domingo, março 02, 2014

A oportunidade chinesa

Acerca da China e dos modelos mentais obsoletos:

"E se, em média, um par de sapatos português é exportado a 23 euros - o segundo valor mais elevado do mundo -, a verdade é que, nas exportações para a China, o preço sobe para 32 euros o par, já bem próximo do praticado pelo calçado italiano, o mais caro do mundo, que ronda 35 euros o par. A que se deve esta valorização do calçado nacional num país que é, simultaneamente, o maior consumidor e também o maior fabricante mundial de calçado?"
.
Agora, querem uma resposta a sério aquela pergunta?
.
Imaginem o que será uma distribuição dos preços e modelos dos sapatos fabricados na China.
Imaginem o que será uma distribuição dos preços e modelos dos sapatos fabricados em Portugal.
.
Conseguem imaginar que eventualmente poderá haver uma intersecção entre as duas distribuições? Assim, não fará sentido importar calçado português baratucho, isso os chineses têm aos pontapés. Por isso, a China importa só a parte superior da distribuição da produção portuguesa. Logo, a média dos preços é mais elevada, porque se amputaram os preços mais baixos, por não serem exportados. Uma distribuição truncada.

sábado, março 01, 2014

No sentido correcto...

No sentido correcto, em sintonia com Mongo, essencial para a subida na escala de valor.
Agora imaginem as implicações para quem trabalha na área do Marketing e Design...
.
Pois... lembram-se dos novos já tão velhos? E dos banhos? (parte II)

LOL, "A perda para as pessoas na prática não existe."

Esta lógica é espectacular:
"Saímos do euro, recriamos o escudo e imediatamente determina-se que um escudo tem o mesmo valor que um euro. Todas as contas são transformadas de euros para escudos com o mesmo valor. E a seguir desvalorizamos o escudo. A perda para as pessoas na prática não existe."
Isto é tão LOL, pena que o jornalista estagiário não lhe tenha perguntado:

  • E qual passaria a ser o preço de um litro de gasolina?
  • E qual passaria a ser o preço de um pão?
  • E qual passaria a ser o preço de um ipad?
  • E qual passaria a ser o preço de um medicamento importado?
Esta lógica é redutora:
"Fora da zona euro, e fora da União Europeia, a própria evolução da moeda única em termos cambiais – aquilo que se pode designar euro forte ou euro caro – provocou uma perda de competitividade enorme nos países mais frágeis, nos países do Sul. A nossa capacidade de exportação está assente fundamentalmente em produtos em que há uma enorme concorrência em termos de preços. O euro tem--se mantido, com alguns picos ainda superiores, na ordem de 1,30 e qualquer coisa em relação ao dólar. Ora os países exteriores à União Europeia – Índia, China, do Norte de África, da América do Sul e Central, que têm a sua paridade correlacionada com o dólar – viram a sua competitividade aumentar substancialmente. E Portugal foi muito prejudicado em termos de exportações. E há outro aspecto que é pouco referido: aquele processo de deslocalização de empresas que começou em Portugal há uns anos também foi desencadeado pelo euro caro."
Pena que o jornalista estagiário não lhe tenha perguntado:

  • Acha então que Portugal está condenado a competir pelo preço?
  • Acha então que se não tivéssemos aderido ao euro teríamos desvalorizado o escudo o suficiente para competir com os salários chineses?
  • Sabe qual era a diferença entre o salário médio industrial chinês ou indiano e português em 2000?
Que investimento estrangeiro seria feito em Portugal depois dessa revolução e do repúdio da dívida?

Que dinheiro haveria para criar as empresas que teriam de passar a construir o que deixaria de se poder importar?
.

Octávio Teixeira, como bom comunista, acredita piamente em Marx e traz no bolso uma pagela com as efígies de Marx, Engels, Lenin, e Estaline a encimar a frase:

"Valor é o resultado do trabalho incorporado"
Um bom comunista não percebe, não pode perceber que o valor não tem nada a ver com a produção, valor está na mente de quem compra.

