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segunda-feira, junho 26, 2017

SDCA e PDCA


Encontrei este esquema nos slides de uma multinacional. O clássico PDCA.

Olhei para aquela caixa "Improvements" no lugar do "Act" e pensei logo o quanto prefiro antes o CAPD:
Check - Avaliar o desempenho
Act - Decidir o que melhorar
Plan - Planear o que experimentar
Do - Realizar a experiência

Mas melhor ainda a proposta de Shoji Shiba, relacionar o SDCA com o PDCA:

Standard - Ter um padrão de operação
Do - Actuar de acordo com o standard
Check - Avaliar o desempenho
Act - Decidir o que melhorar
Plan - Planear o que experimentar
Do - Realizar a experiência
Check - Avaliar o desempenho
Act - Actualizar o standard


Faz muito mais sentido.




terça-feira, janeiro 01, 2013

E, por detrás de cada problema, está um sistema a funcionar

"A culpa é do sistema!"

É um dos meus mantras preferidos, seguido de perto por:
"Não há acasos!"

Ou por:
"Não culpe o produto, culpe o processo"

Se começarmos a pensar, não a partir de ferramentas, mas a partir da realidade, as hipóteses de sucesso são diferentes.
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Há anos, fui contratado por uma PME para dar uma acção de formação-consultoria, para implementar um Balanced Scorecard.
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Já tinha dado muitas formações sobre o Balanced Scorecard, no entanto, procurava e procuro, em cada uma, fazer algo de diferente. Assim, lá comecei a desenvolver a apresentação a partir de uma muito breve introdução à ferramenta. Depois, começaram as dúvidas, será que estão mesmo interessados num Balanced Scorecard? Claro que não!!!
Um Balanced Scorecard é uma ferramenta. Uma ferramenta é um instrumento que utilizamos para nos ajudar a resolver um desafio. Pode ser um problema, pode ser um objectivo, pode ser ...
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Então, lembrei-me do que pensava sobre o PDCA vs o SDCA. Exacto, devemos começar pelo desafio, devemos começar pela compreensão de qual é o problema.
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Uns telefonemas e uns e-mails permitiram ter acesso a algumas das preocupações e dúvidas que afligiam os dirigentes daquela empresa. Resolvi assumir o papel de "advogado do diabo" e começar o projecto não pela ferramenta, mas pelas preocupações, e pelo modelo mental que conseguia perceber estar por detrás daqueles relatórios.
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A ferramenta apareceu depois. Depois de percebido por todos o desafio que viviam e quais as inconsistências do modelo mental em que confiavam e, sobretudo, o casamento promissor entre aquilo em que realmente eram bons e aquilo que eram oportunidades no universo competitivo.
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Nem sempre tenho a disciplina para seguir esta abordagem e nem sempre os clientes estão preparados para este esforço mental (e para pagar o tempo extra que exige). No entanto, é fundamental não começar pela ferramenta mas pelo problema. Na verdade, o que a empresa queria e quer é resolver o seu problema, qualquer ferramenta, chame-se Balanced Scorecard ou Maria Alice é só um instrumento, um artifício para nos ajudar a resolver problemas. Se começarmos um projecto pelo problema, as hipóteses de o esquecermos, de nos desviarmos para o politicamente correcto, são bem menores.
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E, por detrás de cada problema, está um sistema a funcionar e a produzir de forma natural, de forma perfeitamente organizada, ainda que não deliberadamente construída, os sintomas que são o problema.
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BTW, ainda ontem, a fazer um relatório sobre a forma como 5 empresas tratam os seus problemas levantados em auditorias, acabei por construir uma tabela comparativa que mostrava que só uma, pontualmente, conseguia passar dos motivos para as causas. A maioria confundia motivos com causas e achava que uma sensibilização era suficiente... apesar de todas estarem certificadas ISO 9001 (4 entidades certificadoras).

sexta-feira, outubro 14, 2011

Duh!!!

