sexta-feira, dezembro 12, 2008
O negócio do luxo
Houve um tempo em que a única "estratégia" para um negócio era produzir. Produzir muito e barato, para isso, era preciso ser eficiente, muito eficiente.
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Eficiência leva quase de imediato, de forma instintiva, a pensar em poupanças conseguidas à custa de economias de escala, grandes séries de produção e mercado de massas.
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Desde então muita água correu debaixo das pontes, o excesso de oferta face à procura engendrou, nos últimos anos, uma crescente diversidade de estratégias de diferenciação destinadas a distintos nichos de clientes-alvo.
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A forma como os outsiders (políticos, jornalistas e comentadores, por exemplo) vêem os negócios foi formatada nos quase 100 anos que se seguiram à Revolução Industrial, época em que a procura foi superior à oferta, pensamentos, "leis", rules of thumb, foram definidas e moldaram as mentes dessa gente.
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O mundo em que vivemos já não é explicado e gerido com, e por essas ideias e modelos.
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Daí que para muito boa gente continue a ser motivo de admiração coisas como esta no Público de hoje:
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"Negócio do luxo é dos que menos sofre com a crise em Portugal"
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O subtítulo "Apesar da contenção generalizada, os consumidores nacionais continuam a comprar artigos mais caros, desde que signifiquem um bom investimento" é ilustrativo do que escrevi.
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"Os consumidores nacionais"... não estamos a falar da massa, aquilo que se passa com a massa não é o que se pasa com os nichos!
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Os nichos não são alvo para a produção em massa.
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"O negócio do luxo parece estar imune à conjuntura económica e o mercado nacional não é excepção."
...
""o aumento da facturação é praticamente o mesmo desde 2002", não se notando "uma oscilação negativa por causa da situação económica do país"."
...
""Quando há uma crise, o luxo é o último a ser atingido." Primeiro, porque "quem geralmente compra este tipo de artigos mantém o poder de compra". Segundo, porque "muitos destes bens, especialmente as jóias e os relógios, são interpretados como um investimento para o futuro"."
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Um dos senão que me lembro, para este ramo de negócio, nesta altura do campeonato, não é mencionado no texto: a segurança.
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Procurei, mas não consegui encontrar, um artigo que li na semana passada no Telegraph sobre a segurança e os artigos de luxo. Não me refiro à segurança em caso de roubo.
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Em tempos de crise grave, com milhares de pessoas nas ruas a passarem dificuldades, a simples observação de um templo do luxo reservado só a alguns (uma loja de artigos de luxo), pode desencadear uma acção directa da multidão-matilha... assim, segundo o Telegraph, em Inglaterra, este tipo de artigos é, cada vez mais, exposto e vendido em mansões de particulares, longe do alcance e sobretudo do escrutínio de quem passa na rua, do outro lado da montra e que pode dar azo à sensação de inveja.
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Trechos retirados de "Negócio do luxo é dos que menos sofre com a crise em Portugal", artigo no Público de hoje assinado por Raquel Almeida Correia.
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Eficiência leva quase de imediato, de forma instintiva, a pensar em poupanças conseguidas à custa de economias de escala, grandes séries de produção e mercado de massas.
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Desde então muita água correu debaixo das pontes, o excesso de oferta face à procura engendrou, nos últimos anos, uma crescente diversidade de estratégias de diferenciação destinadas a distintos nichos de clientes-alvo.
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A forma como os outsiders (políticos, jornalistas e comentadores, por exemplo) vêem os negócios foi formatada nos quase 100 anos que se seguiram à Revolução Industrial, época em que a procura foi superior à oferta, pensamentos, "leis", rules of thumb, foram definidas e moldaram as mentes dessa gente.
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O mundo em que vivemos já não é explicado e gerido com, e por essas ideias e modelos.
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Daí que para muito boa gente continue a ser motivo de admiração coisas como esta no Público de hoje:
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"Negócio do luxo é dos que menos sofre com a crise em Portugal"
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O subtítulo "Apesar da contenção generalizada, os consumidores nacionais continuam a comprar artigos mais caros, desde que signifiquem um bom investimento" é ilustrativo do que escrevi.
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"Os consumidores nacionais"... não estamos a falar da massa, aquilo que se passa com a massa não é o que se pasa com os nichos!
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Os nichos não são alvo para a produção em massa.
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"O negócio do luxo parece estar imune à conjuntura económica e o mercado nacional não é excepção."
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""o aumento da facturação é praticamente o mesmo desde 2002", não se notando "uma oscilação negativa por causa da situação económica do país"."
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""Quando há uma crise, o luxo é o último a ser atingido." Primeiro, porque "quem geralmente compra este tipo de artigos mantém o poder de compra". Segundo, porque "muitos destes bens, especialmente as jóias e os relógios, são interpretados como um investimento para o futuro"."
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Um dos senão que me lembro, para este ramo de negócio, nesta altura do campeonato, não é mencionado no texto: a segurança.
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Procurei, mas não consegui encontrar, um artigo que li na semana passada no Telegraph sobre a segurança e os artigos de luxo. Não me refiro à segurança em caso de roubo.
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Em tempos de crise grave, com milhares de pessoas nas ruas a passarem dificuldades, a simples observação de um templo do luxo reservado só a alguns (uma loja de artigos de luxo), pode desencadear uma acção directa da multidão-matilha... assim, segundo o Telegraph, em Inglaterra, este tipo de artigos é, cada vez mais, exposto e vendido em mansões de particulares, longe do alcance e sobretudo do escrutínio de quem passa na rua, do outro lado da montra e que pode dar azo à sensação de inveja.
