segunda-feira, agosto 12, 2024

Curiosidade do dia

"Things must not go on as they have been. The test of the UK's democracy is whether that reality is recognised and options for improvement discussed. That, one might have thought, is what a general election is for. But political commentators mostly seem to agree that this is hopelessly naive: the electorate does not want to be told the truth and could not understand it if they were. They should be kept in the dark and fed on manure, like the mushrooms they are. This is what the sophisticated political gurus advise. What has been the result? Disenchantment. Any political system, especially a democracy, has to deliver results."

Trecho retirado de "UK election draws a veil of silence over bitter economic truths

Exportações dos primeiros seis meses de 2024

 


Portugal exportou bens no valor de 40 mil milhões de euros no primeiro semestre, uma quebra de 0,9%, o que equivale a menos 376 milhões de euros do que em igual período de 2023.

De salientar o grande salto nas exportações de produtos farmacêuticos. Nos primeiros cinco meses as exportações caíam mais de 10% face ao valor homólogo e agora estão a crescer 3,9%. Julgo que isto tem a ver com o ciclo trimestral de exportações para alguns mercados.

As exportações de calçado e dos animais vivos continuam o seu calvário. 

domingo, agosto 11, 2024

Curiosidade do dia

"You don’t get to support those things without consequences, buddy."

Em tempos no Twitter brinquei com o que ouvia no programa Prós e Contras. Se tantas empresas de sucesso no mundo nasceram numa garagem, então, quanto mais garagens forem construídas, mais empresas inovadoras serão criadas. Este é o erro de quem confunde correlação com causalidade.

Em 2008 escrevi um postal aqui no blogue onde citei:

"if companies are not hiring, job training is irrelevant.

...

if you really want to reduce unemployment and poverty, it is obvious from recent history that job training has nothing to do with it."

Mais educação não quer dizer menos desemprego, não quer dizer melhores empresas.  

Recordo isto na sequência da leitura de um texto no Público de 8 de Agosto passado, "Notícia de um país sábio, mas pobre":

"numa década, o número de doutorados a residir no pais aumentou 73%, chegando à muita razoável cifra de 43 mil. 

...

Tanta ciência e tanto estudo serve, afinal, para quê, se os salários continuam baixos, se a economia permanece débil e o destino parece condenado à eterna e desesperada luta por uma casa para alugar ou dinheiro para o fim do mês? [Moi ici: O autor espera uma causalidade entre mais doutorados e melhor economia. Depois, no parágrafo que cito a seguir, culpa os patrões por a causalidade não se verificar]

...

Por muito mais sábios e competentes que os portugueses sejam, as suas aspirações continuam a ser travadas por uma espécie de imposto cobrado pelos arcaísmos do antigamente. A qualificação dos donos das empresas é baixa e amarra-os à condição do velho patrão."

O que é que o autor quer? Se a economia que nunca precisou de doutorados não morrer, ou não for complementada por outra economia que precise de doutorados continuará a não haver causalidade. Recordo de 2007:

"It is widely believed that restructuring has boosted productivity by displacing low-skilled workers and creating jobs for the high skilled." [Moi ici: A crença do autor do texto e de muitos outros, a maioria] In essence, creative destruction means that low productivity plants are displaced by high productivity plants."[Moi ici: O nosso foco está totalmente ao lado]

BTW, também seria interessante saber quais as áreas de doutoramento, se a maioria for em Sociologia ou História...

E volto à cena dos mastins dos Baskerville e à lição das duas economias na Irlanda. Só que o autor do texto está alinhado com esta mentalidade “Descida do IRC é injusta”.

- You don’t get to support those things without consequences, buddy.

sábado, agosto 10, 2024

Curiosidade do dia

Salazar também tinha um lápis azul do mal. 

Como se definem objectivos? (parte II)

Parte I.

Consideremos a Goodhart’s Law: “When a metric becomes a target, it ceases to be a good metric".

O NHS do Reino Unido implementou uma meta para garantir que os doentes eram atendidos num período de tempo específico nas Emergências, normalmente no prazo de 4 horas.

