sábado, julho 22, 2017

Froome!!!


Je suis dejá avec des "saudades".

By-pass ao Estado

Há anos que aviso e aconselho as PME a fazer o by-pass ao Estado e ao país. Portugal é um local onde a política interfere demasiado na economia.

Nem de propósito:
"A recent BCG Henderson Institute analysis applying natural language processing (NLP) to S&P 500 companies’ investor communications shows that many executives now devote more attention to reacting to and shaping political and economic issues.
 This is not a surprise. Political and regulatory intervention and economic volatility do not generally help profits."
Como não recordar o apelo por cá, das associações patronais e empresariais, a pedirem mais intervenção do Estado.

Trecho retirado de "The Business of Business Is No Longer Just Business"

Acerca dos sistemas adaptativos complexos

"Biological thinking matters for several important reasons: First, in complex adaptive systems, there is no single formula or framework that always works. In fact, the very defiance of formulaic problem solving is what makes CAS management so challenging initially. It’s not possible to articulate before the fact how best to intervene in a given situation.[Moi ici: Leram bem? Voltem a ler! Recordar os que nos media dizem que o governo de turno devia dizer o que as empresas deviam fazer para terem sucesso]
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Second, actions that work in CASs do not make sense except in light of biological thinking. Mechanical management remains alluring precisely because it relies on a familiar and shared protocol for sense making: it focuses on measurable outcomes such as efficiency and profitability; it makes initiatives easy to explain; and it gives managers a sense of control. [Moi ici: Tão verdade!!! Era o que aqui o José Silva tolerou chamar-se de optimismo não fundamentado. É o que aqui sublinhámos com o exemplo da Viarco.] Biological management stops being counterintuitive only when business leaders adopt a new managerial worldview.
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Third, managing businesses successfully in today’s environment involves new goals rather than just new problem-solving tools. In other words, businesses need a new what as well as a new how: for instance, surviving, in addition to winning; maximizing value for others, as well as for oneself; and prioritizing learning, as well as optimizing short-term performance. [Moi ici: A maior parte dos que pensam em automatização estão a pensar no mesmo what com um diferente how.] These new goals can be embraced only when businesses adopt biological thinking."
 Muito bom!!!

Trechos retirados de "Think Biologically: Messy Management for a Complex World"

Sindicatos. “É um absurdo” proibir o corte de árvores durante 15 anos

Com base numa ideia do @joaomiranda no Twitter:


A propósito de "Sindicatos. “É um absurdo” proibir a pesca da sardinha durante 15 anos"

sexta-feira, julho 21, 2017

Curiosidade do dia

"Entre 35 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), Portugal ficou em 33º lugar na competitividade fiscal. Pior do que Portugal, só Itália e França."
Deprimentemente impressionante.

Trecho retirado de "OCDE: Portugal é o 33º país menos competitivo em políticas fiscais"

The world is more complex

"Adapt approaches in response to changing circumstances. One of the traps of mechanical management is the tendency to seek universal and permanent solutions to complex problems. Processes and procedures are alluring, especially in large organizations, because they seem to be ways to tame complexity by dividing problems into simple tasks that can then be managed separately and predictably repeated. The problem is that the world is more complex than these static universal processes acknowledge — and even if they work for a while, they inevitably become stale and outdated as the environment changes.
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In a complex world, there is no universal formula for problem solving. So what should managers do? Their best bet is to iteratively conduct small, low-cost experiments that can then be scaled up or down on the basis of their relative success.
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This mode of problem solving through constant experimentation needs the right organizational enablers. Individual teams require the autonomy to run experiments with minimal hierarchical direction, because worthwhile ideas and initiatives often spring from individuals closest to the front line. Moreover, they need to be empowered to take full advantage of the experimental learnings. At Intuit, teams running experiments often have embedded data scientists to help them draw rigorous conclusions from their trials. Finally, teams require a culture that prioritizes learning over immediate profitability or efficiency. Experiments are not valuable unless there is a legitimate chance of failure, so businesses must help teams and individuals become bold enough to attempt such risky experiments."
Trechos retirados de "Think Biologically: Messy Management for a Complex World"

