sexta-feira, setembro 14, 2007

Valorizar o potencial humano?!!! Are you kidding?!

"Na base da mudança parece estar o elevado custo que o Estado suporta com o Ministério da Educação e os seus mais de 200 mil funcionários. Face à diminuição do número de jovens, em resultado da evolução demográfica, o Ministério da Educação tem pessoal excedentário e instalações que se tornaram desnecessárias."

Em vez de pensar na missão, no propósito, na razão de ser, inverte-se a ordem dos factores.

Existimos! O que é preciso fazer, para nos manter ocupados e justificar a manutenção da estrutura?

Um delicioso artigo, para cínicos, no Vida Económica de hoje "Governo estatiza a formação profissional", assinado por João Luís de Sousa.

Houve um tempo em que me interrogava sobre os motivos que levavam as universidades a não investir mais na formação contínua de adultos, não estou a falar de formação financiada, estou a falar de formação que os profissionais, ou as empresas estariam dispostos a pagar por reconhecerem valor acrecentado.
Se tinham os produtores de conhecimento (os professores universitários e os investigadores), se tinham as instalações (as escolas, as salas de aula), quase que poderíamos dizer que tudo o que facturassem seria lucro.
Até que um dia, indirectamente, os formandos de uma pós-graduação e, explicitamente, o organizador de uma outra pós-graduação, me deram as pistas:

Os professores, universitários ou não, não têm de captar clientes. Por isso, quando são colocados num mercado da formação, onde os clientes podem votar com os pés, primeiro surgem os conflitos com os formandos, depois, nos anos seguintes, os cursos ficam às moscas.

Há tempos escrevi aqui sobre a andragogia vs a pedagogia.

Mas como diz o artigo, o propósito não é a valorização do potencial humano, o propósito são as estatísticas e a protecção da estrutura do ministério da educação.

quinta-feira, setembro 13, 2007

Olá, então vão à China ...

- Olá, então vão à Feira a Dusseldorf?
- É verdade, vamos!
- Então, o que esperam ganhar com a ida à Feira?
- Como assim? Vamos à Feira!
- Mas vão à Feira em serviço, em trabalho? Ou em turismo?
- Turismo?!!! Lá está você com as suas coisas!!! É claro que vamos em trabalho!
- Desculpem-me lá, sei que estou a ser aborrecido, mas o que é que esperam ganhar com a ida à Feira? Querem visitar potenciais fornecedores de matérias-primas? Querem falar com potenciais clientes? Querem falar com fornecedores de equipamentos? Em suma, para que passado um mês, ou dois, após a Feira, possam olhar para trás e dizer "A nossa ida à Feira este ano valeu a pena, foi um sucesso!", o que planeiam fazer na Feira? Já combinaram as reuniões? Não estão à espera de lá ir e depois vê-se o que dá, pois não?

Imaginei este pequeno diálogo com dois técnicos de uma pequena empresa portuguesa, porque estas situações, a esse nível, infelizmente acontecem.

Este tipo de planeamento em cima do joelho, tão nosso, é associado às PME's e empresas de vão de escada. Trata-se de uma associação injusta, como me chamou a atenção a jornalista Helena Matos, no blog Blasfémias, para este artigo no DN de ontem.

"Empresas portuguesas chegaram tarde às obras da Expo de Xangai Maior parte das infra-estruturas já está adjudicada.
As empresas portuguesas de construção civil já não terão oportunidade de obter encomendas no quadro da Expo de Xangai 2010, uma das maiores obras públicas em curso na China"

"É um pouco tarde para as empresas portuguesas entrarem na Expo", disse Huang Jianzhi, quando questionado sobre como poderiam as construtoras nacionais ter informação sobre eventuais concursos ou encomendas. As grandes obras já foram entregues ao nível do projecto e engenharia "

E agora:
"Embora o sector portuário seja o principal foco desta delegação - com contratos e acordos já garantidos - seguem na comitiva representantes de algumas construtoras nacionais - Grupo Mota-Engil (via Tertir), Somague, Edifer, Bento Pedroso e Irmãos Cavaco, com o objectivo de estabelecer contactos exploratórios"

Resultado:
"Ana Paula Vitorino desdramatizou, em declarações aos jornalistas, a recepção aparentemente pouco entusiasta em relação ao interesse dos chineses no investimento português nesta área, considerando que foram deixadas pistas de oportunidades para as empresas nacionais que estas podem aproveitar, para além da Expo 2010"

Apetece escrever:

- Olá, então vão à China com a secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino?
- É verdade, vamos!
- Então, o que esperam ganhar com a ida à China?
- ...

