sábado, dezembro 27, 2014

É preciso aprender com Darwin

Por que é que em Mongo as PME, ainda que com menos recursos que as empresas grandes, têm tudo para serem as líderes?
.
Porque as empresas grandes pensam em grande, porque as organizações grandes e com muitos recursos gostam de planos grandes. Elaboram planos enormes, muito detalhados e ficam escravas desses planos, apesar da realidade evoluir a uma velocidade tremenda.
.
Este é mais um exemplo desta mentalidade "Newest U.S. Stealth Fighter ‘10 Years Behind’ Older Jets"
"“Because all of the subsystems depend on each other, requirements aren’t allowed to change after the design is ‘finalized.’ It’s not a big deal, unless it takes 20 years to field the jet… then it’s a problem.”
.
The end result is that when the F-35 finally becomes operational after its myriad technical problems, cost overruns, and massive delays, in some ways it will be less capable than current fighters in the Pentagon’s inventory."
Depois disto apetece dizer, os inimigos da América não precisam de fazer nada, os americanos fazem por eles o trabalho. Como é possível pessoas racionais, suportadas pelos consultores mais capazes, aceitarem este tipo de procedimento... fechar umas especificações e não ocorrer que 20 anos depois essas especificações estariam mais do que ultrapassadas.
.
Portanto, quando pensar nas dificuldades que a sua PME tem pela frente, lembre-se que as empresas grandes dão estes bónus muito generosos, está na sua natureza.
.
É preciso aprender com Darwin, e dar lugar à tentativa e erro, e trabalhar com planos mais pequenos dedicados a tratar um módulo de cada vez e, aprender com o feedback da realidade.

"Souberam que tinham de fugir da maldição do preço e uma grande parte conseguiu"