Trecho retirado de "Octávio Teixeira “Ou se desvaloriza a moeda ou se desvalorizam salários. Não há milagres!”"

Uma oportunidade para escolas que se queiram diferenciar

Num corpo anquilosado, dominado pelas corporações, há muito que se perdeu a razão de ser da sua existência.
.
Num mundo em mudança, o corpo devia ajustar-se, nunca perdendo de vista a sua razão de ser: preparar as gerações futuras. Contudo, isso, seria pôr em causa os direitos adquiridos de muita gente e, assim, nunca veremos isto "What's the Maker Movement and Why Should I Care?"
.
Uma oportunidade para escolas que se queiram diferenciar, para clientes-alvo que não vêem a escola como um depósito.

Mongo nos funerais

Já me tinham chamado a atenção para este vídeo e, para este artigo, "Funalcoitão: a jovem funerária que nada recusa a um morto"
.
Mais do que enterros, fazemos homenagens... um bom logo-verbal que descreve de uma assentada a missão da empresa.
.
É Mongo, é a co-criação a funcionar. E, cada enterro é único.

sexta-feira, fevereiro 28, 2014

Curiosidade do dia

MEDO!
.
Quando ouvi a previsão, da boca do vice-primeiro ministro, de um crescimento do investimento:
"Quanto às exportações, estas devem manter um crescimento de 5,5%, enquanto o investimento deverá passar de um crescimento negativo de 6,5% para uma expansão de 3,1%."
Fiquei com alguma apreensão e medo. A que é que os políticos costumam chamar investimento?
.
Por exemplo, uma terceira auto-estrada Porto-Lisboa é apresentada como "investimento".
.
Que delírios estarão escondidos dentro desse bolo chamado "investimento"?

Sem feedback...

Há tempos escrevi aqui sobre os satisficers versus os maximizers em "Somos satisficers não maximizers".
.
Ontem li este artigo "An Economist Sells Bagels: A Case Study in Profit Maximization" e, deu para comprovar como os modelos de maximização do lucro, para efeitos de descrição da realidade, não são muito realistas.
"I conservatively estimate that the firm sacrificed 30 percent of its potential profit through mispricing.
...
Although the findings of this paper apply directly only to the firm in question, there are reasons to believe that the results obtained here may be more broadly generalizable."
Na vida real, e então nas PMEs isso é muito comum, a falta de indicadores e de monitorização tem consequências muito nefastas:
"In contrast, the firm rarely changes prices – only four times in the entire 13 year period – and thus gets little feedback regarding the right price. Without feedback, the firm has no direct mechanism for learning whether it is pricing correctly. This pattern of real-time adjustments in production rates coupled with much less frequent changes in prices appears to be a common practice among firms."

Ecossistema da procura e co-criação

Para um adepto da identificação do ecossistema da procura, foi um brinde este caso retratado em "The Future of Competition" de CK Prahalad e Venkat Ramaswamy:
E o tipo de questões e reflexão que desencadeia:
"The pacemaker story illustrates the new value creation space: a competitive space centered on personalized co-creation experiences developed through purposeful interactions between the consumer and a network of companies and consumer communities.
.
Value does not stem from the physical product, the pacemaker, or from the communication and IT network that supports the system, and not even from the social and skill network that includes doctors, hospitals, the family, and the broader consumer community. Value lies in the co-creation experience of a specific patient, at a specific point in time, in a specific location, in the context of a specific event.
.
The co-creation experience originates in the patient's interaction with the network. It cannot occur without a network of firms collaborating to create the environment that allows the patient to undergo that unique co-creation experience. The network, not owned by any single firm, multiplies the value of the pacemaker to the patient, his family, and his doctors. The patient, by co-creating with the network, is an active stakeholder in defining the interaction and the context of the event. The total co-creation experience with the network results in value that is more personal and unique for each individual.
.
In the conventional value creation process, companies and consumers had distinct roles of production and consumption. Products and services contained value, and markets exchanged this value, from the producer to the consumer. Value creation occurred outside the markets. But as we move toward co-creation, as with the pacemaker, this distinction disappears. Increasingly, consumers engage in the processes of both defining and creating value. The co-creation experience of the consumer becomes the very basis of value."
Poesia!

