sábado, setembro 01, 2007
Rate My Teacher
A propósito do título do Público on-line "Governo pode vir a baixar nota mínima de acesso à carreira de professor " lembrei-me deste site, penso que seria mais eficiente na remoção de quem não serve para professor: http://www.ratemyteachers.co.uk/
Flashes de luz
"Muitas pessoas que vivem com dificuldades acabam por acomodar-se à situação e não lutam para melhorar a vida", explica Piménio Ferreira.
Não foi o seu caso. Nunca desistiu do seu sonho, apesar de ter estado à beira de abandonar o curso, devido às dificuldades financeiras. "Até que vi a luz ao fundo do túnel", sublinha."
No Jornal de Notícias de hoje "Histórias do professor Pardal inspiraram jovem cigano"
Não foi o seu caso. Nunca desistiu do seu sonho, apesar de ter estado à beira de abandonar o curso, devido às dificuldades financeiras. "Até que vi a luz ao fundo do túnel", sublinha."
No Jornal de Notícias de hoje "Histórias do professor Pardal inspiraram jovem cigano"
Big Man economy
Espero que os concorrentes portugueses da Maconde não fiquem "aborrecidos" com esta mãozinha do governo, ver no Jornal de Notícias de hoje "Maconde ganha acordo".
Nem de propósito o remate da crónica de Daniel Bessa no Expresso "... faltou sempre o dinheiro que o "Portugal profundo" preferiu gastar na "ajuda" a "empresas em situação económica difícil"...
Nem de propósito o remate da crónica de Daniel Bessa no Expresso "... faltou sempre o dinheiro que o "Portugal profundo" preferiu gastar na "ajuda" a "empresas em situação económica difícil"...
sexta-feira, agosto 31, 2007
o reflexo de um país que vive de clientelas, não de clientes.
"Portugal é assim. Escolhem-se líderes para as empresas não porque são líderes, mas porque assim os accionistas se sentem mais tranquilos. Podem até ser nomeados gestores sem grande perfil técnico, desde que garantam fidelidade a objectivos que não têm nada a ver com os negócios propriamente ditos. O resultado está à vista: repetem-se as guerras de poder. ... É por isso que o país funciona mal. "
André Macedo no Diário Económico, aqui.
André Macedo no Diário Económico, aqui.
Nunca esquecerei um vale como já não existe em Portugal
Vivo calma e pacatamente no litoral português, beneficiando das vantagens inerentes.
Reconheço os custos da interioridade em Portugal, reconheço a desertificação humana no interior português.
Não tenho informação suficiente para lidar com o assunto racionalmente.
No entanto, é com emoção, com tristeza que tomo conhecimento da inevitabilidade da construção da barragem no Baixo-Sabor, de acordo com esta notícia do Público "EDP anuncia hoje construção da barragem no rio Sabor ".
Nunca esquecerei um vale como já não existe em Portugal, um vale onde ainda impera(va) a vegetação autóctone, onde o rio da(va) guarida a uma razoável população de lontras, onde se podia apreciar a imponência do Cabeço do Santo Cristo, onde ...
Reconheço os custos da interioridade em Portugal, reconheço a desertificação humana no interior português.
Não tenho informação suficiente para lidar com o assunto racionalmente.
No entanto, é com emoção, com tristeza que tomo conhecimento da inevitabilidade da construção da barragem no Baixo-Sabor, de acordo com esta notícia do Público "EDP anuncia hoje construção da barragem no rio Sabor ".
Nunca esquecerei um vale como já não existe em Portugal, um vale onde ainda impera(va) a vegetação autóctone, onde o rio da(va) guarida a uma razoável população de lontras, onde se podia apreciar a imponência do Cabeço do Santo Cristo, onde ...
Teorias e estratégias
"... se uma teoria é um instrumento, então não pode ser verdadeira (mas apenas conveniente, simples, económica, poderosa, etc). Designam até, frequentemente, as teorias por "hipóteses"..."
Karl Popper in "Conjecturas e Refutações"
O mesmo se pode dizer da estratégia de uma organização, nunca é verdadeira, até porque aquilo que resulta hoje, falhará necessariamente no futuro. Assim, uma estratégia será sempre instrumental, situacional, transiente.
À posteriori uma estratégia pode ser avaliada como útil ou inútil.
À priori:
"... speculative judgments like these are the essence of strategic thinking, and they can be the starting points for taking a position. Can you predict clearly which positions will pay off? Not easily. If we could actually calculate the financial implications of such choices, we wouldn't have to think strategically; we would just run spreadsheets. Strategic thinking is essentially a substitute for having clear connections between the positions we take and their economic outcomes.
"Strategic thinking helps us take positions in a world that is confusing and uncertain. You can't get rid of ambiguity and uncertainty—they are the flip side of opportunity. If you want certainty and clarity, wait for others to take a position and see how they do. Then you'll know what works, but it will be too late to profit from the knowledge."
Richard Rumelt aqui.
Karl Popper in "Conjecturas e Refutações"
O mesmo se pode dizer da estratégia de uma organização, nunca é verdadeira, até porque aquilo que resulta hoje, falhará necessariamente no futuro. Assim, uma estratégia será sempre instrumental, situacional, transiente.
À posteriori uma estratégia pode ser avaliada como útil ou inútil.
À priori:
"... speculative judgments like these are the essence of strategic thinking, and they can be the starting points for taking a position. Can you predict clearly which positions will pay off? Not easily. If we could actually calculate the financial implications of such choices, we wouldn't have to think strategically; we would just run spreadsheets. Strategic thinking is essentially a substitute for having clear connections between the positions we take and their economic outcomes.
"Strategic thinking helps us take positions in a world that is confusing and uncertain. You can't get rid of ambiguity and uncertainty—they are the flip side of opportunity. If you want certainty and clarity, wait for others to take a position and see how they do. Then you'll know what works, but it will be too late to profit from the knowledge."
Richard Rumelt aqui.
quinta-feira, agosto 30, 2007
Poupar não é Ganhar
O historial dos cortes verificados nos últimos anos na Maconde (relatados no último postal), fez-me recordar um episódio com mais de 15 anos.
- Bom dia Sr. Costa!