Embora a intenção fosse melhorar os cuidados prestados aos doentes e reduzir os tempos de espera, os hospitais começaram a concentrar-se em cumprir a meta em vez de melhorar a qualidade global do serviço. Alguns hospitais manipularam os números, mantendo os doentes em ambulâncias ou áreas de detenção temporária até que pudessem ser admitidos dentro do prazo previsto, melhorando assim artificialmente as suas métricas sem necessariamente melhorar os resultados dos doentes.

A métrica (tempo de espera de quatro horas) passou a ser a meta e, com isso, deixou de ser um indicador fiável da real qualidade dos cuidados de emergência prestados.

Lembro-me de me contarem o caso de uma empresa pertencente a uma multinacional com um objectivo ditado pela casa-mãe de reduzir o consumo de água por tonelada de produto produzida. A água que contava para o cálculo era a água comprada à companhia fornecedora. O que fez a empresa? Fez um furo, legalizou-o e começou a usar água que não contava para o cálculo do objectivo.

Exemplos recentes em Portugal.

  • Nos últimos anos, o governo português colocou uma grande ênfase na redução do défice orçamental para cumprir as exigências da União Europeia.

Efeito da Lei de Goodhart: Embora a redução do défice seja importante, a fixação nesse alvo levou a cortes em áreas críticas, como a saúde e a educação. A obsessão com o défice fez com que outras métricas de bem-estar económico e social fossem negligenciadas. Por exemplo, os cortes no investimento em infraestruturas hospitalares contribuíram para a degradação da qualidade dos serviços de saúde, um efeito colateral negativo que não é capturado pela simples métrica do défice orçamental.

  • O governo português adoptou várias políticas para melhorar o desempenho de Portugal em rankings internacionais de educação, como o PISA.
Efeito da Lei de Goodhart: Em resposta à pressão para melhorar os resultados nestes rankings, algumas escolas começaram a focar-se excessivamente em "treinar" os alunos para os exames, baixando o nível e o governo em baixar o grau de dificuldade das provas. Isso pode resultar em melhorias nos rankings, mas não necessariamente em melhorias reais nas competências dos alunos ou na sua preparação para o futuro.

Continua.


sexta-feira, agosto 09, 2024

Curiosidade do dia

Não use máscaras, dão uma falsa sensação de segurança. 

 


Se for verdade ...

No DN do passado dia 7 de Agosto li "Consumo de calçado cresceu 9,5% em Portugal à boleia das compras dos turistas" de onde sublinho:

"A atestar a maior atenção dos fabricantes portugueses pelo mercado nacional está o facto de a orientação exportadora da indústria portuguesa ter sido, em 2023, de 81,9%, face aos 89,1% de 2022."

Aindo segundo o artigo:

"Os dados são do World Footwear 2024, o anuário estatístico que a APICCAPS publicou pelo 14.° ano consecutivo. "É um facto que hoje há cada vez mais consumidores portugueses a procurarem calçado nacional e Portugal é já um mercado relevante na estratégia de muitas das nossas empresas. Por outro lado, essas são compras feitas por portugueses, mas também pelos muitos turistas que visitam o país", diz o porta-voz da associação." 

O que escrevo aqui no blogue há vários anos? Basta recordar o comentário que fiz acerca de uma opinião do Bicicletas: 

"O nível de vida em Portugal não é alto. Por isso, os portugueses optam por comprar bens transaccionáveis baratos. Esses bens entram em Portugal, importados da Ásia a preços muito baixos, e levam a melhor sobre o "Made in Portugal". Por exemplo, Portugal exporta sapatos caros e importa sapatos asiáticos para consumo interno. Portugal exporta mobiliário caro e importa mobiliário asiático para consumo interno."

Recordo o que escrevi acerca das conservas e do custo de oportunidade: Como se pode ser tão burro e cometer sempre os mesmos erros???

"Os portugueses importam produtos baratos e exportam os produtos mais caros. Olhando para os dados de 2016, o kg de conserva importada era cerca de 73% do kg de conserva exportada."

