quinta-feira, julho 20, 2017

Um exemplo de Mongo

Um exemplo de como Mongo vai permitir muito mais oportunidades para independentes: "This entrepreneur bootstrapped a sneaker business for celebs and high-end stores".

A aposta na customização, a aposta na diferenciação.

"identify their pain points"

Um bom conselho:
"Niches
.
Is there a particular unserved industry segment that is not currently being served by the existing offerings? If so, how can you connect with them on a real, meaningful and even emotional level?
.
In the end, success rarely comes from price battles for new entrants. Instead, look closely at your industry and target market, identify their pain points and decide how you can add value.
.
If you can do that, customer will come regardless of price."
Trecho retirado de "How Startups Can Compete and Succeed Beyond Price"

Um aviso: everybody on the inside buys into the bullshit

"“You know who should have invented Airbnb? Marriott Hotels,” says Black, starting a strange metaphor. “But they didn’t, because they’re so far up their own ass in the micro of running hotels that they could never, ever see outside of where they are. So, change instead comes from some eggheads down in Silicon Valley.”
.
“Disruption never comes from within. Every disruption is caused from the outside because everybody on the inside buys into the bullshit.”
...
Disruption happens when an outsider doesn’t follow the same practices, develops new ones, and competes differently; changing the game in their favor."
Trecho retirado de "Disruption Never Comes From Within"

Para enquadrar a coisa

O turismo cresceu em Portugal nos últimos 12 meses?

Parece uma pergunta redundante. Toda a gente vê, e muitos algo levianamente até se queixam do aumento do turismo.

Mais turistas implicam mais emprego. Se não for emprego no alojamento tradicional (apesar de tudo o que dizem do excesso de alojamento local as dormidas no sector tradicional do turismo cresceram 10% no último trimestre) será na restauração.

Agora comparem, segundos os últimos números do IEFP, a redução do desemprego no sector de "Alojamento, restauração e similares" com o resto da economia:
Se falarmos em valores absolutos:

  • mete-me medo o peso do imobiliário
  • mete-me muito medo que num ano o sector "Admin. pública, educação, atividades de saúde e apoio social" tenha criado mais emprego que o "Alojamento, restauração e similares".




quarta-feira, julho 19, 2017

Curiosidade do dia

Quando escrevo aqui que tenho medo das políticas fragilistas é, também, por causa disto:
"Está a dizer que estamos pior que em 2008? Sim. Se analisarmos um gráfico de crescimento da dívida americana a partir dos anos 80 parece os Alpes! A atitude paternalista do Governo e da Reserva Federal perante as várias crises levou os gestores e investidores do sector financeiro a acreditar que os decisores políticos e os reguladores da actividade bancária adoptariam idêntica orientação em futuras situações, levando-os a reforçar a componente de risco, emitindo dívida cujo produto aplicavam em investimentos especulativos nos mercados de capitais. Esta orientação não mais parou levando a um aumento em exponencial do endividamento do sector financeiro, às sucessivas bolhas especulativas com as consequências que agora se conhecem.
Acresce que o peso dos depósitos nos balanços dos bancos dos EUA decresceu muito, o que aumenta consideravelmente o risco.
...
A bolha vai rebentar? Quando? Não se sabe. Tanto pode ser amanhã ou em breve. Há mil razões para isto estoirar: a crise no Qatar com o Médio Oriente, a volatilidade das relações externas de Trump, o descrédito em relação à politica económica de Trump, por exemplo. É uma bolha gigante que envolve uma sobrevalorização do mercado de acções americano. O índice S&P500 apresenta neste momento um rácio (CAPE) de 30 vezes, ou seja, o valor do índice é cerca de 30 vezes o resultado médio por acção ajustado pela inflação, o que corresponde a um desvio de cerca de 80% acima da média. Quando rebentar, será tanto para as empresas boas como para as más. Só se safa quem esteja em activos que possa mobilizar de forma independente."
Trechos retirados de "Hugo O'Neill: "Esta bolha é pior do que 2008. E pode rebentar hoje""

Incerteza

Três notícias relacionadas:

Esta semana numa empresa ouvi a previsão, com alguma certeza, de que o preço do petróleo vai aumentar nos próximos anos por causa da China. No entanto, vejo alguma incerteza nessa previsão.

Anónimo da província rules!

