quarta-feira, agosto 12, 2009
Romanes Eunt Domus
Queria passar ao lado do fait-divers estival, pero este artigo "Manuel Salgado diz que substituição de bandeiras mostra "insegurança" na capital" leva-me a recordar uma homenagem ao políticos sem sentido de humor, aqui feita em tempos:
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Empresas que não querem ganhar dinheiro... (parte II)
Há cerca de um ano escrevi sobre quem não vai de férias e fica em casa "Empresas que não querem ganhar dinheiro..." e sobre as implicações para as empresas de distribuição.
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Encontrei, recentemente, o tema desenvolvido no WSJ em "U.K. Grocers in Price Fight, and It's Drawing Customers"
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"The global recession is spoiling the summer for a lot of industries, but not the U.K.'s supermarkets. They're loving it.
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With an estimated five million Britons staying home this summer instead of traveling, the country's leading grocers are slugging it out for shoppers' time and money. They're slashing prices, launching new budget brands and taunting the price claims of rivals in advertising."
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Nem de propósito, ontem, uma visita ao Pingo Doce de Estarreja confirmou-me que ainda não aprenderam a lição desde o ano passado e, decididamente, não estão na Liga dos Campeões como os ingleses. Ás 12h00 tive de sair da loja sem parte da lista de compras riscada, por que as prateleiras estavam vazias. Exemplos? Os iogurtes Agros biológico, os iogurtes Nesquick e as embalagens de cominhos. Querem mais exemplos?
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Não há por lá, a nível central, quem futurize? Quem estude cenários? Será que as vendas diárias de 2009 estão a ser superiores às de 2008 e de 2007? Mudou alguma coisa na forma de gerir as lojas? Mudou a forma de monitorizar o nível de inventário nas prateleiras?
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BTW, algo off the main topic, aquele pormenor no final do artigo "For all the stores' efforts to stand out on price, some shoppers say the battle only makes them look more similar. "The shops all do the same thing," said Monica Lombard, a 31-year-old video producer, surrounded by discount signs in the center aisle of a large Sainsbury's store one recent morning. "What's on offer here is probably on offer at Tesco as well.""
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Estão a pensar o mesmo que eu? Pois, é assim, que nasce a diferenciação e a fuga ao negócio do preço mais baixo.
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Encontrei, recentemente, o tema desenvolvido no WSJ em "U.K. Grocers in Price Fight, and It's Drawing Customers"
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"The global recession is spoiling the summer for a lot of industries, but not the U.K.'s supermarkets. They're loving it.
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With an estimated five million Britons staying home this summer instead of traveling, the country's leading grocers are slugging it out for shoppers' time and money. They're slashing prices, launching new budget brands and taunting the price claims of rivals in advertising."
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Nem de propósito, ontem, uma visita ao Pingo Doce de Estarreja confirmou-me que ainda não aprenderam a lição desde o ano passado e, decididamente, não estão na Liga dos Campeões como os ingleses. Ás 12h00 tive de sair da loja sem parte da lista de compras riscada, por que as prateleiras estavam vazias. Exemplos? Os iogurtes Agros biológico, os iogurtes Nesquick e as embalagens de cominhos. Querem mais exemplos?
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Não há por lá, a nível central, quem futurize? Quem estude cenários? Será que as vendas diárias de 2009 estão a ser superiores às de 2008 e de 2007? Mudou alguma coisa na forma de gerir as lojas? Mudou a forma de monitorizar o nível de inventário nas prateleiras?
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BTW, algo off the main topic, aquele pormenor no final do artigo "For all the stores' efforts to stand out on price, some shoppers say the battle only makes them look more similar. "The shops all do the same thing," said Monica Lombard, a 31-year-old video producer, surrounded by discount signs in the center aisle of a large Sainsbury's store one recent morning. "What's on offer here is probably on offer at Tesco as well.""
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Estão a pensar o mesmo que eu? Pois, é assim, que nasce a diferenciação e a fuga ao negócio do preço mais baixo.
O próximo mês ...
... de Setembro de 2009 vai ser um teste.
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Como se comportarão as bolsas mundiais? Não estarão a subir demasiado depressa?
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Como se comportarão as economias dos países da Europa de Leste? Acabarão por arrastar os bancos italianos e austríacos e, depois, os alemães?
