terça-feira, novembro 04, 2025

A produtividade continua a evoluir a passo de caracol

A propósito desta "Economia numa imagem - Na última década, os bens e serviços intensivos em tecnologia e conhecimento foram os que mais contribuíram para o ganho de quota das exportações portuguesas na UE" por um lado temos:
"Os bens de alta tecnologia e os serviços de alta tecnologia ou intensivos em conhecimento representaram mais de 60% do ganho de quota na última década: o contributo dos bens de alta tecnologia foi de 5,2 pp e o dos serviços de alta tecnologia e/ou intensivos em conhecimento de 5,0 pp."

Vamos ao lado positivo: As exportações portuguesas aumentaram em valor e ganharam quota de mercado internacional, sobretudo em bens e serviços de média-alta e alta tecnologia (por exemplo, maquinaria eléctrica, produtos farmacêuticos e TIC). Observa-se uma mudança gradual na estrutura exportadora, menos dependente de sectores tradicionais, como o têxtil e o calçado.

Portugal conseguiu crescer mais rapidamente do que o comércio mundial em alguns segmentos, demonstrando capacidade de adaptação e de melhoria da competitividade externa. 

Agora o lado negativo: Apesar da melhoria nas exportações de sectores mais sofisticados, a produtividade total da economia continua a crescer lentamente. 

O avanço das exportações não se traduz automaticamente em aumentos de produtividade, pois muitas empresas exportadoras operam com baixo valor acrescentado e integração limitada em cadeias de valor globais. A competitividade continua, em muitos casos, baseada em custos e não em diferenciação.

Recordo o que temos quando temos competitividade sem produtividade:


O crescimento do turismo não contribui significativamente para o aumento da produtividade agregada, pois é um sector intensivo em trabalho, com baixo valor acrescentado por hora e com fraca incorporação tecnológica.

Assim, a evolução referida pelo BdP evidencia sucesso comercial, mas não progresso estrutural. Em termos económicos, significa que Portugal ganha quota de mercado em setores de baixa intensidade tecnológica, o que limita o potencial de convergência da produtividade com a média europeia.

Daqui:

"Annual labour productivity growth in Portugal over the past ten years is at 0.4%, below the OECD regional average of 0.9%. The strongest labour productivity growth is observed in Centro at 1.3% annual growth, and the weakest in Algarve where labour productivity fell by 0.5% annually."[Moi ici: Será que está relacionado com a massificação associada aos imigrantes como trabalhadores baratos?]

Temos de ter marcas no B2B para suportar preços mais elevados nas nossas exportações.

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