Um tema que refiro aqui há anos no blogue: cuidado com a mentalidade da física newtoniana aplicada à economia:
"It’s no mystery why the data used by economists and other social scientists so rarely throws up incontestable answers: it is human data. Unlike people, subatomic particles don’t lie on opinion surveys or change their minds about things. Mindful of that difference, at his own presidential address to the American Economic Association nearly a half-century ago, another Nobel laureate, Wassily Leontief, struck a modest tone. He reminded his audience that the data used by economists differed greatly from that used by physicists or biologists. For the latter, he cautioned, “the magnitude of most parameters is practically constant”, whereas the observations in economics were constantly changing.
...
Leontief wanted economists to spend more time getting to know their data, and less time in mathematical modelling. However, as he ruefully admitted, the trend was already going in the opposite direction. Today, the economist who wanders into a village to get a deeper sense of what the data reveals is a rare creature.[Moi ici: Por isso é que este anónimo da província bate nas suas previsões os Sarumans mediáticos fechados nas suas torres de marfim com os seus modelos matemáticos desenvolvidos para a realidade de há 15/20 anos]
...
 ideas in economics can go in and out of fashion. The progress of science is generally linear. As new research confirms or replaces existing theories, one generation builds upon the next. Economics, however, moves in cycles. A given doctrine can rise, fall and then later rise again.[Moi ici: Estratégias que resultam num dado período tornam-se tóxicas num período seguinte para renascerem mais tarde. Um dos meus receios actuais, que muitas PME optem por voltar ao preço como o principal factor competitivo, por causa do reshoring massivo.]
...
Noting that pure theory was making economics more remote from day-to-day reality, he said the problem lay in “the palpable inadequacy of the scientific means” of using mathematical approaches to address mundane concerns. So much time went into model-construction that the assumptions on which the models were based became an afterthought.
...
Leontief thought that economics departments were increasingly hiring and promoting young economists who wanted to build pure models with little empirical relevance. Even when they did empirical analysis, Leontief said economists seldom took any interest in the meaning or value of their data."
 Trechos retirados de "How economics became a religion"

Um tema que se vai tornar cada vez mais frequente

Um tema que se vai tornar cada vez mais frequente nas conversas dos gestores portugueses: "Indústria campeã das exportações precisa de 20 mil trabalhadores"

Ainda ontem a caminho de São João da Madeira, de manhã muito cedo, apanhei à minha frente na auto-estrada uma carrinha de caixa aberta carregada até mais não de reservatórios metálicos. Pensei logo:
- Ali vai mais um investimento!

O artigo referido nomeia 3 ou 4 projectos grandes. No entanto, convém não esquecer os milhares de girassóis anónimos a florescer por todo o país.

Num outro registo: até que ponto mais tarde ou mais cedo a indústria vai ter de equacionar para a formação o que em tempos aqui equacionei para o recrutamento de desempregados?

Até que ponto é função do Estado formar estes trabalhadores?
Até que ponto o Estado consegue prestar este serviço?
Até que ponto o Estado está a prestar um serviço desfasado da realidade das empresas? Recordo as alterações que a Deutsch Post fez na construção de um veículo:
"We designed it as a tool. So the fit and finish does not need to be as good as in a passenger car,"
Se calhar a indústria precisa de algo mais específico e focado e menos "kitado".

"So, if price isn’t the problem, what is?"

Um bom texto, "Is Price Killing Your Sale? Think Again!", para reflectir:
"Ask most sales reps the reason they lost their last sale and they will most likely say; “price, the competition undercut me to win the business”. Price is easy to blame and sometimes it really is the culprit, but, more often than not, it is not the problem. In fact, our research has shown that salespeople blame price far more frequently for a buying decision than buyers do. So, if price isn’t the problem, what is?"

segunda-feira, julho 17, 2017

"you need to enter their personal story"

"Your customers care a whole lot more about themselves than they care about your products or your messages.  That’s why your marketing and sales communications shouldn’t focus on your products.  They should focus on your customers.
...
Every person you come in contact with greets you with a rich personal narrative going on in their mind, not a blank slate. If you want to get their attention and have them value the encounter, you need to enter their personal story, not force them into your story."
Como não recordar:
"Come and win with us" vs "Let us win with you"
Trechos retirados de "It’s not about Michael Jordan. It’s about you."