Se for verdade que os fabricantes portugueses estão a dar mais atenção ao mercado nacional, então estarão a dar menos atenção ao mercado de exportação, então estarão a enterrar-se com um mercado que não pode suportar melhores margens, que leva a produtividades mais baixas numa altura em que os custos sobem acma da taxa de inflação.

Por favor, assumam os problemas de frente, não os escondam, não os embelezem.

quinta-feira, agosto 08, 2024

Curiosidade do dia

Recentemente mão amiga mandou-me este link "China picks Morocco for Europe's EV battery supply" com uma pergunta interessante: "Tornar-se-á Marrocos o que o México tem sido para os EUA?"

Também recomendo "Made in Morocco - industrial giants just keep on investing".


Começar de onde se está.

Em 2015 tomei consciência da diferença entre o que penso sobre formulação de uma estratégia e o que os livros de gestão apresentam e escrevi este postal: Do concreto para o abstracto e não o contrário. Hoje, sinto que a coragem para assumir a diferença teve a colaboração do que aprendi com a effectuation (começar com o que se tem à mão).

Esta semana li mais um artigo de Roger Martin que me deixou com um sorriso, "The Best Place to Start - It's Where You Are".

O título de Roger Martin realça a importância de iniciar qualquer processo de melhoria ou mudança a partir da realidade actual. 

O título sugere que, para abordar eficazmente qualquer problema ou desenvolver uma estratégia, é necessário primeiro entender e aceitar a situação actual. O planeamento estratégico e a resolução de problemas devem estar fundamentados nas circunstâncias reais e existentes, em vez de em cenas idealizadas ou teóricas. Check!

Roger Martin usa o termo POSIWID, o princípio POSIWID para “The purpose of a system is what it does." Começando de onde se está, pode-se avaliar com precisão o que o sistema actual produz, o que é crucial para tomar decisões informadas e realizar melhorias. Check!

Roger Martin refere um incidente com a equipa de futebol do Canadá nos Jogos Olímpicos que decorrem agora em Paris (a equipa usava um drone para espiar os treinos dos adversários, foram descobertos e o treinador desculpou-se dizendo que aquilo não representava a equipa e os seus valores) para sublinhar a importância de reconhecer e aprender com os resultados reais de um sistema, em vez de negá-los ou distanciar-se deles. Começar de onde se está envolve assumir os resultados e comportamentos presentes do sistema. Check!

Assim, desenvolver uma estratégia deve passar pela compreensão dos resultados reais e das lacunas entre os estados actuais e desejados. Começando pela realidade presente, as estratégias podem ser desenvolvidas e implementadas mais eficazmente, contrastando com começar a partir de uma visão imprecisa ou aspiracional da situação. Check!

quarta-feira, agosto 07, 2024

Curiosidade do dia

Hoje a SIC publicou este texto "Imigrantes que vivem no Reino Unido contribuem mais em impostos do que recebem".

Estranhei, porque a experiência dinamarquesa é bem diferente.

Lendo o artigo e indo às fontes percebem-se duas coisas:

  • afinal a experiência dinamarquesa confirma-se,
  • "The fiscal impact of migration to the UK is small and differs by migrant group (e.g. EEA migrants vs. non-EEA migrants, recent migrants vs. all migrants)."

Pagamento de capacidade?

Pelos vistos no sector eléctrico existe algo que se chama pagamento de capacidade, uma compensação financeira fornecida aos geradores de electricidade para garantir que eles estejam disponíveis para fornecer energia quando necessário. Este mecanismo é utilizado para assegurar a segurança do fornecimento eléctrico, especialmente em momentos de pico de procura ou em situações em que há risco de escassez de energia.

