sexta-feira, abril 10, 2015

Decididamente há aqui alguma coisa que não bate certo ... (parte II)

Parte I.
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Em "Mais de 4 mil empresas de restauração fecharam em 2014" leio:
"A AHRESP apresenta os dados do setor, segundo os últimos resultados publicados pelo Observatório Racius, que acompanha o ritmo de constituição, dissolução e insolvência de empresas, entre 2010 e 2014. Nesse relatório verifica-se que "o ritmo de insolvências e dissoluções, de empresas de restauração e bebidas, mantém-se insustentável, confirmando-se um brutal aumento de encerramento de empresas"."
Não consigo ter acesso à informação concreta do Observatório Racius. No entanto, via Barómetro Informa DB de Janeiro de 2015 e via Barómetro Empresarial Anual 2012 pude construir esta tabela:
A inversão do total ocorreu em 2012!
O crescimento das dissoluções naturais em 2014 é facilmente explicável pelo aparecimento do sorteio dos Audis, aliás previsto por mim no Twitter, onde aconselhei a fechar e a abrir a actividade com outro NIF, para não levantar suspeitas na AT.
Evolução das constituições:
2010 - 2972
2011 - 3360
2012 - 3239
2013 - 3733
2014 - 3853

BTW, "Restaurantes recuperam após cinco anos de “fome”"

quinta-feira, abril 09, 2015

Curiosidade do dia

Ontem em "Gestores portugueses estão entre os menos competentes" o JdN publicou a seguinte figura:
Segundo o jornal a fonte é "The New Empirical Economics of Management", de Nicholas Bloom, Renata Lemos, Raffaella Sadun, Daniela Scur e John Van Reenen, publicado em Abril de 2014.
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Só que a figura da fonte é diferente:

Olha, até estamos à frente da Irlanda e da Espanha... aposto que o JdN preferiu ir buscar a figura do gráfico da versão de 2012, porque lhe dava jeito para a narrativa do "bota abaixo":


Acerca do choque de gestão

E volto ao editorial "Choque de gestão precisa-se" como referi aqui.
"E se a baixa produtividade dos trabalhadores portugueses for explicada pela falta de qualidade e também pela baixa produtividade dos empresários e gestores? Há estudos que apontam para essas explicações, assim como trabalhos baseados em casos. [Moi ici: Estudos? Para que são precisos estudos, basta aplicar a razão ao problema "Ainda a produtividade luxemburguesa vs a portuguesa". Já desde Abril de 2006, um tema deste blogue. Basta escolher o marcador produtividade, por exemplo "Salários e produtividade"]
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Em Portugal, tal como na Irlanda, os casos das multinacionais podem ser usados para considerar que a legislação laboral não prejudica a gestão, não impede níveis elevados de produtividade nem um ambiente de paz social. [Moi ici: É absurdo comparar a forma de competir e actuar das multinacionais com as formas de competir e actuar das PME. Quem aposta na flexibilidade e na rapidez? Quem aposta no volume e na escala? É como regressar ao vale do Elah e pensar que só se pode competir com Golias de igual para igual. BTW, Recordar "Não me admira". BTW, a legislação laboral alemã é mais rígida que a portuguesa, a legislação laboral polaca é menos rígida; com qual dos países competimos? ]
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Os salários baixos de quem ganha menos não são apenas explicados pela produtividade individual. Reflectem em parte a baixa produtividade de quem lidera. Mais educação e formação é a solução para este problema, [Moi ici: Chego a achar comovente a crença no pensamento analítico e na educação/formação para mudar as pessoas. Convido a ler "Nós fazemos as contas ao contrário". Como se os Muggles da academia tivessem o passe de mágica escondido numa folha de excel... Recordar "O dia da expiação"] medindo obviamente os resultados. Não basta ter dinheiro europeu e atirá-lo para dentro das associações empresariais. Disso já vimos e foi muito mau. Uma boa ideia em ano de eleições seria recuperar o "choque de gestão" com um plano sério de formação para a liderança de empresas." [Moi ici: Eu tenho uma proposta mais ousada, barata, simples e eficaz, "É deixá-las morrer", é deixar de proteger empresas, é deixar o mercado resolver o problema.]
BTW, talvez Zeinal Bava esteja disponível para dar formação.