Compreender o contexto

"Internal Factors• Results of internal audits and self-assessments.
• Analysis of quality cost data.
• Analysis of technology trend information.
• Competitive analysis.
• Results of customer reviews, audits,
complaints and feedback.
• Actual versus intended internal values
and culture.
• Organizational performance.
• Best practices of the organization and
comparisons with industry benchmarks.
• Employee satisfaction data analysis.
External Issues• Economic environment and trends.
• International trade conditions.
• Competitive products and services.
• Opportunities and conditions related
to outsourcing.
• Technology trends.
• Raw material availability and prices.
• Potential changes in statutes
and regulations.
• Benchmarks of best-in-class performers in and outside of the current marketplace."
Trechos retirados de "How Organizational Context and Risk-Based Thinking Influence a Quality Management System", publicado por The Journal for Quality & Participation em Abril de 2017.

"you have to start with the customer experience and work backwards to the technology"

"As Steve Jobs said: you have to start with the customer experience and work backwards to the technology. Jobs understood that when you try to reverse-engineer the need statement from the product, it's too easy to lose touch with reality.
...
Dedicating one or two sentences to the problem statement is often a false economy. For startups, the need is all that really matters. It's the foundation of your entire business. It's how you position your product. It's the 'why'. And it can trigger powerful human emotions like empathy and disgust on command.
.
Every need is contextual. It's felt by a particular person at a particular time in pursuit of a particular end-goal. It has a functional side e.g. 'I need to make this picture looks beautiful' and an emotional side e.g. 'I need attention from my friend'. And needs find a way of getting themselves met... with your product or without it.
...
Target audience: Who are your target customers? For B2B startups, who actually uses your product?
General problem: What's a problem that every target customer can agree with? e.g. not enough time or money
Key activity: What are customers doing while they use your product? e.g. booking flights or collecting receipts.
Primary goal: What's the end-goal of performing this activity? e.g. travel abroad or prepare a VAT return.
Niche: Which sub-group of potential customers is most like to be an early-adopter?
Primary functional problem: What's the hardest part about doing the activity today?
Negative outcomes and emotions: What happens if the activity goes wrong? For B2B startups, what is the negative business impact?
Substitutes: What's the next-best-option or workaround?
Most common complaints: Why do customers hate these substitutes?
Key trend: What will make this problem worse in the future?
Quantifiable impact: How can you measure the impact of solving the problem?
Positive outcomes and emotions: What good things happen as a result? For B2B startups, what is the positive business impact?
Number of potential customers: How many people can you target?"
Trechos retirados de "Why You Need to Follow the Steve Jobs Method and 'Work Backwards'"

Oportunidade de negócio?

Este números, "Près de 9 Français sur 10 ont consommé du bio en 2014", fazem-me lembrar de ver em Agosto de 2014 em Paris cerejas à venda a 14€/kg.

Que oportunidades de negócio para as empresas agrícolas de um país com potencial para reforçar a sua imagem de marca como joalheiro agrícola.


domingo, julho 16, 2017

Curiosidade do dia

Não se passa nada: "Graças a Deus que não se passa nada que nos inquiete" um desfile impressionante.

Do contra

Tenho alguma inveja dos portugueses que vão poder viver neste país em 2050 com menos gente do que em 1950.

O mainstream acha que essa redução da população é intrinsecamente negativa. Não acredito que algo seja intrinsecamente positivo ou negativo, tudo depende da forma como encararmos os acontecimentos e se os vemos como oportunidades ou como ameaças.

Viver neste país depois da passagem da onda demográfica, com uma pirâmide demográfica mais equilibrada será melhor para o ambiente e poderá ser melhor para a qualidade de vida das pessoas.

Isto a propósito de "Portugal terá em 2051 menos população do que em 1950".


Cuidado com os limites

"It is still surprising how many people, from engineers to managers to quality professionals to technicians, possess limited understanding of product and process (manufacturing) limits.
.
These limits, applied to numerical measurements of key product quality characteristics, often drive behavior and actions as well as frustration for users and decision-makers. Operations can become dysfunctional when this lack of understanding produces further tightening of limits.
...
The differences between specification limits and control limits have been widely discussed since Walter Shewhart of Western Electric invented the process control chart in the mid-1920s. However, these differences seem to be poorly understood at all levels at many organizations and even among some quality professionals.
...
Let’s define specification limits. The general definition is limits within which a product would be expected to perform its stated and intended function for customer use. Specification limits, therefore, are related to product design. They should be set in the product design phase and effectively fixed for manufacture.
.
It might be surprising that some but not all organizations recognize this definition of specification limits. In one such organization the practice was to apply specification limits to averages of process results, thereby failing to acknowledge the application of specification limits to individual product units. Imagine the surprise when the new quality manager asked for the latest Cpk results and noticed Cpk values less than one!"
Claro que isto também dá para alguma batota.