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Trechos retirados de "Negócio do luxo é dos que menos sofre com a crise em Portugal", artigo no Público de hoje assinado por Raquel Almeida Correia.
O dilema... ou o rastilho para a parte XI...
... desta série.
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Há meses um empresário pediu a minha opinião relativamente a um dilema que o preocupava.
Tinha uma família de produtos maduros que ainda gerava dinheiro, apesar das margens serem muito baixas. Eram o passado, mais tarde ou mais cedo acabariam por ficar definitivamente obsoletos e teriam de ser descontinuados. No entanto, tal cenário extremo ainda poderia demorar alguns anos a consolidar-se.
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Tinha uma outra família de produtos. Produtos novos, inovadores, com margens interessantes e ainda em fase de expansão.
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- Devo descontinuar a produção dos produtos envelhecidos e concentrar todos os recursos nos novos?
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A resposta devia ser fácil… fazendo fé na figura 12 deste documento.
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Não devemos misturar diferentes propostas de valor, as opções que somos obrigados a tomar para optimizar o desempenho para uma, contradizem as opções que devemos tomar para optimizar o desempenho para a outra.
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Então, se é assim tão claro… onde está o dilema?
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O dilema residia na dificuldade em abdicar de um produto rentável, ainda que com margens reduzidas, e assim, alimentar, fomentar, subsidiar futuros concorrentes, abandonando terrenos ainda com potencial.
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Continua.
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Há meses um empresário pediu a minha opinião relativamente a um dilema que o preocupava.
Tinha uma família de produtos maduros que ainda gerava dinheiro, apesar das margens serem muito baixas. Eram o passado, mais tarde ou mais cedo acabariam por ficar definitivamente obsoletos e teriam de ser descontinuados. No entanto, tal cenário extremo ainda poderia demorar alguns anos a consolidar-se.
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Tinha uma outra família de produtos. Produtos novos, inovadores, com margens interessantes e ainda em fase de expansão.
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- Devo descontinuar a produção dos produtos envelhecidos e concentrar todos os recursos nos novos?
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A resposta devia ser fácil… fazendo fé na figura 12 deste documento.
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Não devemos misturar diferentes propostas de valor, as opções que somos obrigados a tomar para optimizar o desempenho para uma, contradizem as opções que devemos tomar para optimizar o desempenho para a outra.
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Então, se é assim tão claro… onde está o dilema?
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O dilema residia na dificuldade em abdicar de um produto rentável, ainda que com margens reduzidas, e assim, alimentar, fomentar, subsidiar futuros concorrentes, abandonando terrenos ainda com potencial.
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Continua.
SPC (parte VI) - Que limites de controlo usar?
Os limites de uma carta de controlo são colocados a mais ou menos 3 vezes o desvio padrão em torno da média.
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Qualquer que seja a distribuição, podemos seguir a regra empírica de que entre esses dois limites teremos entre 99 a 100% dos pontos que pertencem a uma dada distribuição.
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No caso da distribuição normal o que se assegura é que entre esses dois limites estarão 99,27% dos pontos que pertencem à distribuição.
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Até aqui tudo pacífico. O problema é: como calcular os limites?
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Consideremos o seguinte conjunto de dados e as fórmulas para cálculo dos limites, tal como podem ser recolhidas em livros sobre o tema:Neste caso as cartas de controlo são:Perante estas imagens podemos concluir que o processo em causa não está sob controlo estatístico.
No entanto, o cálculo dos limites não é pacífico. Há quem, erradamente, calcule o desvio padrão das 24 observações e chegue aos limites desta forma:O que leva aos limites seguintes:Há que reparar na inflação dos limites que aconteceu ao trabalhar desta forma.
Não podemos partir do princípio que as 24 observações pertencem à mesma distribuição. Fazemos as cartas de controlo para testar essa hipótese!!! Não podemos agir como se esse dado à partida fosse aceite.
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Outra abordagem errada (e usada sobretudo por quem quer branquear situações...) é a de trabalhar com as médias, e como as médias amortecem e escondem a variabilidade temos outra inflação dos limites, mascarando qualquer flutuação.O que dá:Quem usa software para apresentar as cartas de controlo e calcular os limites já fez o teste para saber qual é a formula utilizada?
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Quando surgiram as primeiras bases de dados havia um teste simples para avaliar a qualidade do software na óptica do utilizador, verificar se a data de 30 de Fevereiro era aceite.
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Já fez o seu teste? Já validou as fórmulas utilizadas pelo software?
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Qualquer que seja a distribuição, podemos seguir a regra empírica de que entre esses dois limites teremos entre 99 a 100% dos pontos que pertencem a uma dada distribuição.
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No caso da distribuição normal o que se assegura é que entre esses dois limites estarão 99,27% dos pontos que pertencem à distribuição.
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Até aqui tudo pacífico. O problema é: como calcular os limites?
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Consideremos o seguinte conjunto de dados e as fórmulas para cálculo dos limites, tal como podem ser recolhidas em livros sobre o tema:Neste caso as cartas de controlo são:Perante estas imagens podemos concluir que o processo em causa não está sob controlo estatístico.
No entanto, o cálculo dos limites não é pacífico. Há quem, erradamente, calcule o desvio padrão das 24 observações e chegue aos limites desta forma:O que leva aos limites seguintes:Há que reparar na inflação dos limites que aconteceu ao trabalhar desta forma.
