sexta-feira, julho 17, 2020

Metaphors

I am a visual guy, and sometimes I stumble across images that grab my attention in a way...

How many personal, commercial and political metaphors could we illustrate with this image?

Magnifique!!!

Thank you Yuval Robichek

quinta-feira, julho 16, 2020

"Being nimble is easier for a small structure "

“In the post-COVID-19 era, apart from those few sectors in which companies will benefit on average from strong tailwinds (most notably tech, health and wellness), the journey will be challenging and sometimes treacherous. For some, like entertainment, travel or hospitality, a return to a pre-pandemic environment is unimaginable in the foreseeable future (and maybe never in some cases…). For others, namely manufacturing or food, it is more about finding ways to adjust to the shock and capitalize on some new trends (like digital) to thrive in the post-pandemic era. Size also makes a difference. The difficulties tend to be greater for small businesses that, on average, operate on smaller cash reserves and thinner profit margins than large companies. Moving forward, most of them will be dealing with cost–revenue ratios that put them at a disadvantage compared to bigger rivals. But being small can offer some advantages in today’s world where flexibility and celerity can make all the difference in terms of adaptation. Being nimble is easier for a small structure than for an industrial behemoth.”

Trecho retirado de “COVID-19: The Great Reset” de Klaus Schwab.

"In the world as it is, we cope rather than optimise"

the lesson of experience is that there is no single approach to financial markets which makes money or explains ‘what is going on here’, no single narrative of ‘the financial world as it really is’. There is a multiplicity of valid approaches, and the appropriate tools, model-based or narrative, are specific to context and to the skills and judgement of the investor. We can indeed benefit from the insights of both Thales of Miletus and Harry Markowitz, and learn from both of the contradictory narratives of the world of finance propagated by Gene Fama and Bob Shiller. But we must also recognise the limits to the insights we derive from their small-world models.
...
Radical uncertainty precludes optimising behaviour. In the world as it is, we cope rather than optimise.”

Trechos retirados de “Radical Uncertainty” de John Kay e Mervyn King

quarta-feira, julho 15, 2020

Engenheiros sociais, decreto, cobardia e conversa da treta

Cada vez encontro mais "engenheiros sociais" que sonham com o after-pandemia para criar um mundo novo. Gente que me mete muito medo. Neste livro, por exemplo, ora encontro a defesa da tomada de medidas para salvar empregos, custe o que custar, como logo a seguir, poucas páginas depois encontro:
“The green economy spans a range of possibilities from greener energy to ecotourism to the circular economy. For example, shifting from the “take-make-dispose” approach to production and consumption to a model that is “restorative and regenerative by design” can preserve resources and minimize waste by using a product again when it reaches the end of its useful life, thus creating further value that can in turn generate economic benefits by contributing to innovation, job creation and, ultimately, growth. Companies and strategies that favour reparable products with longer lifespans (from phones and cars to fashion) that even offer free repairs (like Patagonia outdoor wear) and platforms for trading used products are all expanding fast.”
Agora, imaginem coragem no discurso para chegar junto dos empresários da moda em Portugal e dizer-lhes que o mundo em que foram criados tem de dar lugar a uma outra realidade por decreto.

No JdN de ontem lia:
"O líder do setor do vestuário e confeção considera que o Estado português deve “investir em salvar o emprego” nesta indústria, que corre o risco de perder um saber-fazer que é difícil de recuperar. 
...
Há uma mais-valia que o vestuário português tem a nível mundial. Temos uma indústria excelente, amiga do ambiente, um ecossistema do melhor que há. Sem o lay-off simplificado, com os termos que tinha ou até melhorados para não penalizar tanto a empresa, corremos o risco de perder este ecossistema e o saber-fazer, que é difícil de criar novamente. O Estado tem de fazer um plano agressivo para evitar o colapso das empresas e de investir na manutenção dos postos de trabalho nos próximos meses, até ao final do ano. Não é em equipamento; é em salvar o emprego."
Amiga do ambiente, nas assente no modelo “take-make-dispose”. 

Humildemente me confesso e assumo a preferência pela Via Negativa.