Não acredito nestas relações simplistas

Há tempos neste postal, "Reconfiguração", sublinhei:
"Poised to take off in the late 1800s, electricity flopped as a source of mechanical power with almost no impact at all on 19th-century manufacturing. By 1900, electric motors were providing less than 5 per cent of mechanical drive power in American factories.
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Productivity finally surged in US manufacturing only in the 1920s. The reason for the 30-year delay? The new electric motors only worked well when everything else changed too. Steam-powered factories had delivered power through awe-inspiring driveshafts, secondary shafts, belts, belt towers, and thousands of drip-oilers. The early efforts to introduce electricity merely replaced the single huge engine with a similarly large electric motor. Results were disappointing."
Quando se fala sobre robotização julgo que falta também fazer algum tipo de reconfiguração mental. A maior parte das vezes que leio ou oiço sobre robotização recordo a técnica de manter x variáveis constantes e variar apenas uma:
"Bah... eu aprendi a fazer isto desde a escola primária… 7 variáveis: manter 6 constantes e mudar uma delas. E depois repetir para outra variável e assim sucessivamente.
Vantagens deste método:
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Poucas experiências
Método simples e intuitivo (usado desde a escola primária)
À medida que avançamos na realização das experiências vamos descobrindo coisas acerca do sistema
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Desvantagens deste método:
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Muito sensível a erros experimentais, para remediar usam-se mais amostras, ou seja, repetem-se os testes, o que aumenta o número de testes
Ignora a interacção entre variáveis
Leva a experiências pouco estruturadas"
Quando li "Robótica. A tecnologia que vai revolucionar o mercado de trabalho" a minha mente transformou-se num turbilhão de ideias acerca das interacções.

O texto relaciona robótica e menos emprego. Eu relaciono robótica e menos flexibilidade. Basta recordar:
"In principle, the production of virtually any component or assembly operation could be robotized and moved to high-wage countries—but only so long as demand is great enough, and design specifications stable enough, to justify huge scale and hundreds of millions, if not billions, in upfront investments."
Basta recordar porque é que a VW declinou o pedido inicial da Deutsche Post, ou porque é que a Toyota e a Mercedes estão a reduzir a automatização.

O que digo aqui sobre Mongo? Mais variedade, mais tribos, mais flexibilidade, mais rapidez, ... menos friendly para gigantes e mais pro-independentes.

Assim, não acredito nestas relações simplistas entre robotização e emprego porque descuram o impacte de Mongo no perfil das empresas e da procura.

Um clássico

Um clássico deste blogue e deste anónimo da província.

De um lado o canto da sereia da eficiência. Afinal que mal é que a eficiência pode trazer?

Mintzberg também coloca a interrogação e também responde "What could possibly be wrong with “efficiency”? Plenty."

A eficiência é má? A minha resposta é: A eficiência não é boa intrinsecamente. Quando os governos constroem hospitais-cidade para aumentarem a eficiência, ou agrupamentos escolares-cidade para aumentarem a eficiência... estão a criar monstros que não vão ser capazes de cumprir a sua missão.

E quem é avaliado pela eficiência fica em rota de colisão com a direcção de Mongo para a flexibilidade e variedade.

Para enquadrar a coisa (parte II)

Parte I.

Quem não ouviu no último ano conversas sobre o perigo do alojamento local?

Quem não ouviu queixas dos incumbentes do sector da hotelaria acerca da deslealdade do alojamento local?

Conhecem esta personagem?
Dastardly nunca ganhava uma corrida porque estava mais preocupado com o sucesso dos outros do que com a sua própria corrida.

Qual o impacte do Alojamento Local nos preços da hotelaria tradicional no último ano?
Uma ilustração prática do que são diferentes segmentos de clientes, diferentes posicionamentos.

Uma espécie de rouxinóis de McArthur:


Viver e deixar viver.


quinta-feira, julho 20, 2017

Curiosidade do dia

PSG continua a afundar-se na minha consideração (e não precisa dela para nada) a propósito de:
"Se o BES tivesse tido uma injeção de capital de cinco mil milhões de euros, hoje estaria são como um pero."
 .
Pedro Santos Guerreiro, Expresso, 15 de Julho de 2017
Bem visto por Joaquim Aguiar:
"Nos assuntos da ética e da moral, não pode haver absolvição e perdão sem que tenha havido confissão e arrependimento. A confissão é necessária para que se fique a saber qual foi o processo que conduziu à falta, à culpa ou ao crime. O arrependimento é o complemento da confissão, é o reconhecimento de que o que se fez não tinha justificação.
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Uma injecção (mesmo de capital) não resolve uma doença terminal. Onde ninguém confessa nem se arrepende não se muda de vida e o que ressuscitar será igual ao que morreu. O que aconteceu no BES (e na CGD) é o mesmo que aconteceu na política e na economia. E não poderia deixar de ser assim. Os erros de estratégia na função política geraram os erros de avaliação (ou de ocultação) do risco na função financeira, e a cumplicidade interessada dos políticos foi premiada com a colaboração empenhada dos banqueiros.
...
Se o BES tivesse tido uma injecção de capital (e até teve), estaria hoje ainda mais doente do que já estava, porque ninguém confessou ou se arrependeu. E se há sempre um paquete que leva a mala com as notas, o que tem de se procurar é quem é o dono do dinheiro que vai na mala. É ele quem comanda, para bem ou para mal, a dinâmica da política e da economia." 
Trechos retirados de "Para além de bem e mal"