A propósito de "Um quarto de século depois, a indústria têxtil volta a mostrar a sua fibra":
"chegou a empregar mais de 800 trabalhadores. Hoje, esse mundo das grandes fiações extinguiu-se e o enorme espaço de 32 mil metros quadrados é utilizado pela LMA que, com os seus 42 trabalhadores, produz sete milhões de euros anuais de tecidos que se ajustam à temperatura do corpo humano ou reagem à transpiração. ... já não há apenas encomendas de clientes estrangeiros que ditavam as cores, os tamanhos e os tecidos – hoje a LMA oferece ao cliente soluções desenvolvidas e testadas nos seus laboratórios." [Moi ici: Uma revolução: Menos trabalhadores, muito mais facturação por trabalhador, diferentes produtos, diferente posicionamento estratégico, diferente postura perante os clientes]
 "Depois de um quarto de século de devastação, porém, há sinais de que algo pode estar a mudar. “Pela primeira vez em muitos anos, o sector deixou de destruir emprego e pode ter até criado postos de trabalho
Os resultados da destruição criativa:
"passaram-se 25 anos em que o sector têxtil sofreu um abalo de proporções sísmicas. Umas duas mil empresas desapareceram do mapa do sector que se concentra nos distritos de Braga (51% das empresas) e do Porto, deixando a paisagem do Vale do Ave marcada por enormes edifícios-fantasma [Moi ici: Recordar Vizela] que recordam os anos 80, o tempo em que a têxtil era a mais importante indústria do país. Mais de cem mil operários perderam os postos de trabalho, reduzindo o emprego no sector de 240 mil pessoas para cerca de 123 mil no ano passado."
Versus a previsão:
"as previsões de um estudo da Kurt Salmon Associates, em 2000, que tinham como pior cenário a destruição de 106 mil postos de trabalho e de 826 empresas, foram ultrapassadas por uma realidade ainda mais crua."
Eis uma frase a merecer alguns reparos:
"Mas sobreviveram as espécies mais adaptadas, num processo de selecção natural. “O sector está praticamente expurgado das empresas ineficientes e desadequadas”"
Não foram as espécies mais adaptadas que sobreviveram, foram as que melhor se adaptaram. Por isso, a segunda parte da frase soa-me tão mal. Ser ineficiente ou desadequado não são características absolutas, são características relativas ou contextuais. No âmbito do paradigma que existia, antes do impacte da China e da abertura à Europa de Leste, e com as boleias da desvalorização cambial a pedido, essas empresas eram eficientes e adequadas o suficiente para termos um desemprego que chegou aos 3,9%. Como muitas vezes aqui escrevemos (acerca do momento 1, nós éramos a China antes da China, éramos a China da CEE) :
“Nesse tempo éramos a ‘China’ da Europa do Norte”
O aparecimento da China é que alterou as bitolas da eficiência e provocaram a mortandade dos últimos anos e a consequente reacção:
"A primeira tentação foi baixar os preços para resistir o mais possível ao “rolo compressor chinês” que, como recorda Paulo Vaz, no prazo de uma década aumentou a sua quota no mercado mundial da têxtil de 10 para 33%. “Tivemos de ser muito mais eficientes para podermos baixar os preços”, [Moi ici: Entretanto, a política ajudava criando mais desemprego] diz Manuel Barros, director-geral da LMA. Nas cúpulas empresariais e associativas do sector, porém, sabia-se que esse esforço não bastava. Era preciso mudar tudo, ou quase. Na estratégia, na gestão, na relação com os clientes, na produção, na logística, na inovação. “Não podíamos fazer mais do mesmo”, diz Manuel Barros. “Tivemos de sobreviver. Depois de fazermos uma reestruturação em 2004, posicionámos-nos num segmento médio/alto, deixando para os asiáticos a parte mais baixa da cadeia”, explica Crispim Ferreira."
Reacção traduzida em:
"A LMA diversificou a sua oferta de produtos, começou a trabalhar para o calçado ou para a indústria automóvel. Apostaram na certificação, investiram em equipamentos, montaram laboratórios que analisam resistência das fibras, a solidez à luz, a reacção à humidade, a estabilidade dimensional ou o peeling (propensão para gerar borboto) das malhas. Tornaram-se capazes de produzir um tecido com três superfícies que engloba uma membrana que abre quando um ciclista transpira e fecha quando temperatura corporal baixa. A Lameirinho deixou de ser um mero executor de ordens externas e dedica-se a desenvolver, produzir e oferecer em embalagens gamas completas de lençóis ou toalhas de mesa cuja qualidade e sensação ao toque até os mais leigos conseguem perceber. “Nós, hoje, desenvolvemos o produto, apresentamos o fato à medida do cliente. A mudança principal, nos últimos dez anos, é que nós passámos a criar um conceito”, precisa Crispim Ferreira."
E bem sintetizada em:
"Souberam que tinham de fugir da maldição do preço e uma grande parte conseguiu”"
Outra lição que se poderia ter aprendido aqui há anos é esta:
 "“Temos um lead time [tempo de entrega] imbatível. [Moi ici: Basta procurar por proximidade, como vantagem competitiva] Em duas ou três semanas a encomenda é colocada em qualquer parte da Europa”, diz Paulo Vaz. Numa era em que a velocidade na criação de gamas ou de reposição de stocks é um factor crucial, [Moi ici: Outra vantagem competitiva, acelerar para as 52 épocas por ano] a indústria portuguesa consegue uma vantagem comparativa em relação aos competidores asiáticos. A Inditex espanhola percebeu a importância dessa rapidez de resposta e fez de Portugal uma das suas principais bases de produção."
Para terminar, reforço a minha dúvida quanto a isto:
"“Mas não nos iludamos: no algodão e nas commodities, ou seja a têxtil que não tem nada de especial, eles foram para a China e já não voltam”" 
Atrevo-me a duvidar desta opinião. Não sei se o low-cost não regressará, apesar de tudo. Os asiáticos estão cada vez mais caros e os importadores também não nadam em dinheiro, querem encomendas mais pequenas e com um ciclo de pagamento-recebimento mais ajustado.

