"“Enquanto maior confederação empresarial do país, a CIP assume-se, não só como uma mobilizadora das empresas, mas também como um parceiro do Governo em políticas públicas que aumentem a produtividade e a competitividade da economia portuguesa”.
Para tal, o presidente da CIP considera decisivo simplificar os procedimentos que o Estado exige aos cidadãos e às empresas. “A desburocratização é um dos esteios do Pacto Social”, sublinha na nota."
Claro. A diferença de produtividade entre Portugal e a média europeia, resultado de décadas de investimento desigual, fraca especialização tecnológica, escala reduzida e tecido empresarial fragmentado, vai certamente desaparecer assim que preenchermos menos formulários.
Basta eliminar uns carimbos e umas assinaturas redundantes, e voilà, a produtividade nacional dispara. O problema não era capital humano, nem inovação, nem estrutura produtiva — era o tempo perdido ao balcão.
Talvez o verdadeiro milagre português esteja, afinal, escondido no Simplex.
Com estes discursos, fala-se de um tema importante (a produtividade), avança-se com uma solução ao estilo do ambiente para políticos, haverá sempre desculpas para culpar outros pela sua não implementação, garantem-se uns programas financiados, talvez à boleia da magia da IA, e evita-se tocar no elefante no meio da sala: dizer aos empresários (aka DVD leadership team) que a sua festa de Natal foi uma porcaria.
Imaginem um jornalista a fazer perguntas e a pedir que lhe desenhassem um roteiro para ir da baixa produtividade para a média europeia como consequência da redução da burocracia... este país não é sério.
Não sei o que é pior: viver a impostura de quem finge saber ou a inocência de quem ignora até a própria ignorância.
Imaginem um "terrorista" convidado para declamar um panegírico durante a cerimónia, começar a disparar verdades inconvenientes, como as que Alexandre Relvas não conhece, ou números que nos deviam mostrar que não é por causa da burocracia. Ainda acabava a fazer a apologia da destruição criativa, ganhava um Nobel, mas era preso por perturbar a paz dos cemitérios.
Hoje, Sábado, pesquiso no Google se há alguma notícia sobre o evento após a sua realização... sintomático que não apareça nada. Parece que as Relações Públicas só trabalharam para o "Até à cerimónia" e esqueceram-se do "Depois da cerimónia".
Trecho retirado de "CIP celebra 50 anos com novo logo e "novo ciclo" com mais "instrumentos" para a competividade das empresas"
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