Performing a Project Premortem

A revista Harvard Business Review deste mês de Setembro traz um pequeno artigo assinado por Gary Klein e intitulado "Performing a Project Premorten".


O artigo é de acesso livre aqui. Dele retirei este trecho:


"A typical premortem begins after the team has been briefed on the plan. The leader starts the exercise by informing everyone that the project has failed spectacularly. Over the next few minutes those in the room independently write down every reason they can think of for the failure—especially the kinds of things they ordinarily wouldn’t mention as potential problems, for fear of being impolitic. For example, in a session held at one Fortune 50–size company, an executive suggested that a billion-dollar environmental sustainability project had “failed” because interest waned when the CEO retired. Another pinned the failure on a dilution of the business case after a government agency revised its policies.

Next the leader asks each team member, starting with the project manager, to read one reason from his or her list; everyone states a different reason until all have been recorded. After the session is over, the project manager reviews the list, looking for ways to strengthen the plan."


Ou seja, o autor propõe a incorporação de uma acção preventiva antes de ser dado o "GO!" de um projecto. Assim, perante este exemplo de projecto, retirado daqui:

O que é que pode correr mal?
O que é que pode contribuir para um falhanço na execução do projecto?

E actuar antes de começar a pôr a nossa reputação em jogo. Parece uma ideia muito útil.

"Europeus rejeitam reforma do vinho" - Consumidores rejeitam cada vez mais o vinho europeu

"Faltam 95 milhões de novos consumidores para que a UE possa vender os 26 milhões de hectolitros de vinho que tem a mais,"

E quem é que tem de os arranjar? A UE? Mas esta, ainda na semana passada tinha em cima da mesa uma proposta, para colocar nas garrafas de vinho rótulos semelhantes aos do tabaco!!!

Como refere o título do artigo de Teresa Costa no JN de hoje "Europeus rejeitam reforma do vinho", o que esses "europeus" têm de perceber é que na realidade os consumidores rejeitam cada vez mais o vinho europeu, as importações de vinho estão a crescer a 10% ao ano!!!

O que esses "europeus" querem, é mais apoios, mais subsídios, mais barreiras alfandegárias, mais...

Prefiro a abordagem da microeconomia, é mais saudável, defende a minha carteira como contribuinte e a minha capacidade de escolha como consumidor.

Adenda de 14 de Setembro: "Itália, Espanha e França são referidos como países onde muita da produção de vinho se destina a obter excedentes e, com eles, o apoio à destilação. Situação que os estados não produtores recusam sustentar mais."

quarta-feira, setembro 12, 2007

"Os pequenos passos"

Nuno Sampaio, no Diário Económico de ontem, num artigo intitulado "Os pequenos passos" chama a atenção para a importância de se usarem objectivos:

"Seria realmente bom que os resultados desportivos servissem como exemplo para outras organizações (empresariais, sociais, políticas) em Portugal, não só pelo estímulo, mas também pelo método. Que objectivos têm traçados para os próximos desafios? As grandes vitórias constroem-se, todos os dias, com pequenos passos. "

Não violarás os mandamentos associados a uma proposta de valor, de ânimo leve

Quando se trabalha no negócio do preço-baixo, "A Cofisa, que iniciou a actividade na Figueira da Foz em 1981, produz actualmente as marcas próprias das grandes superfícies Continente, E. Leclerc e Intermarché.", um dos mandamentos associados a essa proposta de valor é: "Produzirás produto conforme" ou "Não violarás a legislação em vigor".

Como irão reagir estas empresas de distribuição, face a um tútulo e a uma promoção deste tipo?

"Indústria de conservas suspensa por falta de higiene", no JN de hoje aqui.

terça-feira, setembro 11, 2007

Ainda a Maconde...

Depois destas palavras sobre a Maconde e depois do fôlego conseguido (com o auxílio do governo), a jornalista Helena Garrido, no seu blog "Visto da Economia" chama a atenção para a diferença entre as diferentes propostas de valor das empresas Maconde e Lanidor.

Pois é, se calhar o sindicalista da notícia tem toda a razão.

No Jornal de Negócios de hoje, "... estratégia da Maconde passa por continuar a afirmar-se no mercado internacional, garantir os postos de trabalho "e crescer". ", até parece um conto de fadas.

