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quinta-feira, fevereiro 27, 2014

Parte 1 - "light their pants on fire"

Três imagens que usei num workshop realizado esta semana.
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Uma regra fundamental da Teoria dos Jogos:
Quando jogamos (seguimos) uma estratégia que não nos dá vantagem, estamos na prática a fazer parte de um sistema em que, com maior ou menor velocidade, estão a funcionar estes ciclos:
A dinâmica de sistemas chama a esta imagem um arquétipo, um modelo que se repete com tanta frequência que lhe atribuiu uma designação: "Sucesso para os bem-sucedidos"
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Porque a empresa A é bem sucedida, são retirados recursos da empresa B para serem aplicados na empresa A. Assim, a empresa A tem cada vez mais sucesso e cada vez mais recursos são sifonados de B para A. A empresa B vai sofrendo uma rápida ou lenta erosão até que deixa de assegurar recursos para manter a sua viabilidade.
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O que é que uma empresa na situação da empresa B deve fazer?
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Pensar e formular uma estratégia que a retire daquela dinâmica de enfraquecimento e lhe proporcione uma plataforma a partir da qual possa criar poder... uma vantagem competitiva.
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Todos olhavam para Golias com um mindset estabelecido, evidente, poderoso.
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David, ousou não seguir o caminho mais percorrido...


domingo, janeiro 27, 2013

Num mercado maduro, é certo que ...

Em tempos, neste postal sobre a avicultura "Qual o propósito do artigo?", escrevi:
"Quanto mais maduro estiver um sector para consolidação, maior a torrente de legislação e regulamentação sobre ele. Antes de começar a comprar concorrentes, há que expulsar os mais fracos do mercado, ou criar-lhes dificuldades extra para que sintam uma oferta de aquisição como um alívio bem-vindo."
Num sector maduro, se todos continuarem a competir como competiam quando havia mais procura do que oferta, o sucesso será para os que crescerem mais depressa primeiro. É a vantagem para os que chegam a Golias em primeiro lugar e aproveitam o efeito de escala.
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E, quando os Golias parecem condenados a dominar a paisagem competitiva...
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Aparecem os Davids, os que fogem do caminho do preço mais baixo, os que apostam em nichos:
"A Campoaves teve origem numa das empresas avícolas mais antigas do país, a Uniávila, que produzia frango industrial mas, a dada altura, decidiu diferenciar-se e dedicar-se apenas ao frango do campo."
Sei que é uma simplificação mas ouso escrever:

  • o principal cliente dos frangos industriais é a distribuição, não é a distribuição que os come. O que a distribuição "come" é o preço e, quanto mais baixo melhor;
  • o principal cliente do frango do campo, ainda que não seja ele a pagar aos criadores, é o consumidor.
"“A grande diferença do nosso frango em relação ao industrial vê-se quando chega à panela",
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quer permitir às famílias o acesso a um produto tradicional, mesmo que vivam em apartamentos ou que a vida moderna não se coadune com a criação caseira de frangos.
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“Antigamente, era hábito as famílias criarem e matarem os frangos em casa para depois os confecionar. Nós estamos a substituir-nos a isso, porque hoje em dia cada vez há menos possibilidades de as pessoas fazerem essas criações em casa”, justificou."

 Assim, moral da história:
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Num mercado maduro, onde os líderes do preço ficam mais fortes porque são cada vez maiores, é certo que a regulamentação vai aumentar, para expulsar os mais fracos e, é certo que vão aparecer nichos à espera de quem os sirva, num campeonato que não é o do preço.
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Juro, hoje vou comer frango do campo comprado num talho à moda antiga aqui em Estarreja.
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Trechos retirados de "Cem mil frangos do campo saem por semana de Oliveira de Frades para a mesa dos portugueses"

BTW, isto merece ser abordado ainda por outro prisma...

sábado, junho 13, 2009

Decoupling means that?

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Por causa do postal sobre o decoupling, por causa do postal sobre o petroleo, e por causa do que escrevi ontem sobre Senge, começou a fervilhar na minha mente esta possibilidade negativa para nós habitantes do asilo europeu.
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Um dos arquétipos de Senge chama-se Success to the Successful.
Vamos chamar ao bloco asiático Jane (cheio de consumidores sem dívidas) e ao bloco europeu/americano Tom (carregado de dívidas).
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Senge faz esta descrição do arquétipo: "Two activities compete for limited support or resources. The more successful one becomes, the more support it gains, thereby starving the others."
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Senge chama a atenção para os seguintes sintomas iniciais: "One of the two interrelated activities, groups, or individual is beginning to do very well and the other is struggling"
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Nonsense?