Não podemos partir do princípio que as 24 observações pertencem à mesma distribuição. Fazemos as cartas de controlo para testar essa hipótese!!! Não podemos agir como se esse dado à partida fosse aceite.
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Outra abordagem errada (e usada sobretudo por quem quer branquear situações...) é a de trabalhar com as médias, e como as médias amortecem e escondem a variabilidade temos outra inflação dos limites, mascarando qualquer flutuação.O que dá:Quem usa software para apresentar as cartas de controlo e calcular os limites já fez o teste para saber qual é a formula utilizada?
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Quando surgiram as primeiras bases de dados havia um teste simples para avaliar a qualidade do software na óptica do utilizador, verificar se a data de 30 de Fevereiro era aceite.
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Já fez o seu teste? Já validou as fórmulas utilizadas pelo software?
quinta-feira, dezembro 11, 2008
É por isto que a Alemanha é a Alemanha
Por cá conhecemos a gestão das expectativas que nos assegura que 2009 vai ser bom para as famílias.
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Vejamos o que outros dizem: "‘It Doesn’t Exist!’"
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"I say we should be honest to our citizens. Policies can take some of the sharpness out of it, but no matter how much any government does, the recession we are in now is unavoidable. (Não há sissy talk) When I look at the chaotic and volatile debate right now, both in Germany and around the world, my impression and concern is that the daily barrage of proposals and political statements is making markets and consumers even more nervous"
...
" When I ask about the origins of the crisis, economists I respect tell me it is the credit-financed growth of recent years and decades. Isn't this the same mistake everyone is suddenly making again, under all the public pressure?" (curar uma ressaca com mais álcool)
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"When in doubt, I'd say the risk is greater of burning money without significant effects and in the end having a budget weighed down with even more debt"
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Vejamos o que outros dizem: "‘It Doesn’t Exist!’"
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"I say we should be honest to our citizens. Policies can take some of the sharpness out of it, but no matter how much any government does, the recession we are in now is unavoidable. (Não há sissy talk) When I look at the chaotic and volatile debate right now, both in Germany and around the world, my impression and concern is that the daily barrage of proposals and political statements is making markets and consumers even more nervous"
...
" When I ask about the origins of the crisis, economists I respect tell me it is the credit-financed growth of recent years and decades. Isn't this the same mistake everyone is suddenly making again, under all the public pressure?" (curar uma ressaca com mais álcool)
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"When in doubt, I'd say the risk is greater of burning money without significant effects and in the end having a budget weighed down with even more debt"
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Just for the record...
... se até os alemães têm problemas com as emissões de divida pública "German bond sale struggles to hit target", que dizer dos PIGS!
O mais importante
Estes três artigos do Jornal de Notícias chamam a atenção para o mesmo:
Sem clientes tudo o resto não faz sentido, tudo o resto é secundário.
- Negócio cai para metade
- Máquina chinesa faz agora menos contas
- Lojas dos chineses já registam menos gente
O mais importante são os clientes. Cada vez mais a restrição de um negócio são os clientes.
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Os tempos de crise devem alertar-nos e marcar na carne que devemos regressar ao básico, ao fundamental, à essência.
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Os políticos que na Europa e América andam a brincar ao mercado, querem ajudar as empresas esquecendo-se que estas sem clientes não têm saída.
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A imagem cássica para representar a cadeia de valor para um negócio é:
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A imagem, e a mentalidade correspondente, que Slywotzky propunha em 1997 no livro "The Profit Zone" já era:
Sem clientes tudo o resto não faz sentido, tudo o resto é secundário.
O ponto (2ª parte)
O ponto é o nosso défice externo de 12% do PIB.
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Pior do que nós no gráfico só a Grécia.
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Com o fim do cash carry trade japonês (o dolar já vale menos de 93 yenes, há cerca de um ano valia mais de 114 yenes) e o esboroar da civilização assente no crédito fácil há que olhar com cuidado para a Grécia.
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Portugal e a Grécia foram os irmãos siameses que ainda há quatro anos torraram e enterraram milhões de euros em estádios e orgulho nacional.
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À cerca de 20 dias (a 20 de Novembro) chamei a atenção para a Grécia e para o caso grego apelidando-a de "canário" (o canário que era usado nas minas para detectar gases venenosos ou explosivos). A Grécia é a candeia que vai à frente, é o membro dos PIGS mais fraco, mais vulnerável (no final de Outubro, Ambrose Evans-Pritchard no artigo "Investors shun Greek debt as shipping crisis deepens" chamou a atenção para o PIGS mais fraco, a Grécia.)
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Hoje, o mesmo Ambrose Evans-Pritchard faz a ligação que interessa, a relação com o euro "Greek fighting: the eurozone's weakest link starts to crack", pertencer ao euro, fazer parte do pelotão da frente não é só para a fotografia, não traz só vantagens... traz também deveres, mandamentos.
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O primeiro mandamento é "Somos todos alemães!"
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(O que todos temos de perceber é que ao aderir ao euro nos tornamos todos alemães e que a nossa moeda é o marco. a única forma de dar a volta neste mundo económico actual é agir como as empresas alemãs...) (e acrescento agora, ter governos alemães).
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Evans-Pritchard relata o estertor de um modelo esgotado...
