quinta-feira, abril 07, 2016

Concentração paranóica

Há dias, num projecto balanced scorecard em que a proposta de valor passa pelo QCD (quality, cost and delivery que aprendi com Massaki Imai) usei como avatar este icon:
O sentido é o de caminho sem fim, de jornada permanente para aumentar a eficiência e reduzir os custos, os atrasos e os defeitos. Recordar "Alinhar a empresa, a jornada sem fim".
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Há dias descobri um exemplo interessante da concentração paranóica exigida por este tipo de estratégia.
Toda a gente sabe que os modelo T da Ford eram todos pretos. Por que eram todos da mesma cor é fácil, para não perderem produtividade com mudanças de cor e limpezas de linhas. Por que é que a cor escolhida foi a preta?
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Mais propriamente uma tinta chamada Japan Black.
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Se era a tinta mais barata não sei, o que sei é que a justificação que encontrei foi: porque era a tinta que secava mais depressa e, por isso, permitia produtividades mais altas na linha de secagem.
"it was the ability of japan black to dry quickly that made it a favorite of early mass-produced automobiles such as Henry Ford's Model T. The Ford company's reliance on japan black led Henry Ford to quip "Any customer can have a car painted any colour that he wants so long as it is black".
While other colors were available for automotive finishes, early colored variants of automotive lacquers could take up to 14 days to cure, whereas japan black would cure in 48 hours or less."
Recordar "Preço ou custo?"

Relação versus preço

Faz hoje oito dias que usei uma loja como metáfora, como estava em S. João da Madeira usei o exemplo de uma loja de material desportivo, a Tavares, que a pessoa com quem falava tinha de conhecer, até porque já fez duas ou três maratonas, para ilustrar o que é que eu queria dizer com um objectivo estratégico na perspectiva interna do mapa da estratégia de uma empresa B2B:

O que se pretende com o desenvolvimento da relação não é conversa da treta, nem diálogos de circunstância, é mostrar aos clientes como somos especialistas. Afinal, o fornecedor tem obrigação de saber mais do que o cliente sobre os recursos que disponibiliza. Este relato de 2010 demonstra porque usei o exemplo da Tavares.
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Ontem, recordei novamente a Tavares.
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A Tavares, entretanto fechou. Convido a ler o que escrevi no último parágrafo de 2010:
"E os preços são mais baratos que nas lojas acima referidas. Ou seja, encontrei uma loja que associa conhecimento especializado a um preço mais baixo... que mais pode um cliente pedir?"
Por que recordei novamente a Tavares?
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Por causa deste texto "Price isn’t everything when it comes to running shoes" e do encerramento da Tavares... a Tavares prestava um serviço que não cobrava...
"What drives us isn’t offering products at the lowest cost. We have never, and will never, win on price. And we don’t want to, thank you very much. That’s a race to the bottom that offers no prize.
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What does drive us continues to be that customer who comes through the door in search of answers for her aching feet; the customer who comes to us looking for help in setting a new personal record; or the customer who shows up on a cold Tuesday night to his training program, ready to run a mile without stopping for the first time in his life.
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It’s those moments, when our expertise, our passion, and our conviction that running is the foundation of a healthy and happy lifestyle create an in-person experience that isn’t transactional, it’s transcendental. It is, and can be, a life-changing experience.
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f you look hard enough, you will always find something cheaper. But I'll gladly pay extra for excellent customer service and human interaction. It’s what I genuinely believe, and it’s a bet I continue to make when it comes to what our customers believe, too.
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They come to us for inspiration, information, and yes, insight, that can’t be accessed online. As long as we provide that insight and that transcendental experience, we’ll outlast any sale every time."
A gestão da Tavares tentou iludir o Evangelho do Valor.
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No meu caso particular, em 2010, eu não ia à procura do preço mais baixo. Tive o produto, tive o serviço e tive o melhor preço!!!

Plataformas e interacção

Para alguém que junta o conceito de Mongo, o conceito de interacção para a co-criação de valor (2012), e previu as plataformas cooperativas antes de estas serem moda, (20152015), como não apreciar "Why A New Generation Of On-Demand Businesses Rejected The Uber Model":
"While those "Uber for X" startups seek to distance themselves from the driving, cleaning, and delivering they facilitate, instead functioning only as a technology  layer on top of other businesses, Slate fully believes that it is a cleaning and laundry company. "We’re not techies,"
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"There is no doubt to us that if we want to be successful, and if we want to be in the cleaning of clothes business, then we have to own that business," he says. "It’s very difficult to get the kind of consistent quality that you need to provide to keep customers without doing it yourself."[Moi ici: Mais do que "own that business" para mim é o own the interaction step, own the contact step, own the connection step, own the co-criation step, own the bond step]
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While the first generation of "on-demand" companies had a business model similar to the one made famous by Uber, many new service-sector startups are instead launching, or pivoting toward, a philosophy more aligned with Slate.
These entrepreneurs are not launching technology companies or even "on demand" companies. They are instead starting child-care companies, retail stores, restaurants, and laundry services that use mobile technology not only for delivery, but as a way to be more efficient at every step of their operations.
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"There are a lot of companies that can do delivery, but there’s not a lot of value-add. It’s just logistics. What we’re adding is a human connection. That’s really hard to do. That’s the missing link in a digital world.""
Como escreve Geoff Colvin em "Humans are Underrated":
"The most valuable people are increasingly relationship workers"
E a sua PME, ainda que não esteja no mundo da tecnologia (e devia pensar seriamente nisso, lembre-se do "é meter código nisso") o que é que faz pela interacção?