- Bom dia Carlos!
- Então tudo bem, alguma novidade?
- Tudo bem. As estabilidades térmicas estão OK, os olhos de peixe estão OK, as absorções de plastificante estão OK.
- Óptimo!
- Sabes Carlos, hoje estou muito satisfeito!
- Então porquê, Sr. Costa?
- Ontem à noite ganhei mais de 20 contos!
- Como assim?
- Depois do jantar, com o meu mais novo, arregaçamos as mangas e desmontamos o motor da 4L. E resolvêmos um problema que me teria custado mais de 20 contos se fosse a uma oficina. Ganhei mais de 20 contos!!!
- Ganhaste não! Poupaste! - Interrompeu o Mota, que entretanto tinha chegado e ouvido parte da conversa.
- Pois é Sr. Costa, o senhor não ganhou 20 contos, o senhor poupou 20 contos!
Poupar, cortar nos custos, pode ser uma boa opção (nem sempre), mas poupar é uma coisa, ganhar dinheiro é outra!
"- A melhoria era interpretada sempre quase como um sinónimo de economia de custos. As pessoas concentravam-se na redução da despesa operacional como se esta fossse o indicador mais importante.
- Era pior do que isso - interrompeu Bob - Estávamos ocupados a reduzir custos que não tinham impacte na redução da despesa operacional.
- Isso mesmo - Lou continuou. - Mas o importante é que na nossa fábrica isso mudou e agora consideramos o ganho ( a taxa a que o sistema, a fábrica, gera dinheiro através das vendas) como a medida mais importante. Para nós, uma melhoria não é tanto uma redução de custos, mas sim um aumento do ganho.
- Você tem razão - concordou Stacey - O conceito de gargalo (de restrição) não visa a redução da despesa operacional, e sim o aumento do ganho."
Adaptado da versão brasileira do livro "A meta" de Eliyahu Goldratt.
E quantas empresas, que se concentram na redução de custos, esquecem-se de desenhar, formular uma teoria, uma hipótese, um caminho, uma estratégia, para ganhar dinheiro?
- Bom dia Sr. Costa!
- Bom dia Carlos!
- Então tudo bem, alguma novidade?
- Tudo bem. As estabilidades térmicas estão OK, os olhos de peixe estão OK, as absorções de plastificante estão OK.
- Óptimo!
- Sabes Carlos, hoje estou muito satisfeito!
- Então porquê, Sr. Costa?
- Ontem à noite ganhei mais de 20 contos!
- Como assim?
- Depois do jantar, com o meu mais novo, arregaçamos as mangas e desmontamos o motor da 4L. E resolvêmos um problema que me teria custado mais de 20 contos se fosse a uma oficina. Ganhei mais de 20 contos!!!
- Ganhaste não! Poupaste! - Interrompeu o Mota, que entretanto tinha chegado e ouvido parte da conversa.
- Pois é Sr. Costa, o senhor não ganhou 20 contos, o senhor poupou 20 contos!
Poupar, cortar nos custos, pode ser uma boa opção (nem sempre), mas poupar é uma coisa, ganhar dinheiro é outra!
"- A melhoria era interpretada sempre quase como um sinónimo de economia de custos. As pessoas concentravam-se na redução da despesa operacional como se esta fossse o indicador mais importante.
- Era pior do que isso - interrompeu Bob - Estávamos ocupados a reduzir custos que não tinham impacte na redução da despesa operacional.
- Isso mesmo - Lou continuou. - Mas o importante é que na nossa fábrica isso mudou e agora consideramos o ganho ( a taxa a que o sistema, a fábrica, gera dinheiro através das vendas) como a medida mais importante. Para nós, uma melhoria não é tanto uma redução de custos, mas sim um aumento do ganho.
- Você tem razão - concordou Stacey - O conceito de gargalo (de restrição) não visa a redução da despesa operacional, e sim o aumento do ganho."
Adaptado da versão brasileira do livro "A meta" de Eliyahu Goldratt.
E quantas empresas, que se concentram na redução de custos, esquecem-se de desenhar, formular uma teoria, uma hipótese, um caminho, uma estratégia, para ganhar dinheiro?
quarta-feira, agosto 29, 2007
Situação na Maconde pode levar a "grave crise social" em Vila do Conde e Póvoa do Varzim
O artigo do Público de hoje "Situação na Maconde pode levar a "grave crise social" em Vila do Conde e Póvoa do Varzim", assinado por Ângelo Teixeira Marques, parece ser feito de encomenda para ilustrar o outro postal de hoje "Qual a meta de uma empresa? ".
O que diz o presidente da câmara de Vila do Conde?
Fala em empregos...
Fala em encomendas...
Só não fala é em ganhar dinheiro!
Quando trabalho como consultor para uma organização, procuro ser provocador, para levar as pessoas a abandonar o terreno conhecido, mas aviso sempre, e tento manter a minha guarda interna: só sou consultor, no final do projecto não fico com a criança. Para que me oiçam, mas não dê-em demasiada ênfase ao que digo... posso estar errado.
Um consultor, tal como um gestor, sabe (ou julga saber) umas regras básicas de gestão, tem experiência e conhecimentos de casos anteriores, procura formar-se e informar-se, pode até desenvolver carinho, ou clubite, pelas instituições e amizade pelas pessoas com quem trabalha, mas falta-lhe uma especiaria, o conhecimento intrínseco do negócio, o instinto para o negócio da organização consultada. A abordagem do consultor corre o risco de ser asséptica, aplicam-se as fórmulas e "prontos".
Se isto se pode dizer de mim como consultor, será que posso generalizar e chamar a atenção para os gestores da Maconde? Será que não sofriam do mesmo mal, e estando numa posição de poder executivo, tomaram decisões demasiado assépticas?
Repare-se, depois da saída de Pais de Sousa (veio da Vulcano) em Março passado, a empresa viu entrar Cândida Morais (veio da Barbosa & Almeida)...
Quem sou eu, não tenho qualquer informação sobre este caso em particular mas... depois de ler todos os cortes e cortes que a empresa fez, acho que alguém se esqueceu que é preciso ganhar dinheiro (ver Gertz & Baptista: emagrecer, emagrecer até ser grande!!!)