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"That said, these riots are roughly what eurosceptics expected to see, at some point, at the periphery of the euro-zone as the slow-burn effects (excuse the pun) of Europe's monetary union begin to corrode the democratic legitimacy of governments." (eu sei que Evans-Pritchard é anti-moeda única, mas o que ele escreve é o que nós pensamos e defendemos neste espaço desde sempre, não se pode ter uma moeda forte e em simultâneo não querer disciplina no trabalho e pensamento estratégico, muito pensamento estratégico..., pois só a paciência e a orientação que ele traz é que permite alimentar a esperança e vencer os detractores durante a travessia do deserto, como aqui, por exemplo. By the way, a Alemanha não deu a volta por cima à absorção da ex-RDA? Foi rápido? Foi fácil? Foi a fazer o mesmo que sempre faziam?)
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"Without wanting to rehearse all the pros and cons of euro membership yet again, or debate whether EMU is a "optimal currency area", there is obviously a problem for countries like Greece that were let into EMU for political reasons before their economies had been reformed enough to cope with the rigours of euro life - over the long run."
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"Greece has a public debt of 93 per cent of GDP, well above the Maastricht limit. This did not matter in 2007 when bond spreads over German Bunds were around 26 basis points, meaning that investors were willing to treat all eurozone debt as more or less equivalent.
It matters now. The credit default swaps on Greek sovereign debt were trading around 250 today (compared to 52 for Germany, 62 for the US, 120 for the UK, and 178 for Italy). It has moved into a class of its own.
This is potentially dangerous because Greece needs to tap the capital markets for 40bn euros next year to roll over debt and fund the budget deficit, as well as 15bn euros or so in bond issuance by banks under the state's new guarantee. This is a lot of money.
The Greek government will need budgetary discipline to convince markets that it has matters under control. But governments facing riots and imminent defenestration are not good bets for fiscal discipline. There is a general strike in any case on Thursday."
It matters now. The credit default swaps on Greek sovereign debt were trading around 250 today (compared to 52 for Germany, 62 for the US, 120 for the UK, and 178 for Italy). It has moved into a class of its own.
This is potentially dangerous because Greece needs to tap the capital markets for 40bn euros next year to roll over debt and fund the budget deficit, as well as 15bn euros or so in bond issuance by banks under the state's new guarantee. This is a lot of money.
The Greek government will need budgetary discipline to convince markets that it has matters under control. But governments facing riots and imminent defenestration are not good bets for fiscal discipline. There is a general strike in any case on Thursday."
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"At some stage a major political party - perhaps PASOK - will start to reflect whether it can carry out its spending and economic revival plans under the constraints of a chronically over-valued currency (for Greek needs). Then there will be a problem."
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Pois... já estão a ver o filme. De manhã ao acordar a surpresa na rádio (em Julho deste ano) ...
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Agora, ao exemplo grego acrescentemos as nossas estórias cá do burgo:
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Ontem, no Jornal de Negócios esta entrevista inexplicável, intolerável, ... "Corremos o risco de destruição das elites como no 25 de Abril", sintoma do apodrecimento do sistema? (Marcelo em Hamlet, 1º Acto, no final da cena 4)
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Ontem, ainda no Jornal de Negócios, a crónica de Helena Garrido "Brincadeiras com o fogo":
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"O fim do crédito fácil e barato está a fazer cair a classe média na sua realidade, um mundo menos próspero do que pensava, com menos casas e menos automóveis e menos férias. Ao mesmo tempo que lhe cai a realidade em cima, sem compreender, assiste ao desfilar de apoios aos bancos, aqueles que a convidaram a entrar naquela vida virtual que prometiam sem problemas.
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Aquilo a que assistimos em Portugal – e também noutros países – revela uma falta de compreensão do papel de quem dirige quando estão pela frente tempos difíceis."
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Os únicos que parecem manter a cabeça fria no sítio são...
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... os alemães:
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- The German problem
- Exemplos de virtude
- Ainda agora oiço na homilia diária de Peres Metelo na TSF a sua diatribe contra os alemães...
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E se esta crise não passar de uma correcção, grande, mas uma correcção inevitável?
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O melhor não é deixar o mercado corrigir o que está a mais, o que está sobredimensionado?
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ADENDA das 7h59 . Imperdível a leitura deste artigo de Martin Wolf está lá tudo, desde o garrote do deboche do endividamento público e privado (eu gostava de escrever "after the" mas não, ele vai continuar) até aos alemães. (O original em inglês tem uns gráficos elucidativos)
O lado soft dos resultados
Neste blogue costumamos aplicar o adjectivo treta para qualificar as situações em que se sobrevalorizam as actividades em detrimento dos resultados.
Os resultados são o mais importante ponto.
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Para atingir resultados, na base da cadeia de valor, encontramos o tema da cultura organizacional "Que cultura, que ambiente precisamos de encorajar para que os nossos colaboradores sejam mais produtivos?"
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Estamos no domínio do "soft" puro.
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Daí que sublinhe as palavras de João Duque no Caderno de Economia do semanário Expresso do passado Sábado.
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"Acabar com as festas de Natal das empresas? Para Quê? Qual o seu peso na estrutura de custos da organização? Mesmo em épocas em que há razão para que os índices de confiança estejam em baixo, os eventos natalícios empresariais são excelentes oportunidades para construir ou consolidar a cultura empresarial. Nalguns casos, infelizmente, são das poucas ocasiões em que a administração contacta directamente com os níveis mais baixos da hierarquia empresarial, ou em que se estabelecem relações informais horizontais e diagonais. Acabar com oportunidades destas é destruir um excelente veículo para divulgar notícias relevantes, para relembrar a missão da empresa, para fazer balanços, premiar os que se distinguiram ou incentivar ao desempenho futuro."