Versão Beta (parte III)

Em linha com o que por aqui se escreve há anos, este artigo "What Happened To The Shopping Mall?" sobre o futuro dos centros comerciais:
"What is happening to the shopping mall? According to mall researcher Green Street Advisors, more than 20 enclosed malls have been shuttered over the last few years with another 60 on the endangered list."
Resultado do impacte profundo do comércio electrónico:
"Ecommerce has significant implications for the current conception of the mall. We are seeing that traffic is down, so cross selling and upselling are down, impulse buying is down, therefore basket size is down—so everybody in the mall is affected by traffic being down. If you have two or three major traffic-driving tenants in trouble, this affects the entire mall. This then creates a domino effect in the entire community in terms of tax base, employment, and blight."
É inevitável? Há centros que resistam?
"Some you see succeeding are experience-based malls, ones that have restaurants, movie theaters, and other sources of entertainment or services. The other place where you are seeing malls thrive is at the high end. The luxury malls, what the industry calls A-class malls, are doing very, very well. It’s the B- and C-class malls that are in trouble. These malls are targeting the income-constrained middle- to lower-middle class consumers, and that’s really where the problem lies." 
E ainda:
"Another thing that has happened in the economy is that the need for convenience has gone up dramatically. Most category-killers were destination stores, but over time people didn’t want to spend that much time traveling, so smaller formats closer to your home are becoming the rage for almost every retail sector." 
Recordar:


We'll always have Bava



Que clientes negligenciar? (parte II)

Parte I.
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A propósito desta ideia de negligenciar certos segmentos de clientes, a base de uma estratégia, nas palavras de Terry Hill:
"the most important orders are the ones to which a company says 'no'."
Recordo esta frase a propósito de um artigo lido ontem no JdN, "Axa Portugal justifica despedimento colectivo com “contexto económico difícil”"-
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Recordam-se do que escrevi na semana passada sobre os despedimentos, por causa de um texto de Mintzberg? Relembro "E porque não somos plankton (parte VI)", onde escrevi:
"compreendo que em certas circunstâncias, mesmo numa PME, por vezes a resposta passa, também, embora nunca exclusivamente, por despedimentos."
Vamos especular e pensar para o caso da AXA, como poderia ser justificável este despedimento colectivo de cerca de 10% dos seus trabalhadores. Repito, é uma especulação bem intencionada, sem informação privilegiada.
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Primeiro, qual é o "mar" onde navega a AXA em Portugal?
""O contexto económico difícil em Portugal nos últimos anos, provocou um claro declínio da rentabilidade do mercado segurador português."
Com as actuais condições de baixas taxas de juro:
"Nearly one in four European insurers could have trouble meeting financial obligations to policy holders in the coming years if rock bottom interest rates persist, the EU's insurance watchdog EIOPA said on Sunday." 
Portanto, o modelo de negócio que vigorou durante muitos anos está ameaçado.
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O que decidiu fazer a AXA?
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O OJE ajuda a responder "AXA sai das grandes empresas e despede 10% dos trabalhadores":
"a empresa ter estado nos últimos meses a desfazer-se de contratos com grandes empresas, de valores entre os 5 e 10 milhões de euros anuais.
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Por outro lado, a empresa explica que “a saída do segmento grandes empresas insere-se na estratégia previamente delineada para a AXA, com um claro foco em particulares e pequenas e médias empresas (PME)”."
Aviso, continuo a especular!
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Trabalhar com empresas grandes normalmente significa competir pelo preço, margens esmagadas, ofertas standardizadas, comerciais habituados a ganhar negócios com base em descontos.
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Será que trabalhar com particulares e PME permite trabalhar ofertas personalizadas, mais difíceis de comoditizar em mapas comparativos? Será que obriga a comerciais preparados a ganhar negócios com base em outros factores que não o preço?
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Esta foi a experiência que tive como consultor, quando a bolha da construção civil rebentou em Portugal, em 2001 (em 2011 o que rebentou foi a bolha das obras públicas). Nas empresas que apoiei, e que quiseram fugir do negócio do preço foi este o percurso seguido.
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Nestas circunstâncias, em que o "mar" muda, tentar manter a equipa anterior intacta e, o modelo de negócio que trazia o sucesso no passado intacto, é uma receita para mais tarde ter de fechar a empresa e pôr toda a gente na rua.
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De qualquer forma, este é um exemplo raro, uma empresa assumir que vai privilegiar certos segmentos de clientes e não trabalhar com outros... estratégia, como diria Terry Hill.