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Como será o após-férias?
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Quantas empresas não vão voltar a abrir portas?
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O panorama no Jornal de Negócios de hoje impõe respeito:
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"A Rohde, fábrica de calçado de Santa Maria da Feira, não sabe se terá encomendas para continuar a funcionar após as férias."
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"a construtora MSS já não patrocina ninguém e está a lutar pela sobrevivência. Depois das férias, os trabalhadores da empresa vão saber que destino terá a MSS, que já apresentou um pedido de insolvência." (por que é que uma empresa que compete no negócio do preço-mais baixo, em que supostamente o concurso é rei, apostou no aumento da notoriedade junto do grande público? watashi wa shorimasen!)
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"É que esta unidade, que emprega cerca de 180 pessoas, retoma a produção na próxima segunda-feira sem saber se vai continuar a laborar por muito mais tempo"
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"Sem apelo nem regresso, como são os casos da têxtil Neivatex e das confecções Maiamac, que fecharam a 31 de Julho para nunca mais reabrir. Ou então, em situação de insolvência e fechadas para férias, têm dia marcado para voltar ao activo mas sem saber por quanto tempo e em que condições."
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Entretanto no Público de hoje "O número de desempregados sem qualquer subsídio de desemprego está a crescer ao dobro da subida do desemprego."
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Se aos números oficiais de desemprego em Portugal acrescentarmos as mais de 230 mil pessoas que estão em programas de formação do IEFP, se acrescentarmos, como ouvi ontem no jornal das 21h na SIC-N, os 100 mil portugueses que estão em Angola, se acrescentarmos os milhares de portugueses que foram para Espanha e que por lá continuam ao abrigo do subsídio de desemprego, ficamos com uma ideia do que se passa.
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BTW, viram ontem à noite no canal RTP Memória o filme Vinhas da Ira com Henry Fonda?
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Como se comportarão as bolsas mundiais? Não estarão a subir demasiado depressa?
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Como se comportarão as economias dos países da Europa de Leste? Acabarão por arrastar os bancos italianos e austríacos e, depois, os alemães?
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Como será o após-férias?
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Quantas empresas não vão voltar a abrir portas?
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O panorama no Jornal de Negócios de hoje impõe respeito:
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"A Rohde, fábrica de calçado de Santa Maria da Feira, não sabe se terá encomendas para continuar a funcionar após as férias."
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"a construtora MSS já não patrocina ninguém e está a lutar pela sobrevivência. Depois das férias, os trabalhadores da empresa vão saber que destino terá a MSS, que já apresentou um pedido de insolvência." (por que é que uma empresa que compete no negócio do preço-mais baixo, em que supostamente o concurso é rei, apostou no aumento da notoriedade junto do grande público? watashi wa shorimasen!)
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"É que esta unidade, que emprega cerca de 180 pessoas, retoma a produção na próxima segunda-feira sem saber se vai continuar a laborar por muito mais tempo"
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"Sem apelo nem regresso, como são os casos da têxtil Neivatex e das confecções Maiamac, que fecharam a 31 de Julho para nunca mais reabrir. Ou então, em situação de insolvência e fechadas para férias, têm dia marcado para voltar ao activo mas sem saber por quanto tempo e em que condições."
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Entretanto no Público de hoje "O número de desempregados sem qualquer subsídio de desemprego está a crescer ao dobro da subida do desemprego."
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Se aos números oficiais de desemprego em Portugal acrescentarmos as mais de 230 mil pessoas que estão em programas de formação do IEFP, se acrescentarmos, como ouvi ontem no jornal das 21h na SIC-N, os 100 mil portugueses que estão em Angola, se acrescentarmos os milhares de portugueses que foram para Espanha e que por lá continuam ao abrigo do subsídio de desemprego, ficamos com uma ideia do que se passa.
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BTW, viram ontem à noite no canal RTP Memória o filme Vinhas da Ira com Henry Fonda?
Variedade em vez de uniformidade
Agora, no Verão, quando apanho amoras, não consigo conter-me, em vez de simplesmente apanhar amoras (fruto carregadinho de anti-oxidantes), dou comigo a procurar explicar por que salto de um ponto de colheita para um outro, o que me atraiu no novo ponto se o anterior ainda não estava esgotado?