sexta-feira, dezembro 26, 2014

A estatística mente com todos os dentes

Segundo a estatística, "Famílias pagam agora 12 euros por cada 100 que ganham".
.
O que é que esta estatística não revela nem releva?
.
Dos agregados familiares que declaram rendimentos 52,8% não paga IRS. E dos que pagam, 9% pagam 53% do total da receita.
.
Portanto, a distribuição está longe de ser normal e, por isso, a média é um parâmetro pouco útil para descrever a realidade.
.
Em tempos, o Hélder, no Twitter, publicou:
BTW, se "Cada 10 euros de aumento de impostos só tira 4 ao défice" é pena que cortar na despesa seja inconstitucional, é que cada 10 euros de corte na despesa tira 10 euros ao défice e dá um bónus de abate na necessidade de aumentar os pedidos de empréstimo e do preço do dinheiro.

Pois...

"Estudantes preferem um emprego por conta de outrem do que abrir a sua própria empresa".
.
A economia do futuro, e a economia do futuro já anda por cá, ainda que distribuída de forma muito anormal, é que pode precisar de cada vez menos funcionários.
.
As máquinas substituirão os funcionários, como varreram os portageiros do mapa.
.
Este trecho retirado de "The Second Machine Age: Work, Progress, and Prosperity in a Time of Brilliant Technologies":
.
"To Switch the Skills, Switch the Schools
Education researcher Sugata Mitra, who has showed how much poor children in the developing world can learn on their own when provided with nothing more than some appropriate technology, has a provocative explanation for the emphasis on rote learning. In his speech at the 2013 TED conference, where his work was recognized with the one-million-dollar TED prize, he gave an account of when and why these skills came to be valued.
I tried to look at where did the kind of learning we do in schools, where did it come from? . . . It came from . . . the last and the biggest of the empires on this planet, [the British Empire].
What they did was amazing. They created a global computer made up of people. It’s still with us today. It’s called the bureaucratic administrative machine. In order to have that machine running, you need lots and lots of people.
They made another machine to produce those people: the school. The schools would produce the people who would then become parts of the bureaucratic administrative machine. . . . They must know three things: They must have good handwriting, because the data is handwritten; they must be able to read; and they must be able to do multiplication, division, addition and subtraction in their head. They must be so identical that you could pick one up from New Zealand and ship them to Canada and he wo uld be instantly functional.
Of course, we like this explanation because it describes things as computers and machines. But more fundamentally, we like it because it points out that the three Rs were once the skills that workers needed to contribute to the most advanced economy of the time. As Mitra points out, the educational system of Victorian England was designed quite well for its time and place. But that time and place are no longer ours. As Mitra continued:
The Victorians were great engineers. They engineered a system that was so robust that it’s still with us to day, continuously producing identical people for a machine that no longer exists. . . . [Today] the clerks are the computers. They’re there in thousands in every office. And you have people who guide those computers to do their clerical jobs. Those people don’t need to be able to write beautifully by hand. They don’t need to be able to multiply numbers in their heads. They do need to be able to read. In fact, they need to be able to read discerningly.
Recordar:

Maravilhas do socialismo

Maravilhas do socialismo, "Governo de Nicolás Maduro faz com que o whisky esteja ao preço do leite"!
.
Pena que o jornal não contextualize o preço do leite.
.
Além disso, o socialismo contribui para a diminuição do excesso de pinheiros no Canadá, importando-os para servirem de árvores de Natal.
.
Pena que os socialistas tenham um tempo de resposta tão longo que ainda não tenham percebido o quanto as Barbies já estão out!!! As Bratz abriram o mercado a uma torrente de bonecas muito mais cool.
.
A doença de Allende não pára:

quarta-feira, dezembro 24, 2014

É véspera de Natal!


