reminded me of an important lesson: You've got to take responsibility for the messes you get your company into. Problems will keep resurfacing until you recognize how your actions helped create them in the first place. That may seem obvious, but most people have a hard time seeing the role they played. It's always easier to point the finger at other people or circumstances or bad luck or forces beyond your control than to admit that you're to blame."
.
O que faz lembrar o postal da bosta "Abençoado cheiro a bosta"... claro que existem excepções no privado, os que acham que a culpa é dos chineses e que tem de haver proteccionismo e subsídios.
.
Trecho retirado de "Growing up as a CEO".
.
BTW, por exemplo, já alguma vez ouviram um mea-culpa de Cravinho por causa das SCUTs?

quarta-feira, agosto 03, 2011

I rest my case!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Uso esta figura já há uns anos para exemplificar o arranque de um caso de desenvolvimento de um mapa da estratégia, durante as acções de formação. A figura descreve os principais actores e a motivação para entrarem na peça e o enredo que as vai ligar (engraçado escrever actores, peça e enredo... quando penso cada vez mais na experiência e Gilmore e Pine “The Experience Economy: Work Is Theater & Every Business a Stage”):
 
.
"he works « with a lot of motorsport athletes to try to build awareness for Specialized in other non bike related magazines and at events like Moto GP etc« . I wouldn’t have thought about this aspect spontaneously, but it’s interesting to notice indeed. I had other events in mind like stage races, interviews or trade shows."
"But being a product manager not only requires creating and launching products targetting specific consumer groups. "
"The manager also has to ensure a valuable service to every single customer in particular by selecting points of sale."
"That’s what the French distributor of the Swiss brand BMC (Bicycle Manifacturing Company) explains to B2BIKE : « we seek retailers that focus on high-end products, that have strong technical competence and a valuable sales surface that can present several products. Financial strength of the retailer is also essential."
"BMC bring commercial and technical support (a dedicated catalog, POP, wingflags, stickers etc.)« . This support is very important for the retailer, whose success depends on the attractivity of the store and on the ability to respond to customer’s needs."
"« Some days it means I get paid to sit at my computer and talk on the phone about production issues and model details, some days it’s sitting through extensive meetings, some days it’s meeting with dealers, other days it’s research travel to check out market segments or specific events« . And being a product manager seems to be a 24/7 job, because what stands out is that they are always on the look-out for ideas : « I take tons of pictures when I’m out and about to articulate ideas to my colleagues«"
Trechos retirados de "Being Product Manager in the bicycle industry"
.
Tenho de actualizar a imagem para incluir um factor com importância crescente e que não é referido no texto... desenvolver uma presença na internet. Não para empurrar mais publicidade mas para criar mais oportunidades de desenvolver uma relação entre actores da cadeia da procura e a marca, para apostar na co-criação, na co-produção, para conversar sobre o futuro.
.
É impressionante a quantidade de informação que um cliente tem sobre a experiência de uso e que ninguém parece conseguir captar bem, como neste excelente exemplo da Polisport.
m

Todos os dias...

Todos os dias aprendemos novas facetas do que é um Estado-socialista.
.
Agora até os próprios são pagos para defenderem os seus interesses...
.
"O responsável adianta que “estamos a falar de verbas, que apesar de terem algum volume, são muito pequenas para cada um dos parceiros socais: de cerca de 80 mil euros por ano, mas se dividir isso por dois ou três técnicos, que têm de trabalhar em permanência na concertação, não dá um grande vencimento. Essa verba não pode ser reduzida, há outras mais importantes no Orçamento de Estado onde se pode cortar”."
.
Trecho retirado de "Estado paga 500 mil euros a patrões e sindicatos por reuniões de concertação social"

"As long as we stay true to our mission, the company has and will grow"

Em Novembro do ano passado escrevi este postal "Modelo de negócio alternativo ao IEFP". Foi dele que me lembrei quando comecei a ler "ROCS Staffing Founders Reveal How to Master a Niche Market".
.
No entanto, o artigo é muito mais interessante pelo que exemplifica sobre a importância:
  • dos nichos;
  • do contacto com os clientes (e ainda ontem li autêntica poesia de Gronroos sobre este tópico);
  • e, sobretudo, da concentração numa razão de ser.
"How do you compete with other recruiters on these campuses?
T.M.: We don't. Our goal is to not turn into one of these huge staffing companies that swoop in with a lot of promises of huge salaries, post fake jobs, and never actually deal face-to-face with both sides of the business. We meet students and employers in person. This is especially important when you are dealing with less-experienced candidate pool. We want both the employer and the job-seeker to match up perfectly. And, you know, sometimes we have to say "no.""