Espero sinceramente que esta história tenho desenvolvimentos positivos.
Assim, votos de sucesso, votos de uma recuperação segura e ganhadora.

PS - Mas os bancos não gostam de ganhar dinheiro? Por que será que precisaram de uma mãozinha do governo, para financiarem a empresa? Não confiavam na estratégia da administração para saír da crise?

PS1: Proposta de valor ligada à moda, exige pequenas séries, novidade, flexibilidade, rapidez.
Algo que não joga com " é a maior fábrica têxtil da região" aqui.
E joga com "parece que as empresas têxteis mais pequenas estão a ultrapassar melhor os problemas, com uma melhor adaptação ao mercado actual" aqui, talvez por isso esta notícia de despedimentos em perspectiva aqui.
Estou com curiosidade em saber como se estará a portar a Riopele em 2007, se bem me lembro, li algures que 2006 tinha sido muito melhor que 2005.

Adenda de 17 de Setembro de 2007 - Um pouco de história, aqui.
Adenda de 15 de Setembro de 2007 - Artigo "Maconde quer voltar ao tema" no semanário Sol. Interessante a opinião do presidente da mesa da AG "nos últimos dois anos não se pensou o futuro"

Lindo serviço...


Inacreditável...

Podem limpar as mãos à parede... ou ao menir!!!
No blog "Grande Loja do Queijo Limiano", o blogger Gomez publicou algo de inacreditável:

"Em Reguengos de Monsaraz alargou-se uma estrada. Obra bonita e de préstimo. O diabo é que, pelos vistos, o milenar Menir de Santa Margarida estava no sítio errado. Para não interferir com a circulação dos veículos, a solução foi a que está à vista. Obra asseada, com um corte perfeito, na vertical da extremidade da via. As autoridades do Partimónio estão de consciência tranquila. Afinal, o menir até já tinha sido classificado como Imóvel de Interesse Público..."

Para alguns marketers...

Caro aranha,

Sei que vai apreciar este postal publicado por Seth Godin "Yet another frontier ruined" ...by marketers.

"Excuse me... the most effective technique is making stuff worth talking about in the first place. True viral marketing happens not when the marketer plans for it or targets bloggers or skateboarders or pirates with goatees, but when the item/service/event is worth talking about."

O problema da "appropriability"

Nem sempre quem inova, tira os benefícios desse investimento.
Não se trata necessariamente de uma falcatrua, ou espionagem industrial.

Quando era miúdo, costumava ouvir na televisão o choradinho dos coitadinhos dos inventores que não conseguiam obter o rendimento desejado.

Encontrei este interessante artigo, pelos vistos trata-se de um clássico, que explica o fenómeno: “Profiting from technological innovation: Implications for integration, collaboration, licensing and public policy”, de David Teece, publicado aqui.

segunda-feira, setembro 10, 2007

Evangelho segundo São Lucas 14, 25-33

Este Domingo, ao ouvir esta leitura, não pude deixar de pensar na OTA, nas SCUT's, nas obras da Linha do Norte, nas promessas de reformas garantidas que a Segurança Social nos faz, nas...

"Naquele tempo, seguia Jesus uma grande multidão. Jesus voltou-Se e disse-lhes:

«Se alguém vem ter comigo, e não Me preferir ao pai, à mãe, à esposa, aos filhos, aos irmãos, às irmãs e até à própria vida, não pode ser meu discípulo. Quem não toma a sua cruz para Me seguir, não pode ser meu discípulo.

Quem de vós, desejando construir uma torre, não se senta primeiro a calcular a despesa, para ver se tem com que terminá-la? Não suceda que, depois de assentar os alicerces, se mostre incapaz de a concluir e todos os que olharem comecem a fazer troça, dizendo:

‘Esse homem começou a edificar, mas não foi capaz de concluir’.

E qual é o rei que parte para a guerra contra outro rei e não se senta primeiro a considerar se é capaz de se opor, com dez mil soldados, àquele que vem contra ele com vinte mil? Aliás, enquanto o outro ainda está longe, manda-lhe uma delegação a pedir as condições de paz.

Assim, quem de entre vós não renunciar a todos os seus bens, não pode ser meu discípulo»."

Custos e Preços vs Variabilidade e Especificações

Há dias recebi um telefonema, onde um leitor deste blog me pedia uma opinião sobre a forma como uma empresa publicava as suas especificações.

Limite Superior da Especificação = Média + o desvio padrão

Limite Inferior da Especificação = Média - o desvio padrão

Perante esta fórmula, lembrei-me logo da relação entre o Preço e o Custo.

