terça-feira, julho 07, 2020

Um país de amadores

Ontem no jornal Público um artigo a puxar ao chauvinismo, "Empresas espanholas estão a assegurar 70% do mercado das obras públicas em Portugal".

Lembrei-me logo das ruinas ao lado do tanque de água para o gado, enquanto dançava o can-can:

As ruinas que mencionei neste postal e o esquema associado:
O artigo do Público começa assim:
"A tendência começou na época da troika, mas tem também sido validada pelo Tribunal de Contas: na altura de avaliar uma proposta de obra pública, as entidades adjudicantes devem dar predominância aos critérios objectivos, e impedir que os aspectos subjectivos tenham grande valor, de forma a aumentar a transparência e a evitar a corrupção. O critério preço será sempre um dos mais objectivos, pelo que a forma como ele é determinado é muito relevante.
...
A forma como o critério preço está a pesar nos concursos (no caso do último lançado pela Metro do Porto, o factor preço pesa 80% na análise das propostas) e aquilo que consideram ser uma estratégia das empresas estrangeiras em ganhar o mercado português regressa agora ao topo das preocupações das empresas portuguesas, que estão a ter dificuldades em ganhar os concursos."
Que conversa mais parola esta de "uma estratégia das empresas estrangeiras em ganhar o mercado português". Isto é o mesmo que as empresas do litoral fizeram às empresas do interior. Quando o negócio é preço ganha quem tiver maior dimensão, menores custos unitários, o resto é treta.

É assim que se faz a consolidação num sector de actividade. As empresas que competem pelo preço e que crescem mais depressa são as mais eficientes e isso, como ilustra o esquema acima, gera uma avalanche de mais vitórias para os vencedores, que vão crescendo cada vez mais e ficando cada vez mais competitivos.

Pensar que é "uma estratégia das empresas estrangeiras em ganhar o mercado português" é a mesma reacção parola de achar que os ingleses deviam ter cedido na lista em nome da mais velha aliança. 

Um país parolo.

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