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Sei que o meu inconsciente está a tentar relacionar este comportamento com o dos clientes que trocam de fornecedor, apesar de estarem satisfeitos com o actual. Contudo, nesta fase do campeonato não sei como vai acabar a coisa.
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Cada vez mais procuro analogias na Natureza para tentar perceber o que pode acontecer no mundo da competição económica.
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Quando olhamos para um habitat rico, atraente, pleno de potencial e vida, o que vêmos? Variedade não uniformidade!
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A variedade traduz-se em resiliência, traduz-se num seguro contra catástrofes que afectem uma espécie (indústria) em particular. Além do mais a variedade aumenta a produtividade já que não vão todos competir pelos mesmos nutrientes nas mesmas quantidades.
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Tudo isto a propósito deste artigo "Debate in Germany: Research or Manufacturing?" É preciso decidir? Quem decide? E essa decisão é a mais adequada para todos os intervenientes?
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Não será preferível deixar essa decisão aos intervenientes individualmente?
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Não será preferível alimentar um ecossistema económico rico em (bio)diversidade?
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Sei que o meu inconsciente está a tentar relacionar este comportamento com o dos clientes que trocam de fornecedor, apesar de estarem satisfeitos com o actual. Contudo, nesta fase do campeonato não sei como vai acabar a coisa.
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Cada vez mais procuro analogias na Natureza para tentar perceber o que pode acontecer no mundo da competição económica.
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Quando olhamos para um habitat rico, atraente, pleno de potencial e vida, o que vêmos? Variedade não uniformidade!
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A variedade traduz-se em resiliência, traduz-se num seguro contra catástrofes que afectem uma espécie (indústria) em particular. Além do mais a variedade aumenta a produtividade já que não vão todos competir pelos mesmos nutrientes nas mesmas quantidades.
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Tudo isto a propósito deste artigo "
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Não será preferível deixar essa decisão aos intervenientes individualmente?
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Não será preferível alimentar um ecossistema económico rico em (bio)diversidade?
terça-feira, agosto 11, 2009
Ciência nos jornais
Quando frequentei o Ensino Secundário, segui a opção de Quimicotécnia, por causa dos 200 anos da independência dos Estados Unidos que me levaram a apaixonar pela Química (long story).
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Nesse tempo era cool e imprescindível ter uma tabela periódica da Sargent Welch. Na altura o elemento mais pesado tinha o número atómico 105 ou 106 e julgo que se chamava Hânio.
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Hoje, parece que a contagem já chegou ao 112
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BTW, reparem como a abordagem do jornal A Bola a um tema científico é mais correcta que a do jornal i!!!
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No jornal i o título "Cientistas da NASA descobrem o planeta mais parecido com a Terra".
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O sangue corre mais rapidamente, a emoção aumenta "uuuuuuawesome!"
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O que diz o texto?
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"Cientistas da NASA acreditam ter encontrado um corpo celeste muito semelhante à terra." Onde será?
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"Apesar de estar milhões de quilómetros de distância, uma das luas que gira em torno de Saturno tem inundações repentinas e uma neblina sufocante (que na Terra é provocada pela poluição). “É muito surpreendente como é que a superfície da Titan – nome da lua – faz lembrar a da Terra”, "
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Afinal o tal planeta encontrado trata-se de Titã!!!!!!!!!!
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Qual a abordagem do jornal A Bola?
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"Nasa acredita que lua de Saturno é muito semelhante à Terra"
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Nesse tempo era cool e imprescindível ter uma tabela periódica da Sargent Welch. Na altura o elemento mais pesado tinha o número atómico 105 ou 106 e julgo que se chamava Hânio.
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Hoje, parece que a contagem já chegou ao 112
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BTW, reparem como a abordagem do jornal A Bola a um tema científico é mais correcta que a do jornal i!!!
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No jornal i o título "Cientistas da NASA descobrem o planeta mais parecido com a Terra".
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O sangue corre mais rapidamente, a emoção aumenta "uuuuuuawesome!"
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O que diz o texto?
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"Cientistas da NASA acreditam ter encontrado um corpo celeste muito semelhante à terra." Onde será?
