terça-feira, setembro 10, 2024

Curiosidade do dia

"To meet the objectives laid out in this report, a minimum annual additional investment of EUR 750 to 800 billion is needed, based on the latest Commission estimates, corresponding to 4.4-4.7% of EU GDP in 2023. For comparison, investment under the Marshall Plan between 1948-51 was equivalent to 1-2% of EU GDP."

Sei que sou um cínico, por isso, não consigo deixar ver em Draghi uma espécie de António Costa e Silva europeu:


É preciso salvar as Efacec's europeias.

BTW, Draghi quer mesmo dizer 800 bilhões? O DN refere 800 mil milhões.


Trecho inicial retirado do relatório Draghi. 

Europe, aka red tape paradise

"Before selling a single bra in the EU, the Italian lingerie maker Yamamay will soon have to provide a wealth of data on what it will be made of, who will make it and what it will cost the planet.

Production of the company's popular underwear ranges used to start with a sketch to get the aesthetics right before finding the fabric. "Nowadays it's the opposite," says Barbara Cimmino, Yamamay's head of corporate social responsibility. "We have had to totally change the way we work."

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This is partly driven by Yamamay's own sustainability agenda - but it will soon be mandatory in order to comply with a new regulation governing the sustainable design of products, agreed by Brussels this year and due to be fully implemented in the late 2020s.

"It is very, very difficult," Cimmino says.

The driver of this increased paperwork is the EU's sprawling Green Deal climate law of which the ecodesign regulation is a part. Announced in 2019, the Green Deal aims to drive the EU to net zero emissions by 2050 and rewire the bloc's economy from one that is driven by consumption to one based on recycling, reuse and longevity.

But it has also turned out to be a bureaucratic machine that has spawned reams of legislation that businesses across the EU are struggling to implement, or even understand.

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The incoming legislation has implications for sectors across the EU, but they are particularly acute for the 197,000 companies that make up the bloc's textile industry.

With 1.3mn employees, the industry is the world's second-biggest exporter of clothes and textiles by value after China. Before 2019, the sector was not heavily regulated but will soon be subject to 16 new pieces of primary legislation under the Green Deal, governing everything from microplastics to financial reporting.

Businesses, particularly large companies, will be expected to gather and report data on water use, energy consumption, labour conditions, waste, chemical use and emissions throughout much of their supply chain.

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The sustainability agenda means "a good 5 to 7 per cent extra cost," Crespi says, "which at the moment we are never able to turn to the market".

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In a study, the consultancy SB+CO found that many large companies were willing to risk fines rather than comply during the uncertain early years of the regulations, in order to avoid incurring "expensive advisory fees" and sucking time out of the business.

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The challenge is even harder for the 89 per cent of businesses in the textile industry that are microenterprises, with scant resources to hire consultants, make significant changes or even gather data.

"An entrepreneur can spend nine to 16 hours processing administrative requests from local authorities... That is taking a lot of productive time away from their schedule," says Véronique Willems, secretary-general of the trade group SMEunited.

Although SMEs are largely exempt from many of the regulations, they are affected "de facto because they are part of value chains", Willems adds. Cimmino says Yamamay "for sure" has had to drop suppliers that cannot meet the requirements.

Many of Euratex's member companies are "concerned that producing in Europe is still uncompetitive", Scalia says. One executive puts it more bluntly: "People are panicking like crazy."  [Moi ici: Já ouviram os empresários têxteis portugueses falarem sobre isto? Talvez na véspera da entrada das obrigações em vigor]

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"Over-regulation places significant additional costs on businesses, proving unsustainable for SMEs and inadvertently favouring non-European companies that are not bound by the same stringent rules," his report, published in April, said.

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In the meantime, Euratex's Scalia warns, textile companies will seek cost efficiencies, which portends a possible wave of consolidation in the industry. For companies managing day to day, "it's difficult to process all this information ... it's overwhelming, he says. "The commission has put a lot of meat on the grill, more than anyone could possibly eat.""