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Foi destas palavras que me lembrei ontem, ao passar ao lado de um monumento aos Mortos da Grande Guerra no centro da cidade de Estarreja.
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O valor individual mais importante que cada um de nós tem é a sua Vida. E perder a vida quando ela ainda está a começar, longe dos entes queridos, no meio da lama e do frio das trincheiras... é um senhor sacrifício, é o sacrifício último!
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Por isso, pessoalmente, tenho uma relação muito especial com estes monumentos como posso exemplificar com o terceiro comentário a este postal do meu amigo Trevor. Os ingleses são exímios neste respeito pelos que tombam em nome do seu país.
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Por mais de uma vez senti-me tentado a colocar umas fotos do monumento aos Mortos da Grande Guerra no centro da cidade de Estarreja para ilustrar a vergonha da sua degradação... vários nomes ilegíves à medida que a tinta se perdeu... essa degradação transmite valores negativos.
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Então, ontem, ao passar ao lado do monumento a esses Mortos da Grande Guerra no centro da cidade de Estarreja, noto que o monumento estava todo enfaixado e rodeado por andaimes. Aproximo-me e questiono um jovem que descia do andaime:
- Estão a recuperar o monumento?
- Sim!
Ao retomar a marcha tive oportunidade de espreitar por entre as faixas e verificar que os nomes estavam novamente bem nítidos com a tinta bem negra.
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Obrigado pela mensagem.
quarta-feira, dezembro 10, 2008
Mudam as roupas, muda a geografia, mudam os nomes, ... tudo o resto mantém-se na mesma.
A minha amiga Teresa convidou-me a comentar este postal "Socialism's comeback".
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Teresa leia por favor esta passagem do livro do Génesis 47, vv 13-24.
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Quando os banqueiros primeiro, e os industriais depois, se colocam debaixo da asa dos governos...
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Teresa leia por favor esta passagem do livro do Génesis 47, vv 13-24.
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Quando os banqueiros primeiro, e os industriais depois, se colocam debaixo da asa dos governos...
Que dizer... já não é só o software para dashboards
A propósito da ideia de um Scorecard para a Workforce (Scorecard de Capital Humano) há uma ideia importante a reter:
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“Em muitas empresas, os gestores querem acreditar que “as pessoas são o nosso activo mais importante,” mas simplesmente não sabem, ou não percebem, como é que a função de Gestor dos RH pode tornar essa visão uma realidade.”
The HR Scorecard – Linking People, Strategy, and Performance
The HR Scorecard – Linking People, Strategy, and Performance
The HR Scorecard – Linking People, Strategy, and Performance
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“Em muitas empresas, os gestores querem acreditar que “as pessoas são o nosso activo mais importante,” mas simplesmente não sabem, ou não percebem, como é que a função de Gestor dos RH pode tornar essa visão uma realidade.”
The HR Scorecard – Linking People, Strategy, and Performance
Brian E. Becker; Mark A. Huselid e Dave Ulrich
Harvard Business School Press
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“A maioria dos gestores sabe que apesar das proclamações de que “as pessoas são o nosso mais importante activo,” as suas organizações lutam para tornar esse slogan uma realidade.”
The Workforce Scorecard – Managing Human Capital to Execute Strategy
Brian E. Becker; Mark A. Huselid e Richard W. Beatty
Harvard Business School Press
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Para ultrapassar esta dificuldade:
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“Os gestores de RH têm de perceber a estratégia da organização; ou seja, o seu plano para desenvolver e manter uma vantagem competitiva no mercado. Depois, têm de descobrir as implicações dessa estratégia para os RH. Em suma, devem abandonar uma perspectiva de “baixo-para-cima” (que enfatiza a conformidade e a tradição) e abraçar uma perspectiva de “cima-para-baixo” (que enfatiza a implementação da estratégia).”
The HR Scorecard – Linking People, Strategy, and Performance
Brian E. Becker; Mark A. Huselid e Dave Ulrich
Harvard Business School Press
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E,
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“Se o foco da estratégia corporativa é o de criar uma vantagem competitiva sustentável, o foco da estratégia da Gestão dos RH é igualmente claro e directo. Maximizar a contribuição dos RH para esse mesmo propósito, criando assim valor para os accionistas.”
The HR Scorecard – Linking People, Strategy, and Performance
Brian E. Becker; Mark A. Huselid e Dave Ulrich
Harvard Business School Press
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Ou seja, para criar um WFS (WorkForce Scorecard) é preciso começar pela estratégia da organização para o negócio (o mapa da estratégia e o respectivo balanced scorecard) e, a partir daí, recuar para as pessoas. Identificar as funções críticas para a execução da estratégia e concretizar o que será o sucesso dessas funções.
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Depois, identificar os comportamentos que contribuem para o sucesso das funções.
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De seguida, identificar as competências que quem desempenha essas funções-chave tem de possuir.
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Por fim, identificar a cultura e a sintonização mental que quem desempenha essas funções-chave tem de partilhar e viver.
Ou seja, para criar um WFS (WorkForce Scorecard) é preciso começar pela estratégia da organização para o negócio (o mapa da estratégia e o respectivo balanced scorecard) e, a partir daí, recuar para as pessoas. Identificar as funções críticas para a execução da estratégia e concretizar o que será o sucesso dessas funções.