Assim como não há relação matemática entre o Preço e o Custo, também não há relação matemática entre Especificação e Variabilidade (desvio padrão - o sigma).

O preço praticado por uma empresa é sempre o maior possível, é aquele que o mercado permitir. Se o preço não for suficiente, para compensar os custos, a empresa acumula prejuízos e tem de fechar.

Uma das parvoíces que praticava, quando era um jovem responsável pelo departamento da qualidade, na empresa onde trabalhava, consistia em defender e promover a publicação de especificações muito apertadas, para os nossos produtos.
“Vejam como somos bons, somos tão bons que conseguimos apresentar estas especificações super apertadas.”

Hoje, partilho de uma opinião quase oposta. As nossas especificações devem ser tão alargadas quanto o mercado o permitir. Se o mercado premiar especificações mais apertadas, então devemos publicá-las mais apertadas, se o mercado não valorizar isso, para quê a auto-imposição de um colete-de-forças?

A relação entre especificações e variabilidade é semelhante à relação entre o preço e o custo… nenhuma.

As especificações são definidas por legislação, ou pelo mercado. Mesmo quando uma empresa especifica que a densidade do seu produto tem um valor nominal de x, e um limite superior de especificação de y e, um limite inferior de z, deve fazê-lo tendo em atenção o mercado, o interesse dos clientes e a oferta da concorrência.

A variabilidade de um processo pode ser maior, ou menor.
Quanto mais variabilidade, mais dispersão, maior o desvio padrão (o sigma).
Quando a distribuição dos resultados de um processo segue uma distribuição normal, podemos afirmar que:


Ou seja:

Cerca de 68,4% dos resultados estão entre a média menos uma vez o desvio padrão e a média mais uma vez o desvio padrão;
Cerca de 95,4% dos resultados estão entre a média menos duas vezes o desvio padrão e a média mais duas vezes o desvio padrão; e
Cerca de 99,7% dos resultados estão entre a média menos três vezes o desvio padrão e a média mais três vezes o desvio padrão.

A empresa que publicou as especificações apresentadas no início deste postal, não as pode cumprir, é impossível.



È impossível porque seria muito caro, se a empresa tiver uma média de resultados semelhante ao valor nominal da especificação, automaticamente tem de descartar como refugo, ou 2ª qualidade, cerca de 32% do que produz (tudo o que se afasta mais de ± uma vez o desvio padrão em torno da média).

No entanto, tal como entre preço e custo, convém que a especificação seja mais alargada que a distribuição normal dos resultados do processo.

Assim, toda a produção é vendável como primeira escolha.
Quanto mais apertadas as especificações, face à variabilidade do processo, maior o risco de produzir produto não-conforme:
Daí o uso, em processos que estão sob controlo estatístico, e só nesses, da variável capacidade do processo, para medir até que ponto o processo tem capacidade de cumprir as especificações.

As especificações são um artifício útil para regular as trocas comerciais, no entanto, há que não esquecer o que Taguchi escreveu sobre a variabilidade, e sobre as especificações. Mais importante do que cumprir as especificações, é o reduzir a variabilidade.

domingo, setembro 09, 2007

Votos de boa sorte...

Sabendo que é preciso trabalhar muito, para ter boa sorte.

No jornal Público de hoje encontrei esta notícia interessante "Pneus Camac ultrapassa crise e volta a fazer-se à estrada", assinada por Natália Faria.

Trata-se de um texto, onde se pode encontrar um exemplo concreto da escolha de uma proposta de valor, da opção por um determinado posicionamento estratégico. Ainda há dias lia, no semanário Vida Económica, as palavras de Jorge A. Vasconcellos e Sá:

"Além de apostar nas qualidades que se tem (em vez de procurar minimizar os defeitos que se possui - Drucker), Henrique V escolheu cuidadosamente o terreno de batalha."

"... a Camac é uma das duas únicas unidades de pneus do país. A outra, a Continental Mabor, de um grupo alemão, dista apenas quatro quilómetros de distância. Mas as semelhanças ficam-se por aqui: esta produz 40 mil pneus num dia e trata por tu os gigantes do sector. Com uma produção de cerca de 3500 pneus por dia e com cerca de 350 funcionários, a Camac sabe-se um dos raros fabricantes independentes num mercado onde convivem mais de 150 diferentes marcas de pneus e fortemente condicionado pela concorrência asiática."