Decididamente há aqui alguma coisa que não bate certo...

Enfim...
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Em Janeiro de 2013 o presidente da Associação da Hotelaria de Portugal previa:
"Para 2013 espera-se menos emprego, menos investimento, pior prestação em termos de resultados. Não há milagres"
Em "Não há nada a fazer?" perguntei se a função de um presidente associativa seria a de afunilar as mentes e colocar um sector em modo negativo.
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Em Outubro de 2013 em "O exemplo da hotelaria", perante o ano recorde perguntei se o senhor já se tinha retratado.
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Entretanto 2014 voltou a ser ano recorde, o melhor ano de sempre para o turismo português.
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Em Março de 2015 o presidente da Associação da Hotelaria de Portugal voltava ao choradinho, aos pedidos de protecção, e afirmava:
"O dado aqui mais importante é que o preço médio tem-se mantido estável desde 2007 para cá. Isso é que é preocupante, isso é que determina que a rentabilidade dos hotéis esteja a ser posta em causa
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Os preços médios na hotelaria, que é claramente o peso pesado da cadeia de valor do turismo, não aumentaram. E quando isso não acontece as empresas não têm condições para gerar cash flow e um EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortizações) que permita pagar os juros."
Entretanto, em "Hotéis do Porto campeões europeus da subida de preços" pode ler-se:
"A hotelaria portuguesa continua, em abril, a conseguir subir os preços cobrados por quarto e por noite (+7,87% face a 2014), de acordo com um dos maiores motores de busca mundiais, a Trivago.
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A hotelaria da cidade do Porto é, neste mês, a campeã europeia da subida de preços, com um aumento de 44,78% em relação a abril do ano passado. Há um ano, uma noite na cidade custava em média 67 euros e, agora, o mesmo quarto custa 97 euros.
"A subida de preços da hotelaria em relação ao período homólogo verifica-se um pouco por todo o país, com especial destaque para o Norte (+25%), seguido da Madeira (+17,82%), Alentejo (+10%) e Lisboa (+9,43%). A única região em queda é o Algarve (-2,47%)", adianta fonte da empresa.""
Decididamente há aqui alguma coisa que não bate certo...
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Sempre o choradinho "60% da hotelaria e da restauração em alto risco de falência"

quarta-feira, abril 08, 2015

Curiosidade do dia

No editorial do Jornal de Negócios de hoje, assinado pela directora, Helena Garrido, e com o título "Choque de gestão precisa-se", a certa altura pode ler-se:
"Os gestores portugueses estão entre os piores do mundo desenvolvido"
Fiquei surpreendido!
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Num país com os melhores jornalistas do mundo, com os melhores consultores do mundo, com os melhores académicos do mundo, com os melhores economistas do mundo, com os melhores banqueiros do mundo, com os melhores sindicalistas do mundo, com os melhores políticos do mundo e com os melhores cidadãos do mundo, afinal não temos os melhores empresários do mundo!!!
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BTW, será que um referencial único é o mais adequado para avaliar empresários que operam em países com legislação díspar, com mercados tão heterogéneos?
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BTW2, eheheh achar que académicos, fechados em torres de marfim, operando em universos simulados e perfeitos, são adequados para formar empresários é tão cómico! Recordar o tesouro deprimente.
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BTW3, quantos empresários com a antiga 4ª classe percebem mais do que quem tem carradas de cursos de Gestão em Harvard, Wharton e na Suiça e acha que o problema da produtividade portuguesa é porque os trabalhadores portugueses são malandros

Nota, o jornal mistura empresários e gestores, eu não misturo.

Ás vezes penso que só não avançamos mais depressa economicamente por causa da estupidificação e pessimismo permanente promovido pelos media

Este editorial merece mais um postal, espero apresentá-lo amanhã.

Carro por subscrição

No pico do preço do petróleo em 2008, recordo ter lido um texto onde alguém propunha que no futuro as petrolíferas forneceriam os carros, para que nós consumíssemos o combustível, como as impressoras são quase dadas para ganhar dinheiro a vender tinteiros.
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Ontem, encontrei:
"To encourage sales, Elio said the company has a plan to make the Elio trike extra affordable called "Let Your Gas Savings Make Your Payments." Under this plan, when you buy an Elio, you drive away with a special credit card in your pocket. You use this card every time you gas up and then Elio charges you triple what you paid at the pump."
Interessante, cada vez mais vemos referências ao convite para criar modelos de negócio baseados em subscrição.