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Depois, identificar os comportamentos que contribuem para o sucesso das funções.
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De seguida, identificar as competências que quem desempenha essas funções-chave tem de possuir.
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Por fim, identificar a cultura e a sintonização mental que quem desempenha essas funções-chave tem de partilhar e viver.
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Ou seja, daqui:
Tendo em conta, a parte dos Recursos & Infraestruturas que diz respeiito às pessoas:
Passamos a:
E daí:
Tudo começa com a estratégia, os indicadores sobre a cultura, as competências, os comportamentos e o sucesso da WorkForce, decorrem de uma relação de causa-efeito.
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Que dizer quando, apesar de tudo o que se reflecte por esse mundo fora sobre a monitorização da Workforce, encontramos uma proposta de indicadores para as pessoas sem qualquer relação com a estratégia de uma organização... é a famosa "pen" em que só é preciso mudar o nome da empresa e o seu logtipo. Os indicadores são bons para benchmarking mas não servem para nada mais... não há nenhum sinal de pensamento estratégico.
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A homilia de Metelo e o que chega aos jornais
A homilia de Peres Metelo hoje na TSF está em linha com as palavras de António Barreto no postal "O que chega aos jornais".
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É preciso salvar a construção....
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Por que é que não o ouvi a dizer o mesmo quando, com a entrada de Portugal na então CEE, se "descobriu" que tinhamos agricultores a mais?
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Não teremos demasiadas empresas, pessoas, dinheiro, ilusões enterrados num modelo e num sector sem pernas para continuar?
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Não é preciso consolidar?
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É preciso salvar a construção....
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Por que é que não o ouvi a dizer o mesmo quando, com a entrada de Portugal na então CEE, se "descobriu" que tinhamos agricultores a mais?
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Não teremos demasiadas empresas, pessoas, dinheiro, ilusões enterrados num modelo e num sector sem pernas para continuar?
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Não é preciso consolidar?
O ponto
Eis um ponto importante, talvez mesmo o ponto principal da nossa economia, um défice externo de 12% e a subir.
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"João Salgueiro, Daniel Bessa e Passos Coelho apontam défice externo como problema estrutural do país"
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Off-topic
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"Também Daniel Bessa apontou a situação espanhola, considerando que o país vizinho vai viver "a recessão mais violenta da zona Euro, para não dizer da União Europeia (UE)"."A Espanha, por razões estruturais, tinha anunciada há muito tempo a mais violenta de todas as recessões na UE", defendeu o economista, sublinhando que o país tem "o segundo maior défice corrente do mundo" e "encareceu estupidamente." "A Espanha não exporta nada, a Espanha só importa e portanto para ser sincero não sei como é que a Espanha vai sair daqui", prosseguiu. "Mas sei que era o único dos nossos mercados que estava a crescer e essa almofada que a Espanha desempenhou durante estes últimos anos está esgotada", referiu. "Portugal precisa como do pão para a boca de encontrar novos mercados de exportação,"
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E sbretudo este Vamos ter de o enfrentar, é inevitável
O que chega aos jornais... (parte II)
Este artigo no DN de hoje "Constâncio aconselha subida do défice orçamental" é um exemplo do que chega aos jornais:
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"A meio de 2009, os preços podem baixar e as famílias portuguesas vão auferir aumentos nos rendimentos."
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""A inflação vai descer, felizmente", diz Constâncio, admitindo um aumento do rendimento disponível (salários, descontados os impostos), por esta via, em 2009. No espaço europeu e mesmo em Portugal "é possível a inflação negativa" - um recuo dos preços ao consumidor, provocado pela queda da procura e dos preços das matérias primas - "a meio do próximo ano". Com a Função Pública a obter aumentos salariais de 2,9% será um cenário idílico."
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Só que everything is connected... cuidado com a segunda rodada.
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"Mas para uma parte das famílias portuguesas, 2009 poderá ser negro. É que a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) estima um aumento de 55 mil desempregados e o próprio Governo admite um acréscimo de pelo menos 20 mil desempregados. Se a incapacidade de o sistema financeiro em "obter capital continuar", refere o governador do banco central, a "economia real terá uma evolução muito complicada". "
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São estes e as empresas onde estes trabalham que geram o acréscimo de impostos para pagar os salários, as pensões e os aprovisionamentos da Função Pública...
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"A meio de 2009, os preços podem baixar e as famílias portuguesas vão auferir aumentos nos rendimentos."
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""A inflação vai descer, felizmente", diz Constâncio, admitindo um aumento do rendimento disponível (salários, descontados os impostos), por esta via, em 2009. No espaço europeu e mesmo em Portugal "é possível a inflação negativa" - um recuo dos preços ao consumidor, provocado pela queda da procura e dos preços das matérias primas - "a meio do próximo ano". Com a Função Pública a obter aumentos salariais de 2,9% será um cenário idílico."
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Só que everything is connected... cuidado com a segunda rodada.
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"Mas para uma parte das famílias portuguesas, 2009 poderá ser negro. É que a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) estima um aumento de 55 mil desempregados e o próprio Governo admite um acréscimo de pelo menos 20 mil desempregados. Se a incapacidade de o sistema financeiro em "obter capital continuar", refere o governador do banco central, a "economia real terá uma evolução muito complicada". "
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São estes e as empresas onde estes trabalham que geram o acréscimo de impostos para pagar os salários, as pensões e os aprovisionamentos da Função Pública...
terça-feira, dezembro 09, 2008
Scorecard Capital Humano (parte I)
Pós-Graduação em Gestão Estratégica de Recursos Humanos da APG-GRN.
