sábado, março 05, 2016

Curiosidade do dia

Ontem no Twitter o @icy chamou-me a atenção pra um tweet do @vlfig:
O texto é sobre a cultura nas empresas mas pensei logo nos engenheiros sociais que proliferam neste país: políticos, comentadores e jornalistas que querem construir um país novo com homens novos e uma cultura importada sabe-se lá de onde:
"Cargo "Cult"ure: Imitation can be Suicide"
BINGO!!!


Números ... megafones ou ignorantes?

Tanta gente que seguiu Humanidades no 10º ano de escolaridade para fugir à Matemática e que, depois, acaba sempre a fazer truques com os números e a não perceber que algo não bate certo.
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Hoje leio "Carris e Metro perderam 65 milhões de passageiros entre 2009 e 2013".
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Não me esqueço de ter lido em 2013 "2012. Carris e Metro perdem 75 milhões de passageiros".
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Algo não bate certo.
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Ninguém investiga, ninguém tem base de dados, ninguém faz contraditório, ninguém se prepara... megafones apenas ou desconhecimento básico das quatro operações da Matemática?
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A economia das experiências em toda a sua glória

Percebi recentemente que a moda dos jeeps está completamente in e as marcas marimbam-se para a diferenciação e diluem-se saltando para o comboio em andamento do "eu também".
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O que faz a marca original de jeeps?
"The Jeep Mud Masks  "contain exactly what a true offroad adventurer is missing in the city: 100 percent real dirt, as an expression of the desire to escape the daily grind and search for new adventures far off the beaten track,""
Uma brincadeira...

Trecho e imagem retirada de "Jeep Is Making Limited-Edition Mud Masks for Adventure-Deprived City Jeeps Bringing the off-road to the on-roaders By Tim Nudd"

Mongo e o futuro do trabalho

Acompanho com atenção o que Esko Kilpi escreve no Twitter e fora dele. Ontem, resumiu, no Twitter, um workshop sobre o futuro do trabalho desta forma:
"By 2045 one-third of the workforce could be self-employed
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The most important change is that people are finding a way to keep working in a meaningful way beyond the traditional retirement age
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70% of the people who have become self-employed during the past three years are over 50 years old
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The personal finance industry (banks) is decades out of date in accommodating these changes
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Profound changes in the way we work are far outstripping the the ability of political parties to respond
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1/ We have to become better at finding customers and handling our personal finances
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2/ we have to understand that we don’t live in a world of  employers and employees any more
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3/ We have to understand the world of running a business better because we are going to run one, however small, at one time or another
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We are so attached to the idea of getting and keeping a job that we don’t grasp the scale and speed of changes with which work is changing
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Many of the people who become self-employed are in effect under-employed. They are working fewer hours than the they would like
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The drivers that have not been understood: the shift to services means much less predictability than in manufacturing
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The growing service industries need flexible labour. The shrinking ones are based on predictability and fixed labor
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Work is getting more creative. In creative and cultural industries it is normal for people to work for themselves and not for an employer."
Conseguem imaginar como muitos deputados classificariam estas afirmações?
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Conseguem relacionar estas afirmações e colocá-las no retrato do mundo económico do futuro a que chamo de Mongo?

Aprenda a duvidar dos media (parte XXI)

Parte I, parte IIparte IIIparte IVparte Vparte VIparte VIIparte VIIIparte IXparte Xparte XIparte XIIparte XIIIparte XIVparte XVparte XVIparte XVIIparte XVIIIparte XIX e parte XX.
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Espero que esta lista de comentadores, de jornalistas, de políticos, de gurus económicos de bancada, sirva de exemplo para a necessidade de dupla precaução perante o que os media nos despejam sem investigação, sem contraditório, pleno de superficialidade, acerca da evolução económica do país.
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Economia não é Física

E o vector tempo é fundamental. Recordar:

Onde se pode ler:
"Ao contrário da ciência clássica, a economia é uma ciência que depende do tempo, tal como no futebol, o que é verdade hoje amanhã é mentira. O que é verdade numa época fica obsoleto no momento seguinte."



sexta-feira, março 04, 2016

Curiosidade do dia

Este artigo "Protozoa Could Be Controlling Your Brain", pode explicar a actuação de muitos fragilistas que nos desgovernam:
"Some protozoa infect the brain of their host, shaping its behavior in ways most suited to the pathogen, even if it leads to the suicide of the host"
Recordar o paralelismo que faço entre a biologia e a economia.