Um exemplo de Mongo

Um exemplo de como Mongo vai permitir muito mais oportunidades para independentes: "This entrepreneur bootstrapped a sneaker business for celebs and high-end stores".

A aposta na customização, a aposta na diferenciação.

"identify their pain points"

Um bom conselho:
"Niches
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Is there a particular unserved industry segment that is not currently being served by the existing offerings? If so, how can you connect with them on a real, meaningful and even emotional level?
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In the end, success rarely comes from price battles for new entrants. Instead, look closely at your industry and target market, identify their pain points and decide how you can add value.
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If you can do that, customer will come regardless of price."
Trecho retirado de "How Startups Can Compete and Succeed Beyond Price"

Um aviso: everybody on the inside buys into the bullshit

"“You know who should have invented Airbnb? Marriott Hotels,” says Black, starting a strange metaphor. “But they didn’t, because they’re so far up their own ass in the micro of running hotels that they could never, ever see outside of where they are. So, change instead comes from some eggheads down in Silicon Valley.”
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“Disruption never comes from within. Every disruption is caused from the outside because everybody on the inside buys into the bullshit.”
...
Disruption happens when an outsider doesn’t follow the same practices, develops new ones, and competes differently; changing the game in their favor."
Trecho retirado de "Disruption Never Comes From Within"

Para enquadrar a coisa

O turismo cresceu em Portugal nos últimos 12 meses?

Parece uma pergunta redundante. Toda a gente vê, e muitos algo levianamente até se queixam do aumento do turismo.

Mais turistas implicam mais emprego. Se não for emprego no alojamento tradicional (apesar de tudo o que dizem do excesso de alojamento local as dormidas no sector tradicional do turismo cresceram 10% no último trimestre) será na restauração.

Agora comparem, segundos os últimos números do IEFP, a redução do desemprego no sector de "Alojamento, restauração e similares" com o resto da economia:
Se falarmos em valores absolutos:

  • mete-me medo o peso do imobiliário
  • mete-me muito medo que num ano o sector "Admin. pública, educação, atividades de saúde e apoio social" tenha criado mais emprego que o "Alojamento, restauração e similares".




quarta-feira, julho 19, 2017

Curiosidade do dia

Quando escrevo aqui que tenho medo das políticas fragilistas é, também, por causa disto:
"Está a dizer que estamos pior que em 2008? Sim. Se analisarmos um gráfico de crescimento da dívida americana a partir dos anos 80 parece os Alpes! A atitude paternalista do Governo e da Reserva Federal perante as várias crises levou os gestores e investidores do sector financeiro a acreditar que os decisores políticos e os reguladores da actividade bancária adoptariam idêntica orientação em futuras situações, levando-os a reforçar a componente de risco, emitindo dívida cujo produto aplicavam em investimentos especulativos nos mercados de capitais. Esta orientação não mais parou levando a um aumento em exponencial do endividamento do sector financeiro, às sucessivas bolhas especulativas com as consequências que agora se conhecem.
Acresce que o peso dos depósitos nos balanços dos bancos dos EUA decresceu muito, o que aumenta consideravelmente o risco.
...
A bolha vai rebentar? Quando? Não se sabe. Tanto pode ser amanhã ou em breve. Há mil razões para isto estoirar: a crise no Qatar com o Médio Oriente, a volatilidade das relações externas de Trump, o descrédito em relação à politica económica de Trump, por exemplo. É uma bolha gigante que envolve uma sobrevalorização do mercado de acções americano. O índice S&P500 apresenta neste momento um rácio (CAPE) de 30 vezes, ou seja, o valor do índice é cerca de 30 vezes o resultado médio por acção ajustado pela inflação, o que corresponde a um desvio de cerca de 80% acima da média. Quando rebentar, será tanto para as empresas boas como para as más. Só se safa quem esteja em activos que possa mobilizar de forma independente."
Trechos retirados de "Hugo O'Neill: "Esta bolha é pior do que 2008. E pode rebentar hoje""

Incerteza

Três notícias relacionadas:

Esta semana numa empresa ouvi a previsão, com alguma certeza, de que o preço do petróleo vai aumentar nos próximos anos por causa da China. No entanto, vejo alguma incerteza nessa previsão.