Trechos retirados de "Elio Motors will charge you 3x the price of gas, and you'll like it"

"analisamos os meios que temos e imaginamos futuros possíveis"

Depois da sequência de leitura referida em "Gente que viu a Luz!" fui ao Twitter e escrevi:
Quando trabalho estratégia com uma PME, o que fazemos?
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Pensamos em mudar o mundo? Não!
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Pensamos em investimentos de grande porte? Não!
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Como naquele jogo em que os náufragos têm de escolher um número limitado de itens que podem salvar consigo, perguntámos: o que é que esta empresa tem? Qual é a sua história? Qual é a sua experiência? Em que é que se pode diferenciar com base naquilo que é, ou tem sido? Procurem nos bolsos qualquer coisa, mas que pareça não ter valor, talvez possa ser a base para algo.
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Reparem no exemplo das frutas e legumes referidas na hiperligação lá em cima. Como é o mercado?
Podemos competir pelo preço?
Podemos competir com o Mar del Plastico"?
Podemos oferecer grandes produções?
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O que faço com as PME é o mesmo que os agricultores fizeram.
Em vez de pensar num objectivo e obter os meios para o atingir, analisamos os meios que temos e imaginamos futuros possíveis, objectivos possíveis de atingir com eles.
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Como não recordar MacGyver, perante um problema, procurar nas imediação, à mão, as ferramentas que poderão ser usadas para fazer um truque.
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Continua.





"É um momento extraordinário, que está a chocalhar tudo"

Estão a ver a metáfora que uso aqui no blogue sobre estarmos a entranharmos-nos num mundo económico a que chamo Mongo?
Mongo é o recuar da maré da Revolução Industrial, da globalização, da produção em massa. Uma mudança de paradigma que afecta empresas, empregos, educação, governos, modelos de negócio, ...
"Qual é o problema de fundo?.
Um deles é estarmos a viver um dos períodos mais extraordinários da história mundial. É um momento extraordinário, que está a chocalhar tudo. Está a arrancar milhões da pobreza todos os anos. Está a criar novas oportunidades nos sítios mais extraordinários, desde o lado político, com o descongelamento do Leste, à informática. Só que isso implica uma grande dificuldade de ajustamento. Estão a desaparecer muitas profissões – e as que não desaparecem estão a mudar radicalmente: a vossa, a minha.
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É a nossa Revolução Industrial?.
Exactamente. É mais um período áureo da história do mundo. Mas os períodos áureos só são áureos à distância, porque no momento em que decorrem custam muito. A Revolução Industrial, que foi excelente, doeu muito às pessoas que lá estavam. Hoje estamos a passar por um período difícil. Estamos a ajustar a nossa economia a uma realidade nova. E isso cria uma enorme quantidade de consequências, do desemprego ao desajustamento industrial. Esse é o problema de fundo."

Trechos retirados de "João César das Neves aposta mais em Portugal do que na Europa"

Mais um panfleto

Ontem à noite no Twitter o João Miranda comentou esta notícia "FMI aconselha a investir em infraestruturas":
Juro que desconfiei logo quem seria o autor do texto, depois, segui a hiperligação para o confirmar. Depois, avisei:
Esta manhã fui à procura da fontes e julgo que a encontrei:
O que diz o texto sobre o conselho de investir em infraestruturas?
"To raise economic speed limits, policies need to encourage innovation, promote investment in productive capital, and counteract the negative impetus from aging. Although the right mix of policies will differ by country, some broad prescriptions can be made:
  • Innovation can be encouraged
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  • Worker productivity can be increased by improving education quality and boosting secondary- and tertiary-level attainment.
  • Bottlenecks that are holding back production in some emerging market economies can be eliminated through higher infrastructure spending.
  • There is scope for better business conditions and improved functioning of product markets in some countries.
  • Labor-force participation must be promoted, particularly among female workers in some countries, and aging workers in others
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  • Demand support through monetary and, where feasible, fiscal policy remains important in several economies to boost investment and capital growth."
Analisemos o texto de Nuno Aguiar: a única medida referida é o investimento em infraestruturas!
Analisemos o texto de Nuno Aguiar: nenhuma referência a "emerging market economies"
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Enfim, mais um panfleto a favor de torrar dinheiros dos contribuintes futuros a troco de fogo-de-artifício, a favor de assar sardinhas com a chama dos fósforos.