A "Grande Contracção"!

Também gostei do termo recalibração.
.
"Why is everyone still referring to the recent financial crisis as the “Great Recession”? The term, after all, is predicated on a dangerous misdiagnosis of the problems that confront the United States and other countries, leading to bad forecasts and bad policy.
The phrase “Great Recession” creates the impression that the economy is following the contours of a typical recession, only more severe – something like a really bad cold. That is why, throughout this downturn, forecasters and analysts who have tried to make analogies to past post-war U.S. recessions have gotten it so wrong.
Moreover, too many policymakers have relied on the belief that, at the end of the day, this is just a deep recession that can be subdued by a generous helping of conventional policy tools, whether fiscal policy or massive bailouts.
But the real problem is that the global economy is badly overleveraged, and there is no quick escape without a scheme to transfer wealth from creditors to debtors, either through defaults, financial repression, or inflation.
A more accurate, if less reassuring, term for the ongoing crisis is the “Second Great Contraction.”
...
The contraction applies not only to output and employment, as in a normal recession, but to debt and credit, and the deleveraging that typically takes many years to complete.
...
Many commentators have argued that fiscal stimulus has largely failed not because it was misguided, but because it was not large enough to fight a “Great Recession.” But, in a “Great Contraction,” problem number one is too much debt. If governments that retain strong credit ratings are to spend scarce resources effectively, the most effective approach is to catalyze debt workouts and reductions." (Moi ici: Tanta asneira feita, tanta asneira. Há trechos do livro de César das Neves "As 10 Questões da Crise" que relatam factualmente decisões dos governos portugueses nos últimos anos. Se fizessem parte do guião de um filme não seriam aceites por serem demasiado inverossímeis dada a quantidade e sucessão de asneiras)
.
Trechos retirados de "The Second Great Contraction"

terça-feira, agosto 02, 2011

Lo there do I see my father



Lo, there do I see my Father..

Lo, there do I see my Mother

And my Sisters and my Brothers..

Lo, there do I see the line

Of my people back to the beginning..

They do bid me to take my place among them..

In the Halls of Valhalla,

Where the Brave may live forever.

Cartão de visita

Facilitador de reflexões estratégicas, para que as empresas identifiquem os seus clientes-alvo e se concentrem neles.
.
Promotor da concorrência imperfeita e dos monopólios informais.
.
Num cenário de concorrência perfeita o preço é rei, o fornecedor com o preço mais baixo ganha. Pois bem, a PME típica não pode ter sucesso e prosperar competindo pelo preço mais baixo. Normalmente o preço mais baixo é uma vantagem competitiva que resulta da aposta na escala, no volume, nos salários baixos, em países com poucos constrangimentos legais.
.
No entanto, por instinto, por tradição, a maior parte das PMEs só conhece o preço como variável a manipular para ganhar encomendas. Só que o preço mais baixo, no curto médio-prazo, neste mundo globalizado, leva as PMEs à morte por anorexia.
.
A solução que proponho é apostar na destruição do cenário da concorrência perfeita!!!
.
Como? Através da diferenciação, através dos nichos, através do desenvolvimento de um modelo de negócio dedicado a servir os clientes-alvo com as experiências que eles procuram e valorizam.
.
Assim que uma empresa consegue diferenciar-se e perturbar o fenómeno da concorrência perfeita encontra o ponto de apoio para iterar e voltar a explorar o tema até que cria o seu monopólio.
.
Não um monopólio legal protegido pelo Estado ou por patentes, ou por mafiosos, mas um monopólio informal instalado na mente dos clientes.
.
Esta semana alguém na rádio, referindo-se à história da tipografia que fazia os trabalhos para o BPA e que faliu, quando o BPA foi engolido pelo BCP, dizia:
.
"Os empresários das PMEs têm o direito a existir!"
.
Treta!!!
.
O direito a existir?! Que direito?
.
A graça de existir conquista-se diariamente seduzindo e satisfazendo os clientes, tudo o resta é treta!