Sinto que o sindicalista Domingos Pinto, do Sindicato Nacional dos Profissionais da Indústria e Comércio de Vestuário e de Artigos Têxteis entrevistado pelo JN toca num ponto fundamental:
"A empresa não pode viver de trabalhar a feitio para Inglaterra como qualquer fabriqueta de esquina", criticou Domingos Pinto, que vê, como única saída para a empresa, a aposta na marca própria a Oxford."
O Jornal de Notícias de hoje também traz um artigo sobre o caso "Maconde em risco de fechar e despedir 583 funcionários", assinado por Ana Trocado Mendes.
Já não é a primeira vez que faço notar que ter encomendas não quer dizer nada.
Se o dinheiro fosse da pessoa que ocupa o cargo de Presidente da Câmara de Vila do Conde, será que ele arriscava colocar lá o seu dinheiro???
O que diz o presidente da câmara de Vila do Conde?
Fala em empregos...
Fala em encomendas...
Só não fala é em ganhar dinheiro!
Quando trabalho como consultor para uma organização, procuro ser provocador, para levar as pessoas a abandonar o terreno conhecido, mas aviso sempre, e tento manter a minha guarda interna: só sou consultor, no final do projecto não fico com a criança. Para que me oiçam, mas não dê-em demasiada ênfase ao que digo... posso estar errado.
Um consultor, tal como um gestor, sabe (ou julga saber) umas regras básicas de gestão, tem experiência e conhecimentos de casos anteriores, procura formar-se e informar-se, pode até desenvolver carinho, ou clubite, pelas instituições e amizade pelas pessoas com quem trabalha, mas falta-lhe uma especiaria, o conhecimento intrínseco do negócio, o instinto para o negócio da organização consultada. A abordagem do consultor corre o risco de ser asséptica, aplicam-se as fórmulas e "prontos".
Se isto se pode dizer de mim como consultor, será que posso generalizar e chamar a atenção para os gestores da Maconde? Será que não sofriam do mesmo mal, e estando numa posição de poder executivo, tomaram decisões demasiado assépticas?
Repare-se, depois da saída de Pais de Sousa (veio da Vulcano) em Março passado, a empresa viu entrar Cândida Morais (veio da Barbosa & Almeida)...
Quem sou eu, não tenho qualquer informação sobre este caso em particular mas... depois de ler todos os cortes e cortes que a empresa fez, acho que alguém se esqueceu que é preciso ganhar dinheiro (ver Gertz & Baptista: emagrecer, emagrecer até ser grande!!!)
Sinto que o sindicalista Domingos Pinto, do Sindicato Nacional dos Profissionais da Indústria e Comércio de Vestuário e de Artigos Têxteis entrevistado pelo JN toca num ponto fundamental:
"A empresa não pode viver de trabalhar a feitio para Inglaterra como qualquer fabriqueta de esquina", criticou Domingos Pinto, que vê, como única saída para a empresa, a aposta na marca própria a Oxford."
O Jornal de Notícias de hoje também traz um artigo sobre o caso "Maconde em risco de fechar e despedir 583 funcionários", assinado por Ana Trocado Mendes.
Já não é a primeira vez que faço notar que ter encomendas não quer dizer nada.
Se o dinheiro fosse da pessoa que ocupa o cargo de Presidente da Câmara de Vila do Conde, será que ele arriscava colocar lá o seu dinheiro???
Qual a meta de uma empresa?
"Comprar de uma maneira eficiente á a razão de existir esta fábrica?
Tenho de me rir. Quase me engasgo.
Até parece. Alguns dos génios no departamento de compras até agem como se essa fosse a meta. Passam a vida a alugar armazéns para armazenar toda a porcaria que estão a comprar a preço baixo. O que é que temos hoje? Trinta e dois meses de inventário de arame de cobre? Um inventário de sete meses de chapas de aço inoxidável? Todo o género de coisas.
Eles têm milhões de dólares comprometidos, congelados, no que eles compraram - a preços óptimos.
Não, comprar a preços baixos não é definitivamente a meta desta fábrica.
...
Pessoalmente, fico feliz que a fábrica dê emprego a pessoas. Um salário seguro todos os meses vale muito. Mas concerteza que a fábrica não existe para dar empregos ás pessoas.
...
E, se a meta fosse realmente a qualidade, como é que uma empresa como a Rolls Royce quase foi à falência?
...
Produzir com eficiência um produto de qualidade não é suficiente. A meta tem de ser outra coisa.
Mas o quê?
...
Não, claro que não. Então a tecnologia é importante, mas não é a meta.
...
Então é isso. Obviamente que a UniCo. não opera as suas fábricas apenas para encher um armazém. A meta é vender.
...
Podemos ter uma grande quota de mercado, mas quem é que se importa com isso se não conseguirmos ganhar dinheiro?
...
A fábrica não foi construída para apenas não ter prejuizo. A UniCo. não está no mercado apenas para não ter prejuízo. A empresa existe para ganhar dinheiro.
Agora entendo.
A meta de uma empresa industrial é ganhar dinheiro."
Adaptado da versão brasileira do livro "A meta" de Eliyahu Goldratt.
E se a organização não tem fins lucrativos, e se for, por exemplo, o Serviço Nacional de Saúde? Qual é a meta?
Tenho de me rir. Quase me engasgo.
Até parece. Alguns dos génios no departamento de compras até agem como se essa fosse a meta. Passam a vida a alugar armazéns para armazenar toda a porcaria que estão a comprar a preço baixo. O que é que temos hoje? Trinta e dois meses de inventário de arame de cobre? Um inventário de sete meses de chapas de aço inoxidável? Todo o género de coisas.
Eles têm milhões de dólares comprometidos, congelados, no que eles compraram - a preços óptimos.
Não, comprar a preços baixos não é definitivamente a meta desta fábrica.
...
Pessoalmente, fico feliz que a fábrica dê emprego a pessoas. Um salário seguro todos os meses vale muito. Mas concerteza que a fábrica não existe para dar empregos ás pessoas.
...
E, se a meta fosse realmente a qualidade, como é que uma empresa como a Rolls Royce quase foi à falência?