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"Apesar de estar milhões de quilómetros de distância, uma das luas que gira em torno de Saturno tem inundações repentinas e uma neblina sufocante (que na Terra é provocada pela poluição). “É muito surpreendente como é que a superfície da Titan – nome da lua – faz lembrar a da Terra”, "
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Afinal o tal planeta encontrado trata-se de Titã!!!!!!!!!!
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Qual a abordagem do jornal A Bola?
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"Nasa acredita que lua de Saturno é muito semelhante à Terra"
Porquê?
Quando estamos na praia, em frente ao mar, podemos observar o imediato e próximo, a sucessão de ondas, umas maiores e outras mais pequenas.
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Podemos fazer previsões sobre se a próxima onda vai subir areia acima mais do que a anterior ou não. No entanto, independentemente do imediato, há uma corrente de fundo que é função da maré e que no médio-prazo vai levar as ondas sistematicamente mais acima ou mais abaixo.
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Edward Hugh acha que a situação económica em Portugal não é pior do que a espanhola por causa dos anos sucessivos de crescimento raquítico que temos tido, vai para uma década.
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Antes da crise mundial sofríamos de um crescimento anémico, com a crise mundial, afundaremos talvez 5 a 6% até ao final de 2009, e pior, segundo a OCDE o período de 2011 a 2017 vai continuar a ser anémico e anoréctico.
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Basta consultar o relatório "OECD Economic Outlook 85" de Junho de 2009 (capítulo 4: BEYOND THE CRISIS:MEDIUM-TERM CHALLENGES RELATING TO POTENTIAL OUTPUT,UNEMPLOYMENT AND FISCAL POSITIONS", página 19, tabela 4.2, previsão do crescimento do PIB português no período 2011 a 2017...
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Portugal entre 2006 e 2008 teve o crescimento do PIB mais baixo da OCDE, mesmo abaixo do italiano, 0,8%
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Portugal entre 20011 e 2017 terá o crescimento do PIB mais baixo da OCDE, 0,7%
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E isto não tem nada a ver com partidos políticos, nem com este governo nem com os anteriores... porque todos partilham da mesma cartilha.
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Este desempenho passado e estas perspectivas de desempenho futuro é que deveriam fazer pensar "Porquê?" e reflectir sobre alternativas de resposta para actuar e alterar o cenário.
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Outra vez aquela pergunta de à dias "Como é que se podem re-orientar esses recursos para outros empreendimentos mais competitivos e mais geradores de riqueza?"
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Podemos fazer previsões sobre se a próxima onda vai subir areia acima mais do que a anterior ou não. No entanto, independentemente do imediato, há uma corrente de fundo que é função da maré e que no médio-prazo vai levar as ondas sistematicamente mais acima ou mais abaixo.
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Edward Hugh acha que a situação económica em Portugal não é pior do que a espanhola por causa dos anos sucessivos de crescimento raquítico que temos tido, vai para uma década.
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Antes da crise mundial sofríamos de um crescimento anémico, com a crise mundial, afundaremos talvez 5 a 6% até ao final de 2009, e pior, segundo a OCDE o período de 2011 a 2017 vai continuar a ser anémico e anoréctico.
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Basta consultar o relatório "OECD Economic Outlook 85" de Junho de 2009 (capítulo 4: BEYOND THE CRISIS:MEDIUM-TERM CHALLENGES RELATING TO POTENTIAL OUTPUT,UNEMPLOYMENT AND FISCAL POSITIONS", página 19, tabela 4.2, previsão do crescimento do PIB português no período 2011 a 2017...
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Portugal entre 2006 e 2008 teve o crescimento do PIB mais baixo da OCDE, mesmo abaixo do italiano, 0,8%
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Portugal entre 20011 e 2017 terá o crescimento do PIB mais baixo da OCDE, 0,7%
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E isto não tem nada a ver com partidos políticos, nem com este governo nem com os anteriores... porque todos partilham da mesma cartilha.
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Este desempenho passado e estas perspectivas de desempenho futuro é que deveriam fazer pensar "Porquê?" e reflectir sobre alternativas de resposta para actuar e alterar o cenário.
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Outra vez aquela pergunta de à dias "Como é que se podem re-orientar esses recursos para outros empreendimentos mais competitivos e mais geradores de riqueza?"