Que clientes negligenciar?

O capítulo 5 de "Passionate and profitable : why customer strategies fail and ten steps to do them right", de Lior Arussy, intitulado "What Customers do We Neglect?" é simplesmente muito bom. Começa assim:
"In personal relationships we know that the more people we befriend, the less time we will have to invest in the relationship. Thus, we conduct different types of relationships with different people.
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The relationship rule is quite simple: the deeper the relationship, the fewer people with whom we can entertain it. The shallower and shorter the relationship, the more people we can consider. There is a direct correlation between the amount of time, resources, and overall investment and the quality and longevity of the relationship. One cannot invest lightly and expect a deeper, longer lasting relationship.
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These basic, common-sense rules, however, seem not to apply when it comes to commercial relationships, or that is what executives want to believe, at least. The commercial idea of a typical relationship is this: we can establish deep, long-lasting relationships with anyone who is willing to pay. Any customer willing to pay our price (or close to it) is a prime candidate for a long, deep relationship. It is wishful thinking, and most customers are not buying it. It is, in fact, the exact attitude that turns customers off. They know that such a relationship cannot be conducted with everyone. Customers have learned that any relationship that attempts to attract everyone in fact attracts no one.
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Without proper selection of participants and investment in the relationship, no relationship will last for too long or command any kind of a preference or premium price. But companies still insist that they can reach the masses and build intimacy and loyalty at the same time."
Entretanto, ontem no JdN encontrei "Mudança de operador entre as PME atingiu os níveis mais elevados em 2014":
"De acordo com os dados do regulador do sector a maioria das PME portuguesas subscreveu ofertas "standard" empresariais (84,7%).[Moi ici: Preguiça de quem vende, trabalha para a massa, incapaz de personalizar, comoditiza] Apenas 8,8% referiram dispor de ofertas à medida.
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Segundo o mesmo inquérito em 2014 a mudança de prestador entre as PME atingiu os níveis mais elevados até agora registados."
Isto é tão clássico. As empresas gastam tantas energias a conquistar clientes que não têm recursos para satisfazer os clientes que mantêm. Então, estes passam para o próximo ofertante e, assim por diante, num carrossel de "churning".
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É melhor voltar a ler:
"Without proper selection of participants and investment in the relationship, no relationship will last for too long or command any kind of a preference or premium price."
Recomendo este webinar Gaining Brand Traction com o caso da Towngas.

terça-feira, abril 07, 2015

Curiosidade do dia

Este texto ""Perante estes factos, como é que o senhor doutor se atreve a dizer que o ensino superior tem um grande valor?"" não tem nada a ver com o caso concreto de Portugal, ou com a troika, ou com a "geração rasca".
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É uma discussão, é uma reflexão em curso em muitos países. Por exemplo:
"results for many recent graduates are awful: one in eight recent college graduates is unemployed, and half of those employed hold jobs that do not require a college degree"
"The news is full of stories where students paid hundreds of thousands of dollars to go to college (and beyond) only to find themselves stuck in dead end jobs and unable to pay off the cost of student loans. We have a crisis in the US in higher education. The costs have risen and the benefits have declined.
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It has gotten to the point where I believe if you have to personally shoulder the cost of your higher education, you should think twice about the traditional model."
Recordar o destino dos doutorados no Reino Unido. e "Vai deixar de se atribuir mais de uma bolsa ao mesmo investigador" e "The future of the postdoc"

Globalização, uma maré a recuar

"I would bet on globalization slowly being in abeyance. I think with the benefit of hindsight, we will realize that 2007 was not just the peak year of the finance boom, but also the peak year of globalization, like maybe 1913. Happily, it hasn’t resulted in a world war, at least not yet, but I think we are in this period where globalization is steadily pulling back."
Recordar Janeiro de 2011:
"Defendemos há muito neste blogue que vamos a caminho de Mongo (foi em Novembro de 2007 que usei essa metáfora pela primeira vez) , que já passamos o pico da globalização massificadora e homogeneizadora e que, por isso, o futuro será povoado por muitas pequenas empresas, rápidas, flexíveis, diferentes e concentradas em servir nichos." 
Recordar também Janeiro de 2009 e Março de 2009.

Trecho inicial retirado daqui.

Qual é mesmo o nosso negócio?