Trecho retirado de “COVID-19: The Great Reset” de Klaus Schwab.

Cuidado com o que desejas, pode ser que o obtenhas. Ou, como Karma is a bitch



Este postal de Agosto de 2019, ""The Great Sparrow Campaign" - gente perigosa", faz um apanhado daquilo a que se pode chamar: Cuidado com o que desejas, pode ser que o obtenhas. 

Há dias, enquanto conduzia, ouvi e tomei consciência dum trecho dos Coldplay:
"when you get what you want but not what you need"
Ontem no JdN apanhei:
"César Araújo propõe que 60% dos artigos consumidos sejam fabricados na Europa
...
Tudo tem de partir da consciência dos nossos governantes em Bruxelas. Não vale a pena só injetar dinheiro. A Europa tem de fazer um Plano Marshall e dizer que 60% dos produtos consumidos têm de ser manufaturados na Europa."
Isto é tão a conversa da APROLEP que até dói ...

Atentemos no que César Araújo dizia há meses:
"Vocacionada para a produção de vestuário para marcas da gama média-alta e luxo, a Calvelex exporta as cerca de 800 mil peças que fabrica anualmente para os quatro cantos do mundo, com enfoque especial na Europa e nos EUA.
...
Quais vão ser os principais mercados da Calvelex em 2018?
.
Vão ser toda a Europa, que é o nosso mercado doméstico, os EUA, o Canadá, a Coreia do Sul e o Japão."
Como é que um dirigente associativo no século XXI ainda vê a economia como um jogo de soma nula?

E se os países extra-europeus para onde exporta resolverem aplicar a receita que ele propõe para a Europa?

terça-feira, julho 14, 2020

E não tem mais nada para dizer?

Volta e meia escrevo aqui no blogue sobre os líderes associativos e a sua importância.

Acredito que as associações deveriam ser mais pragmáticas e exigentes no momento de escolherem o seu líder. 
Recordo:
"Como é que os dirigentes associativos mais mediatizados costumam reagir perante a mudança? Defendendo o passado e anatemizando a mudança" (daqui)
"Qual o papel do presidente de uma associação? Não é também o de ajudar os associados a agarrar o touro pelos cornos? Não é também o de sugerir alternativas? Não é também o de ser vanguarda?" (daqui) 
"Já por várias vezes escrevi aqui no blogue sobre a importância das associações empresariais serem lideradas por gente optimista, gente que consegue subir mais alto e ver mais longe, gente que em vez de defender o passado, tem como prioridade abraçar o futuro, conquistar o futuro, criar o futuro... mais, deviam ser refinados batoteiros, gente que não espera pelo futuro,  antes aspira a criá-lo, a construí-lo, a influenciá-lo.
.
Já por várias vezes escrevi aqui no blogue sobre as direcções de associações empresariais que estão tão preocupadas com a salvação do passado que não conseguem sentir as oportunidades do futuro. Por isso, escrevo que são associações em que os associados individualmente estão muito à frente do pensamento dos dirigentes associativos." (daqui
"O espírito de um sector industrial é um espelho do ambiente que os seus líderes associativos criam!!!" (daqui)
Hoje, antes do almoço comecei a ler "Lojas guardam coleções para vender em 2021" e parei estarrecido depois de:
"o presidente da Associação das Indústrias de Vestuário e Confeção (ANIVEC) explica que as marcas estão a “atirar a coleção primavera/verão para o próximo ano”, por estarem neste momento “cheios de stock” e não terem maneira de o escoar a preços favoráveis para o negócio. César Araújo diz ao jornal que esta opção dos comerciantes “só têm o impacto de capital – e para muitos nem será grande porque arrastaram os pagamentos às fábricas para mais meses”."
E não tem mais nada para dizer? 
E o impacte disto no futuro dos associados do grupo que dirige? E o impacte disto nas vendas dos associados?