Um país de Zézés e Xaviéres
"Gripe A: Ministra critica "comportamentos anti-sociais" dos cidadãos"
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"A ministra da Saúde, Ana Jorge, criticou hoje em conferência de imprensa a existência de alguns "comportamentos anti-sociais" no contexto da gripe A (H1N1), dando o exemplo de uma mãe que disse que já que contagiaram a sua filha iria contagiar outras crianças.
"Não podemos ser polícias, não podemos prender as pessoas", disse a governante, acrescentando que houve pais que não cumpriram as regras de segurança, tendo havido "objectivo expresso de infectar outras crianças"."
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"Espero que a ministra não esteja admirada. Seria sinal de desconhecimento preocupante da sociedade portuguesa.
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Há dois locais de eleição para observar e perceber o comportamento de um povo: na área de alimentação de um centro comercial e na estrada.
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Ainda ontem à tarde, debaixo de um sol forte, dava para perceber o espírito de um povo que faz lembrar aquele espertalhaço da "Conversa da Treta" ou o Xavier dos anúncios da Staples, o fluxo normal de viaturas num posto de abastecimento numa auto-estrada estava praticamente bloqueado... pelos carros que estacionavam debaixo da pala, à sombra. Não, não estou a falar dos locais para meter combustível.
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"A ministra da Saúde, Ana Jorge, criticou hoje em conferência de imprensa a existência de alguns "comportamentos anti-sociais" no contexto da gripe A (H1N1), dando o exemplo de uma mãe que disse que já que contagiaram a sua filha iria contagiar outras crianças.
"Não podemos ser polícias, não podemos prender as pessoas", disse a governante, acrescentando que houve pais que não cumpriram as regras de segurança, tendo havido "objectivo expresso de infectar outras crianças"."
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"Espero que a ministra não esteja admirada. Seria sinal de desconhecimento preocupante da sociedade portuguesa.
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Há dois locais de eleição para observar e perceber o comportamento de um povo: na área de alimentação de um centro comercial e na estrada.
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Ainda ontem à tarde, debaixo de um sol forte, dava para perceber o espírito de um povo que faz lembrar aquele espertalhaço da "Conversa da Treta" ou o Xavier dos anúncios da Staples, o fluxo normal de viaturas num posto de abastecimento numa auto-estrada estava praticamente bloqueado... pelos carros que estacionavam debaixo da pala, à sombra. Não, não estou a falar dos locais para meter combustível.
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Esta crise foi e é diferente
"Classe média já está a falhar pagamentos aos bancos" onde se pode ler:
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"A maioria das famílias em situações de sufoco tem rendimentos mensais acima dos 1500 euros."
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"Marca de luxo pode abrir falência nas próximas 24 horas"
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"A marca de roupa de luxo alemã, Escada, pode vir a ter que fechar as portas já amanhã, se os seus credores não chegarem a acordo para a troca obrigações por uma nova emissão de novos títulos de dívida e acções.
A empresa, famosa pelos perfumes e modelos de alta-costura, tem um prazo de menos de 24 horas para fazer com que 80% dos seus investidores - que detêm obrigações - aceitem a oferta para, assim, a empresa poder candidatar-se a um empréstimo bancário que permita resolver a possível insolvência."
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Entretanto, a chantagem prolifera "Trabalhadores da Qimonda decidem terça-feira reclamar aumento de salário"
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"A maioria das famílias em situações de sufoco tem rendimentos mensais acima dos 1500 euros."
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"Marca de luxo pode abrir falência nas próximas 24 horas"
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"A marca de roupa de luxo alemã, Escada, pode vir a ter que fechar as portas já amanhã, se os seus credores não chegarem a acordo para a troca obrigações por uma nova emissão de novos títulos de dívida e acções.
A empresa, famosa pelos perfumes e modelos de alta-costura, tem um prazo de menos de 24 horas para fazer com que 80% dos seus investidores - que detêm obrigações - aceitem a oferta para, assim, a empresa poder candidatar-se a um empréstimo bancário que permita resolver a possível insolvência."