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Acetatos podem ser obtidos digitando os números que se seguem (sem esquecer a palavra-passe):
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1 Arranque - Capital Humano - Viajar para o futuro.
2 Não há acasos.
3 Por que é preciso uma estratégia para o negócio
4 A evolução do BSC
5 Quem são os clientes-alvo?
6 Desenhar um mapa da estratégia
7 Definir indicadores
8 Determinar as iniciativas estratégicas
Continua
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Acetatos podem ser obtidos digitando os números que se seguem (sem esquecer a palavra-passe):
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1 Arranque - Capital Humano - Viajar para o futuro.
2 Não há acasos.
3 Por que é preciso uma estratégia para o negócio
4 A evolução do BSC
5 Quem são os clientes-alvo?
6 Desenhar um mapa da estratégia
7 Definir indicadores
8 Determinar as iniciativas estratégicas
Continua
SPC (parte V) - As quatro possibilidades de um processo
Continuação de: parte zero; parte I; parte II ; parte III e parte IV.
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Para acabar de vez com a colagem das especificações aos limites de controlo de uma carta de Shewhart esta reflexão de Donald Wheeler e David Chambers retirada do livro "Understanding Statistical Process Control).
Um processo no estado ideal é um processo sob controlo estatístico e que só produz produto conforme.
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Um processo no estado limiar é um processo sob controlo estatístico mas que, apesar disso, produz algum produto não-conforme. Confiar no controlo "fronteiriço" feito por guardas da qualidade é muito caro, pois o defeito já ocorreu. Há que procurar melhorar o processo, reduzindo a dispersão, ou mexendo na média, ou... mudando as especificações.
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No estado à beira do caos, apesar do sistema não estar sob controlo estatístico só produz produto conforme. Muito provavelmente vivemos tempo emprestado e dominado por circunstâncias que fogem do nosso domínio. A qualquer altura (and Murphy rules) e no momento menos esperado e menos próprio a deriva entrópica pode levar o processo para o estado caótico.
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No estado caótico nem se tem o processo sob controlo estatístico, nem se deixa de produzir produto não-conforme. As caprichosas causas assinaláveis dominam estes dois últimos estados.
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Para vencer a entropia, temos de melhorar os processos.
Deflação
"The further fall in UK producer prices in November provides more evidence that deflation is now becoming the greatest policy concern,"
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Retirado de "Producer prices tumble in November as inflation falls sharply"
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"Debt deflation is tightening its grip over the entire global system. Interest rates are creeping towards zero in Japan, America, and now across most of Europe"
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Retirado de "Deflation virus is moving the policy test beyond the 1930s extremes"
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Retirado de "Producer prices tumble in November as inflation falls sharply"
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"Debt deflation is tightening its grip over the entire global system. Interest rates are creeping towards zero in Japan, America, and now across most of Europe"
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Retirado de "Deflation virus is moving the policy test beyond the 1930s extremes"
segunda-feira, dezembro 08, 2008
O que chega aos jornais
Juntem-se estas reflexões sobre o poder e o jornalismo:
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"A acumulação de capital por parte dos sectores produtores de bens ou serviços não transaccionáveis, como a construção, as telecomunicações ou a energia, criou as condições que podem permitir a alavancagem de um novo modelo de desenvolvimento económico"
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"É também nestes sectores que existe maior acumulação de capital em termos absolutos. Destacam-se, em particular, cinco áreas - construção e imobiliário, banca e seguros, comércio, telecomunicações e ainda electricidade e gás - que representaram mais de 50 por cento dos lucros de toda a economia no período em análise e que se caracterizam pelo facto de as grandes empresas ocuparem lugares de destaque ou de crescente preponderância."
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Para rematar, o artigo de António Barreto no Público de ontem que roubei ao autor aqui e do qual saliento este pormaior:
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"Banca, energia, obras públicas e telecomunicações: parecem ser estes os territórios preferidos dos grandes partidos do regime. É possível que a maior parte dos homens de que se fala hoje não tenha cometido um só crime. É possível que não tenham tido, jamais, um comportamento ilícito. Mas tal se deve ao facto de as leis permitirem que se faça o que se faz. Até porque foram eles que as fizeram."
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Não há acasos... todas as coincidências são significativas.
- O QUE NUNCA CHEGA AOS JORNAIS (e por tabela... o que chega aos jornais);
- o artigo de Eduardo Cintra Torres no Público de sábado que roubei daqui;
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"A acumulação de capital por parte dos sectores produtores de bens ou serviços não transaccionáveis, como a construção, as telecomunicações ou a energia, criou as condições que podem permitir a alavancagem de um novo modelo de desenvolvimento económico"
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"É também nestes sectores que existe maior acumulação de capital em termos absolutos. Destacam-se, em particular, cinco áreas - construção e imobiliário, banca e seguros, comércio, telecomunicações e ainda electricidade e gás - que representaram mais de 50 por cento dos lucros de toda a economia no período em análise e que se caracterizam pelo facto de as grandes empresas ocuparem lugares de destaque ou de crescente preponderância."