Um dia, será criada uma associação de empresários que fazem o by-pass ao país, uma associação de empresários que não pensam em recorrer a apoios do estado, uma associação que se orgulhe de ter como membros empresários que colocam à entrada das suas unidades de produção o aviso: "se for ministro não entre!" Nessa altura será muito mais importante estar atento ao contexto e decidir em função dele, será muito mais importante futurizar, criar cenários, pensar o depois de amanhã. Ainda não estamos nesse dia.

 

"Making choices"

"You cannot treat the whole market as one. The market has never been  homogeneous and is becoming increasingly less so. People and businesses differ in how they value  a product, how they value different product attributes and in their spending power. Marketing is about segmentation and targeting, find what is relevant and important to different segments and deliver a version they are willing to pay for.
most interesting to me are the regions outside the diagonal band. Notice the holes in top left and bottom right. Just because holes exist in a  segmentation strategy it does not mean it must be targeted. What would the price look like for these two segments? Are there sizable number of  customers in these two segments? If yes can AT&T target them with more versions without confusing the “diagonal” customers?  Do these holes open up opportunities for competitors to enter the market? If yes, why didn’t AT&T choose not to go after these segments? What do they know that competitors don’t?
.
If marketing is about segmentation and targeting, strategy is about making choices – choices about how to effectively apply limited resources to maximize profit."
Trechos retirados de "One word – Versions

segunda-feira, julho 13, 2020

A importância da estratégia de uma organização

Ao longo dos anos tenho referido aqui no blogue a importância da gestão das empresas para explicar a variabilidade num mesmo sector económico de um país. Eis mais uma referência sobre o tema, "Leadership Matters: When, How Much, and How?":
"In summary, our research shows the following:

New CEOs often cause a significant, sustained change in performance. The companies of the top 20% of CEOs outperformed their sector by 9 percentage points per year over the course of their tenure, controlling for other factors, whereas the companies of the bottom 20% underperformed by 11 points.
The spread of CEO impact varies by strategic context. The gap between the most and the least successful CEOs is up to 9 points wider in fast-growing, technology-driven businesses than in slower-growing, more-regulated contexts.
The CEO effect tends to decline with scale. The performance spread caused by the CEO effect is greater among smaller firms (driven largely by a higher potential upside), but a significant spread exists in companies of all sizes.
Some actions are associated with CEO success across nearly all contexts. Top-performing CEOs are more likely to take a long-term approach to strategy, accelerate M&A activity, increase their company’s ESG scores, and pay more attention to diversity."
E a implicação disto, é a importância da estratégia de uma organização para os seus resultados, o.mais do que tudo o resto.

Disciplinar a inovação?

Quantas vezes me deparo com empresas que se queixam de que lançam muitos produtos novos, gastam muitos recursos, mas vêem poucos resultados. Eis uma ideia que pode ser aproveitada por empresas que precisam de disciplinar a sua inovação: "Innovation Project Scorecard: Evidence Trumps Opinion":

"Teams need to show hard evidence that a market exists and customers are interested (i.e. desirability), that the required infrastructure can be built and managed (i.e. feasibility), and evidence that the projected revenues and profits are not a fantasy (i.e. viability)."
Esta ferramenta pode ser adapatada a empresas em sectores tradicionais. 

domingo, julho 12, 2020

Torrar dinheiro de contribuintes

E quando o empreendedor é o estado... a decidir com o dinheiro dos bolsos dos contribuintes... estão a ver o perigo?
"Num país que dispõe já de 7.000 MW de potências intermitentes com FIT para um consumo de apenas 3.900 MW no vazio, o hidrogénio é a nova desculpa para se instalarem mais 2.000 MW de novas potências solares intermitentes com FIT. É o mundo ao contrário!