...
Produzir com eficiência um produto de qualidade não é suficiente. A meta tem de ser outra coisa.
Mas o quê?
...
Não, claro que não. Então a tecnologia é importante, mas não é a meta.
...
Então é isso. Obviamente que a UniCo. não opera as suas fábricas apenas para encher um armazém. A meta é vender.
...
Podemos ter uma grande quota de mercado, mas quem é que se importa com isso se não conseguirmos ganhar dinheiro?
...
A fábrica não foi construída para apenas não ter prejuizo. A UniCo. não está no mercado apenas para não ter prejuízo. A empresa existe para ganhar dinheiro.
Agora entendo.
A meta de uma empresa industrial é ganhar dinheiro."
Adaptado da versão brasileira do livro "A meta" de Eliyahu Goldratt.
E se a organização não tem fins lucrativos, e se for, por exemplo, o Serviço Nacional de Saúde? Qual é a meta?
terça-feira, agosto 28, 2007
Será que as universidades ensinam os seus alunos a cultivar a coragem?
O que leva alguém a trocar a segurança de um emprego, pelo risco de um projecto que pode falhar?
O que será mais atraente, um lugar seguro na função pública ou uma vida de incerteza?
Algo está errado numa sociedade, quando gera estes fenómenos "O concurso para 100 inspectores da Inspecção-Geral do Trabalho contou com cerca de 10.000 candidaturas" (aqui).
Quando um equilibrio pontual de mercado é quebrado, por alguém que descobriu uma forma mais adequada de satisfazer um grupo de clientes, é costume ouvir o "choradinho" dos "líderes" das organizações destronadas.
- Malditos chineses!!! - dizem uns.
- Devem ter roubado a matéria-prima!!! - argumentam outros.
- Precisamos de apoio do estado, para nos internacionalizarmos!!! - suplicam outros.
That's life! Cada vez mais a máxima do futebol tem aplicação na nossa vida económica: o que é verdade hoje, amanhã é mentira.
Ou como diria alguém "É a vida!"
Desde a primeira vez que ouvi esta frase ("É a vida") que me ficou no ouvido, porque é simples, e porque é terrivelmente verdadeira. A vida não é justa, nem injusta, é simplesmente a vida.
Conheço algumas pessoas, e já ouvi e li muitas nos media, a quem esta lição de Seth Godin seria útil.
O que será mais atraente, um lugar seguro na função pública ou uma vida de incerteza?
Algo está errado numa sociedade, quando gera estes fenómenos "O concurso para 100 inspectores da Inspecção-Geral do Trabalho contou com cerca de 10.000 candidaturas" (aqui).
Quando um equilibrio pontual de mercado é quebrado, por alguém que descobriu uma forma mais adequada de satisfazer um grupo de clientes, é costume ouvir o "choradinho" dos "líderes" das organizações destronadas.
- Malditos chineses!!! - dizem uns.
- Devem ter roubado a matéria-prima!!! - argumentam outros.
- Precisamos de apoio do estado, para nos internacionalizarmos!!! - suplicam outros.
That's life! Cada vez mais a máxima do futebol tem aplicação na nossa vida económica: o que é verdade hoje, amanhã é mentira.
Ou como diria alguém "É a vida!"
Desde a primeira vez que ouvi esta frase ("É a vida") que me ficou no ouvido, porque é simples, e porque é terrivelmente verdadeira. A vida não é justa, nem injusta, é simplesmente a vida.
Conheço algumas pessoas, e já ouvi e li muitas nos media, a quem esta lição de Seth Godin seria útil.
Balanced Scorecard: um foco tremendo na execução de uma estratégia (parte IV)
Os trechos apresentados na parte I desta série foram retirados daqui "The Tyranny of the Balanced Scorecard in the Innovation Economy".
Depois de descreverem como funciona um balanced scorecard, os autores chamam a atenção para alguns pontos críticos:
"When applied in the new innovation economy, the BSC displays significant limitations in dealing with the new, rapidly changing and networked corporate environment."
...
"The specific disadvantages of the BSC can be identified that endanger the survival of the firm in the innovation economy, and five major problem categories arise, as henceforth discussed.
The BSC is a measurement tool that is relatively rigid. The four perspectives are the main categories, according to which key success factors are defined. In consequence, the BSC tends to force indicators into one of the four perspectives. By doing so, it limits the view on the company, since it leaves little room for cross-perspectives that might have a simultaneous impact on the company. Those that do not fit or cannot be categorized within the given framework of the four dimensions are in danger of being neglected."
...
" the BSC might not only enhance a confirmation bias, enabling managers only to see what they want to see (or measure), but it ignores the changing nature of today’s business environment."
Seguem-se duas chamadas de atenção que considero muito relevantes, e que de alguma maneira já abordei em postais anteriores:
" The BSC creates a statism that tends to struggle with the challenges of a highly competitive and changing business world. Within the BSC approach, a centrally defined strategy is translated into certain measures that align all company activities to achieving these BSC goals. In consequence, the optimal implementation of a BSC leads to a high level of uniformity and goal orientation. This increases and possibly maximizes the focus on the given goal, but limits any further activities and initiatives that might go beyond the originally set targets."
E
" The external innovative connectivity of an organization is hampered by the BSC, which shows to be mostly an internal document thereby depicting a critical limitation in its ability to account for the external environment and systemic linkages. The BSC is a management and measurement tool that is primarily concerned with ”driving performance” and “translating strategy into action”, therefore promoting efficiency within an organization. It widely ignores the needs of an interlinked and highly networked innovation economy, in which companies coevolve and where competition is partly giving way to coopetition."
Creio que o uso do balanced scorecard, associado aos cenários, e o uso da Teoria das Restrições mo desenvolvimento das iniciativas estratégicas, pode ser uma maneira de reduzir a probabilidade de tomarmos a ferramenta sacrossanta e não a questionarmos, pode também ser uma forma de abrirmos a empresa ao resto do ambiente, com uma rede de ligações de causa-efeito.
Depois de descreverem como funciona um balanced scorecard, os autores chamam a atenção para alguns pontos críticos:
"When applied in the new innovation economy, the BSC displays significant limitations in dealing with the new, rapidly changing and networked corporate environment."
