Parte I.
Na semana passada numa empresa, achei interessante o comentário de um trabalhador de uma empresa. Apesar de trabalhar para uma empresa portuguesa, também trabalha em part-time para uma multinacional de muito sucesso.
Qual foi o comentário? Uma desconfiança quanto ao futuro de uma sociedade que não poupa, o que o leva a defender investimentos muito prudentes e a nunca pensar em servir o mercado nacional.
Recordei a conversa quando li "
“Nem a moeda única nos salvará de um quarto resgate”, avisa Daniel Bessa".
É sobre estas opiniões que a cláusula 4.1 da ISO 9001:2015 trata, quando se refere às questões externas. A propósito deste
webinar ontem realizado, mais de 50% das perguntas que recebi antes e durante o webinar diziam respeito à documentação. A preocupação sobre como é que os auditores vão verificar o cumprimento dos requisitos. Com estes webinars a que acedem pessoas de todo o mundo, percebi que a doença afinal não é portuguesa, é geral: as pessoas acham que só é legal, só é válido o que está escrito na lei. Se não está escrito não deve ser permitido fazer. Se não está escrito, somos livres de fazer o que muito bem entendemos, ponto.
Será que é preciso ter medo de como documentar uma reflexão sobre os factores externos que uma empresa considera relevantes? Se os temas foram discutidos e são relevantes não ficará nada na cabeça de quem os discutiu? E essa discussão não influirá na definição de objectivos e na determinação de riscos e oportunidades?
E apareceu-me agora na cabeça a recordação do texto citado em "
Para reflexão" e o título do livro "In an Uncertain World":
"Yet one wonders how long such luck will last. This brings me back to the title of Rubin’s book, his “uncertain world.” In such a world, the vast majority things are outside our control, determined by God or luck. After we have given our best and once the final card is drawn, we should neither become too excited by what we have achieved nor too depressed by what we failed to achieve. We should simply acknowledge the result and move on. Maybe this is the key to a happy life."
Diferentes decisores, perante as mesmas questões externas, terão diferentes opiniões e tomarão diferentes decisões.
Que factores, que temas externos as empresas consideram quando repensam sobre o prazo de validade das suas estratégias, sobre as oportunidades em que tropeçam, sobre as ameaças que julgam perceber no horizonte?
E fico a pensar no dilema do
filho de Stephen Covey, e penso em gente mais preocupada em fazer um visto numa checklist de conformidade com a norma do que em reflectir pelo menos uma vez por semestre sobre o ambiente onde a organização está inserida. E isto é demasiado importante ...