Os gigantes são bons (quando são) a competir no preço, nas grandes séries, os pequenos podem aspirar a ser competitivos em negócios que exijam rapidez, flexibilidade, pequenas séries.

"a estratégia passa por transformar em mais-valias o que, à partida, poderia afigurar-se como desvantagem competitiva. Como?

"Apostando nos nichos do mercado", responde, apontando os exemplos dos automóveis clássicos, dos 4x4 e dos veículos agrícolas. A dimensão reduzida da empresa e a sua localização geográfica também podem funcionar como trunfos, segundo o administrador, para quem, ao contrário do que se passa com os asiáticos, "a Camac consegue colocar uma encomenda na casa do cliente em qualquer ponto da Europa em apenas uma ou duas semanas". "

Votos de boa sorte nessa luta titânica.

sábado, setembro 08, 2007

O avesso do politicamente correcto

Por causa deste postal, publicado por José Medeiros Ferreira no blog "Bicho carpinteiro", acerca do leite e desse sorvedouro que é a Política Agricola Comum, recomendo a leitura deste blog kickAAS.

E apreciar esta realidade das antípodas, geográfica e mentalmente:

"Farming without subsidies?Some lessons from New Zealand"

"Output and net incomes for the New Zealand dairy industry are higher now than before subsidies ended--and the cost of milk production is among the lowest in the world."

"New Zealand agriculture is profitable without subsidies, and that means more people staying in the business. Alone among developed countries of the world, New Zealand has virtually the same percentage of its population employed in agriculture today as it did 30 years ago, and the same number of people living in rural areas as it did in 1920. Although the transition to an unsubsidized farm economy wasn’t easy, memories of the adjustment period are fading fast and today there are few critics to be found of the country’s bold move. "

Relatos deste paradigma aqui.

Balanced Scorecards e hospitais

Uma reflexão, com exemplos, sobre o uso de balanced scorecards em hospitais e, sobre o uso de cartas de controlo.


David Balestracci em "Think You Know Balanced Scorecards?" aqui.

sexta-feira, setembro 07, 2007

Um convite à reflexão estratégica.

A "Nota de fecho" do semanário "Vida Económica":

"Agincourt, Drucker, Keynes e a estratégia portuguesa" assinada por Jorge A. Vasconcellos e Sá

Pensar um pouco (parte V)

Consideremos uma linha de montagem composta por uma sequência de 4 actividades, cada uma delas realizada numa máquina diferente:

A --> B --> C --> D

Consideremos ainda que a máquina C é a máquina que limita a capacidade de produção. A máquina C é o gargalo, a restrição.

Toda a produção tem de passar pela máquina C, toda!!!

“Sempre que for possível activar a capacidade de produção das máquinas A, B e D acima da capacidade de processamento da máquina C, só estaremos a criar um inventário em excesso, e não ganharemos nada com isso.”

“Quando uma máquina não-gargalo produz mais trabalho do que o gargalo, não estamos a aumentar a produtividade. Pelo contrário, estamos a fazer exactamente o contrário. Estamos a criar inventário em excesso, o que contraria a meta de ganhar dinheiro.”

“Vocês criaram essa montanha de inventário por decisão própria. E por quê? Por causa do pressuposto errado de que é preciso pôr os trabalhadores a trabalhar 100% do tempo.”

Dá que pensar, e fazer o paralelismo de quem acredita que aumentar a produtividade é pôr as pessoas a correr…

“Assim, “activar” um recurso é como digitar o botão que acciona uma máquina; a máquina trabalha, o que não quer dizer é que haja um qualquer benefício gerado pelo seu trabalho. Portanto, na realidade, activar ao máximo um não-gargalo é um acto de extrema estupidez.
E a implicação desta regra é que não devemos tentar optimizar todos os recursos do sistema. Um sistema de óptimos locais não é, de maneira nenhuma, um sistema óptimo, é um sistema muito ineficiente.”

Trechos traduzidos e adaptados do livro "The Goal" de E. Goldratt

quinta-feira, setembro 06, 2007

Uns meses são melhores que outros e pouco mais...

Na sequência deste postal, resolvi analisar os dados e testar a validade das conclusões.