O foco inicial

"“What job do we want customers to hire the product for? What value it creates? and what should be our fair share of the value created?”.
.
If you didn’t start with customers, it does not matter whether it not the price points are working now or not. If you didn’t start with customers your pricing is wrong."
Muitas empresas começam pelos custos. E, ao começarem pelos custos, concentram-se naquilo que "controlam" na cadeia de fornecimento, desde os seus  fornecedores até à sua expedição.
.
Pensar em valor é perceber que o valor está na mente do cliente ao experienciar a integração na sua vida de um recurso adquirido. Isso, faz com que o foco inicial seja sempre esse, o cliente.
.
Trecho retirado de "Forget the Price Waterfall"

quinta-feira, fevereiro 27, 2014

Curiosidade do dia

"The 12 Meanest Things Nassim Taleb Has Said About Economists"
.
Por exemplo:
"A trader listened to the firm's "chief" economist's predictions about gold, then lost a bundle. The trader was asked to leave the firm. He then angrily asked him boss who was firing him: "Why do you fire me alone not the economist? He is too responsible for the loss." The Boss: "You idiot, we are not firing you for losing money; we are firing you for listening to the economist."
...
[On his greatest disappointment]: That I am unable to destroy the economics establishment, the press."

"invest time in listening to your customers"

Nem de propósito, bem na linha da parte II do antropologista que entra num bar:
"Founders need a way to make great design become automatic, and there’s only one way I’ve found to do that reliably: invest time in listening to your customers.
.
You’ve probably heard this advice a hundred times before. Whether you call it “user research” or “customer development” or just “getting out of the building”, we all know that hearing directly from customers is one of the fastest ways to learn and improve our products. But when I ask founders how long it’s been since they’ve watched a real customer (not a family member) use their product, they usually look embarrassed and admit they haven’t tested anything in months.
.
It’s so much fun to make things that it’s often hard to stop and listen.
...
No one expects customers to design the product for you. That’d be way too easy! But customers can absolutely tell you their goals and frustrations. Customers can show you what they like or dislike about products and you can watch when they get stuck or confused. So if customers say they want faster horses, what you should hear is that getting around is too slow. It’s the team’s job to take all that raw input and build products to delight customers."
Trecho retirado de "Braden Kowitz: Why You Should Listen to the Customer"

Os defensores da Torre de Babel

Escrevi aqui no blogue, já há algum tempo, que um dos grandes obstáculos à rapidez da difusão e entranhamento de Mongo no nosso quotidiano vai ser o conluio entre o Estado e os incumbentes, para proteger e impor a manutenção do status-quo que traz receitas fiscais e mercados protegidos, para proteger a sua Torre de Babel.
.
Uns dirão que sou um exagerado, um radical, um neoliberal...
.
Pois.
.
Convido à leitura de "A Coreia do Norte tão perto de si".

Um antropologista entra num bar... (parte II)