"Na mesma região encontravam-se uns pastores que pernoitavam nos campos, guardando os seus rebanhos durante a noite.
Um anjo do Senhor apareceu-lhes, e a glória do Senhor refulgiu em volta deles; e tiveram muito medo.
O anjo disse-lhes: «Não temais, pois anuncio-vos uma grande alegria, que o será para todo o povo:
Hoje, na cidade de David, nasceu-vos um Salvador, que é o Messias Senhor.
Isto vos servirá de sinal: encontrareis um menino envolto em panos e deitado numa manjedoura.»
De repente, juntou-se ao anjo uma multidão do exército celeste, louvando a Deus e dizendo:
«Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade.»
Quando os anjos se afastaram deles em direcção ao Céu, os pastores disseram uns aos outros: «Vamos a Belém ver o que aconteceu e que o Senhor nos deu a conhecer.»"

A todos, votos de um Santo e Feliz Natal junto da Família. Uma ilha de paz no reboliço da vida.

terça-feira, dezembro 23, 2014

Curiosidade do dia

"Consumer surplus compares the amount a consumer would have been willing to pay for something to the amount they actually have to pay. If you would happily pay one dollar to read the morning newspaper but instead you get it for free, then you’ve just gained one dollar of consumer surplus.
...
Do we want to increase consumer surplus? Then lower prices [Moi ici: Baixar preços? Então quer dizer que todos os economistas, políticos e paineleiros que estão contra a deflação, estão contra a gasolina mais barata, a informática mais barata, a comida mais barata, o grátis na internet, a Amazon, ... estão contra o aumento do consumer surplus] or more leisure might be signs of progress, even if they result in a lower GDP. And, of course, many of our goals are nonmonetary."
Trecho retirado de "The Seconde Machine Age"

O exemplo da metalurgia e metalomecânica

Mais um ano espectacular, a somar ao melhor ano do calçado, ao melhor ano do mobiliário, ao melhor ano da década do têxtil e vestuário, ao melhor ano da cerâmica, ao melhor ano da ... agora também o melhor ano da metalurgia e metalomecânica.
"O setor metalúrgico e metalomecânico exportou, no passado mês de outubro, cerca de 1400 milhões de euros, registando assim o valor mais elevado de sempre nas exportações da indústria. Este valor representa um crescimento de 24% [Moi ici: A gente até desconfia do valor] face ao período homólogo do ano anterior!"
Trecho retirado de "Setor Metalúrgico E Metalomecânico Com Melhor Resultado Mensal De Sempre Em Exportações"

To everything - turn, turn, turn ...

Tão interessante esta estória "You Can Now Convert Your MP3s to Vinyl Records":
"For the better part of a century, the vinyl record reigned supreme as the most popular format for listening to recorded sounds.
...
A testament to their unique charms, vinyl records survived the coming of the 8-track and the cassette tape, before being put out to pasture, more-or-less, by compact discs in the 1990s.
...
When it seemed clear that analog formats, of which vinyl is one, would give way to digital, some consumers rushed out to buy CDs. Others scrambled to convert their sometimes massive libraries of vinyl records to mp3s.
.
But now vinyl has seemingly risen from the grave.
...
With vinyl resurgent, some consumers now want to convert their digital music back into analog format. Enter a new crop of entrepreneurs looking to make a buck by helping consumers retrofit their music collections. For a price, websites like vinyl-pressing.com, edsvinyl.com, and vinylrecorder.com allow consumers to convert their mp3 files into vinyl records."
We are all weird!!!

Mudar de discurso

O calçado já o está a fazer há vários anos, o têxtil começou recentemente.
.
Se os empresários de um sector, se os autarcas de uma região querem, seduzir:

  • quadros;
  • trabalhadores;
  • investidores;
  • habitantes; 
  • ...
Têm de começar por abandonar o discurso dos coitadinhos, dos apoios e subsídios, dos desgraçados e abandonados e, começar a contar histórias de sucesso. Têm de começar a usar a retórica para persuadir futuros comportamentos e pensamentos.
.

segunda-feira, dezembro 22, 2014

Curiosidade do dia



Milhares de pencas!
.
Será que chegam a tempo ao mercado e ás cozinhas?