Fiquei a namorar este conceito depois de ler este artigo num WSJ do final de Julho, "A U.S. Maker of a Critical Antibiotic Struggles to Survive in Tough Industry":
"A cavernous factory in northeastern Tennessee is one of the last in the country that makes a vitally important medicine.
Each day the USAntibiotics plant churns out a million doses of the crucial antibiotic amoxicillin that promise to cure Americans of everything from ear aches to pneumonia— and ease a pressing shortage for children. But the plant's prospects are dim. It can't charge enough to cover overhead, because competitors sell their wares at bargain prices. USAntibiotics isn't close to breaking even.
...
[Moi ici: Ao ler os próximos dois parágrafos a resposta de um liberal económico pode ser: Azar, temos pena!] The generic drug business has become a hostile environment for U.S. companies. Prices for the medicines have dropped so low that it has become difficult for U.S. manufacturers to compete with companies overseas.
One after another, generic drug makers have gone bankrupt or moved their operations overseas or cut the number of products they offer. The number of facilities making generic drugs in their final form in the U.S. has dropped by roughly 20% since 2018, to 243, according to federal data.

[Moi ici: Agora começa o outro lado] Drug shortages have become common. Today, 300 medicines are in short supply, according to the American Society of Health-System Pharmacists. Regularly now, hospitals and patients must scramble to find doses of the drugs they need if there is one hiccup in a pinched supply chain or a quality problem shuts down a manufacturing line.
...
Today some crucial generic drugs now sell for $2 or less a pill or injection. India is now the No. 1 supplier of solid-form generic drugs to U.S. patients, according to the nonprofit U.S. Pharmacopeia. When it comes to making drugs, Asian countries usually have a cost structure 40% to 60% lower than Western nations, University of Minnesota economist Stephen Schondelmeyer told Congress earlier this year.
...
Clients typically pay USAntibiotics $5 for a common 30 pill amoxicillin pack, before marking it up more for patients, Jackson said. That covers the Bristol plant's production costs, which amount to about $4 per unit, but isn't enough to pay for overhead and other facility costs, he said.
To break even, USAntibiotics must double its commercial sales-or line up the U.S. government as a customer."

Queremos medicamentos baratos. Isso consegue-se com uma cadeia de fornecimento baseada na Ásia. No entanto, a incerteza da variabilidade na procura vai gerar falhas no fornecimento.

Por que nunca se pensou num sistema de compensação semelhante ao do pagamento de capacidade no sector eléctrico para o sector farmacêutico? E já agora, por que nunca se pensou num sistema de compensação semelhante ao do pagamento de capacidade no sector eléctrico para o sector agrícola

terça-feira, agosto 06, 2024

Curiosidade do dia

Se o partido comunista tivesse tomado conta do poder no 25 de Novembro de 1975 a vacina teria sido tomada ... infelizmente ...

Tomar consciência é o ponto de partida.

Há tempos vinha num comboio Alfa, após mais dois dias num projecto de mapeamento de processos, e dei de caras com esta frase atribuída a Carl Jung:

“Until you make your unconscious choices conscious, they will direct your life, and you will call it fate.”

Usei-a neste postal "Os NPCs".

Entretanto, no meio de uma conversa sobre processos e sobre o que fazer depois do exercício de mapeamento de processos dei comigo a usar a frase de Carl Jung para ilustrar o que deve ser feito, ou a consequência de realizar o mapeamento de processos.

Mapear processos é como tirar fotografias. Tirar fotografias não altera a realidade, mas melhora a percepção e a consciência sobre essa realidade.

Esta nova percepção ajuda a explicar os resultados obtidos não como fruto do acaso, mas como um produto natural da forma como se trabalha. Ao tomarmos consciência dos processos, podemos compreender as causas subjacentes aos resultados.

Se pretendemos resultados diferentes no futuro, temos de criar uma realidade diferente e modificada. O primeiro passo é reconhecer a realidade actual através do mapeamento. Depois, podemos identificar onde e como podemos intervir para transformar os processos e, consequentemente, os resultados. Portanto, o mapeamento de processos não é apenas uma ferramenta de diagnóstico, mas um ponto de partida crucial para a mudança e melhoria contínua.

É aqui que faço entrar o BSC com o mapa de processos.

segunda-feira, agosto 05, 2024

Curiosidade do dia

Segundo o jornal Público de hoje:

"Governo prevê que apoio de 2,5 milhões servirá para formar mil imigrantes no turismo"

 Sector a bombar como nunca e não tem dinheiro para formar os seus próprios trabalhadores?