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Para rematar, o artigo de António Barreto no Público de ontem que roubei ao autor aqui e do qual saliento este pormaior:
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"Banca, energia, obras públicas e telecomunicações: parecem ser estes os territórios preferidos dos grandes partidos do regime. É possível que a maior parte dos homens de que se fala hoje não tenha cometido um só crime. É possível que não tenham tido, jamais, um comportamento ilícito. Mas tal se deve ao facto de as leis permitirem que se faça o que se faz. Até porque foram eles que as fizeram."
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Não há acasos... todas as coincidências são significativas.
Divagações religiosas
Associo estas notícias "Words associated with Christianity and British history taken out of children's dictionary" e "Traditional subjects go in schools shake-up" e esta opinião "Cardinal Cormac Murphy O'Connor: Britain is 'unfriendly' for religious people" à seguinte teoria da conspiração:
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Nos tempos de vacas não tão magras (por cá) e gordas (noutras paragens) o que querem os governos? Mais consumo, mais crescimento, mesmo que não haja poupança précia. Mais consumo significa mais impostos, mais empregos, mais crescimento, mais votos (saber se isso é sustentável não conta).
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Quando se dá o estouro da bolha consumista e chega o tempo das vacas anoréxicas o que querem os governos?
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Que o deboche de endividamento pessoal continue para reanimar a economia a todo o custo.
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O que é que todas as religiões propõem?
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Gn 41, 1-36. A interpretação do sonho do Faraó pelo hebreu José. Depois de anos de abundância sempre virão anos de escassez, convém poupar nos anos bons para precaver e suavizar os anos maus. Esta mensagem é subversiva para os governos actuais sejam eles de Brown, Sarkozy ou Sócrates.
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Mc 1, 3. Associo sempre a imagem do actor Charlton Heston com uma pele de camelo e uma vara na mão a gritar no deserto "Repent!" ("Esta é a voz daquele que grita no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas!" - chega-se ao deserto porque se agiu por caminhos tortos, se se quer sair do deserto... há que mudar de vida)
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Se eu tivesse 7 vidas e algum dinheiro, talvez dedicasse algum tempo a realizar um filme estilo "A Vida de Brian" em que num plano colocaria uma espécie de leilão de pregadores, de um lado um sósia de Charlton Heston, João Baptista, gritando "Repent!!!", do outro Brown/Sarkozy/Zapatero/Sócrates/... gritando "Spend!!!"
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Daí que seja sempre um bom investimento para os governos eliminar ou reduzir o poder do megafone destes emissores de ruído que turvam a cristalinidade da mensagem que interessa.
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Nos tempos de vacas não tão magras (por cá) e gordas (noutras paragens) o que querem os governos? Mais consumo, mais crescimento, mesmo que não haja poupança précia. Mais consumo significa mais impostos, mais empregos, mais crescimento, mais votos (saber se isso é sustentável não conta).
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Quando se dá o estouro da bolha consumista e chega o tempo das vacas anoréxicas o que querem os governos?
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Que o deboche de endividamento pessoal continue para reanimar a economia a todo o custo.
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O que é que todas as religiões propõem?
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Gn 41, 1-36. A interpretação do sonho do Faraó pelo hebreu José. Depois de anos de abundância sempre virão anos de escassez, convém poupar nos anos bons para precaver e suavizar os anos maus. Esta mensagem é subversiva para os governos actuais sejam eles de Brown, Sarkozy ou Sócrates.
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Mc 1, 3. Associo sempre a imagem do actor Charlton Heston com uma pele de camelo e uma vara na mão a gritar no deserto "Repent!" ("Esta é a voz daquele que grita no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas!" - chega-se ao deserto porque se agiu por caminhos tortos, se se quer sair do deserto... há que mudar de vida)
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Se eu tivesse 7 vidas e algum dinheiro, talvez dedicasse algum tempo a realizar um filme estilo "A Vida de Brian" em que num plano colocaria uma espécie de leilão de pregadores, de um lado um sósia de Charlton Heston, João Baptista, gritando "Repent!!!", do outro Brown/Sarkozy/Zapatero/Sócrates/... gritando "Spend!!!"
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Daí que seja sempre um bom investimento para os governos eliminar ou reduzir o poder do megafone destes emissores de ruído que turvam a cristalinidade da mensagem que interessa.
Nicolas G. Hayek
Slywotzky (é obra! num nome conseguir colocar um y, um w, um z, k e outro y e manter o nome pronunciável ) no seu "The Profit Zone" (este livro é um must, pode ter 11/12 anos mas continua actual... se quem enterrou literalmente milhões aqui tivesse lido o capítulo 5 e tivesse percebido a mensagem, veria como uma congénere americana deixou de ser product-centric para passar a ser customer-centric e deixou de ter concorrência) dedica o capítulo 6 a Nicolas G. Hayek, o nome por detrás do renascimento da indústria de relógios suiça nos anos 90 do século passado, apesar das marcas japonesas (Seiko, Timex, Casio, Citizen, ...). Este capítulo é um "case-study" que deveria ser obrigatório estudar nas universidades e sobretudo nas associações empresariais.
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"In a business where the brand is the basis for strategic control, protecting the brand can be the difference between success and failure. The brand impacts both the differentiation and value capture (through price premium) dimensions of a business design. Brand can be an extremely powerful way to make a product stand out against its competitors, but a powerful brand must be carefully cultivated and maintained."
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"In a business where the brand is the basis for strategic control, protecting the brand can be the difference between success and failure. The brand impacts both the differentiation and value capture (through price premium) dimensions of a business design. Brand can be an extremely powerful way to make a product stand out against its competitors, but a powerful brand must be carefully cultivated and maintained."
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