Recordar:

E se recuarmos a 2007 neste blogue e àslições de Maliranta com base na experiênca finlandesa:
"As creative destruction is shown to be an important element of economic growth, there is definitely a case for public policy to support this process, or at least avoid disturbing it without good reason. Competition in product markets is important. Subsidies, on the other hand, may insulate low productivity plants and firms from healthy market selection, and curb incentives for improving their productivity performance. Business failures, plant shutdowns and layoffs are the unavoidable byproducts of economic development."

O meu lado cínico imagina logo a indústria dos “can I go to the bank” a engendrar estas coisas, quando era mais certeiro deixar morrer e remover obstáculos. Assim, uns iluminados pretenderão substituir-se ao mercado e vai simplesmente deixar dívida que terá de ser paga.

No FT de 09.09.2024 em "Europe's red tape problem".

segunda-feira, setembro 09, 2024

Curiosidade do dia

Há dias escrevi aqui:
"No país das contas certas, com 90% do orçamento dedicado a salários e pensões não dá para mais, mas ao menos podia haver alguém que se importasse, que não ficasse só por picar o cartão, que levantasse a cabeça e pensasse.

É pedir muito..."

Esta manhã na estação de comboios de Valadares parei para tirar esta foto. 

Quem olha pelo espaço público?

Quantos mais meses passarão até que alguém decida cortar aquelas ervas? Já nem espero que alguma vez o grafiti seja apagado da parede da casota-abrigo.

Esta mensagem subreptícia diária de desprezo pelo espaço comum é medonha.

O fim da fábrica do mundo


Recordar este postal recente onde:
"Factory workers that source to Shein typically get paid between Rmb7,000 ($982) and Rmb12,000 a month, depending on how many clothes they finish."
E fixar aquela mensagem final do vídeo sobre o aumento de inflação expectável. 

O que julgo que falta é considerar o impacte da evolução da tecnologia e a democratização da produção no  perfil da produção que emergirá após o colapso demográfico da China.

domingo, setembro 08, 2024

Curiosidade do dia

"O número de pessoas empregadas em Portugal já ultrapassou os 5,1 milhões de profissionais, um valor histórico para o país. No entanto, apesar dos valores históricos, em Portugal encontram-se profissionais com um baixo nível de qualificações.

Segundo dados da Randstad, 35,2% dos trabalhadores em Portugal apresentam o nível mais baixo de qualificações, ou seja, têm no máximo o ensino secundário obrigatório. Estes dados são o dobro da média europeia.

Entre os empregados, 34,2% são trabalhadores com qualificações do ensino superior, que apresentam uma taxa de emprego de 80,2%. Já no caso dos trabalhadores que apresentam apenas o ensino secundário a taxa de emprego situa-se nos 10,7 pontos abaixo.

No caso dos desempregados os trabalhadores que apresentam apenas o ensino secundário correspondem a 52,4%.

Isabel Roseiro, diretora de marketing da Randstad Portugal, afirma que "esta análise permite-nos retirar conclusões muito relevantes sobre a evolução do mercado. Regista-se uma perspetiva de crescimento muito positiva, mas há ainda uma fatia grande da população em idade ativa a quem a falta de formação dificulta muitas vezes a integração ou reintegração no mercado de trabalho"."

Por isso é que os imigrantes que chegam ao país são todos universitários.

Trecho retirado de "Portugal tem o dobro da média europeia de trabalhadores com baixas qualificações"

Um bom exercício

Um bom exercício para fazer numa empresa.
"If you were forced to increase your prices by 10x, what would you have to do to justify it?

What sort of brand looks and feels like something that expensive? What positioning would you take? How would the design of both the website and the product need to change?

What subset of your market would you have to target? Do they have different problems that need solving, or different needs? Would they consider the high price a positive, because it fulfills a need to be seen as someone who is successful, or because they feel “buying from the best” lowers the risk of their decision? What would you need to do for them to be able to display that badge? What sort of relationship would you want to cultivate with each customer? How would your business model change?

What expensive services might you need to supply? Human support? Infrastructure? Is it possible for those costs to be “only” 2x or 3x more than today, so that the net impact is massive profitability?

Often early startups charge too little, and established companies struggle to charge more to existing customers. Thinking about what could justify a massive hike, you might be able to do some of those things and justify at least 2x."

Responder a estas perguntas é um bom exercício porque força a empresa a pensar de forma estratégica sobre como agregar valor significativo ao seu produto ou serviço. Obriga uma empresa a sair da zona de conforto e a ter de imaginar como criar uma oferta de altíssimo valor. Isso abre espaço para inovações e melhorias, tanto no produto quanto na experiência do cliente. É um desafio à mentalidade do status-quo. 

Ao imaginar uma justificação para cobrar 10x mais, a empresa tem que repensar profundamente sua proposta de valor. Isso pode revelar oportunidades não exploradas para atender um segmento premium ou oferecer serviços diferenciados. Obriga a pensar em como o branding, o design e a imagem da empresa precisariam mudar para justificar um aumento tão significativo no preço ajuda a refinar a identidade da marca e a alinhar mais fortemente a percepção de valor.

Ao considerar que subsectores do mercado estariam dispostos a pagar um preço mais alto, a empresa pode identificar nichos mais lucrativos e descobrir maneiras de servi-los de forma mais eficaz.

A ideia de fornecer serviços mais caros e agregar valor permite que a empresa analise a relação custo-benefício e explore como aumentar a lucratividade sem aumentar os custos na mesma proporção. 


Trecho inicial retirado de "Extreme brainstorming questions to trigger new, better ideas"

sábado, setembro 07, 2024

Curiosidade do dia

Comparações.







Deixar dinheiro em cima da mesa

"When it first arrived as a luxury from East Asia, tea was an exotic drink reserved for royalty and aristocrats. But price, it seems, is no longer an indicator of a good brew. Asda's Everyday teabags, which cost only £1.20 for 80 bags, have been pronounced the nation's tastiest.

This was the result of a blind tasting competition organised by the consumer group Which? Seventy-nine "experienced and committed" tea drinkers judged products from some of the biggest brands, including PG Tips, Tetley and Twinings.

Asda's Everyday teabags got the highest overall score, at 72 per cent. Sixty-eight per cent judged the colour to be perfect, and 49 per cent found the flavour to be "just right". Of the ten brands tested, Twinings, which at £4.80 for 80 bags cost four times as much as the Asda offering, came last alongside Tesco Original Tea, with 67 per cent each. Overall, 60 per cent of tea tasters liked the colour and bitterness of Twinings, but fewer than half were satisfied with the strength of its flavour. Although two thirds of the panel enjoyed the bitterness of Tesco Original, 35 per cent said it was too dark and 34 per cent considered it not to be strong enough."

Quanto dinheiro é que os produtores do chá que entra na composição do "Asda's Everyday teabags" deixam em cima da mesa?

A culpa não é da Asda, a culpa é de quem não investe numa marca, ou não tem noção da qualidade do seu produto. Recordar a Raporal.

Trecho retirado de "Asda's 2p teabags make the best brew" publicado no jornal The Times de ontem. 

sexta-feira, setembro 06, 2024

Curiosidade do dia


 Palavras para quê?

O foco certo (parte IV)

Esta semana li num jornal qualquer que uma delegação de viticultores tinha ido a Belém pedir medidas ao presidente da república, e que este terá pressionado o secretário de Estado da Agricultura (também presente) para serem adoptadas medidas.

O infantilizador-mor da praça pública portuguesa sempre a cavar.

Entretanto, durante uma viagem de Alfa li:

“If you want tomorrow to look like yesterday, methodology will get you there.” —Peter Block

A declaração de Peter Block, “Se queres que o amanhã seja igual a ontem, a metodologia levar-te-á lá,” reflecte uma crítica à dependência de métodos e sistemas estabelecidos para criar resultados previsíveis e repetitivos, em vez de promover a mudança e a inovação. Ou seja, as abordagens convencionais muitas vezes reforçam práticas passadas, conduzindo a uma adaptação limitada ou à não exploração de novas possibilidades. Depois, os intervenientes admiram-se por obterem resultados semelhantes.

Esta semana tive oportunidade de ler "Rationality, Foolishness, and Adaptive Intelligence" de James G. March.

March critica a crença absoluta nas abordagens racionais e nos seus limites na tomada de decisões estratégicas. March concorda que as "tecnologias da racionalidade", embora possam ser eficazes em contextos simples e bem compreendidos, muitas vezes falham em ambientes mais complexos e exploratórios. 

"As complexity is increased and temporal and spatial perspectives are extended, returns (both of alternatives that are adopted and of those that are rejected) are likely to be misestimated by huge amounts. [...] There are many instances in which the use of a technology of rationality in a relatively complex situation has been described as leading to extraordinary, even catastrophic, failures."

"The poor record of rational technologies in complex situations has been obscured by conventional gambits of argumentation and interpretation."

Ele enfatiza a tensão entre exploitation (utilizar o que já sabemos) e exploration (procurar novas possibilidades). Metodologias racionais — baseadas em processos de decisão orientados por modelos e dados — são frequentemente ferramentas de exploração que reforçam sucessos passados, mas desencorajam a experimentação e a inovação.

Assim, Block e March chamam a atenção para que metodologias estabelecidas podem limitar a possibilidade de novos resultados transformadores, mantendo assim o "amanhã" idêntico ao "ontem". Depois, não nos podemos queixar... claro que podemos, desde que haja uns trouxas que assumam o prejuízo. Externalizar prejuízos deve ser tão bom!

Que incentivos terão os viticultores para mudarem de vida?


Parte Iparte II e parte III

quinta-feira, setembro 05, 2024

Curiosidade do dia

Os experts:

O anónimo pacóvio da província:

"Podem ter conversa, podem ter fanfarra, podem ter o apoio da comunicação social e do comentariado, mas quando chega a hora da verdade... os contribuintes incham e ninguém se retrata, ao menos podiam retratar-se, mas não, seguem para mais uma vitória eleitoral qualquer."

E pedir a estes "experts" para comentarem as suas ideias de então?

Isso é que era.

É impressionante ...

Há dias numa empresa, durante um intervalo de uma reunião, brincava com um sportinguista dizendo-lhe que o Rubén Amorim já estava a caminho do Benfica. Então, parei e perguntei-lhe com genuína curiosidade: e se as claques do Sporting não tivessem evitado Mourinho como treinador? Ele nunca teria ido para o Porto, ele nunca teria sido campeão europeu no Porto, o mundo da bola em Portugal teria sido muito diferente.

Agora penso no dia 16 de Outubro de 1978 e como o resultado dessa eleição mudou o mundo. O mundo teria sido bem diferente se Karol Wojtyla não tivesse sido eleito papa, se Karol Wojtyla tivesse morrido no atentado de 13 de Maio de 1981.

E se o tiro de Thomas Crooks tivesse acertado em Trump em Julho passado?

É impressionante como o presente pode ser tão diferente por causa de pequenos eventos. Dá que pensar ... em como milhões de futuros potenciais colapsam a cada momento. Será que colapsam mesmo?


quarta-feira, setembro 04, 2024

Curiosidade do dia

"As the midday sun blazed down on Panyu, a suburb in the southern city of Guangzhou, silence took hold. Just an hour earlier had been the sounds of trucks shuffling goods along roads still under construction and whirring sewing machines pumping out clothes.

The garment-making district labelled as "Shein village" for the central role it plays in making clothes sold on the fast-fashion platform — was resting. The workers had vanished underneath their stations before reappearing after a ritual lunchtime nap, common across Chinese workplaces from factory floors to office towers.

...

But going to the heartland of Shein's supply chain, it was clear that its low prices are in spite of, not because of, labour costs, which have been rising in China as the working-age population shrinks and young migrant workers shun factory jobs for the lower-paid service sector.

Factory workers that source to Shein typically get paid between Rmb7,000 ($982) and Rmb12,000 a month, depending on how many clothes they finish. By contrast, the average wage for other blue-collar workers in the area is between Rmb5,500 and Rmb6,500.

Part of the reason the clothes are cheap is, well, because they are cheap. One factory manager held up a baggy dress - probably destined for the US or UK — and joked she would never sell such low-quality clothes to a more discerning Chinese clientele. She says she uses cheaper fabrics for Shein orders than for Alibaba's Taobao, because the domestic platform gives more money to the factories to cover their costs.

Shein has also cut out expensive middlemen by shipping goods directly from warehouses in China to shoppers in the west - a model that also has the benefit of the great majority of its packages bypassing import duties."

"Shein manages supply chain deftly but labour costs are rising fast" no FT de 27.08.2024.

Filtar e priorizar objectivos

Há dias estava a olhar para o "Innovation Project Scorecard" da empresa Strategyzer e a pensar o quão útil poderá ser para, com pequenas alterações, servir de filtro e priorizar objectivos de um sistema de gestão, e respectivas iniciativas, que estejam mais alinhados com a estratégia da organização, garantindo que os recursos são direccionados para projectos que realmente suportam os objectivos globais. Evitando a dispersão de esforços em projectos que, apesar de inovadores, não contribuem significativamente para a direcção estratégica desejada.

Assegura o alinhamento estratégico - requisito das cláusulas 5.2 e 6.2.1.

Considera riscos e oportunidades - requisto das cláusulas 4.1, 4.2, 6.1.

Considera a ligação àctividades criticas, clientes-alvo e parceiros - requisito das cláusulas 4.4, 5.1.2, 4.2,  8.4 e 9.1.2.

Talvez incorporar algumas alíneas relacionadas com obrigações de conformidade, sustentabilidade e obrigação de mensurabilidade.

terça-feira, setembro 03, 2024

Curiosidade do dia

 Li:

""Seen this way, pronatalism is a Ponzi scheme," Merchant and Brown wrote. "It relies on new entrants to produce returns for earlier investors, with the burdens falling most heavily on women, who are responsible for the bulk of childbearing and child-rearing, often without adequate medical care or affordable child care.""

E pensei em fazer uma alteração ao texto:

"Seen this way, pro-immigration is a Ponzi scheme,". "It relies on new entrants to produce returns for earlier investors, with the burdens falling most heavily on immigrants, who are responsible for much of the labor and integration, often without adequate support or affordable services." 

Trecho inicial retirado de "Elon Musk and others urging people to have more kids are essentially calling for a Ponzi scheme, experts say". 

O foco certo (parte III)

"In his book The Icarus Paradox, Danny Miller, ... details how the greatest trigger for organizational failure is success. The most successful organizations start to oversimply processes; become proud, insular, and immune to feedback; and lack the motivation or resources to change. Once highly effective processes, organizations, and leaders start to fail when faced with new technologies and shifting market trends. Miller named this challenge the Icarus paradox, after the Greek god. Icarus became so enamored with the flight enabled by his wax wings that he flew too close to the sun, melting the wings and falling to his death.? Miller offers eye-opening examples of market leaders rising in the markets, becoming so enamored by their own success that they fail to take precautions and then falling swiftly down their S curves.

...

How do we know when we are at point A-the tipping point between success and failure, the point where we need to shift between what we've been doing for our past success and what we need to do for the future? When all is going well, there is no reason for us to believe that our upward trajectory will ever change. The trick, therefore, is to always believe that you are at point A, to constantly scan the horizon for the next curve, even while enjoying your current success."

O consumo de vinho a nível mundial está a cair.

A importação de vinho está a estes níveis.

E a CNA, e os produtores de vinho, com o locus de controlo no exterior, colocam no governo de turno a criação de uma solução (recordar a parte II).

Ontem estava a ver um vídeo no Youtube sobre como desentupir canetas Isograph, e num dos comentários alguém escreveu que já não usava essas canetas há muito tempo porque, entretanto, o desenho por computador passou a ser a norma.

Um velho tema neste blogue: resistir ou abraçar a mudança (versão de 2010).

Nem de propósito, este postal recente de Seth Godin, "Redefining a profession".

A importância do locus de controlo no interior, a adpatação proactiva à mudança, a associação da mudança a oportunidades. A alternativa é a estagnação e o empobrecimento.

E para terminar com a ideia de foco, outro postal recente de Seth Godin, "Write for someone" mas adpatado por mim:

It's so tempting to make wine for everyone.
But everyone isn't going to drink your wine, someone is.
Can you tell me who? Precisely?
What did they believe before they tasted your wine? What do they want, what do they fear? What has moved them to choose a wine in the past?
Name the people you're making wine for. Ignore everyone else.

Parte I e parte II.

Trecho retirado de "Both/and thinking : embracing creative tensions to solve your toughest problems" de Wendy K. Smith, Marianne W. Lewis.

segunda-feira, setembro 02, 2024

Curiosidade do dia

 

O foco certo (parte II)

Já vivo neste país há muitos anos, mas é impressionante como ainda me consigo surpreender com a mentalidade portuguesa. É sempre possível cavar mais um bocado.

Numa empresa liderada por gente com o locus de controlo no interior olha-se para o contexto interno e externo, consideram-se as necessidades e expectativas das principais partes interessadas e tomam-se decisões:
  • continuar como se tem continuado;
  • mudar de mercado;
  • mudar de clientes;
  • mudar de modelo de negócio;
  • fechar e aplicar os recursos noutra coisa.
Gente com um locus de controlo interno acredita que os resultados das suas acções dependem principalmente das suas próprias decisões, esforços e comportamentos, em vez de serem determinados por factores externos como sorte, destino ou a influência de outras pessoas. 

Gente com um locus de controlo interno tende a assumir a responsabilidade pelos seus sucessos e fracassos. Acreditam que as suas acções têm um impacte directo nos resultados. Isso motiva-as a trabalhar mais arduamente e a tomar decisões proactivas para alcançar os seus objectivos.

Gente com um locus de controlo interno sente-se confiante na sua capacidade de influenciar os acontecimentos que são a sua vida. Assumem-se como motoristas, não como passageiros. Há muitos anos, aqui no blogue, usei o termo "folhas levadas pela corrente". Não, não se comportam como folhas levadas pela corrente. Essa autoconfiança faz com que sejam mais resilientes perante os desafios, pois acreditam que podem superar obstáculos com esforço e determinação.

Gente com um locus de controlo interno define metas, planeia e toma iniciativas para alcançar o que deseja, em vez de esperar que as coisas aconteçam por si só ou por intermédio de um "papá".

Gente com um locus de controlo interno são menos propensas a se sentirem vítimas das circunstâncias e mais propensas a buscar soluções para os problemas.

Agora leio "CNA pede audiência urgente ao ministro da Agricultura sobre crise no vinho" e encontro o contrário, um hino ao locus de controlo no exterior:

A CNA pede uma audiência urgente ao ministro da Agricultura, argumentando que a situação "exige uma resposta eficaz do Ministério da Agricultura"​. Este pedido reflecte a expectativa de que uma entidade externa (o governo) tome medidas para resolver os problemas enfrentados pelos produtores, o que é um indicativo de locus de controlo externo.

Os pequenos e médios produtores estão em "situação de desespero" devido às ameaças dos grandes agentes da transformação e do comércio de não comprarem uvas. A confederação menciona que os viticultores são "forçados" a vender as uvas a preços de há 25 anos e a suportar "enormes custos de produção", sugerindo que os produtores sentem que não têm controlo sobre essas condições adversas​. O que querem que o governo faça? Obrigar os "agentes da transformação e do comércio a comprarem uvas"? Obrigar os preços a subirem? Doar dinheiro impostado aos saxões para salvar os viticultores e impedi-los de mudar de vida? O que impede os viticultores de mudarem de vida?

O artigo destaca o "crescente desequilíbrio de poder de mercado entre a produção, a transformação e o comércio", sempre em prejuízo dos pequenos e médios produtores. Este comentário aponta para a crença de que forças externas (o mercado e os seus agentes) são responsáveis pelas dificuldades enfrentadas, em vez de um foco nas possíveis acções internas que os produtores poderiam tomar para mitigar esses efeitos​.

A frase “os agricultores serão obrigados a entregar as uvas ao senhor ministro da Agricultura e ao Governo” é um exemplo de como a CNA coloca a solução do problema inteiramente nas mãos do governo, sugerindo que os agricultores não têm outras opções viáveis além de depender da intervenção governamental​.

Isto é simplesmente doentio. Dificilmente sairemos desta espiral de infantilização de produtores, jornalistas e leitores dos orgãos de comunicação social. Nem a Iniciativa Liberal se atreve a contrariar as CNA's desta vida. 

Quanto ao governo de turno, recordo o ditado: Quem se deita com crianças acorda mijado.

A falta que nos fazem mais suíços e canadianos.

BTW, o artigo começa com:
"Para os agricultores, a "dramática situação do setor" exige uma resposta eficaz do Ministério da Agricultura, não se compadecendo com "paliativos, adiamentos ou silêncios ensurdecedores"."
E paliativos e adiamentos é precisamente o que a CNA está a pedir.

domingo, setembro 01, 2024

Curiosidade do dia

 Ontem no Twitter:

Deixo aqui o link para o Decreto-Lei n.º 22 469, publicado em 11 de Abril de 1933. 



A cláusula van Hallen nas fábricas portuguesas (parte II)

“Red Rabbit” é um termo utilizado em algumas indústrias nos Estados Unidos, particularmente no contexto do controlo da qualidade e dos testes de segurança. Refere-se a um defeito ou anomalia introduzido deliberadamente, utilizado para testar a eficácia da capacidade de um sistema para detetar e responder a problemas.

O que é um “Red Rabbit”?

O principal objectivo de um teste Red Rabbit é avaliar o desempenho e a fiabilidade dos sistemas de inspecção, detecção ou segurança. Ao introduzir um defeito conhecido, a organização pode avaliar se o sistema consegue identificar e tratar corretamente o problema, garantindo que o sistema funcionará adequadamente em situações do mundo real.

Os testes Red Rabbit são normalmente utilizados em indústrias onde a segurança e a qualidade são críticas, como a indústria transformadora, aeroespacial, energia nuclear e farmacêutica. Por exemplo, na produção, uma peça defeituosa pode ser colocada intencionalmente numa linha de produção para verificar se o sistema de controlo da qualidade a sinaliza como defeituosa.

O “Red Rabbit” (o defeito conhecido) é introduzido no sistema e a resposta do sistema é monitorizada. O teste é considerado bem-sucedido se o sistema detectar o defeito como pretendido. Se o sistema não conseguir detectar o defeito, isso indica uma potencial fraqueza no processo de detecção que tem de ser resolvida.

Nunca tinha ouvido falar no termo Red Rabbit. No entanto, agora percebo que já o tinha sugerido na parte I.

"Entrega-se uma nota de 5 euros a quem a vier reclamar com base nesta ficha técnica!"