No JdN de ontem encontrei este artigo "Aumentar a produtividade será o maior desafio do "pós-troika":
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O lead começa por surpreender:
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"Aumentar a produtividade da economia portuguesa será o maior desafio nacional depois de controlado o défice orçamental" (Moi ici: O que é que isto quer dizer?... Quer dizer que quem está a tentar resolver o défice orçamental são os mesmos que vão ter de aumentar a produtividade da economia portuguesa? LOL)
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Para o bastonário da Ordem dos Economistas:
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"Para Rui Leão Martinho, que foi um dos cinco participantes no debate "A produtividade das organizações portuguesas", falhar este objectivo pode significar mesmo "perder o comboio da União Europeia" ... Evitar este cenário, alertou o bastonário da Ordem dos Economistas, só será possível trabalhando "duramente e ferozmente" a produtividade"  (Moi ici: Será que ele sabe o que é a produtividade? O que quer dizer com "duramente e ferozmente"? Será correr mais depressa? Será produzir mais do mesmo que não tem mercado? Também terá votado no Nabo?)
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"Aumentar a produtividade passará "necessariamente", segundo o gestor Henrique Neto, pela aposta no sectot transaccionável (exportações)."  (Moi ici: Ah! Por isso é que se vai trabalhar mais meia-hora no privado... LOL)
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"Henrique Neto frisou que a produtividade só pode aumentar se a economia portuguesa se especializar em sectores de mais elevado valor acrescentado, o que exige um nível de formação superior.  (Moi ici: Os empresários de calçado e do têxtil que estão a dar cartas ainda não perceberam que lhes falta um curso superior... em Portugal Steve Jobs seria ostracizado)
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A este respeito, Luís Fábrica, professor de Direito na Católica, frisou a importância de reformar as universidades e obrigá-las a virarem-se para o mercado e para as necessidades dos alunos."  (Moi ici: Caiu de para-quedas na reunião)
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Não vale a pena continuar...
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Em vez de começarem pelo PDCA (grandes planeamentos, grandes teorias, masturbações teóricas) e que tal começarem pelo CAPD... será que sabem que existe uma coisa chamada distribuição de produtividade intrasectorial? Será que imaginam o quão grande é essa dispersão?
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Duh!!!

domingo, setembro 25, 2011

Aprende-se em todo o lado

Por indicação dos meus filhos, descobri um novo programa de TV, com o chef Gordon Ramsay, chamado "Kitchen's Nightmares".
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Vi parte de um episódio na passada quarta-feira à noite e descobri logo matéria interessante para o mundo das empresas e da estratégia nos negócios.
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O enredo de "Kitchen Nightmares" pode resumir-se desta forma: Gordon Ramsay visita um restaurante às portas da morte e comanda, no espaço de uma semana, o turnaround do mesmo.
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O episódio que vi tem lições interessantes e aplicáveis às PMEs industriais.
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Neste vídeo
ilustra-se a primeira fase da intervenção de Ramsay, o diagnóstico inicial:
  • problemas com o produto;
  • problemas com o marketing; 
  • problemas com a política de descontos;
  • problemas com o "servicescape";
  • problemas entre o pessoal;
  • ...
BTW, estão a ver como o PDCA está errado! Não se começa um projecto de melhoria com grandes teorias e planos... o que funciona é o CAPD!! Começa-se pela observação da situação inicial!!! Duh!!! Para depois, com base na teoria das restrições e com base no pensamento sistémico decidir onde é prioritário actuar... e só então começa o planeamento do que se vai realmente executar.
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Como é que Ramsay começa o turnaround?
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Não, não é com o que a ISO 9001 propõe!
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Ramsay não começa com a satisfação dos clientes actuais, não começa com o ataque aos custos para melhorar a eficiência.

  • Começa com o momento em que o empresário assume que está disposto a dar a volta (08:30)
  • Depois, uma mensagem interna, um corte com o passado, o espalhafato da acção ajuda a entrar no coração das pessoas: "Estão a falar a sério!" (09:00)
  • Depois, aos (09:50) e nos primeiros 50 segundos do vídeo que se segue:

Está a primeira acção a sério, o primeiro passo para a mudança, para a transformação!!!
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O primeiro passo é responder à questão:

  • Quem são os clientes-alvo? 
E às questões-filhas que dela emanam:

  • O que é que eles procuram e valorizam?
  • O que é que lhes vamos oferecer?
  • Como é que vamos fazer a diferença num mar de oferta?
Nas PMEs é a mesma coisa, não é suficiente ser mais eficiente a fazer o que já se faz, se existe quem possa ser muito mais competitivo a fazê-lo.
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Primeiro há que repensar o campeonato onde se actua...

quinta-feira, julho 15, 2010

Ainda acerca do EFQM

Por que não começamos pelo elo mais fraco, por que não começamos pela verificação das deficiências que têm de ser ultrapassadas, somos tentados pelos grandes projectos... bons porque sim.
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Por isso é que falhamos quando praticamos o empurrar em vez do puxar...
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Por isso é que falhamos quando apostamos no PDCA em vez de no CAPD... está tudo aqui.

quarta-feira, agosto 05, 2009

Once again and again and again: correcção não é acção correctiva!

Julgo já ter abordado este tema mais do que uma vez neste espaço.
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Por que é que as empresas associam o tratamento de uma não-conformidade com o desenvolvimento automático de acções correctivas?
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Acham mesmo que todas as não-conformidades que ocorrem numa organização merecem o investimento de uma acção correctiva?
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Como uma acção correctiva a sério dá trabalho a sério... a leviandade da opção traduz-se num abaixamento da bitola sobre o que é aceitável para uma acção correctiva.
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Por fim, correcção equivale a acção correctiva e acção para eliminar a não-conformidade equivale a acção para eliminar a causa e motivo equivale a causa...
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E depois, temos uma treta que não leva a lado nenhum.
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E a isto o que dizem as entidades certificadoras?
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"Não seja aborrecido, a concorrência é grande, para quê levantar ondas?"
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Lembra-se do artigo da Proteste? Está lá tudo!
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Talvez continue...