A grande evolução

A propósito de "Têxtil Nortenha exporta tudo, factura 9,5 milhões e emprega 100 pessoas" saliento:
"A Têxtil Nortenha, que chegou a empregar mais de mil pessoas e a facturar perto de 50 milhões de euros, dobrou o cabo das tormentas do sector e passou a dedicar-se em exclusivo à exportação. Tem 100 trabalhadores e facturou 9,5 milhões de euros no ano passado."
Vamos simplificar e usar mil pessoas para uma facturação de 50 milhões de euros: facturação por trabalhador de 50 000 euros.
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Em 2015 facturação por trabalhador de 95 000 euros.
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Esta foi a grande evolução do têxtil em Portugal na última década.

E a sua empresa, em que campeonato está?

"The reality is that the Internet has done more than create the potential for simple price comparison – it has unshackled shoppers from the tyranny of ‘one size fits all’. Shoppers are free break up their shop and spend their time and money where they get value. The discounter may happily supply those categories that the shopper cares little for, an online specialist perhaps to pick up something unique and interesting, and a high street specialist for a category where expertize and service are desired.
...
What is both challenging and exciting about this for the consumer goods and retail businesses is that this won’t be the same for everyone. Over simplifications such as ‘shoppers are driven by price’ are simply not good enough and not true. Shoppers are people, and are far more complex. Price might be all I care about when it comes to buying shampoo, but for coffee I’m a little more discerning, for example. But some of my colleagues would be the exact opposite. The challenge for consumer marketers, shopper marketers and trade marketers is to recognize this. Not to try and be all things to every shopper, however. Rather, to focus on the consumers that are key. To focus on the shoppers that will be key to driving future sales and profit, and to build an understanding of how these target shoppers use different channels for different categories. Generic models and generalizations simply won’t help your brand or store win."
E a sua empresa em que campeonato está?
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Confesso que quando leio estas explicações para uma evolução menos positiva das vendas:


Fico sempre a pensar se não haverá demasiada superficialidade ao culpar o poder de compra.

Trechos retirados de "Changes in Shopper Behavior Driven By More Than Price"

Uma estratégia que merecia ser estudada pelas PME

Se há coisa que acho risível é ver tentativas de usar exemplos de corporações americanas para formar gestores de PME portuguesas.
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A Lego não é uma PME, a LEGO é uma empresa grande. No entanto, tem uma estratégia que merecia ser estudada pelas PME. Este resultado "Lucro vs quota de mercado" deve servir para estimular a pesquisa:

"Sobre a “fórmula Lego”, o Financial Times (FT) dá a receita: pega-se num quilo de plástico que custa menos que um dólar, transforma-se em conjuntos de peças baseadas na saga Star Wars ou Hobbit e apresenta-se depois o produto ao consumidor final, por aproximadamente 75 dólares por quilo."


O sucesso desta nova vida da Lego surge depois da empresa perder a protecção das patentes, depois dos genéricos invadirem o mercado.
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Como é que a sua PME pode aproveitar este caso para se iniciar na via da co-criação de valor, na via da subjectividade do valor, na via do pricing baseado no valor? 

Aprenda a duvidar dos media (parte XX)

Parte I, parte IIparte IIIparte IVparte Vparte VIparte VIIparte VIIIparte IXparte Xparte XIparte XIIparte XIIIparte XIVparte XVparte XVIparte XVIIparte XVIII e parte XIX.


Entretanto a evolução do PIB:

quinta-feira, março 03, 2016

Lucro vs quotade mercado

Impressionante!
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A Lego, depois de perder as patentes, depois de uma experiência de quase-morte, quando resolveu deixar de olhar para a eficiência, de olhar para o denominador ... descobriu que o valor não resulta de uma folha de cálculo mas é um sentimento.
"Denmark’s Lego A/S reported a 31% increase in full-year net profit on strong revenue growth,
...
The closely held toy maker said net profit came to 9.2 billion Danish kroner in 2015 ($1.34 billion), compared with 7.0 billion kroner in 2014. Revenue jumped 25% to 35.8 billion kroner, while operating profit grew 26% to 12.2 billion kroner.
...
Mattel's 2015 revenue fell 5% from the previous year, and the company posted a 26% decline in its net profit to $369.4 million."
Parece uma trajectória à la Apple.