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sábado, abril 12, 2008

A drenagem

Há uns meses o blogue Norteamos publicou um postal onde explicava o que era a drenagem, acompanhando o texto com um "boneco":
Como gosto de "bonecos" e como reconheci logo, numa análise superficial, dois ciclos que compôem o arquétipo do "Success to the Successful" (num ciclo tem-se um retorno interessante à custa da sifonação de recursos do outro) resolvi logo na altura fazer também o meu boneco:

O "boneco" permite identificar vários ciclos que se reforçam uns aos outros:
A drenagem é algo que se sente fora de Lisboa. Sentir-se, sente-se, é um facto!
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Agora será um facto real deliberadamente planeado, ou o resultado não planeado da actuação de vários factores?
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Se assumirmos que os seres vivos (pessoas e instituições) respondem racionalmente a incentivos, mesmo que de forma pouco consciente, o modelo da drenagem faz sentido como uma reacção autocatalítica que pode ter-se iniciado de forma não planeada e que agora sentimos cada vez mais forte devido ao efeito dessa mesma auto-catálise.
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Na altura decidi não fazer este postal porque pensei que esta estória da drenagem pode ser encaminhada para aquelas discussões bairristas estúpidas tipo "guerras Porto-Lisboa", "Porto-Braga" ou "Bragança-Miranda"
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Então, por que mudei de ideias?
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Por causa deste artigo do Jornal de Negócios que só descobri ontem à noite no Norteamos:
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"O Alentejo, a região mais pobre do país, vai sofrer uma quebra de 50% nos fundos que vai receber por via dos novos apoios da UE. Uma "engenharia" geográfica, que passou por incluir a Lezíria do Tejo, anteriormente na Região de Lisboa e Vale do Tejo, explica esta redução. Também a zona Centro é vítima deste rearranjo regional. É o resultado de querer contornar regras que poderia significar menos fundos. Acaba por ser uma das regiões mais pobres a perder." Helena Garrido, Jornal de Negócios (08.04.2008)"
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E sobretudo por causa desta lecture que ouvi ontem à noite da boca de um dos nomes mundiais na área dos cenários e da futurização Paul Saffo:
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Por mim, vale a pena ouvir a lecture do princípioo ao fim, e depois, quando chega a fase das perguntas e respostas, que por cá são uma valente seca: TANTAN!!!
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Ainda é melhor que a "lecture itself" - os interessados podem, aos 72 minutos assistir à resposta à pergunta 9. Paul Saffo acredita que os Estados Unidos podem-se quebrar, e que a unidade que está a aparecer a nível mundial são as cidades-estado, Shanghai, San Francisco,...
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Mas atenção, aos 82 minutos, na resposta à questão 12... se a drenagem é autocatalítica, e se os sistemas são entidades biológicas... preparem-se para a o ponto de singularidade. Vai quebrar, é a regra... quebra sempre...
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Quando falamos de modelos, de dinâmica de sistemas, e volto ao meu velho livrinho de Peter Senge (1990) "The Fifth Discipline":
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"Description: Two activities compete for limited support or resources. The more successful one becomes, the more support it gains, thereby straving the other.
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Early Warning Symptom: One of the two interrelated activities, groups, or individuals is beginning to do very well and the other is struggling.
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Management Principle: Look for the overarching goal for balanced achievement of both choices (algo que a cidade-estado não consegue fazer no seu egocentrismo umbiguista. Não coloquem conotação pejorativa a este "egocentrismo umbiguista" as pessoas estão condenadas pelo sistema a trabalhar para o sistema). In some cases, break or weaken the coupling between the two, so that they do not compete for the same limited resource (o contrário do que relata Helena Garrido no Jornal de Negócios!!!!)"
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Solução: se calhar regionalizar o país e olhar bem para a forma como se colectam e distribuem impostos e se distribuem fundos comunitários.
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ADENDA das 17h01: Se calhar é mesmo deliberado, acabo de ler este artigo no Wall Street Journal "The Rise of the Mega-Region" assinado por Richard Florida.
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"Second, it's time to stop transferring wealth from our most productive mega-regions to lagging places. In the U.S., the past 50 years have seen a massive transfer of tax money from innovative and prosperous mega-regions on the East and West coasts to the South. While this transfer may be a boon to local politicians and developers, such misguided policy has diverted economic resources away from the core mega-regions where they can be used most productively.
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Third, our public policy must work toward, not against, density. Nearly every expert on the subject agrees that innovation and productivity are driven by density. For the better part of a century, we've subsidized suburbanization. That stimulated consumption of cars and appliances, which drove the industrial economy and allowed families to buy affordable homes. But it also diffused the density that is increasingly required for innovation and growth. Of course, every place does not have to be like Tokyo or Manhattan. Silicon Valley-style density would probably be sufficient. We can still have suburbs, but our economic policy has to start to encourage density, not sprawl."
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