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Entretanto, a chantagem prolifera "Trabalhadores da Qimonda decidem terça-feira reclamar aumento de salário"
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segunda-feira, agosto 10, 2009
Alguns números
No mês passado a recolha de impostos, quando comparada com igual período do ano anterior, tinha este desempenho:
- em Portugal queda de 20%;
- em Itália queda de 4 a 5%;
- em Inglaterra queda de 10% (dados aqui)
No Facebook de Edward Hugh (um must!!!) descubro mais números:
- em Espanha queda de 14% (só no IVA chegou aos 28%);
- na Estónia queda de 12%;
- nos Estados Unidos queda de 18% (impostos federais).
Em simultâneo os gastos governamentais têm subido.
Vai ser bonita a festa pá!
Os gestores têm receio de pôr o pescoço no cepo, por isso, os monumentos à treta!
Por cá, costumo desesperar com os monumentos à treta que vou encontrando:
Monumentos à treta são compromissos com a execução de acções, com a realização de actividades, nunca com o cumprimento de resultados, nunca com o atingir de metas.
Seth Godin chama a atenção para o tema em "When tactics drown out strategy":
"Most of us are afraid of strategy, because we don't feel confident outlining one unless we're sure it's going to work. And the 'work' part is all tactical, so we focus on that. (Tactics are easy to outline, because we say, "I'm going to post this." If we post it, we succeed. Strategy is scary to outline, because we describe results, not actions, and that means opportunity for failure.)"
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Como escrevo no De que falamos quando falamos de balanced. os gestores têm receio de pôr o pescoço no cepo.
Monumentos à treta são compromissos com a execução de acções, com a realização de actividades, nunca com o cumprimento de resultados, nunca com o atingir de metas.
Seth Godin chama a atenção para o tema em "When tactics drown out strategy":
"Most of us are afraid of strategy, because we don't feel confident outlining one unless we're sure it's going to work. And the 'work' part is all tactical, so we focus on that. (Tactics are easy to outline, because we say, "I'm going to post this." If we post it, we succeed. Strategy is scary to outline, because we describe results, not actions, and that means opportunity for failure.)"
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Como escrevo no De que falamos quando falamos de balanced. os gestores têm receio de pôr o pescoço no cepo.
domingo, agosto 09, 2009
Acham isto normal? Ou a inconsistência estratégica! Ou jogar bilhador como um amador!
-->
Muito se escreve sobre estratégia.
Porter no seu famoso artigo “What is strategy?” (na Harvard Business Review em 1996) deu várias respostas à pergunta do título, em função de várias ângulos de abordagem.
Muitas vezes os crentes no Grande Planeador, no Grande Geometra, no Estado que tudo planeia e decide com superior capacidade reclamam que em Portugal falta uma estratégia unificadora, mobilizadora, etc.
Por princípio não acredito na existência dessa Grande Estratégia. O mundo é demasiado complexo e demasiado instável para que seja possível desejar uma única estratégia e que ela seja válida por muito tempo. Acredito sim, num ecossistema de várias estratégias em permanente mutação, umas resultam, com mais ou menos sucesso, e depois desaparecem para dar lugar a outras ainda mais competitivas num ambiente que entretanto se alterou… hum… sinto que não estou a ser original… Beinhocker descreve bem este ecossistema de estratégias ao escrever sobre o dilema do prisioneiro e o jogo da vida dos modelos de Lindgren (delicioso).
Mas se não existe essa tal de Grande Estratégia podemos equacionar alguns princípios básicos que deveriam ser respeitados, como aquele “First, do no harm!”
Deming assentou a sua filosofia de gestão em 14 princípios. O primeiro deles todos é fundamental.
Fundamental para uma estratégia, qualquer que ela seja e qualquer que seja o ângulo de abordagem: Constância de propósito!!!
Constância de propósito!
Constância significa agir como o cão que morde a perna do ladrão e não larga, e não larga, e não larga. Assumir uma estratégia significa, e implica, assumir algumas contrariedades como um custo necessário para conquistar um ganho superior. Se uma estratégia não tem um custo, se uma estratégia não obriga a fazer opções contraditórias, então, de certeza que é uma estratégia que pode ser facilmente copiada e replicada e, por isso, não vai trazer diferenciação nenhuma.