Recuar a 2008 e recordar "SPC (parte III) - Cartas de controlo e especificações a combinação contra-natura (a explicação)"

Trechos recuados de "The Role of Specification Limits"

Um cheirinho de futuro

Mais um exemplo, mais um cheiro do futuro que Mongo vai trazer: "You Can Now Design Your Own Custom Swatch"

Estratégias

Qual a diferença entre estratégia corporativa e estratégia de uma unidade de negócio?


Na figura (fonte), acerca das estratégias corporativas, acrescentaria:

  • Por que é que as unidades de negócio que temos valem mais juntas dentro do grupo do que isoladamente?
  • Como é que cada unidade de negócio contribui para o sucesso do grupo?
Po vezes não é fácil conciliar numa única unidade de negócio a gestão de duas estratégias:
  • uma estratégia para o sucesso autónomo da unidade de negócio; e
  • uma estratégia para contribuir para o sucesso do grupo.
A forma como o tema é resolvido aqui, "Corporate vs Business Strategy", não chega. Se cada uma das unidades de negócio actuar no mercado independentemente das outras é uma coisa. No entanto, se além de actuarem no mercado de forma independente puderem contribuir para o sucesso de outras como fornecedoras, a coisa complica-se. E complica-se ainda mais se houver diferenças nas propostas de valor entre as várias unidades de negócio.

E recuo a Porter e a 1987, "From Competitive Advantage to Corporate Strategy":
"A diversified company has two levels of strategy: business unit (or competitive) strategy and corporate (or companywide) strategy. Competitive strategy concerns how to create competitive advantage in each of the businesses in which a company competes. Corporate strategy concerns two different questions: what businesses the corporation should be in and how the corporate office should manage the array of business units."


sábado, julho 15, 2017

Curiosidade do dia

"Imagine que alguém lhe dizia ter deixado de pagar uma factura só porque a escondeu na gaveta. É isto que os vários governos fazem quando se esforçam para convencer Bruxelas a omitir certas despesas no limite máximo do défice
...
Todo o dinheiro que o Estado gasta é nosso, e vem cá buscá-lo, de uma maneira ou de outra. Compromissos internacionais, classificações administrativas e artifícios contabilísticos pouco ou nada alteram a real situação financeira. Aí funciona a velha e impiedosa lógica do merceeiro. Qualquer despesa, com qualquer estatuto, vai acabar por sair do bolso dos contribuintes, de uma das miríades de formas que as Finanças inventam para os espremer. Quando não pagam, a consequente dívida significa apenas adiamento para altura mais inconveniente.
...
Na verdade, o Pacto Orçamental é o grande aliado dos sacrificados contribuintes portugueses. Apesar de sempre violado e esquecido, constitui o único travão efectivo para uma classe política viciada em despesa pública. Ultimamente, dois outros aliados têm sido preciosos: a Unidade Técnica de Apoio Orçamental do Parlamento e o Conselho das Finanças Públicas, que reduziram muito as habituais aldrabices fiscais.
.
Cada vez que ouvir um político a bramar contra Bruxelas ou a criticar as entidades reguladoras, tem de compreender que é ao seu bolso que ele se dirige. Nós, contribuintes, deveríamos estar muito agradecidos pelas imposições de Bruxelas. Sem elas a nossa situação ainda seria muito pior, como vemos na história do triste século XIX."
Trechos retirados "O fim do fantasma fiscal"

Estratégia e contexto

A propósito desta figura*:
Proponho duas alterações:

Missão, Visão e Estratégia são dados de partida, são constrangimentos iniciais, não são variáveis que dependam de uma avaliação do contexto. Aliás, só faz sentido classificar algo como oportunidade ou ameaça à luz de uma estratégia. Um tópico não é intrinsecamente oportunidade ou ameaça. Á luz de uma estratégia, a avaliação do contexto deve levar a colocar a questão:

  • A estratégia continua actual ou tem de ser revista?


* Retirada de "The Influence of Human Factors on ISO 9001:2015 Compliance" de John E. (Jack) West e Charles A. Cianfrani, publicada pelo Journal for Quality and Participation em Outubro de 2016