...
"The specific disadvantages of the BSC can be identified that endanger the survival of the firm in the innovation economy, and five major problem categories arise, as henceforth discussed.
The BSC is a measurement tool that is relatively rigid. The four perspectives are the main categories, according to which key success factors are defined. In consequence, the BSC tends to force indicators into one of the four perspectives. By doing so, it limits the view on the company, since it leaves little room for cross-perspectives that might have a simultaneous impact on the company. Those that do not fit or cannot be categorized within the given framework of the four dimensions are in danger of being neglected."
...
" the BSC might not only enhance a confirmation bias, enabling managers only to see what they want to see (or measure), but it ignores the changing nature of today’s business environment."
Seguem-se duas chamadas de atenção que considero muito relevantes, e que de alguma maneira já abordei em postais anteriores:
" The BSC creates a statism that tends to struggle with the challenges of a highly competitive and changing business world. Within the BSC approach, a centrally defined strategy is translated into certain measures that align all company activities to achieving these BSC goals. In consequence, the optimal implementation of a BSC leads to a high level of uniformity and goal orientation. This increases and possibly maximizes the focus on the given goal, but limits any further activities and initiatives that might go beyond the originally set targets."
E
" The external innovative connectivity of an organization is hampered by the BSC, which shows to be mostly an internal document thereby depicting a critical limitation in its ability to account for the external environment and systemic linkages. The BSC is a management and measurement tool that is primarily concerned with ”driving performance” and “translating strategy into action”, therefore promoting efficiency within an organization. It widely ignores the needs of an interlinked and highly networked innovation economy, in which companies coevolve and where competition is partly giving way to coopetition."
Creio que o uso do balanced scorecard, associado aos cenários, e o uso da Teoria das Restrições mo desenvolvimento das iniciativas estratégicas, pode ser uma maneira de reduzir a probabilidade de tomarmos a ferramenta sacrossanta e não a questionarmos, pode também ser uma forma de abrirmos a empresa ao resto do ambiente, com uma rede de ligações de causa-efeito.
segunda-feira, agosto 27, 2007
doubt is a natural part of everyone's life,
"... doubt is a natural part of everyone's life, be it an average believer's or a world-famous saint's. "
Aqui, na revista TIME "Mother Teresa's Crisis of Faith"
Aqui, na revista TIME "Mother Teresa's Crisis of Faith"
O copy-paste não é um bom conselheiro.
O offshoring é uma actividade perfeitamente respeitável. Contudo, o offshoring não é para quem quer, mas para quem pode, ou melhor, para quem faz realmente sentido.
A revista World Business no seu número de 6 de Junho, publicou um artigo assinado por Simon Caulkin “On Management: Outsourcing slowdown”, de onde sublinho este trecho:
“According to Compass Management Consulting: "A combination of high-profile outsourcing deals being taken back in-house and dissatisfaction with the business impact of sourcing decisions - such as uncompetitive costs and the negative customer services impact of offshoring - is creating a new mood of mistrust in many outsourcing relationships."
Up to 65% of large contracts are unravelling before their full term, claims Compass. In particular, it found that the much-touted cost savings of outsourcing were largely illusory. Contractors would have to be at least 20% more efficient than the in-house operation just to cover the bid costs and to break even, it estimates - without allowing for a profit margin, overhead costs and a margin for risk. As a result, in many cases, the company would have been better off keeping the operation in-house.”
No sítio da Compass Management Consulting podemos encontrar a referência ao estudo e às conclusões aqui “UK Call Centre Jobs Going Offshore for no Business Benefit” e sobretudo esta brochura “The Seven Deadly Sins of Offshoring”
Estas conclusões não são novas, há cerca de 2 anos conheci este documento: “Offshore 2005 Research Preliminary Findings and Conclusions“, o gráfico da página 16 é eloquente.
Por fim, o interessante livro “How we compete” de Suzanne Berger, na página 260, sob o subtítulo “Cheap Labor Is Not a Winning Strategy”, podemos encontrar: “When companies consider the true landed costs of goods that are coming from offshore production, and not just the manufacturing costs abroad, they find that the advantage over at-home production is greatly reduced.”
E ainda “These savings are so small that gains from satisfying customers with faster lead times of production can often outweigh them.” Como se chama a atenção neste postal.
Assim, antes de optar pelo offshoring há que pensar bem se é uma medida adequada, face ao posicionamento estratégico da organização.
A revista World Business no seu número de 6 de Junho, publicou um artigo assinado por Simon Caulkin “On Management: Outsourcing slowdown”, de onde sublinho este trecho:
“According to Compass Management Consulting: "A combination of high-profile outsourcing deals being taken back in-house and dissatisfaction with the business impact of sourcing decisions - such as uncompetitive costs and the negative customer services impact of offshoring - is creating a new mood of mistrust in many outsourcing relationships."
Up to 65% of large contracts are unravelling before their full term, claims Compass. In particular, it found that the much-touted cost savings of outsourcing were largely illusory. Contractors would have to be at least 20% more efficient than the in-house operation just to cover the bid costs and to break even, it estimates - without allowing for a profit margin, overhead costs and a margin for risk. As a result, in many cases, the company would have been better off keeping the operation in-house.”
No sítio da Compass Management Consulting podemos encontrar a referência ao estudo e às conclusões aqui “UK Call Centre Jobs Going Offshore for no Business Benefit” e sobretudo esta brochura “The Seven Deadly Sins of Offshoring”
Estas conclusões não são novas, há cerca de 2 anos conheci este documento: “Offshore 2005 Research Preliminary Findings and Conclusions“, o gráfico da página 16 é eloquente.
Por fim, o interessante livro “How we compete” de Suzanne Berger, na página 260, sob o subtítulo “Cheap Labor Is Not a Winning Strategy”, podemos encontrar: “When companies consider the true landed costs of goods that are coming from offshore production, and not just the manufacturing costs abroad, they find that the advantage over at-home production is greatly reduced.”
E ainda “These savings are so small that gains from satisfying customers with faster lead times of production can often outweigh them.” Como se chama a atenção neste postal.