Parte I.
.
Lembro-me do posicionamento que a marca Volvo tinha há uns anos no meu referencial. Imagino que a sede de crescimento a todo o custo terá sido um dos factores que os impulsionou a construírem SUVs e, assim, diluírem aquilo que a marca representava e a quem se dirigia.
.
O artigo referido na parte I, "An Anthropologist Walks Into a Bar" de Christian Madsbjerg e Mikkel Rasmussen, tem um relato que me fascinou, e que mostra como é possível uma alternativa de crescimento, não alargando o âmbito da oferta, mas aprofundando a relação com os clientes e aprofundando a percepção de qual é a experiência vivida.
.
O artigo descreve o percurso da Coloplast, líder no sector da colostomia. Qual era o desafio?
"Sensemaking starts with learning to think of a problem as a phenomenon—that is, to see it in terms of human experience. (Moi ici: O fundamental é a experiência) This conceptual shift requires companies to stop looking at the market, the product, and the customer from their own perspective and examine the customer’s perspective instead. (Moi ici: O fundamental é olhar para o mundo sob a perspectiva do cliente, ou dos pivôs do ecossistema da procura)
...
Thus, Coloplast recast the question “How do we capture new sources of growth?” as “What is the experience of living with ostomy?” (Moi ici: Esta pergunta muda completamente o foco, a orientação da pesquisa. Em vez de apontar para o alargamento da oferta, começa pelo ponto de chegada, pela vida do cliente) Its managers knew a lot about customer metrics—who bought how much of which products when, and so forth. But they realized they knew less about their customers’ worlds. What was it like to be an ostomy patient? How did it afect your self-image? Your social life? What was a good day, or a bad day? The company’s product development and marketing strategies had been driven by two assumptions about customers and their needs: that within two years of leaving the hospital, people had their ostomy care under control and were living essentially normal lives; and that product innovation should focus largely on improving the various features of an ostomy bag, one by one."
O que fez a equipa de antropólogos ao serviço da Coloplast? Foi para o terreno observar os clientes no seu habitat natural, foi conversar com eles, foi viver com eles. Sem ideias pré-concebidas, sem hipóteses explicativas. A equipa registou um conjunto de recortes em primeira-mão da vida dos clientes : narrativas; fotos; confissões; ...
"This eye-opening feed can be tremendously inspiring for business leaders used to thinking about their customers as abstractions—as segments, need states, or consumption occasions.
...
In addition, the researchers spent a day with stoma-care nurses (Moi ici: Ter em atenção o ecossistema da procura) in order to understand the way they choose products for their patients, how they prepare patients for discharge, and their concerns about patients’ ability to manage at home."
Esta metodologia foi a que seguimos, por exemplo, num projecto de 2011. Visitamos cerca de 20 equipas, falamos com mais de 70 pessoas distribuídas por várias zonas do país. Recolhemos as suas reacções, transformámos-las em pequenas frases e construímos um modelo causal:
Depois de reconhecido o fenómeno, o passo seguinte é procurar padrões para identificar causas-raiz que têm de ser eliminadas... ou percebidas, no caso da Coloplast
"The key to uncovering patterns is to find root causes—in this case, the fundamental explanations
for patients’ and nurses’ behavior. The process is like peeling an onion. The outer layer contains directly observable facts, such as how often patients change their bags and what inconveniences they experience while doing so. The next layer contains the habits and practices informing patients’ behavior and choices. And fnally there is the center—the underlying causes of those habits and practices."
E o que é mais interessante no diálogo com os actores na cadeia da procura é o conseguir perceber a ilusão que a estatística esconde:
"As it repeatedly returned to the phenomenon—what is the experience of living with a stoma?—Coloplast started to understand the efects of diferences between care in a clinical setting and care at home. (Moi ici: A importância do contexto)
...
Indeed, Coloplast realized that the problem it believed it had largely solved—leakage—in fact remained a formidable, life-altering challenge.
...
The pattern recognition process revealed that the complaints had dropped of not because the problem was solved but because people had radically adapted their lifestyles to avoid the risk of accidents, accepting that their new lives were, in the words of one patient, “probably as good as it gets.”"
E assim, perceber uma realidade importante que muitos gestores desconhecem:
There is no perfect product, because there is no perfect patient” (Moi ici: Generalizando, já existe mais gente fora da caixa do que dentro da caixa... sim, o Estranhistão está em todo o lado) and “It’s a good product, but it’s not right for everyone.”
...
Stoma patients’ bodies are all so diferent that no single solution exists. The main challenge wasn’t the type of stoma a patient had—it was the type of body a patient had. That might seem an obvious point, but Coloplast’s innovation process had blinded management and R&D engineers alike to the possibility. Just as individuals can sufer from confrmation bias (a refexive seeking of only information that supports an existing position), so can entire organizations.
...
This was a major problem—and, incredibly, no one in the billion-dollar industry had addressed it. It immediately became clear that Coloplast needed to categorize body types and create products designed specifically for each one."