Os 2,5 milhões de euros gastos nisto não são gastos noutra coisa, ou são impostos que não baixam.

Recordar a necessidade de aplicar o princípio do empregador-pagador

Um sector económico com acesso privilegiado ao poder usa esse acesso para artificialmente baixar custos distribuindo-os pela sociedade e permitindo perpetuar a alocação de recursos escassos a actividades de baixa produtividade.

Este dinheiro gasto agora pouco ou nenhum retorno trará para a comunidade porque o valor criado pelas actividades que apoia é baixo.

Os trabalhadores vão para onde há melhores salários.

Li ontem no JN o artigo "Fuga de talento mina desenvolvimento no Norte de Portugal":

"No relatorio europeu, as regiões com uma baixa percentagem de trabalhadores altamente qualificados podem cair numa "armadilha" que limita a sua capacidade de construir uma economia sustentável, competitiva e baseada no conhecimento.

Para se chegar aqui, houve uma acumulação de fatores. No Interior de Portugal, explica João Cerejeira, professor de economia na Universidade do Minho, "não houve uma industrialização como no Litoral" e aqueles territórios ficaram muito dependentes do setor primário e setores de baixa produtividade, onde os níveis salariais são baixos, o que empurrou muitas pessoas para outras regiões do país ou para o estrangeiro. Sem capacidade de atração de empresas com atividade de maior valor, os salários permanecem baixos."

E ainda:

"Na equação, também entram as políticas públicas. "Não houve investimento para fazer algumas vias e outros investimentos públicos significativos" nem atração de investimento privado, que alavancasse as regiões do Interior."

Este anónimo da província tem uma opinião diferente:

Este anónimo da província tem uma opinião diferente, a verdadeira "armadilha" não é a falta de trabalhadores qualificados, mas sim a falta de condições para atrair empresas com produtividade mais elevada. Os trabalhadores vão para onde há melhores salários. 

domingo, agosto 04, 2024

Curiosidade do dia

 Foto de um centro de saúde em Gaia na semana passada.




Thou shall aim high!

"In 2023, Portugal (down by 3.6% to 81 million pairs) once again performed better than Italy (down by 8.6% to 148 million pairs). In fact, over the last decade, Italian production fell by 26.7% (from 202 million pairs produced in 2013 to 148 last year), while Portuguese production increased by 8% (from 75 million pairs in 2013 to 81 in 2023)."

Terá sido mesmo melhor? Como evoluiu o preço médio de um par? Como evoluiu a margem por par?

Quando o futuro passa por encolher o sector como interpretar os números?

E estamos a falar de calçado ou de calçado de couro? Os números da APICCAPS de 2022 são tão diferentes!!!

  • Em 2022, Itália 216 milhões de pares exportados com um preço médio de 61,54 USD
  • Em 2022, Portugal 75 milhões de pares exportados com um preço médio de 27,99 USD

Os números da APICCAPS de 2019:

  • Em 2019, Itália 201 milhões de pares exportados com um preço médio de 57,11 USD
  • Em 2019, Portugal 76 milhões de pares exportados com um preço médio de 26,26 USD

Estes dados demonstram que, embora Portugal tenha aumentado a produção e exportação em termos de volume, o valor médio por par ainda está muito abaixo do italiano, reflectindo diferentes segmentos de mercado e posicionamento.

Portanto, é crucial analisar os números com cuidado. Não adianta ir de vitória em vitória até à derrota final. É necessário fazer a revolução que criará o futuro do sector do calçado em Portugal. Vai ser doloroso? Vai! Mas sem a revolução resta o definhamento.


Texto inicial retirado de um e-mail recebido há dias, "Global footwear production drops by 6%"

sábado, agosto 03, 2024

Curiosidade do dia

No JdN de ontem de um artigo intitulado "A Alemanha precisa de esteroides":

"A economia alemã está deprimida.