Assim, antes de optar pelo offshoring há que pensar bem se é uma medida adequada, face ao posicionamento estratégico da organização.
domingo, agosto 26, 2007
Would you pay 50 cents extra to save half an hour at the checkout?
Eu sim!!!
Ainda na semana passada, num mesmo dia, expliquei essa lição ao meu filho mais novo, duas vezes:
- Pai por que é que viemos embora e deixaste as coisa na loja? Não eram precisas?
- Eram precisas (bem que me custou deixar uma caixa de 6 garafas de água com gás simples, Frize. Um água com gás, bem gelada é um prazer para mim)!
- Então por que viemos embora?
- Porque não quis recompensar essa loja pelo seu mau serviço. O propósito de uma loja é vender! Fazer com que as pessoas comprem e paguem com a maior das facilidades. Essa loja (Minipreço) e a outra de tarde (De Borla) querem tanto, tanto reduzir custos, que têm 4 ou 5 ou 6 ou 7 caixas instaladas mas só uma a funcionar. Não gosto de esperar quando a causa é má gestão. Quando há muita gente na loja e todas as caixas estão a funcionar, que remédio, sou mais um. Agora quando é má gestão, não quero pactuar!
Já agora, se há clientes que estão dispostos a pagar uns cêntimos pelos sacos, não haverá clientes dispostos a pagar 50 c por um serviço mais rápido? Eu estou!
Ler este postal e este ( o último parágrafo) de Seth Godin.
Ainda na semana passada, num mesmo dia, expliquei essa lição ao meu filho mais novo, duas vezes:
- Pai por que é que viemos embora e deixaste as coisa na loja? Não eram precisas?
- Eram precisas (bem que me custou deixar uma caixa de 6 garafas de água com gás simples, Frize. Um água com gás, bem gelada é um prazer para mim)!
- Então por que viemos embora?
- Porque não quis recompensar essa loja pelo seu mau serviço. O propósito de uma loja é vender! Fazer com que as pessoas comprem e paguem com a maior das facilidades. Essa loja (Minipreço) e a outra de tarde (De Borla) querem tanto, tanto reduzir custos, que têm 4 ou 5 ou 6 ou 7 caixas instaladas mas só uma a funcionar. Não gosto de esperar quando a causa é má gestão. Quando há muita gente na loja e todas as caixas estão a funcionar, que remédio, sou mais um. Agora quando é má gestão, não quero pactuar!
Já agora, se há clientes que estão dispostos a pagar uns cêntimos pelos sacos, não haverá clientes dispostos a pagar 50 c por um serviço mais rápido? Eu estou!
Ler este postal e este ( o último parágrafo) de Seth Godin.
Produtividade a sério.
O caderno de Economia do semanário Expresso de 25 de Agosto, traz um artigo com números interessantes sobre a evolução da indústria do calçado, “O novo fôlego verde das exportações”, assinado por Margarida Cardoso.
O gráfico que se segue é uma adaptação do que o jornal apresenta, feito com base em dados da APICCAPS.
Assim, segundo o gráfico, a produtividade da indústria de calçado portuguesa cresceu, em 10 anos, 14,70%. Notável.
Se considerarmos que a produtividade pode ser calculada pela equação:
Podemos concluir, como já aqui referimos várias vezes) que a produtividade pode crescer de duas maneiras. Pela redução do denominador, através do aumento da eficiência. Esta é a solução fácil, a solução que quase todas as empresas seguem, a maior parte das vezes acabam assim:
Quando se aposta só no aumento da eficiência, para aumentar a produtividade, entra-se no mercado das commodities, e na guerra dos preços cada vez mais baixos. Muitas empresas, com isso, apenas conseguem mais algum tempo de vida, apenas conseguem enganar-se a si próprias durante mais alguns trimestres. A guerra dos preços não é para todos!
E depois, não se pode “emagrecer até ser grande”
Quando as empresas optam pelo crescimento do numerador, como estratégia principal, para sustentar aumentos de produtividade, corre-se o risco virtuoso de infectar toda a cadeia de valor, porque empresas que criam vais valor privilegiam naturalmente fornecedores e clientes que também criam, fornecem, procuram mais valor. Quando a produtividade cresce desta forma, as empresas podem crescer e em simultâneo dar melhores condições de trabalho e de remuneração aos seus colaboradores.Mais valor acrescentado, mais diferenciação.
O que é diferente não se pode comparar, assim, sapatos de alto valor acrescentado “made in Portugal”, podem coexistir com sapatos de qualidade padronizados e baratos feitos na China ou no Vietname… UAAUUU quem diria que chegaríamos a Gause!!!!
O gráfico que se segue é uma adaptação do que o jornal apresenta, feito com base em dados da APICCAPS.
Assim, segundo o gráfico, a produtividade da indústria de calçado portuguesa cresceu, em 10 anos, 14,70%. Notável.
Se considerarmos que a produtividade pode ser calculada pela equação:
Podemos concluir, como já aqui referimos várias vezes) que a produtividade pode crescer de duas maneiras. Pela redução do denominador, através do aumento da eficiência. Esta é a solução fácil, a solução que quase todas as empresas seguem, a maior parte das vezes acabam assim:
Quando se aposta só no aumento da eficiência, para aumentar a produtividade, entra-se no mercado das commodities, e na guerra dos preços cada vez mais baixos. Muitas empresas, com isso, apenas conseguem mais algum tempo de vida, apenas conseguem enganar-se a si próprias durante mais alguns trimestres. A guerra dos preços não é para todos!
E depois, não se pode “emagrecer até ser grande”
Quando as empresas optam pelo crescimento do numerador, como estratégia principal, para sustentar aumentos de produtividade, corre-se o risco virtuoso de infectar toda a cadeia de valor, porque empresas que criam vais valor privilegiam naturalmente fornecedores e clientes que também criam, fornecem, procuram mais valor. Quando a produtividade cresce desta forma, as empresas podem crescer e em simultâneo dar melhores condições de trabalho e de remuneração aos seus colaboradores.Mais valor acrescentado, mais diferenciação.
O que é diferente não se pode comparar, assim, sapatos de alto valor acrescentado “made in Portugal”, podem coexistir com sapatos de qualidade padronizados e baratos feitos na China ou no Vietname… UAAUUU quem diria que chegaríamos a Gause!!!!