Em vez de se estancar o problema não atribuindo mais FIT a potências intermitentes, e fazendo com que o mercado se ajuste às disponibilidades de eletricidade aos melhores preços, promovem-se ainda mais potencias intermitentes com FIT para se resolver o problema das FIT através do hidrogénio.
...
Mesmo não estando disponível nenhuma tecnologia competitiva para produzir hidrogénio através da eletrólise da água, o documento que esteve em consulta pública aponta desde já para um investimento de 7.000 milhões de euros (!!!), e numa primeira fase este hidrogénio destinar-se-á exclusivamente ao mercado interno." (fonte)
Pois:
“One of us was shown a paper written by a well-known macroeconomist with considerable experience in central banks and finance ministries. The model showed that an inflation objective would be met, given the model, if the central bank announced today what interest rates would be at different dates for several years ahead. 25 The author of the paper was asked ‘So what insight do we gain from this model?’ The answer was that the numbers derived from the model should be the policy. That answer begins to make sense only if the economist believed that his model described ‘the world as it really is’. But a small-world model does not do that; its value lies in framing a problem to provide insights into the large-world problem facing the policy-maker and not in the pretence that it can provide precise quantitative guidance. You cannot derive a probability or a forecast or a policy recommendation from a model; the probability is meaningful, the forecast accurate or the policy recommendation well founded only within the context of the model .

Other disciplines seem more alive to this issue. The bridge builder or the aeronautics engineer, dealing with a much more firmly established body of knowledge, will wisely be sceptical of a quantitative answer which is not consistent with his or her prior experience. And our own experience in economics is that the most common explanation of a surprising result is that someone has made an “error. In finance, economics and business, models never describe ‘the world as it really is’. Informed judgement will always be required in understanding and interpreting the output of a model and in using it in any large-world situation.”

Trechos retirados de “Radical Uncertainty” de John Kay e Mervyn King

sábado, julho 11, 2020

Só escapa a agricultura

Eis o conjunto de sectores económicos que acompanho há vários anos e que uso para perceber como vão as PME e alguns incumbentes grandes.

Impressionante a evolução das exportações de peixe, -30% (não costumo incluir na tabela que analiso).

Um retrato que ilustra um novo "ano de 2009"

Promotor da concorrência imperfeita, dos monopólios informais e das rendas pornográficas

Em Julho de 2011 escrevi aqui:
"Os mercados não se regem por leis imortais, imutáveis, talhadas na pedra. Os mercados não existem, emergem, vão emergindo da relação entre os intervenientes. Mentes conservadoras podem crer que os mercados são como os reagentes de uma reacção química e que o tempo não os influencia, por mais vezes que se repita a experiência. Tolos!!! Os mercados são seres vivos que aprendem e desaprendem não podendo ser encarcerados numa lógica newtoniana"
Ontem, durante a caminhada matinal encontrei:
"And although Newtonian mechanics is not a description of ‘the world as it really is’, it is extremely useful in a wide variety of situations. It makes sense to live our lives under the assumption that physical laws hold and do not change, but it does not make sense to live our lives under the assumption that the world of human affairs is stationary."
Em Dezembro passado escrevi:
"Estão a ver aqueles que acreditam que os académicos, ou os políticos sabem quais as decisões a tomar para gerir uma empresa?
...
O salto sem rede! O abandono da navegação de cabotagem! Nadar na zona sem pé! Apostar no optimismo não documentado. Ah! "Following the bliss"."
Na mesma caminhada matinal encontrei:
"Although most profit opportunities have been taken, it is those that have not been taken which provide rewards to entrepreneurs and which drive innovation in technology and business practice. Paradoxically, the desire of the Chicago School to treat the economy as if markets were perfectly competitive [Moi ici: Promotor da concorrência imperfeita, dos monopólios informais e das rendas pornográficas] left it blind to the earlier Chicago insight which emphasised the capacity for innovation arising from the search for profit in an uncertain and constantly changing environment. The innovative success of a market economy does not result from individuals or firms trying to ‘optimise’ but from their attempts by trial and error to navigate a world of radical uncertainty. In practice, successful people work out how to cope with and manage uncertainty, not how to optimise."
Trechos retirados de “Radical Uncertainty” de John Kay e Mervyn King


sexta-feira, julho 10, 2020

Relevance, not quantity



You don't need to have a huge list of internal and external issues in the context analysis of your quality management system. You need to have a list of truly relevant issues. That is how ISO 9001:2015 uses the word determine, not identify.

Example from "Health and safety, environment and quality audits: a risk-based approach" from Stephen Asbury.