Em "The Redefined No of the CFO" encontro esta frase:
“I think the hardest thing in business is actually finding out the right things to work on,”"
Momentos antes, no Twitter, tinha favoritado este tweet:

Gente que viu a Luz!

Em ""Não nos interessa competir no preço"", publicado no Caderno de Economia do semanário Expresso do passado dia 3 de Abril, encontrei:
""Portugal é um país de produtos diferenciados. Tem tradição e inovação no agroalimentar e é isso que importa 'vender", refere Amândio Santos. Os dirigentes da Portugal Foods e da Portugal Fresh garantem que já há muita inovação incorporada nos processos produtivos. "O agroalimentar português tem a particularidade de ter indústrias de topo, tanto ao nível da gestão como tecnológico e as empresas podem responder a pequenos lotes com muito mais facilidade, porque as grandes indústrias mundiais estão estandardizadas para grandes produções. Mas nós temos essa flexibilidade e isso permite-nos abordar mercados com uma gama de ofertas ajustada a uma procura específica", explica Amândio Santos. Manuel Évora acrescenta que "não nos interessa competir no preço" e assegura que Portugal é um ótimo sítio para produzir frutas e legumes. "Somos um país pequeno mas com condições únicas". O que é importante é encontrar parceiros internacionais que comprem os nossos produtos e que valorizem esta diferenciação."
Parece um texto escrito neste blogue, mais uns que viram a luz, mais uns que encontraram o seu Ananias.
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Li este texto e, logo a seguir li "How This Family-Run Organic Grocer Is Taking on Whole Foods" onde sublinhei:
"decided to stop selling "confinement dairy products," such as milk from cows that aren't allowed to graze." 


"Uma outra abordagem (parte VII)

Parte I, parte IIparte IIIparte IVparte V e parte VI.

Gostei neste artigo, "What service transition? Rethinking established assumptions about manufacturers' service-led growth strategies" de Christian Kowalkowski, CharlottaWindahl, Daniel Kindström e Heiko Gebauer, publicado em Industrial Marketing Management 45 (2015) 59–69, da sistematização dos caminhos como os fabricantes de equipamentos podem subir na escala de valor acrescentando serviços:
"we identify three distinct service growth trajectories, including both the expansion and standardization of service offerings to become: (1) an availability provider; (2) a performance provider; and, (3) an ‘industrializer’.
...
The transition from a transactional to a relational nature of the customer–provider relationship encourages a gradual implementation of increasingly proactive, flexible, customized, and long-term relationships with customers and partners. The transition from product to process-oriented offerings highlights the need to gradually move towards more complex offerings, add service components, and change the earning logic from discrete to continuous cash flows.
...
Additionally, rather than making a complete transition, many suppliers ‘increasingly work towards becoming more of a certain role’.
...
rather than transitioning from products to services, firms expand their business through the addition of new, and the bundling of existing, services to their portfolio, infusing higher levels of service into their offerings.
...
This paper shows that system suppliers generally perform several distinct roles simultaneously, rather than transitioning from one role to another on a product–service continuum."
Bom para relacionar com "Uma outra abordagem (parte I)"

segunda-feira, abril 06, 2015

Curiosidade do dia

"This finding isn’t just clarifying. It’s inspirational. It says that the college-admissions process, which millions of 18-year-olds consider the singular gateway of their young adulthood, is actually just one of thousands of gateways, the sum of which are far more important than any single one. While hundreds of thousands of 17- and 18-year-olds sit around worrying that a decision by a room of strangers is about to change their lives forever, the truer thing is that their lives have already been shaped decisively by the sum of their own past decisions—the habits developed, the friends made, and the challenges overcome. Where you go to college does matter, because it's often an accurate measure of the person you're becoming."
Fez-me lembrar aquela afirmação atribuída a Napoleão:
"queres saber como uma pessoa pensa? Procura saber que ideias estavam na moda quando ela tinha 20 anos." 

Trecho retirado de "'It Doesn't Matter Where You Go to College': Inspirational, but Wrong"

"They couldn’t be more clueless…”

O meu primeiro contacto com este tipo de consultores:
"hired a company that specializes in cost reduction, basically reducing any kinds of expenses at any cost!"
Julgo que foi em 90 ou 91. E também concluí:
"“Luis, it would be easier for you to become an astronaut then for them to understand anything about the value. They couldn’t be more clueless…”"
Trechos retirados de "HOW COST REDUCTION ACTIVITIES CAN DESTROY YOUR COMPANY!!!"