Escrevo tudo isto por causa da sucessão de notícias que tenho apanhado nos jornais nos últimos dias e que retratam muito bem essa inconsistência estratégica:
Neste postal “O que dizer da nossa competitividade”reflecti sobre o perigo de aumentar salários sem o correspondente suporte num aumento da produtividade, pois tal corrói a competitividade de uma indústria. No final desse postal chamei a atenção para a defensibilidade do argumento: se as empresas não podem suportar salários superiores, então devem fechar. É um argumento razoável, embora esta altura seja a pior para o pôr em prática. Mas se se decidir pô-lo em prática … a constância de propósito implica que deve ser levado até às últimas consequências. O que acontece é que os políticos tomam as decisões, como eu jogo bilhar… quando jogo bilhar só consigo jogar a pensar naquela jogada. Um profissional do bilhar quando pensa na jogada que vai fazer, equaciona e prepara já o terreno para as jogadas seguintes.
Assim, os políticos tomam as decisões que levam a isto “Novo salário mínimo impôs aumentos de 5% para operários do têxtil”
Aumentos de 5% impostos numa época de crise, com as encomendas a baixar e as empresas a fechar (já em Novembro do ano passado se escrevia isto: “Indústria têxtil já perdeu 170 milhões em 2008”
A altura pode não ser a melhor, mas ao promover e incentivar o encerramento das empresas estaremos certamente a contribuir para premiar as empresas mais bem geridas e para fechar as empresas que seguem estratégias ultrapassadas “Têxtil e vestuário: Maioria continua a "trabalhar a feitio" (no JN de ontem)
Contudo, depois, vem aquela impressão na barriga dos políticos, aquele tremer das pernas, quando percebem, só então é que percebem, as consequências das suas decisões. E, em vez de constância… começam a remendar e remendar e remendar.
Assim, no Público de ontem: ” Parlamento pede política fiscal "especial" para o sector têxtil”
Como é que querem ter estratégia se não têm coragem de assumir o lado negativo das opções que tomam?
No artigo do Público pode ler-se:
“A elaboração de uma política fiscal e de encargos sociais "especial e limitada no tempo" é uma das recomendações propostas ao Governo pelo grupo de trabalho da Assembleia da República que acompanhou a Indústria Têxtil e de Vestuário (ITV). No relatório final deste organismo, aprovado por unanimidade, é apontado um período de dois a três anos, para ajudar a sustentar a competitividade do sector face aos ajustamentos de mercado.
As preocupações manifestadas no relatório prendem-se com a necessidade de existirem políticas públicas que possam "garantir a sustentabilidade de uma indústria marcadamente exportadora", onde a qualificação e valorização salarial dos recursos humanos merece também referência. “
As preocupações manifestadas no relatório prendem-se com a necessidade de existirem políticas públicas que possam "garantir a sustentabilidade de uma indústria marcadamente exportadora", onde a qualificação e valorização salarial dos recursos humanos merece também referência. “
Primeiro impuseram aumentos salariais de 5% quando as empresas têxteis na EU 27 conseguiram em 2008, segundo a Euratex com base em dados do Eurostat, aumentar os preços de fábrica em +1,4% no caso do têxtil e +0,1% no caso do vestuário, e tiveram menos 10,6% de encomendas de têxtil e menos 1,6% de vestuário. Ou seja, tornaram a vida mais difícil para as empresas num ambiente económico já de si difícil… e agora lançam as mãos à cabeça e propõem regimes especiais transitórios… ou seja, promovem a viciação… vão dat soro de uma forma que nada tem a ver com o negócio. Assim, não criam nenhum incentivo para melhorar o negócio, criam sim um incentivo para melhorar a lobby e a capacidade de influenciar decisões políticas futuras.
Pequenos prazeres da natureza
Escrevo este postal no alto de um monte, sob um sol que não existe no distrito de Aveiro, debaixo de uma sombra fresca e saborosa de figueiras e nogueiras.
Uma encosta com jovens nogueiras
Uma encostas com jovens figueiras... e os figos já estão no ponto de rebuçado.
As oliveiras estão carregadas de azeitonas.
A encosta está cheia de saborosas amoras.
Uma encosta com jovens nogueiras
Uma encostas com jovens figueiras... e os figos já estão no ponto de rebuçado.
As oliveiras estão carregadas de azeitonas.
A encosta está cheia de saborosas amoras.
sexta-feira, agosto 07, 2009
Acerca dos benefícios da proximidade
Não perder este slideshow da McKinsey "Increasing the energy efficiency of supply chains"
Não vai dar em nada...