"stand for something"

Mais uma mensagem de Seth Godin:
"Most of the brands we truly care about stand for something. And the thing they stand for is unlikely to be, “whatever you want, we have it.” It’s also unlikely to be, “you can choose anyone and we’re anyone.
.
A meaningful specific can’t possibly please everyone. That’s the deal."
E a sua empresa... recorde Justin Bieber.

 
Trecho retirado de "“It might not be for you”

quinta-feira, julho 09, 2020

Pivoting

Um artigo sobre aquilo que é apanágio das organizações que vivem do seu esforço e não podem contar com amigos em lugares de poder para lhes facilitar a vida, "How Businesses Have Successfully Pivoted During the Pandemic":
"The reality of how companies are dealing with the crisis and preparing for the recovery tells a very different story, one of pivoting to business models conducive to short-term survival along with long-term resilience and growth. Pivoting is a lateral move that creates enough value for the customer and the firm to share."

An uncomfortable feeling

When you are auditing how an organization has treated its context analysis according to ISO 9001:2015,  you may conclude that the organization has answered to all requeriments and yet... feel some how uncomfortable with the exercise. An organization may tick all requirements and yet miss the most important.

I found this passage that I think applies to this feeling:
"As you will see, auditing is concerned with seeking to provide a level of confirmation (or assurance) that an organization has addressed reasonably foreseeable significant risks to its operations and to the achievement of its objectives with a suitable framework (or series of interconnected frameworks) for internal control.
...
Along with providing assurance for the present, auditing should also provide a future focused view of the suitability of this control framework(s) for the changing business environments of the months and years ahead. Information about the future is generally much more valuable to managers than information about the present or the past."
Sometimes it is not easy to communicate that feeling to the organization. You are an auditor not a consultant, and it is not easy to judge the strategic thinking skills of a top management team. 
Sometimes those that are not immersed in a specific situation, that don't live it daily are more aware of the background trends.
 
Passage from "Health and safety, environment and quality audits: a risk-based approach" from Stephen Asbury.
 

quarta-feira, julho 08, 2020

Não esqueçam dos aumentos da função pública para o ano

Quando a nossa visão pessimista 
é ultrapassada pelas previsões de outros mais institucionais:

O tal slogan parvo, o mais parvo de sempre.

Se o PIB cair 17% e se a despesa do estado é rígida, e se o estado já consumia 50% do PIB em 2019, como fica o peso do estado no PIB? Como fica o défice? Não esqueçam dos aumentos da função pública para o ano.




Comentadores e prognósticos

Uma destas noites estava a jantar e por azar a televisão estava ligada na RTP1. Então, aparece um comentador que eu julgava já estar reformado, Nicolau Santos.

Foi dele que me lembrei esta manhã ao ler:
"Few readers will be surprised that Tetlock learnt from his initial work that the forecasters in his sample were not very good; little better than a chimpanzee throwing darts. What is, perhaps, most surprising is that he found that the principal factor differentiating the good from the bad was how well known the forecaster was. The more prominent the individual concerned, the more often the forecaster is reported by the media, the more frequently consulted by politicians and business leaders, the less credence should be placed on that individual’s prognostications.
...
We both have the experience of dealing with researchers for radio and television programmes: if you profess an opinion that is unambiguous and – for preference – extreme, a car will be on its way to take you to the studio; if you suggest that the issue is complicated, they will thank you for your advice and offer to ring you back. They rarely do. People understandably like clear opinions but the truth is that many issues inescapably involve saying ‘on the one hand, but on the other’."
Trechos retirados de “Radical Uncertainty” de John Kay e Mervyn King 

terça-feira, julho 07, 2020

Um país de amadores

Ontem no jornal Público um artigo a puxar ao chauvinismo, "Empresas espanholas estão a assegurar 70% do mercado das obras públicas em Portugal".