Parte 1 - "light their pants on fire"

Três imagens que usei num workshop realizado esta semana.
.
Uma regra fundamental da Teoria dos Jogos:
Quando jogamos (seguimos) uma estratégia que não nos dá vantagem, estamos na prática a fazer parte de um sistema em que, com maior ou menor velocidade, estão a funcionar estes ciclos:
A dinâmica de sistemas chama a esta imagem um arquétipo, um modelo que se repete com tanta frequência que lhe atribuiu uma designação: "Sucesso para os bem-sucedidos"
.
Porque a empresa A é bem sucedida, são retirados recursos da empresa B para serem aplicados na empresa A. Assim, a empresa A tem cada vez mais sucesso e cada vez mais recursos são sifonados de B para A. A empresa B vai sofrendo uma rápida ou lenta erosão até que deixa de assegurar recursos para manter a sua viabilidade.
.
O que é que uma empresa na situação da empresa B deve fazer?
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
,.
Pensar e formular uma estratégia que a retire daquela dinâmica de enfraquecimento e lhe proporcione uma plataforma a partir da qual possa criar poder... uma vantagem competitiva.
.
Todos olhavam para Golias com um mindset estabelecido, evidente, poderoso.
.
David, ousou não seguir o caminho mais percorrido...


quarta-feira, fevereiro 26, 2014

Curiosidade do dia

"Satellite Imaging Startups Skybox, Planet Labs Race to Cover Earth"

"The next step is something more like a Google for Earth: a search engine where people can find satellite photos taken in real or near-real time that answer questions like “How many ships are in the Port of Houston today?” or “How much corn is currently growing in Iowa?” That would be of real value to oil exploration companies, day traders, and others with the tools to analyze the data. To pull this off, a company would need to build a network of satellites dense enough to capture a picture of the whole earth, sort of like a scanner encircling the planet.
...
“You want to get the day-in and day-out trends,” says Dan Berkenstock, co-founder and chief product officer of Skybox. “We want to give corporations the same capabilities that traditionally only governments have had.”"

Acerca da importância do ecossistema

 "The story of Blackberry underlines a new truth about the competitive landscape we live in: success or failure isn’t a function of a good product or service, or a well-run, cost effective company with a sound capital structure. It also requires an effective strategy to manage your ecosystem."
Como isto é profundo, verdadeiro e actual!
.
E não julguem que é só para tecnológicas.
"The solution is not to be vertically integrated but, rather, to control by managing differentiability — i.e., being the actor along the value chain who guarantees the product quality and shapes the experience — as well as manage the replaceability of other actors along the value chain."
Qual é o ecossistema da sua empresa?


Trechos retirados de "How Blackberry forgot to manage the ecosystem"

Quantas?

Li "Is it time for a competitor to the Olympics?" e pensei: E nos negócios?
.
Quantas vezes olhamos para o mercado e somos incapazes de repensá-lo com uma nova composição?
.
Quantas vezes olhamos para o mercado e respeitamos vacas sagradas que já passaram do seu prazo de validade?
.
Quantas vezes olhamos para o mercado e sentimos um fervor revolucionário ao perceber que existe uma forma de "dinamitar" o status-quo em favor dos clientes-alvo e da nossa proposta de valor?

Acerca da estratégia

"How to avoid a "strategy fail""
"1. Not understanding the environment.
A strategy that does not match the realities of the environment is bound to fail, yet many companies do not invest sufficiently to learn about customer needs, competitor capabilities, potential new entrants, or emerging social and technological trends."
Nunca esquecer que uma estratégia depende não só do ADN mas também do ambiente. E se o mundo está em mudança... é provável que a estratégia que estamos a seguir esteja a ficar dessintonizada da realidade. Muitas vezes não parece... é aquele "gradually, then suddenly"