Hoje, em 216 a.c.

"Naquele 2 de Agosto de 216 a.C., os exércitos encontraram-se ao lado do rio Aufidus, perto da cidade de Canas. O romano, confiando na sua superioridade numérica, (Moi ici: O erro de quem acredita que o dinheiro ou a escala resolvem tudo) avançou sobre as linhas inimigas, ignorando as manobras tácticas cartaginesas. Agiu apenas com a força da infantaria, ao tentar derrubar, sem inteligência ou imaginação, (Moi ici: A incapacidade de calçar os sapatos do outro e ver o mundo pelo seu prisma é terrívelum adversário muito mais esperto e ágil. (Moi ici: A vantagem dos pequenos, o exemplo da Al Qaeda e do Hamas, flexibilidade e agilidade)

Na sua pior derrota até então, as tropas romanas foram massacradas. Segundo o historiador romano Tito Lívio, 50 mil soldados tombaram no campo de batalha, 19 mil foram feitos prisioneiros e 15 mil conseguiram fugir. O cônsul Lucius Aemilius Paulus e os ex-cônsules Marcus Atilius e Gnalus Servilius renderam-se e morreram, enquanto Caius Terentius Varro fugiu para Roma.

O destaque desta campanha vai para a genialidade de Aníbal que transformou a batalha de Canas numa obra-prima das tácticas de guerra. Obrigou o adversário a lutar simultaneamente em várias frentes e usou inteligentemente a sua cavalaria. A partir daí, a visão apenas frontal de um conflito armado caiu gradualmente em desuso (Moi ici: Quase como pensar na clássica relação de cliente-fornecedor e compará-la na visão de um mercado como uma configuração, como uma rede, como uma cadeia da procura... ) e a tropa montada ganhou mais importância."
.
Basta recordar "Para quem se queixa da China... (parte III)" e pesquisar Canas neste blogue para perceber a importância desta batalha no meu imaginário, na minha visão do mundo.
"
Trecho retirado daqui.

Como chegamos a Mongo

Em poucas palavras Evert Gummesson no livro "Total Relationship Marketing" descreve o caminho que nos leva a Mongo:
.
"1.Everything was customized in the crafts society, both goods and services. The technical quality of the products was usually high; they were expensive but lasted a long time, sometimes a lifetime. There was no shortage of people to provide a household services but it was hard to find good ones. Every customer was a segment of one  - it was one-to-one - and marketing was thus individual and personalized.
.
2.Mass manufacturing in the industrial society lowered prices but offered the same product to everyone with ensuing misfit between the product and individual needs. All individuals belonged to the same segment and were exposed to heavy advertising, that is, impersonal mass marketing of standardized goods.
.
3.Crude segmentation through the mass marketing of mass manufactured products by means of socio-demographic variables such as age, sex and income, and sometimes previous buyer behaviour, allowed a limited number of products variants.
.
4.Refined segmentation and more subtly defined niches of lifestyles and previous buying behaviour catering for specific, individual needs.
.
5.Customized mass production of both goods and services unites large-scale advantages with individual needs. We are not back to square one of the crafts society, but we have recovered one-to-one treatment.
...
The circle is closed. The stages take us "forward to basics", to the individually and community customized offering. We have broadned the scope of options through new production, distribution and promotion techniques. These stages are not mutually exclusive, rather co-existing supplements. We will still need craftspeople, and soda drinks will be produced in mass quantities and be partly mass marketed. But the dominance of the industrial mass manufacturing and mass marketing society is broken." (Moi ici: Isto faz-me recordar um termo que está em linha com a explosão da procura e da oferta ... a polarização dos mercados)

Muito poder nas mãos de uma única vontade é sempre perigoso, sobretudo quando atrelada a boas intenções

Para quem acredita no Grande Planeador, no Grande Geometra, na capacidade de um qualquer Marquês de Pombal:
.
"Japan’s tsunami supply chain comeback"
.
Por isso, gostei da cena final do último Harry Potter quando este destrói a Vara de Sabugueiro ... muito poder nas mãos de uma única pessoa é sempre perigoso, sobretudo quando essa pessoa tem boas intenções.
.
Sim, já muitas aldeias foram destruídas para serem salvas...