Para reflexão sobre canais de marketing

"For the past several years, business have began migrating their advertising away from Yellow Pages and into online media. What they don’t realize is that by doing so, they’re now targeting the 22-year-old living at home, rather than his home-owning, Baby Boomer parents with more disposable income.
.
Perhaps I’m stereotyping, but it makes my point. The old media vs. new media debate is not so black-and-white. In a recent study, 45 percent of consumers cited Yellow Pages as “the source I go to first for finding local business information”—just slightly ahead of search engines at 42 percent.
...
These studies make it clear that both Yellow Pages and search engines are the go-to sources consumers use to shop locally."
Talvez não sejam só os discos de vinil a voltar do mundo dos mortos e a adquirir uma nova vida.
.
Ontem, em conversa com a minha filha, falávamos sobre o mundo das linguagens de programação... comecei a pensar que algumas delas nunca vão desaparecer verdadeiramente. Apesar de ultrapassadas, vão encontrar um nicho qualquer onde façam a diferença por um motivo qualquer... como o Fortran e o Cobol na banca.
.
Quando identificamos os clientes-alvo e estudamos o contexto em que vivem, talvez encontremos nichos que continuem a utilizar canais tidos por obsoletos, geralmente por quem pensa em abstracto e genericamente.
.
Trechos retirados de "Who Even Uses the Yellow Pages Anymore?"

A estabilidade é uma ilusão!

Em "Business Strategy - Managing Uncertainty, Opportunity, and Enterprise" de  J.-C. Spender, li:
"Messages do not contain their own meaning, yet we cannot get at the knowledge contained in a message without knowing what it means.
...
Human communications problems begin because we are not “blank slates.” We have no trouble attaching meaning to a signal, we do it all the time and find it is almost impossible to prevent, except when we are surprised or shocked. “What was that bang?” “What did he say?” So the message sender’s problem is to ensure that a specific meaning is attached rather than some other."
Uma entrevista ""Vejo hoje pessoas mais confiantes no sector"" e vários temas.
.
Vamos ao primeiro:
"Podemos de alguma forma dizer que após esta “depuração” de 25 anos o sector que resistiu é competitivo globalmente ou a reestruturação ainda não acabou?Acredito que, concluído este processo de reestruturação (ou já numa fase muito avançada), temos hoje uma ITV muito mais robusta, capaz de competir com êxito no mercado global. Um processo desta natureza nunca se encontra concluído, mas acredito que, nesta fase, o sector se encontra depurado de quase tudo (empresas, emprego, produtos, modelos de negócio) que não tinha condições de sobrevivência nas novas condições de funcionamento do sector, à escala global."
"ainda não acabou?" - O que significa esta pergunta? Qual a concepção do mundo que permite a sua formulação desta forma?
.
Recordo logo Beinhocker e um pormenor interessante que salta à vista quando se estudam os mundos de seres vivos digitais:
"the punctuated nature of change tricks our pattern-recognizing minds into thinking that the world is more stable than it really is
...
All competitive advantage is temporary. Some advantages last longer than others, but all sources of advantage have a finite shelf life
...
We discovered that there is no one best strategy; [Moi ici: Apreciar Beinhocker acerca dos modelos de Lindgren a viverem o dilema do prisioneiro] rather, the evolutionary process creates an ecosystem of strategies – an ecosystem that changes over time in Schumpeterian gales of creative destruction."
Ou ainda, recordar Joe Calloway em "Becoming a Category of One,
"O sucesso passado é um perigo, porque cria uma nova realidade".
.
A reestruturação de um sector nunca acaba, nunca tem fim. O que é verdade hoje, o que resulta hoje, o que parece que é eterno, o que parece que é estável, não passa de um instante e, amanhã, será mentira. A estabilidade é uma ilusão!