Anónimo da província rules!

Um tema que refiro aqui há anos no blogue: cuidado com a mentalidade da física newtoniana aplicada à economia:
"It’s no mystery why the data used by economists and other social scientists so rarely throws up incontestable answers: it is human data. Unlike people, subatomic particles don’t lie on opinion surveys or change their minds about things. Mindful of that difference, at his own presidential address to the American Economic Association nearly a half-century ago, another Nobel laureate, Wassily Leontief, struck a modest tone. He reminded his audience that the data used by economists differed greatly from that used by physicists or biologists. For the latter, he cautioned, “the magnitude of most parameters is practically constant”, whereas the observations in economics were constantly changing.
...
Leontief wanted economists to spend more time getting to know their data, and less time in mathematical modelling. However, as he ruefully admitted, the trend was already going in the opposite direction. Today, the economist who wanders into a village to get a deeper sense of what the data reveals is a rare creature.[Moi ici: Por isso é que este anónimo da província bate nas suas previsões os Sarumans mediáticos fechados nas suas torres de marfim com os seus modelos matemáticos desenvolvidos para a realidade de há 15/20 anos]
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 ideas in economics can go in and out of fashion. The progress of science is generally linear. As new research confirms or replaces existing theories, one generation builds upon the next. Economics, however, moves in cycles. A given doctrine can rise, fall and then later rise again.[Moi ici: Estratégias que resultam num dado período tornam-se tóxicas num período seguinte para renascerem mais tarde. Um dos meus receios actuais, que muitas PME optem por voltar ao preço como o principal factor competitivo, por causa do reshoring massivo.]
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Noting that pure theory was making economics more remote from day-to-day reality, he said the problem lay in “the palpable inadequacy of the scientific means” of using mathematical approaches to address mundane concerns. So much time went into model-construction that the assumptions on which the models were based became an afterthought.
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Leontief thought that economics departments were increasingly hiring and promoting young economists who wanted to build pure models with little empirical relevance. Even when they did empirical analysis, Leontief said economists seldom took any interest in the meaning or value of their data."
 Trechos retirados de "How economics became a religion"

Um tema que se vai tornar cada vez mais frequente

Um tema que se vai tornar cada vez mais frequente nas conversas dos gestores portugueses: "Indústria campeã das exportações precisa de 20 mil trabalhadores"

Ainda ontem a caminho de São João da Madeira, de manhã muito cedo, apanhei à minha frente na auto-estrada uma carrinha de caixa aberta carregada até mais não de reservatórios metálicos. Pensei logo:
- Ali vai mais um investimento!

O artigo referido nomeia 3 ou 4 projectos grandes. No entanto, convém não esquecer os milhares de girassóis anónimos a florescer por todo o país.

Num outro registo: até que ponto mais tarde ou mais cedo a indústria vai ter de equacionar para a formação o que em tempos aqui equacionei para o recrutamento de desempregados?

Até que ponto é função do Estado formar estes trabalhadores?
Até que ponto o Estado consegue prestar este serviço?
Até que ponto o Estado está a prestar um serviço desfasado da realidade das empresas? Recordo as alterações que a Deutsch Post fez na construção de um veículo:
"We designed it as a tool. So the fit and finish does not need to be as good as in a passenger car,"
Se calhar a indústria precisa de algo mais específico e focado e menos "kitado".

"So, if price isn’t the problem, what is?"

Um bom texto, "Is Price Killing Your Sale? Think Again!", para reflectir:
"Ask most sales reps the reason they lost their last sale and they will most likely say; “price, the competition undercut me to win the business”. Price is easy to blame and sometimes it really is the culprit, but, more often than not, it is not the problem. In fact, our research has shown that salespeople blame price far more frequently for a buying decision than buyers do. So, if price isn’t the problem, what is?"

segunda-feira, julho 17, 2017

"you need to enter their personal story"

"Your customers care a whole lot more about themselves than they care about your products or your messages.  That’s why your marketing and sales communications shouldn’t focus on your products.  They should focus on your customers.
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Every person you come in contact with greets you with a rich personal narrative going on in their mind, not a blank slate. If you want to get their attention and have them value the encounter, you need to enter their personal story, not force them into your story."
Como não recordar:
"Come and win with us" vs "Let us win with you"
Trechos retirados de "It’s not about Michael Jordan. It’s about you."