Trechos retirados de "Lego Profit Rises 31% but Mattel Remains King of Toy Market"

Clientes a despedir


"Some customers simply aren't worth the effort and then take time and energy from customers who deserve and will appreciate your attention,"

Ver "9 Clients You Should Fire Immediately"

Começar a brincar

Há dias visitei empresa do sector dos plásticos e no final perguntei pela "impressora 3D".
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Estranharam a pergunta.
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- Desenvolvem e produzem peças plásticas, apostam na inovação. Têm de ter uma impressora 3D!
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Não, Ainda é uma tecnologia recente, em fase de desenvolvimento.
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Sim, é verdade mas eu, no vosso lugar, aproveitaria esta fase para "brincar", para testar limites, para testar integração com a produção normal.
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Foi disto que me lembrei assim que li "3-D Printing Promises to Change Manufacturing":
"“We give you the strength of metal for the cost of plastics,”
...
The printer costs $5,000 and is being used by at least one automotive manufacturer to make parts for the machines that make cars
...
“Our long-term goal is to replace injection molding,”"
É claro que as impressoras 3D de hoje não vão acabar já amanhâ com a injecção, o ponto aqui é entrar e começar a brincar.

Um templo de experiências

Quando li este título "Um terço dos postos de trabalho no retalho no Reino Unido pode desaparecer até 2025" pensei logo neste outro "Why Trends Are For Suckers".
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O mais provável é que muitos empregos no retalho desapareçam por causa do triunfo do comércio online. No entanto, acredito que a maioria das perdas será da responsabilidade dos muggles que só pensam na eficiência e esquecem que a loja física pode ser um templo de experiências.
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O problema é que a experiência não é um atributo extra que se compra, é o resultado de uma interacção.

Aprenda a duvidar dos media (parte XIX)

Parte I, parte IIparte IIIparte IVparte Vparte VIparte VIIparte VIIIparte IXparte Xparte XIparte XIIparte XIIIparte XIVparte XVparte XVIparte XVII e parte XVIII.
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Confrontar com "Economia portuguesa cresceu 0,9% em 2014"

quarta-feira, março 02, 2016

Curiosidade do dia

"António Nogueira Leite reafirmou os objectivos do Fórum Oceano, que quer dinamizar a indústria do mar em Portugal, tendo apontado "a legislação excessiva" como um dos principais constrangimentos para o crescimento da economia do mar."
Trecho retirado de "Nogueira Leite: "França é um exemplo" para a indústria do mar portuguesa"

É meter código nisso e mudar de modelo de negócio

Recordar "É mesmo meter código nisso".
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Com este artigo "Amazon and Brita team up for Wi-Fi water pitchers" um exemplo de como a introdução de código num produto clássico pode levar à mudança do modelo de negócio. Em vez de vender o produto, passar a vender o serviço... subscrição com venda desencadeada pelo código do próprio aparelho?

Calçar os sapatos do cliente

"Too many salespeople confine themselves to an established budget. Think return-on-investment, make it a financial decision and not a product decision. That’s how the CEO or CFO view their decision. If you have a profit angle, they want to hear it. If you have a product story, they will defer to others.
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There is a good chance that a fat, dumb and happy incumbent is not paying attention to the economics of their customer’s business. What is happening with their topline growth? What are the trends? What are the keys to their growth strategies? Are they growing their business profitably? Are they efficient and growing operating margins at desired levels? How would your total solution drive revenue growth so critical to executive management? The more you know about these issues, the stronger your message will be as you gain the attention of the economic decision makers. If you answer these questions, you will positon yourself as a salesperson there to solve problems, someone who is focused on profitability.
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Of course, you need to understand how your “total solution” will impact profitability."
Efeitos de 2ª ordem.

Trechos retirados de "Selling Against a Strong Incumbent? Change the Game"

Aprenda a duvidar dos media (parte XVIII)

Parte I, parte IIparte IIIparte IVparte Vparte VIparte VIIparte VIIIparte IXparte Xparte XIparte XIIparte XIIIparte XIVparte XVparte XVI e parte XVII.

Assim se percebia que Nicolau Santos não percebia a transformação que tinha ocorrido no calçado e estava a ocorrer no têxtil, vestuário, mobiliário, ...
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O fim das grandes séries, das margens de cêntimos, da china da Europa.
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BTW

Favor tirar as palas

Este trecho retirado de "Confessions of the Pricing Man: How Price Affects Everything" de Hermann Simon devia fazer muita gente parar para pensar:
"Special discounts and price promotions - two standard forms of price cuts - are an everyday occurrence in retail , but they seem to occur with increasing frequency and depth. In recent years, promotions accounted for 50 % of beer sales in one of the world’s largest beer markets. Just two years later, some 70% of all beer  sales at the retail level came on special offer, with discounts as high as 50 %. Whether driven by opportunity or perceived necessity, this is clear evidence that managers think that aggressive prices help their business. But is this really true?"
Entretanto, assistimos ao crescimento da cerveja artesanal, mais cara:

Faz logo pensar nesta figura:
A maioria concentra-se na massa dos overserved e esquece-se do potencial de margem que existe nos underserved. 
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Claro, não podem é ser servidos da mesma forma e pela mesma estrutura.