Lembrei-me logo das ruinas ao lado do tanque de água para o gado, enquanto dançava o can-can:

As ruinas que mencionei neste postal e o esquema associado:
O artigo do Público começa assim:
"A tendência começou na época da troika, mas tem também sido validada pelo Tribunal de Contas: na altura de avaliar uma proposta de obra pública, as entidades adjudicantes devem dar predominância aos critérios objectivos, e impedir que os aspectos subjectivos tenham grande valor, de forma a aumentar a transparência e a evitar a corrupção. O critério preço será sempre um dos mais objectivos, pelo que a forma como ele é determinado é muito relevante.
...
A forma como o critério preço está a pesar nos concursos (no caso do último lançado pela Metro do Porto, o factor preço pesa 80% na análise das propostas) e aquilo que consideram ser uma estratégia das empresas estrangeiras em ganhar o mercado português regressa agora ao topo das preocupações das empresas portuguesas, que estão a ter dificuldades em ganhar os concursos."
Que conversa mais parola esta de "uma estratégia das empresas estrangeiras em ganhar o mercado português". Isto é o mesmo que as empresas do litoral fizeram às empresas do interior. Quando o negócio é preço ganha quem tiver maior dimensão, menores custos unitários, o resto é treta.

É assim que se faz a consolidação num sector de actividade. As empresas que competem pelo preço e que crescem mais depressa são as mais eficientes e isso, como ilustra o esquema acima, gera uma avalanche de mais vitórias para os vencedores, que vão crescendo cada vez mais e ficando cada vez mais competitivos.

Pensar que é "uma estratégia das empresas estrangeiras em ganhar o mercado português" é a mesma reacção parola de achar que os ingleses deviam ter cedido na lista em nome da mais velha aliança. 

Um país parolo.

"get out the squeeze box"

Um artigo para nos fazer pensar nas mudanças que estão em curso nestes tempos pós-Covid, "Why the crisis marks the end of the road for longstanding business lines":
"Segway will produce the last of the two-wheeled personal transporters after which the company was named. 
...
Its manufacturer now generates far more revenue from kick-scooters, e-skates and other “micro-mobility” products that threaten pedestrians’ pavement stroll.
...
Olympus agreed last month to sell its camera division, part of the group since 1936, following three consecutive years of operating losses. In May, General Electric finally announced the sale of its lightbulb business, which traced its history back to Thomas Edison’s invention. 
...
The onset of lockdown forced companies to take quick decisions, and accelerate pending changes. In the same way, as businesses enter a lengthier, but no less brutal, period of uncertainty, their owners, directors and executives are unlocking strategic changes that might otherwise have become bogged down by sentiment or inertia.[Moi ici: Ao ler isto fiquei a pensar nisto que li no mesmo número do FT de ontem "Spain signals furlough extension into 2021 for worst hit sectors". Quando não se é encostado às cordas não se faz o soul searching que leva a decisões corajosas. A borboleta que é ajudada a sair do casulo nunca consegue levantar voo
The buzzword, as ever, is focus. As I have noted before, it can be dangerous to sweep away old habits hastily, but numerous chief executives attest that the crisis is stripping away resistance to big corporate decisions.[Moi ici: O artigo continua com a Lixil, a empresa do CEO que falou do lockdown como a disguised blessing, continua com a BP e a ABB]
...
proceed in a “fact-based and unemotional manner”. If he does, it seems inevitable that ABB will put some of its “heritage brands” on the block in due course.

Plenty of companies now face questions of survival. Some may be forced into fire sales of assets. Those who are likely to succeed, though, will simply be speeding up a process of constant, cold-eyed assessment of their assets that was under way well before the pandemic incinerated their strategy plans.

Such companies, whether they realise it or not, are disciples of Peter Drucker’s philosophy of “systematic abandonment”, which the management thinker considered to be a prerequisite for future growth. Every two or three years, Drucker advised, executives should ask themselves: “If we did not already produce this product line or did not already serve this market, would we now, knowing what we know now, go into it?”
...
[Moi ici: E dedicado aos não fanáticos, a maioria na qual não me incluo, que apoiam o ministro Pedro Nuno Santos na aquisição da TAP por questões ideológico-sentimentais, este último trecho] Knowing what we know now, clinging on to underperforming businesses merely for emotional or historical reasons is unwise. It is time for executives to get out the squeeze box and start playing."