Ponto. Foi o único país do G7 que contraiu no ano passado e, de acordo com as mais recentes projeções do FMI, deverá ser este ano das que menos cresce em todo o grupo das sete economias mais avançadas do mundo. A economista-chefe do Fundo Monetário questionava há dias na rede social X: "O que está a impedir a Alemanha de avançar? Já não são os elevados preços da energia". E ensaiava uma resposta: "Os verdadeiros desafios são o envelhecimento, o subinvestimento e o excesso de burocracia".

Entretanto, há dias, mão amiga enviou-me, "Pension wave brings companies into a swim":

"A wave of pensions is rolling into the German labor market, as the dpa informs. Because the so-called baby boomers will soon retire. But in times of a shortage of skilled workers, German companies are literally running out of time. By the middle of the next decade, around four million employees of the strong birth cohorts of 1954 to 1968 will disappear from the labor market, it is said. According to calculations by the local Chamber of Industry and Commerce (IHK), the Berlin economy alone will lack more than 400,000 skilled workers in around 10 years. However, around 90,000 qualified employees were already missing.

Many also want to retire early

To make matters worse, many older people even want to retire early."

Não é impunentemente (parte IV)

Antes de lerem o que cito abaixo quero deixar claro que conheço alguns "contabilistas" que fazem um trabalho notável.

Alinho o que cito abaixo com alguns postais que escrevi recentemente:

Não é impunemente que se contrata alguém com uma experiência que o moldou na forma de ver o mundo e a tomar decisões.

"Call it the revenge of the bean counters. Headhunters say that finance talent is in high demand across the board. Even when CFOs aren't moving into the top job, their sway and stature are growing. 

...

Part of what's driving the ascendance of CFOs is their reputation as staid, risk-averse leaders at a time when the world is in turmoil. During periods of uncertainty, boards tend to default to a steady (some might even say boring) hand at the helm. Managing complex issues such as regulatory challenges, geopolitical tensions, market volatility and higher interest rates-and knowing how to adeptly talk to Wall Street about all of it—plays to a CFO's strengths. "It's absolutely indicative of the current feeling about the global economy," says Ty Wiggins, a leadership adviser to CEOs.

...

But more than anything else, the CFO-turned-CEO movement is a symptom of the priorities prevailing in corporate America right now, many of them of the slashing-and cutting and financial engineering variety.

...

It's that very mindset, one focused on profit rather than growth, that historically held CFOs back from climbing further up the corporate ladder. But now that an emphasis on the bottom line is in fashion, so are CFOs. 

...

Some data suggest that letting the finance folks run the joint doesn't always pay off big. Of the four most common paths to the top job, the CFO-turned-CEO is the least likely to outperform based on gains in shareholder value, according to a 2023 study by executive search company Spencer Stuart. 

...

Human nature may be to blame for the lagging performance. People focus on and excel at the things they're most familiar with-and, no surprise, for finance executives that's profitability. "As CFO, they have to act as the disciplinarian to let the CEO lean into growth," says Claudius Hildebrand, a Spencer Stuart consultant who conducted the study. So when a CFO moves to the top job, "it's a huge mindset shift," he says. "You cannot save your way to prosperity. At some point you need to be careful to not cut too close to the bone."

...

The bigger risk to a company comes when the rise of the CFO reflects a board's desire to make cost-cutting a top priority. Across corporate America, worshipping at the altar of efficiency has taken hold, and that can easily cross over into cutting corners, with disastrous consequences.

There is no more apt case study than Boeing Co. "It's a classic example of what happens when cost-cutters take over a company," says Bill George, the onetime CEO of Medtronic who is now an executive fellow at Harvard Business School. "Boeing had four financially oriented CEOs running the company, and it's paying a tremendous price now."

...

In a 2004 interview with the Chicago Tribune, then-Boeing CEO Harry Stonecipher said the quiet part out loud: "When people say I changed the culture of Boeing, that was the intent, so that it's run like a business rather than a great engineering firm. It is a great engineering firm, but people invest in a company because they want to make money."

That right there is the risk of what happens when you let the number crunchers take over the place. Suddenly a company can forget that its job is to make a quality product, not just a profit."

Trechos retirados de "More CFOs Are Getting CEO Jobs. Beth Kowitt on what's behind that trend"