Música celestial para este blogue

"A business movement focused on the little guy"
"An entire network of companies and organizations have sprung from, or for, the maker community. These organizations aim to help individual creators compete with the largest companies for consumer attention. Some of these companies are already familiar names, others will be. From websites and communities that provide inspiration, instruction, and designs -- such as Pinterest and Instructables -- to companies like Tech Shop that provide access to tools, to the tool-makers themselves, such as MakerBot and ShopBot, supporting services and platforms are enabling more people to make things.
.
For the makers who believe others might also want to see and use their creations, companies like Kickstarter and Indiegogo offer access to funding, firms like Quirky and Shapeways help take ideas to market, while Etsy and Threadless provide marketplaces that can connect makers to consumers. For those who want to reach a larger audience, a growing host of companies are acting as incubators and orchestrators to connect makers with production, manufacturing, and distribution channels.
.
The rapidly growing network around makers has enabled a significant shift in power from large companies to individuals. In effect, this network has allowed the little guy, in many cases an individual, to punch above his weight and start nibbling away at the big guys' market share. In Gladwell's view, the underdog has a competitive advantage precisely because he has lacked advantages, making him scrappier, more capable of improvisation, and, most notably, less invested in winning.
.
The maker trend represents the democratization of the means of production. And it is happening on a broad scale. It might be tempting, as a big company, to be complacent, to wave this off as a phenomenon limited to the coasts or big cities. That would be a mistake. In the same way that newspapers or the music industry dismissed early Internet efforts and suffered the disruptive consequences, makers are encroaching on the traditional domains of consumer goods and manufacturing. Our colleague Duleesha Kulasooriya notes that, "increasingly, any entrepreneur can have a global storefront and a global audience. Now that building new products is easier, competition can, and will, come from everywhere."






Um antropologista entra num bar... (parte I)

Um artigo cheio de exemplos e mensagens para as empresas. Na HBR de Março de 2014, "An Anthropologist Walks Into a Bar" de Christian Madsbjerg e Mikkel Rasmussen.
.
Antes de mais já sabem do papel que reservo aos antropologistas no mundo das empresas (recordar, por exemplo: aqui, aqui e aqui).
.
O artigo começa com o caso de uma empresa produtora de cerveja que estava insatisfeita com a evolução das vendas nos bares. Por que é que as vendas não crescem? Um grupo de antropologistas foi enviado para os bares, para estudar o que se passava...
.
Resultado, a percepção de que os bares não são todos iguais, por isso:
"Instead of bombarding them with one-size-fits-all promotional materials, it began customizing items for different types of bars and bar owners. It trained its salespeople to understand each bar owner better and invented a tool to help owners organize sales campaigns. It created in-workplace “academies” to train waitstaf about its brands and won over female servers by providing taxi service for employees who worked late. After two years BeerCo’s pub and bar sales rebounded"
Ehehe, algo que poderiam ter aprendido neste blogue!
.
Outro ponto importante, em sintonia com este blogue, a opinião sobre o Big Data:
"According to a recent global study of 1,500 CEOs conducted by IBM, ... The research also reveals that CEOs see a lack of customer insight as their biggest deficit in managing complexity. They prioritize gaining customer insight far above other decision-related tasks and rank “customer obsession” as the most critical leadership trait.
.
Accordingly, many companies are turning to customer research that is powered by big data and analytics. Although that approach can provide astonishingly detailed pictures of some aspects of their markets, the pictures are far from complete and are often misleading. It may be possible to predict a customer’s next mouse click or purchase, but no amount of quantitative data can tell you why she made that click or purchase. Without that insight, companies cannot close the complexity gap.
.
In the rush to reduce consumers to strings of ones and zeros, marketers and strategists are losing sight of the human element. Consumers are people, after all. They’re often irrational, and they’re sometimes driven by motives that are opaque even to themselves. Yet most marketers cling to assumptions about their customers’ behavior that have been shaped by their organizational culture, the biases of the firm’s managers, and, increasingly, the vast but imperfect data stream fowing in."
Outra preocupação deste blogue, a concentração na experiência do cliente, em vez dos atributos da oferta:
"At the core of sensemaking lies the practice of phenomenology: the study of how people experience life. Management science can tell Starbucks, for example, how many cups of cofee its customers will drink in a day; phenomenology reveals how those customers perceive the cofee experience."
Continua.