... mas devia dar em algo.
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Era um bom sinal que desse em algo. E mais, era bom que esse hipotético bom resultado fosse publicitado e bem publicitado.
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Conheço empresas, no ramo do calçado, que perante a detecção de um caso de cópia tentam resolver o assunto sem recorrer à Justiça e à ASAE. Dizem-me que receiam recorrer às entidades oficiais e, assim, tornar claro para quem copia, que vale a pena copiar, que não há sanção rápida e proporcional.
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Em 2004 o The McKinsey Quarterly publicou um artigo designado "Making Portugal competitive". Nesse artigo repetia-se o comum:
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"It is high time Portugal tackled the underlying cause of the wealth gap: its low labor productivity.
Raising productivity will be increasingly important if Portugal is to compensate for the erosion of the cost benefit it used to enjoy by virtue of low wages."
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Qual é, na óptica da McKinsey, a principal barreira ao aumento da produtividade?
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A informalidade na economia.
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O que este artigo do Jornal de Negócios parece retratar é um desses exemplos. Não sei se o grupo Kyaia tem razão mas a fotografia é "impressive": "Fly London põe Seaside e Bianca em tribunal por copiarem os seus sapatos"
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Seria interessante fazer deste caso um caso exemplar e manter um mostrador digital que contasse os segundos, as minutos, as horas, os dias, os meses e os anos que demorará a ser resolvido e quais as consequências efectivas.
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BTW, qual é o tempo médio de vida de um modelo de sapato na prateleira?
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Era um bom sinal que desse em algo. E mais, era bom que esse hipotético bom resultado fosse publicitado e bem publicitado.
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Conheço empresas, no ramo do calçado, que perante a detecção de um caso de cópia tentam resolver o assunto sem recorrer à Justiça e à ASAE. Dizem-me que receiam recorrer às entidades oficiais e, assim, tornar claro para quem copia, que vale a pena copiar, que não há sanção rápida e proporcional.
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Em 2004 o The McKinsey Quarterly publicou um artigo designado "Making Portugal competitive". Nesse artigo repetia-se o comum:
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"It is high time Portugal tackled the underlying cause of the wealth gap: its low labor productivity.
Raising productivity will be increasingly important if Portugal is to compensate for the erosion of the cost benefit it used to enjoy by virtue of low wages."
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Qual é, na óptica da McKinsey, a principal barreira ao aumento da produtividade?
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A informalidade na economia.
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O que este artigo do Jornal de Negócios parece retratar é um desses exemplos. Não sei se o grupo Kyaia tem razão mas a fotografia é "impressive": "Fly London põe Seaside e Bianca em tribunal por copiarem os seus sapatos"
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Seria interessante fazer deste caso um caso exemplar e manter um mostrador digital que contasse os segundos, as minutos, as horas, os dias, os meses e os anos que demorará a ser resolvido e quais as consequências efectivas.
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BTW, qual é o tempo médio de vida de um modelo de sapato na prateleira?
quinta-feira, agosto 06, 2009
Síntese
Recalibração, vendas versus poupança... temas abordados nos últimos postais, sintetizados nesta notícia e vídeo (BTW, o DE recebe algum por passar estes vídeos de publicidade disfarçada, ou embebida, num conteúdo noticioso mínimo?)
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BTW, quem são os concorrentes a sério da Adidas? Qual o seu desempenho financeiro no mesmo período?
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Uma tal de campanha publicitária maciça será suficiente para inverter a tendência? A crise não esconde mais nada?
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Só escrevo isto porque no último mês tenho sido surpreendido por encontrar sapatos da Adidas em lojas que... dão cabo da marca. Surpreende-me encontrar a marca Adidas lado-a-lado com não-marcas...
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BTW, quem são os concorrentes a sério da Adidas? Qual o seu desempenho financeiro no mesmo período?
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Uma tal de campanha publicitária maciça será suficiente para inverter a tendência? A crise não esconde mais nada?
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Só escrevo isto porque no último mês tenho sido surpreendido por encontrar sapatos da Adidas em lojas que... dão cabo da marca. Surpreende-me encontrar a marca Adidas lado-a-lado com não-marcas...
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