PS: Don't get me wrong, a guerra de preços é uma actividade perfeitamente respeitável, contudo, não é para quem quer, é para quem pode!
sábado, agosto 25, 2007
Big Brother
"Um grupo de trabalho está a estudar a hipótese da introdução de um "chip" em cada matrícula de veículos motorizados."
Na última página do Primeiro Caderno do semanário Expresso de hoje.
"A ideia consiste em determinar que cada proprietário tem um identificador electrónico associado à matrícula."
Esta gente não se enxerga?! A ideia tinha de vir do ministério de Mário Lino... o comunismo deixa sempre reflexos difíceis de apagar.
Na última página do Primeiro Caderno do semanário Expresso de hoje.
"A ideia consiste em determinar que cada proprietário tem um identificador electrónico associado à matrícula."
Esta gente não se enxerga?! A ideia tinha de vir do ministério de Mário Lino... o comunismo deixa sempre reflexos difíceis de apagar.
Um bom serviço
Durante o mês de Agosto desloquei-me de carro a Tarragona na Catalunha, ao iniciar a viagem de regresso, ao início da noite, em plena auto-estrada que circunda a cidade, tive uma avaria com o meu carro (13 anos com o radiador original... sooner or later).
Tive de pedir um reboque, tive de arranjar uma oficina, tive de arranjar um hotel à queima roupa, para quatro.
Ontem, no correio recebi o cheque do reembolso das despesas de assistência em viagem!!!
Bastaram 8 dias (com um fim de semana incluído) para processar a minha "reclamação". Foi a primeira vez que tive de recorrer a este serviço, e estou admirado, impressionado com a eficácia. Parabéns!!!
Parabéns à Seguro Directo e à Inter Partner Assistance!!!
Tive de pedir um reboque, tive de arranjar uma oficina, tive de arranjar um hotel à queima roupa, para quatro.
Ontem, no correio recebi o cheque do reembolso das despesas de assistência em viagem!!!
Bastaram 8 dias (com um fim de semana incluído) para processar a minha "reclamação". Foi a primeira vez que tive de recorrer a este serviço, e estou admirado, impressionado com a eficácia. Parabéns!!!
Parabéns à Seguro Directo e à Inter Partner Assistance!!!
sexta-feira, agosto 24, 2007
O problema do pendura
Via o Insurgente, cheguei a este interessante postal no blog Crónica do Migas: O Problema do Pendura, vale a pena ler e reflectir.
Balanced Scorecard: um foco tremendo na execução de uma estratégia (parte III)
Via um comentário no blog Portugal Contemporâneo, acedi ao discurso proferido por Hayek, quando recebeu o prémio Nobel (em 1974).
Mesmo a terminar, Hayek descreve bem o sentimento que me levou a escrever esta série de postais.
"If man is not to do more harm than good in his efforts to improve the social order, he will have to learn that in this, as in all other fields where essential complexity of an organized kind prevails, he cannot acquire the full knowledge which would make mastery of the events possible.
He will therefore have to use what knowledge he can achieve, not to shape the results as the craftsman shapes his handiwork, but rather to cultivate a growth by providing the appropriate environment, in the manner in which the gardener does this for his plants.
There is danger in the exuberant feeling of ever growing power which the advance of the physical sciences has engendered and which tempts man to try, "dizzy with success", to use a characteristic phrase of early communism, to subject not only our natural but also our human environment to the control of a human will.
The recognition of the insuperable limits to his knowledge ought indeed to teach the student of society a lesson of humility which should guard him against becoming an accomplice in men's fatal striving to control society - a striving which makes him not only a tyrant over his fellows, but which may well make him the destroyer of a civilization which no brain has designed but which has grown from the free efforts of millions of individuals."
O sucesso no uso do balanced scorecard não me impede de recear um excesso de confiança na capacidade de prever o ambiente futuro, ou de desenhar o futuro de uma organização. Há toda a vantagem em actuar como se tivéssemos a capacidade de realmente desenhar o futuro, e muitas vezes isso é possível, ao nível das organizações, mas quando menos se espera "PUM", lá se vai o baralho de cartas. É um equilibrio difícil, temos de nos levar a sério... mas não demasiado, sob pena de nos tornarmos demasiado inflexíveis, ou demasiado cegos face às mudanças da mundo.
Na sequência do postal anterior...
Para identificar os vectores externos que conduzirão, que afectarão a mudança da realidade onde opera uma PME, é conveniente reunir um grupo heterogéneo de pessoas, um grupo que pode mesmo incluir elementos externos à PME, de forma a alargar os pontos de vista e a completar o panorama.
Quando o número de vectores é muito elevado (por exemplo, mais de 100), é conveniente procurar agrupar os vectores em clusters, concebendo uma história, uma narrativa que relacione cada um dos vectores entre si. O único critério para relacionar e incluir vectores num mesmo cluster, é existir uma relação de causa-efeito. Cada cluster recebe uma designação e pode ser tratada como um macro-vector.
Para cada um dos vários macro-vectores, há que avaliar o seu grau de impacte, o seu grau de importância, na definição da realidade envolvente da PME.
Tendo o grau de impacte avaliado, podemos passar para a avaliação do grau de incerteza sobre o desenvolvimento de cada um dos macro-vectores.
O quadrante I é o quadrante das incertezas críticas. Macro-vectores muito importantes, com um peso, com uma influência forte no desenvolvimento do futuro e sujeitos a uma grande incerteza. São os macro-vectores deste quadrante que alicerçarão a espinha dorsal dos cenários a desenhar.
O quadrante II é o quadrante das tendências significativas. As tendências significativas incluem as variáveis mais previsíveis (por exemplo a evolução demográfica para o caso da PME da parte II desta série de postais)
O quadrante III é o quadrante das forças de contexto. Incluem macro-vectores relativamente certos e previsíveis e que afectarão o ambiente futuro de forma mais ténue, vão compor o contexto.
O quadrante IV é o quadrante das potenciais surpresas. Incluem macro-vectores com muita incerteza associada mas pouca importância.