Incumbentes e franjas de mercado

A propósito de "UPS quer reforçar actividade em Portugal com soluções "à medida" das PME", apetece perguntar: Como é que os CTT poderiam ter evitado o sucesso destas empresas?
.
Não me sai da cabeça que se tivessem sido privatizados mais cedo, poderiam ter criado uma empresa autónoma para actuar neste mercado. Como empresa pública, presa ao mercado do serviço público, talvez tenha encontrado na tutela dos sucessivos governos o mesmo tipo de reacção que a RTP encontrou ao decidir comprar os direitos de transmissão da Liga dos Campeões.
.
O problema não foi especificamente dos CTT, foi praticamente generalizado entre os incumbentes do serviço universal de correio. Julgo até que o caso mais escandaloso tem sido o US Postal Office. (aqui e aqui)
.
Recordar "Este futuro está escrito nas estrelas"

Para reflexão acerca da estratégia

Números que fazem pensar:
"A mere 34% of the 772 directors surveyed by McKinsey in 2013 agreed that the boards on which they served fully comprehended their companies’ strategies. Only 22% said their boards were completely aware of how their firms created value, and just 16% claimed that their boards had a strong understanding of the dynamics of their firms’ industries."
A sublinhar:
"“The first question I would ask boards is whether they are spending enough time and effort assessing the organization’s long-term strategy,” 
...
Strategy is the fundamental challenge of the organization, and it should engage the entire board.” That collective effort is critical to ensuring the right long-term debates and decisions."
Trechos retirados de "Where Boards Fall Short"

domingo, dezembro 21, 2014

Curiosidade do dia

Hoje, pelas 23h03 começa o Inverno, temos o dia mais curto do ano. Por isso, celebremos:
Celebremos o recomeço do crescimento dos dias.
.
Os peixes, pelos vistos, andam animadamente a celebrar em verdadeiras orgias comunitárias:









"You attract the customers that respond to the way you act"

Uma grande verdade em "What kind of customers do you want?":
"you get what you reward. You attract the customers that respond to the way you act. You end up with what you tolerate. You build what your audience demands.
.
You might not get the customers you deserve, but you will probably end up with the customers you attract."

Porque não somos plankton... (parte V)

Parte I, parte II, parte III e parte IV.
.
Num jantar de Natal na sexta-feira passada, defendia, como aqui no blogue, que o futuro é das empresas pequenas, é dos grupos de profissionais que se juntam, é dos independentes. Num mundo cada vez mais rápido, mais diversificado, o tempo de resposta e o foco são fundamentais.
.
Um dos presentes, colaborador de uma multinacional, argumentava que as empresas grandes têm dinheiro suficiente para, sempre que vêem algo inovador no mercado, chegarem e comprarem essa marca, essa empresa, essa patente.
.
Reconheci logo a estratégia que a P&G adoptou há uns anos, prescindir cada vez mais de uma estrutura de investigação cara e pouco produtiva, acomodada pelo funcionalismo incumbente que se instala e, optar por comprar as patentes e as ideias de sucesso.
.
Depois, a conversa enveredou pela necessidade de urgência na resposta, para fazer face aos estímulos e à dança da paisagem competitiva.
.
Agora, recordo a metáfora que aqui uso muitas vezes... a da Torre de Babel. O que está a acontecer à P&G?

Anda a vender e a concentrar o negócio (como me disse o mesmo colaborador da multinacional, que há muitos anos foi colaborador industrial da GE em Portugal), como a GE anda a fazer, a vender pragmaticamente os negócios do mass-market, para se concentrar no valor acrescentado.
.
Ontem à noite, via Twitter, Esko Kilpi encaminhou-me para:

Ainda duvidam que Mongo vem aí? E que os bonzos do modelo do século XX não estão preparados para ele? E que vão contrarevolucionar?

e, quinze meses depois de Setembro de 2013

Evolução do número de desempregados inscritos nos Centros de Emprego entre Janeiro de 2011 e Novembro de 2014:

Regressamos ao nível de Novembro de 2011.
.
A evolução homóloga do desemprego e a evolução mensal de desemprego entre Janeiro de 2011 e Novembro de 2014:
E, pela primeira vez desde a chegada da troika, o pleno na queda do desemprego: