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sábado, março 16, 2024

Are you prepared to walk the talk? (parte IV)

Recordar o que tenho escrito aqui ao longo dos anos sobre a Zara e as tiradas de preocupação com o ambiente:

 Entretanto, no Le Figaro de quinta-feira passada, "Shein, Temu... L'Assemblée nationale adopte des mesures pour pénaliser la fast fashion":

Principais medidas da proposta aprovada:

  • Definição de Fast Fashion: A lei propõe critérios baseados nos volumes produzidos e na velocidade de renovação das colecções, com detalhes a serem definidos em decretos. Práticas como as da empresa chinesa Shein, que lança em média 7200 novos modelos de roupas por dia, são o alvo.
  • Sistema de Bonus-Malus: A proposta principal é reforçar este sistema no setor têxtil, considerando os custos ambientais da produção excessiva. A penalidade estará ligada ao "affichage environnemental" (rótulo ambiental) dos produtos, com uma nova metodologia de avaliação a ser implementada. As penalidades poderão chegar a 10 euros por produto até 2030, com um tecto de 50% do preço de venda.
  • Publicidade Proibida para Fast Fashion: A lei também inclui a proibição de publicidade para produtos e empresas que se enquadrem na definição de fast fashion. 
  • Redistribuição de Contribuições: As contribuições colectadas serão redistribuídas em favor dos produtores de roupas sustentáveis, com o objectivo de reduzir seus preços.

quinta-feira, fevereiro 08, 2024

Têm de aprender a programar

Recordo de há dias: Imagino se isto fosse dito pelo Passos, ou pelo Trump...

Recordo de Novembro de 2021: Coerência e ambiente (parte II) em especial

"Há muito que penso que os políticos começaram a falar cada vez mais do ambiente porque era algo que não lhes vinha cobrar. ... Os políticos podiam falar do ambiente à boca cheia sem recear que ainda durante a mesma legislatura alguém lhes viesse pedir contas.

Julgo que a situação pode vir a alterar-se."

No FT de hoje em "Port Talbot closure raises questions over heralded green jobs transition":

"Thousands of workers in Port Talbot will lose their jobs next month as Britain's biggest steelworks goes green - raising questions about the consequences for the labour market from the net zero transition.

Rishi Sunak promised in September that a taxpayer subsidy of €500mn for Tata Steel would "safeguard thousands of jobs" at the totemic site in south Wales. But the prime minister's pledge now rings hollow for the 2,800 employees left on the scrapheap by the Indian-owned conglomerate's decision to close the last two blast furnaces at the Port Talbot site.

Politicians from both main parties have hailed the green transition as a latter-day employment gold rush. Boris Johnson said, when prime minister, the switch to net zero would be the biggest job creator since the industrial revolution: "Everywhere you look, in every part of our United Kingdom, there will be jobs," he promised.

...

For academics, the issue is more nuanced. The clean energy transition should not, overall, be a "destroyer of jobs", according to Anna Valero, a fellow at the London School of Economics' Centre for Economic Performance.

In contrast with previous periods of rapid industrial change, including the collapse of coal mining that has left bitter memories in the Welsh valleys near Port Talbot, the shift is more likely to alter existing roles than wipe out entire industries.

Job losses will be localised, while new vacancies - retrofitting buildings, for example - are likely to be widely dispersed with higher-paid roles clustered near the capital, according to analysts. Carl Sizer, head of regions for consultancy PwC in the UK, warned the creation of new green roles brought with it a risk of regional inequality. Those advertised last year were concentrated in and around London

...

Yet, economists have said that rather than replacing the jobs lost with equivalent roles in "green" manufacturing, the goal should be to ensure people can find good jobs reasonably close to home. "No one knows what a green job is ... People just want work. They want to know how are they going to earn a decent wage," Kakkad said."

De acordo com o "Brandon":

"According to Dave Weigel of the Washington Post, Biden said, "Anybody who can go down 3,000 feet in a mine can sure as hell learn to program as well... Anybody who can throw coal into a furnace can learn how to program, for God's sake!""

terça-feira, novembro 23, 2021

Coerência e ambiente (parte III)

Parte I e parte II.

Na parte I escrevi:

"Outra incoerência é a de muitas empresas com grandes tiradas sobre o ambiente, mas que não vêem o quanto essas tiradas minam o modelo de negócio em que assentam. Recordo do Verão de 2019 a conversa da Inditex... Como é que o fast-fashion pode ser amigo do ambiente?

Curiosidade do dia

Are you prepared to walk the talk?"

Conjugar com "Why Fast Fashion Has to Slow Down":

"Speed was a big part of the revolution, but so too was low cost and expendability. As quickly as fashionistas acquired new looks fed in part by Zara's production of a new collection every week, or 20,000 new designs each year they were also tossing out the old. Why launder clothes when they're so cheap to replace? On average, fast fashion customers discarded inexpensive dresses, shirts, and pants after wearing them as few as seven times. A limited shelf life was part of the allure.

...

The Take, Make, and Waste of Fast Fashion

Not surprisingly, the fast fashion model takes a heavy toll on the planet and its people. The textile industry is responsible for 20% of all industrial water pollution and 10% of carbon emissions. Extracting the needed resources comes at tremendous cost.

...

Zara appears to have recognized the downside of fast fashion and is trying to jump on the sustainability bandwagon: In 2019, it announced that by 2025, 100% of its fabrics would be organic, sustainable, or recycled.

While admirable, this won’t fix the problem. Even if Zara’s textiles are made from “sustainable” sources, the company is catering to an insatiable market searching for the newest trends. The sources of supply aren’t the problem. It’s the waste created in the constant extraction, manufacture, and disposal of materials that are suffocating the planet."

quinta-feira, novembro 11, 2021

Coerência e ambiente (parte II)

Em Maio passado em "Coerência e ambiente" recordei a Inditex e a sua conversa sobre o ambiente com base em postais do Verão de 2019.

Há muito que penso que os políticos começaram a falar cada vez mais do ambiente porque era algo que não lhes vinha cobrar. Por exemplo, um político pode propor políticas para reduzir défice, para reduzir filas de espera na Saúde, para aumentar salários, ... e todas essas políticas têm o inconveniente de, mais tarde ou mais cedo, virem cobrar através da comparação entre os resultados propostos versus os resultados obtidos. Já com o ambiente era diferente. Os políticos podiam falar do ambiente à boca cheia sem recear que ainda durante a mesma legislatura alguém lhes viesse pedir contas.

Julgo que a situação pode vir a alterar-se.

Num dos textos que escrevi em 2019 brincava com o oxímoro de uma Inditex, rainha do fast-fashion, querer ter uma aura de amiga e preocupada com o ambiente. 

Se lerem isto:

Agora imaginem um político português encher a boca com o ambiente. Depois, lembrem-se deste trecho:
"Em 2020, 50% das vendas de moda e vestuário na Europa foram feitas com desconto de preço e a indústria têxtil portuguesa surge como um dos suportes destas campanhas agressivas, uma vez que pratica os preços mais baixos do continente, segundo um estudo da Fashion Value intitulado ‘Pricing Report’. Do outro lado da tabela está a Itália."

Quais as implicações de atacar de frente o fast-fashion sem dizer a verdade das consequências desse ataque nos postos de trabalho de tanto têxtil português? Os políticos falam e ninguém lhes pede contas, talvez ninguém os oiça. Há dias, numa missa, ouvi o padre atacar o consumismo... então, comecei a pensar em quantas das pessoas ali presentes a assistir, tinham uma vida dependente do consumismo:

  • quem desenha os artigos;
  • quem produz os artigos;
  • quem publicita os artigos;
  • quem transporta os artigos;
  • quem vende os artigos;
  • quem compra os artigos;
  • quem usa os artigos. 
Vivemos num mundo carregado de gente em lugares de decisão e poder que joga bilhar amador, só pratica first-order thinking.


domingo, agosto 23, 2020

Não chove...

Em Fevereiro passado escrevi:

Ler "Regenerarte: maior monocultura de abacate da Europa no Algarve usa 3,5 milhões de litros de água por dia". A água consumida, a impunidade... Em Espanha tiveram de fazer transvases para alimentar o Mar del Plástico.

terça-feira, janeiro 08, 2008

Tiram-me do sério

Jogos do empurra, como os relatados no Público de hoje:

" A EDP reafirmou ontem que foi autorizada pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) a abrir um estradão de 600 metros de comprido por cinco de largura na margem direita do rio Tua, no âmbito dos trabalhos de prospecção geológica para a futura barragem. Mas os documentos a que o PÚBLICO teve acesso desmentem a empresa. Por sua vez, o Ministério do Ambiente remete explicações para a CCDR-N, que continua sem saber explicar o tortuoso processo de licenciamento que patrocinou. " (artigo "CCDR-Norte não sabe explicar destruição da margem direita do Tua por estrada mandada abrir pela EDP", assinado por António Garcias e Ana Fernandes.

segunda-feira, setembro 03, 2007

Unintended consequences

Quando se interfere num sistema, temos de ter em conta que ele vai reagir, que não vai permanecer impassível, aqui.

segunda-feira, março 05, 2007

Para memória futura

Sem comentários.

Nova descarga poluente na Ribeira dos Milagres
A Comissão de Ambiente e Defesa da Ribeira dos Milagres denunciou, esta sexta-feira, uma nova descarga poluente naquele curso de água, no concelho de Leiria. A GNR já esteve no local, mas ainda não identificou os responsáveis.

Pois!

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

What ties an organization together is what ties thoughts together

"Organizations exist largely in the mind, and their existence takes the form of cognitive maps. Thus, what ties an organization together is what ties thoughts together."

Karl Weick in "Making Sense of the Organization"

Quando equaciono o desenvolvimento de um sistema de gestão ambiental, recorro primeiro aquela que é para mim uma das definições mais claras e lúcidas que conheço, a definição de sistema de gestão da ISO 9000: "Sistema de gestão = sistema para o estabelecimento da política e dos objectivos e para a concretização desses objectivos." Está tudo nela.
Assim, modelamos um sistema de gestão ambiental da seguinte forma:
(1) Identificamos a realidade ambiental de uma organização (que aspectos, que impactes, que legislação;
(2) À luz de prioridades estratégicas alinhadas com a proposta de valor do negócio, seleccionamos os impactes significativos em que devemos trabalhar. Se não sintonizamos ambiente com negócio, o mis certo é fazermos o politicamente correcto, e nada mais;
(3) Definimos objectivos e metas, critérios de sucesso concretos, associados aos impactes ambientais significativos seleccionados;
(4) Desenvolvemos e implementamos projectos de melhoria, iniciativas estratégicas ambientais, ou programas de gestão ambiental, para transformar a organização de hoje, com o desempenho ambiental actual, na organização do futuro, com o desempenho ambiental futuro desejado;
(5) Segue-se a monitorização dos resultados e a tomada de decisões;
(6) Segue-se a reflexão periódica sobre o sistema, para, conjugada com a actualização do levantamento ambiental, projectar um novo ciclo de gestão;

Um sistema de gestão concebido desta forma, é na essência uma estrutura móvel, um portfolio de projectos de melhoria, desligado de uma estrutura hierárquica. Assim, para manter a unidade do sistema, a sintonia e o alinhamento das pessoas, é fundamental:
(7) Comunicar, comunicar, comunicar. As pessoas precisam de ser informadas sobre:
  • qual a realidade ambiental;
  • quais as prioridades estratégicas;
  • quais os objectivos e metas a atingir;
  • em que projectos de melhoria vamos investir; e
  • que resultados estamos a atingir;
Uma estrutura burocrática, com relações hierárquicas bem definidas e vincadas é uma coisa. Uma estrutura leva, flexível, dedicada, obcecada com resultados, tem de assentar em outros alicerces: a comunicação, o pensamento, a interpretação.

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Será falta de dinheiro?

A Petrogal em 2005 teve resultados líquidos de 225 135 000 euros.

A Petrogal publica relatórios deste tipo sobre o ambiente.

A Petrogal, no seu endereço na internet, escreve, assim, sobre o desenvolvimento sustentável.

A Petrogal, no seu endereço na internet, acerca da Refinaria do Porto e do Ambiente, escreve assim:

"A minimização dos impactes da nossa actividade, no solo, no meio aquífero e no ar, é motivo de grande parte das nossas preocupações.Possuímos uma Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR), com a capacidade de tratamento de 450 m3/h, que recebe todos os efluentes líquidos das instalações industriais, através de uma complexa rede de drenos, a qual garante a preservação do solo."

Notícia do DN de hoje: "Derrame de crude atinge praias de Leça da Palmeira", assinada por Alfredo Teixeira.

Pormenores que destaco:
"A chuva que caiu nos últimos dias fez transbordar, ontem de manhã, as bacias de retenção de resíduos da refinaria da Petrogal, em Leça da Palmeira, provocando o despejo desses efluentes não tratados na praia do Aterro."

"durante o período de Inverno, se as condições meteorológicas se agravarem, novos casos poderão acontecer. Recorde-se que, este ano, é já a segunda vez que a Petrogal despeja estes efluentes junto às praias de Leça da Palmeira."

Porque é que isto acontece?

Será atraso do licenciamento da obra?

"Os danos ambientais "não são significativos", diz a autarquia de Matosinhos, onde já deu entrada um projecto para construção de novos reservatórios de forma a quadruplicar a capacidade de armazenamento de resíduos da petrolífera."

Há quanto tempo deu entrada o projecto? Porque é que ainda se verifica o problema?

Já não se trata de um acidente!

Aqui, lê-se:

"O presidente da Câmara Municipal de Matosinhos corroborou que este problema é «recorrente», sendo já «conhecido que a Petrogal não tem capacidade de retenção para, quando chove muito, manter as águas superficiais no perímetro» das instalações da empresa."

Por que será que isto continua a ocorrer?

Será falta de dinheiro?

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Mais asneiras ambientais

"O eucaliptal mantém-se estável, o que faz com que a indústria, que tem vindo a aumentar a sua capacidade de produção, receie que este não dê resposta às necessidades. Mas o ministro avisa: há apoios para a sua deslocalização para áreas mais férteis, mas não haverá para aumentos de áreas."

Está-se mesmo a ver o que vai acontecer.

Artigo "Área de pinheiro-bravo diminuiu 27 por cento em dez anos", assinado por Ana Fernandes, no Público de hoje.

Estas causas já não merecem a atenção dos grupos ecologistas?

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Bingo!!! Jackpot!!! Jogos florais são treta!!!

O número de Dezembro de 2006 da revista Harvard Business Review, só me chegou a casa durante a passada semana.
Só esta semana tive oportunidade de a começar a ler, para logo encontrar um artigo que me enche as medidas “Strategy & Society – The Link Between Competitive Advantage and Corporate Social Responsibility”, de Michael Porter e Mark Kramer.

Quando abordo a temática da implementação de sistemas de gestão ambiental (SGA’s), procuro que as pessoas acordem, para a necessidade de criar SGA’s sintonizados com a estratégia do negócio. Assim, começo por abordar ao de leve a temática da proposta de valor, como aqui e aqui. Um SGA, não pode ser um acrescento às actividades quotidianas, tem de fazer parte delas, tem de estar alinhado com o que é estratégico para o sucesso do negócio, senão, não passa de treta de consultor, ou “jogos florais”. Em vez de um auxiliar, transformam-se num peso suplementar.

Sinto estar perante um desperdício: de tempo, de recursos, de atenções, de motivações, de pessoas, de dinheiro, quando, perante um sistema de gestão ambiental já com alguns anos, continuam a ser aplicados os mesmos critérios iniciais, para a avaliação dos impactes ambientais.
Aproveito as minhas aulas sobre SGA’s. para chamar a atenção de que as políticas ambientais não devem ser TT (todo o terreno), não deviam servir para qualquer empresa, deviam ter em conta os resultados do levantamento ambiental específico da organização, e a sua estratégia para o negócio. Sem estratégia ganhadora para o negócio não há empresa rentável, se não há empresa rentável perdemos todos. Estratégia para o negócio e ambiente têm de se suportar mutuamente.

Não percam a leitura deste artigo. Alguns excertos:

“…, they would discover that CSR can be much more than a cost, a constraint, or a charitable deed – it can be a source of opportunity, and competitive advantage.”

“While businesses have awakened to these risks, they are much less clear on what to do about them. In fact, the most common corporate response has been neither strategic nor operational but cosmetic: public relations and media campaigns, the centerpieces of which are often glossy CSR reports that showcase companies’ social and environmental good deeds.”

“Such publications rarely offer a coherent framework for CSR activities, let alone a strategic one. Instead, they aggregate anecdotes about uncoordinated initiatives to demonstrate a company’s social sensitivity. What these reports leave out is often as telling as what they include.”

No business can solve all of society’s problems or bear the cost of doing so. Instead, each company must select issues that intersect with its particular business.” … “The essential test that should guide CSR is not whether a cause is worthy but whether it presents an opportunity to create shared value—that is, a meaningful benefit for society that is also valuable to the business.”

“At the heart of any strategy is a unique value proposition: a set of needs a company can meet for its chosen customers that others cannot. The most strategic CSR occurs when a company adds a social dimension to its value proposition, making social impact integral to the overall strategy.”

“While responsive CSR depends on being a good corporate citizen and addressing every social harm the business creates, strategic CSR is far more selective. Companies are called on to address hundreds of social issues, but only a few represent opportunities to make a real difference to society or to confer a competitive advantage. Organizations that make the right choices and build focused, proactive, and integrated social initiatives in concert with their core strategies will increasingly distance themselves from the pack.”