A partir desta figura podem-se redigir 2 ou 3 cenários, tendo por base o quadrante I, polvilhados com elementos dos outros quadrantes.
Tendo redigido e caracterizado 2/3 cenários potenciais, não nos dedicamos a um esforço de previsão do futuro (Eclesiastes) mas a um exercício de ginástica mental sobre o que pode acontecer, ou o que tem potencial para acontecer (como dizia Cervantes, salvo erro, é tão importante o caminho como a chegada... não, acho que para Cervantes o caminho era mais importante que a chegada)
Agora, ao equacionar uma Estratégia, para chegar ao futuro desejado para uma PME, podemos e devemos considerar os 2/3 cenários construídos.
Os cenários servem de túnel de vento (Heijden), de teste, de banco de ensaios, para avaliar até que ponto uma Estratégia é robusta, até que ponto ela funcionará em cada um dos cenários.
Sempre que se encontram situações em que a estratégia possa falhar, por não ser a mais adequada a um potencial cenário, pode-se avaliar o interesse em melhorar, em torná-la mais robusta.
Assim, espero conseguir reduzir o receio de se apostar tudo num único cavalo, numa única Estratégia. Ao agir desta forma estamos a considerar não só a realidade interna da PME, mas “toda” a envolvente relevante, ao formular uma estratégia.
Quando o número de vectores é muito elevado (por exemplo, mais de 100), é conveniente procurar agrupar os vectores em clusters, concebendo uma história, uma narrativa que relacione cada um dos vectores entre si. O único critério para relacionar e incluir vectores num mesmo cluster, é existir uma relação de causa-efeito. Cada cluster recebe uma designação e pode ser tratada como um macro-vector.
Para cada um dos vários macro-vectores, há que avaliar o seu grau de impacte, o seu grau de importância, na definição da realidade envolvente da PME.
Tendo o grau de impacte avaliado, podemos passar para a avaliação do grau de incerteza sobre o desenvolvimento de cada um dos macro-vectores.
O quadrante I é o quadrante das incertezas críticas. Macro-vectores muito importantes, com um peso, com uma influência forte no desenvolvimento do futuro e sujeitos a uma grande incerteza. São os macro-vectores deste quadrante que alicerçarão a espinha dorsal dos cenários a desenhar.
O quadrante II é o quadrante das tendências significativas. As tendências significativas incluem as variáveis mais previsíveis (por exemplo a evolução demográfica para o caso da PME da parte II desta série de postais)
O quadrante III é o quadrante das forças de contexto. Incluem macro-vectores relativamente certos e previsíveis e que afectarão o ambiente futuro de forma mais ténue, vão compor o contexto.
O quadrante IV é o quadrante das potenciais surpresas. Incluem macro-vectores com muita incerteza associada mas pouca importância.
A partir desta figura podem-se redigir 2 ou 3 cenários, tendo por base o quadrante I, polvilhados com elementos dos outros quadrantes.
Tendo redigido e caracterizado 2/3 cenários potenciais, não nos dedicamos a um esforço de previsão do futuro (Eclesiastes) mas a um exercício de ginástica mental sobre o que pode acontecer, ou o que tem potencial para acontecer (como dizia Cervantes, salvo erro, é tão importante o caminho como a chegada... não, acho que para Cervantes o caminho era mais importante que a chegada)
Agora, ao equacionar uma Estratégia, para chegar ao futuro desejado para uma PME, podemos e devemos considerar os 2/3 cenários construídos.
Os cenários servem de túnel de vento (Heijden), de teste, de banco de ensaios, para avaliar até que ponto uma Estratégia é robusta, até que ponto ela funcionará em cada um dos cenários.
Sempre que se encontram situações em que a estratégia possa falhar, por não ser a mais adequada a um potencial cenário, pode-se avaliar o interesse em melhorar, em torná-la mais robusta.
Assim, espero conseguir reduzir o receio de se apostar tudo num único cavalo, numa única Estratégia. Ao agir desta forma estamos a considerar não só a realidade interna da PME, mas “toda” a envolvente relevante, ao formular uma estratégia.
Ao procurar minimizar a tendência para o "dizzy with success" atacamos em simultâneo algumas das limitações apontadas ao uso do balanced scorecard, como procuratemos demonstrar na próxima reflexão.
quinta-feira, agosto 23, 2007
A outra via
Em Abril passado escrevemos isto sobre a comercialização do arroz, depois de em Outubro último termos encontrado esta pérola representativa de como não gerir e gritar "Agarrem-me se não eu mato-me!".
Ontem, fiz as compras numa grande superfície (algo que não é habitual) e senti na prática a evolução do mercado. Embaladores de arroz, sujeitos a uma pressão medonha, por parte das grandes superfícies, para reduzirem os preços, optam pela diferenciação, como forma de elevar margens, como forma de acrescentar valor, (e, by the way, aumentar a produtividade).
Não resisti a tirar umas fotografias com o telemóvel, a qualidade não é grande coisa, mas a diversidade de côr dá para perceber que o tempo do arroz agulha e carolino, apenas, já lá vai. E ainda bem para todos.
E não falo dos pré-cozinhados: pronto-a-comer da Cigala e sabores da Saludães.
Nem de propósito, hoje encontro este artigo de opinião no Jornal de Negócios: "Gallo, Lipton, Daikin, Clix, Gant" de Eduardo Cintra Torres.
Ontem, fiz as compras numa grande superfície (algo que não é habitual) e senti na prática a evolução do mercado. Embaladores de arroz, sujeitos a uma pressão medonha, por parte das grandes superfícies, para reduzirem os preços, optam pela diferenciação, como forma de elevar margens, como forma de acrescentar valor, (e, by the way, aumentar a produtividade).
Não resisti a tirar umas fotografias com o telemóvel, a qualidade não é grande coisa, mas a diversidade de côr dá para perceber que o tempo do arroz agulha e carolino, apenas, já lá vai. E ainda bem para todos.
E não falo dos pré-cozinhados: pronto-a-comer da Cigala e sabores da Saludães.
Nem de propósito, hoje encontro este artigo de opinião no Jornal de Negócios: "Gallo, Lipton, Daikin, Clix, Gant" de Eduardo Cintra Torres.
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