Esta manhã, num aparte no final de uma reunião, comentei que há uns anos tinha vergonha das "engenharias" que os governos portugueses faziam, quando falava com estrangeiros no âmbito da minha actividade profissional. Agora, leio o FT e o The Times e encontro níveis que em Portugal nunca chegaram a ser atingidos.
Hoje no The Times li "How Rachel Reeves has frozen the economy", mais um exemplo de continuar a cavar o buraco. Isto é sobre Inglaterra, mas dá para ver o impacte da nossa tradicional "estabilidade fiscal".
"For the past 12 months there has been just one main topic of conversation: 'that budget!"
"I had people come up to me the day after the budget and ask, is my job safe?"
"At the moment, we're just treading water. That means no more hiring and no upgrades."
A ideia central: o impacto não foi imediato em demissões, mas sim em congelamento de decisões empresariais.
"Her first budget struck at the heart of their life's work: the plan to pass on a thriving company to their children."
"Subjecting any business worth more than £1 million to a charge of 20 per cent."
"The dividend payment needed to allow an owner to pay up IHT will be taxed at 40 per cent."
Isto afecta empresas que não têm liquidez imediata; muitas têm capital imobilizado em activos, maquinaria ou imóveis - não em cash.
"I have spent hours and hours talking to solicitors and accountants about all this."
"All the advice from professionals is 'sell it, get out!"
"He has spent 'tens of thousands' on lawyers and accountants."
O foco mudou de estratégia de crescimento para sobrevivência administrativa.
"Should work unless they change all the rules again."
"There's no point being ambitious in this environment."
"You have to hold cash back ... apart from what we call efficiency gains."
Empresas entram numa postura defensiva, sem planos de expansão, porque não conseguem prever as regras fiscais.
Se queremos economias vibrantes, inovadoras e capazes de competir num mundo exigente, então é preciso que o poder político tenha a coragem que tantas vezes exige aos empresários: disciplina, contenção, longo prazo e responsabilidade pelas consequências.
Sem essa disciplina, qualquer orçamento transforma-se num travão ao futuro em vez de ser um convite à criação de riqueza.
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