De acordo com este documento publicado pelo INE “Inquéritos de Conjuntura às Empresas e aos Consumidores” pode ler-se:

“Indicador de clima e indicador de confiança dos Consumidores diminuíram em Agosto”

Estatisticamente não sou capaz de suportar esta afirmação, elaborando uma carta do comportamento estatístico da evolução do índice de confiança dos consumidores, para a variabilidade e a média desde Agosto de 2006, não há nenhum regra de leitura das cartas de Shewhart que me habilite a concluir ter havida mudanças estatísticas no último ano. Se não fosse o valor de Maio de 2007 estar acima da média, teríamos uma série de 7 valores consecutivos abaixo da média, o que seria suficientemente improvável, para continuar a defender a hipótese de que nada mudou, mas não foi essa a realidade.

Os comentadores podem aventar as mais diversas explicações, algumas intelectualmente atraentes, outras esteticamente interessantes, mas quantas vezes são irrelevantes, porque não distinguem sinal de mudança, de ruído estatístico de fundo.

Pormenores sobre a metodologia aqui, aqui e aqui.

Reflexões sobre o uso do balanced scorecard na administração pública (parte I)

Há tempos, fui subcontratado por uma organização, para dar uma acção de formação intra sobre o Balanced Scorecard, num organismo da Administração Pública.

Durante o habitual trabalho de pesquisa prévia, para “customizar” a acção e, para acertar vocabulário, encontrei na Internet o “Plano de Actividades” dessa organização para 2007.

O referido plano de actividades apresenta-se de uma forma perfeitamente lógica.
Apresenta a razão de ser, a finalidade, o propósito da organização, mencionando o decreto-lei que a instituiu. Segue-se uma listagem das atribuições da organização, recorrendo novamente ao referido decreto-lei. Depois, vem uma breve descrição dos principais vectores internos e externos, que se presume, afectarão a organização durante o ano de 2007.
Por fim, a organização identifica os seus clientes e partes interessadas, para depois enumerar um conjunto de objectivos estratégicos e, listar um conjunto de projectos a desenvolver, para cumprir esses objectivos.

Esses projectos descrevem o conjunto de acções a desenvolver, dentro de cada departamento, área, ou divisão.

Alguns tópicos que me despertaram a atenção foram:

Porquê estes objectivos estratégicos?
Qual a relação entre os projectos e os objectivos estratégicos?
Por que não apostar em projectos interdepartamentais?

Atentemos a cada um deles:

1.Porquê estes objectivos estratégicos?
Gostava que fosse mais clara e explícita qual a estratégia da organização e, qual a relação dos objectivos estratégicos com essa estratégia.
Por exemplo, desenhando um mapa da estratégia da organização.

Quando proponho a uma organização que desenhe um mapa da estratégia, procuro que o desenho comece sempre pela perspectiva clientes e partes interessadas. Da minha experiência de trabalho com organismos da administração pública, um dos pontos que ressalta, ao desenhar um mapa da estratégia, é o maior número de entidades a considerar, por comparação com o que é comum para uma empresa privada.

Pode ser razoável incluir entre as partes interessadas:
* Os cidadãos em geral;
* A tutela (ministério de que depende);
* Os beneficiários directos do serviço prestado pela organização;
* Eventuais intermediários entre os beneficiários e a organização;
* Eventualmente, a própria Comissão Europeia pode ser incluída, em alguns casos.

Quanto mais partes interessadas forem consideradas, é natural que maior seja o número de objectivos estratégicos a incluir na perspectiva interna, daí que a versão final do mapa da estratégia possa tornar-se mais “confusa”, porque mais povoada.
Nestes casos, pode ser útil olhar para o mapa da estratégia final e procurar criar “clusters” de objectivos estratégicos, um pouco à semelhança do que Kaplan e Norton chamam de “strategic themes”. Contudo, enquanto estes autores propõem partir da definição dos temas e daí desenvolver o mapa da estratégia, nós propomos o desenvolvimento normal do mapa da estratégia, e criar os temas à posteriori, para simplificar a transmissão da mensagem estratégica.
Assim, cada um dos temas definidos, poderia fazer o parte dos objectivos estratégicos enunciados no documento “Plano de actividades”, mas com muito mais substracto.

(Continua)

quarta-feira, setembro 05, 2007

Não basta despejar dinheiro em cima de um problema... ele não vai embora

Se o que interessa são os resultados, há algo de verdadeiramente errado nesta história "Abandono escolar agravou-se em 2006", por Carla Aguiar no DN de hoje.

"As políticas de combate ao abandono escolar não estão a funcionar. Em 2006, Portugal não só não conseguiu reduzir essa estatística negra do sistema de ensino, como assistiu mesmo ao seu agravamento: "