Quando o "mainstream" vem ter connosco (parte II)

Parte I.
"The underlying premise of any organization is to create value. Historically, firms have done so through engineering ever greater efficiency. By honing internal processes, optimizing the supply chain and reducing product inventories, managers could improve margins and create a sustainable competitive advantage.
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That’s created a bias for simple, linear thinking. Adding extra variables to any process is bound to increase errors and diminish quality, so generations of managers have been trained to wring complexity out of the system in order to create streamlined operations. “Keep it simple, stupid” has become a common corporate mantra.
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Yet in today’s networked marketplace, agility trumps efficiency.
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managers need to embrace complexity. Not because it will make their enterprise more efficient - it won’t - but because that’s what will allow them to create maximum value in an increasingly complex marketplace."
Trechos retirados de "The One Big Reason Every Business Needs To Embrace Complexity"

BTW acerca disto:
"The underlying premise of any organization is to create value.[Moi ici: As organizações criam recursos que podem ser usados pelos clientes para eles criarem valor, as organizações podem, quando muito, co-criar valor em interacção com os clientes. Recordar o caso das "Águas de Monchique"]
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Innovation has become the primary driver of value".[Moi ici: Acredito que o "primary driver of value" é a interacção entre a organização e um cliente individual]

quarta-feira, abril 06, 2016

Curiosidade do dia

De ontem.
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Entretanto, "Portugal coloca 1,5 mil milhões a juros mais elevados".
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Entretanto, ""Portugal teve a pior troca de governo de sempre. Mas pouco importa"":
"Se Portugal tiver sorte terá um crescimento de 1% este ano, não de quase 2%."

Quando o anónimo da província mergulha nos números

Quando o anónimo da província mergulha nos números... surpreende-se sempre:
"No que respeita ao efectivo leiteiro, registou-se uma descida considerável, com o desaparecimento de 22% das vacas e de cerca de 68% das explorações, a nível nacional. O efectivo leiteiro apresentou uma redução em todas as regiões, com excepção do Alentejo. Nas principais regiões produtoras, o número de vacas leiteiras apresentou quebras de 45% na Beira Litoral, 19% no Entre Douro e Minho e 6% nos Açores.
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O número de explorações leiteiras registou um decréscimo bem mais acentuado, particularmente nestas duas regiões do Continente (-74%), enquanto nos Açores diminuiu 36%, em relação a 1999. No entanto, a produção de leite nos últimos dez anos manteve-se estável, resultado do aumento de produtividade do sector, em grande parte devido ao investimento em tecnologia e ao melhoramento genético do efectivo leiteiro.
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Apesar da acentuada tendência para a concentração, traduzida no aumento do número de bovinos por exploração, que mais do que duplicou, passando de
13,8 cabeças em 1999 para 28,6 cabeças em 2009, e desta evolução ser ainda mais evidente nas explorações leiteiras (de 10,8 para 26,7 cabeças/exploração), continuam a existir muitas explorações pecuárias de reduzida dimensão. Cerca de 31% das explorações têm 1 ou 2 cabeças e cerca de 62% possuem menos de 10 bovinos. No entanto, é de notar o aumento do número de explorações com 50 ou mais bovinos, que constituindo apenas 14% das explorações com bovinos, concentram 74 % do efectivo total."
Era muito interessante ter uma distribuição dos preços por kg de leite nas instalações até 10 cabeças versus nas instalações com mais de 50 cabeças. Também seria interessante uma distribuição dos custos por kg de leite em cada um dos tipos de explorações.
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É extraordinário que em 2009 cerca de 30% das explorações leiteiras em Portugal tivessem só uma ou duas cabeças... como é possível!?!?!?
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Explorações com menos de 10 cabeças podem ser rentáveis, não podem é seguir o mesmo modelo de negócio das que praticam a produção à escala industrial. Quem é que a APROLEP defende, os pequenos ou os grandes?
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Ás vezes desconfio que esta preocupação com o fim das quotas não tem tanto a ver com os preços mas com o fim do regime de "trespasse" que as quotas representavam para quem queria sair. Afinal houve assim tanto sangue e manifestações de estrada apesar daquela quebra de quase 70% no número de explorações leiteiras entre 1999 e 2009?
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Trechos e imagens retiradas de INE- Recenseamento Agrícola de 2009.

Como a conspiração da realidade actual funciona

Aquela fase trabalhosa, mas deliciosa, de um projecto balanced scorecard, em que se começa a responder ao "o que é que vamos começar a fazer na próxima 2ª feira?"
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Disto:

Passou-se a isto:

Que fez emergir isto:

Que mostra como a conspiração da realidade actual funciona para criar o desempenho actual de forma perfeitamente normal.
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3 ciclos que se auto-reforçam num efeito tipo-avalanche e que ilustram o perigo de abordar os problemas com uma visão linear e muito local, aquinda que bem intencionada. Sempre que as boas intenções chocam com um sistema, o sistema ganha!
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A única hipótese de ter sucesso é perceber qual é o sistema e partir estes ciclos que o compõem.
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E como a base são relações de causa-efeito que violam as promessas do mapa da estratégia ... vamos actuar sobre o que nos está a impedir de estar já hoje no futuro desejado!
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Recordar, sobre a construção de Strategic Current Reality Trees:



Agricultura, decomoditização e código nisso

Para mim é tão claro!
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Os que estão mergulhados numa espiral de definhamento, os que estão prisioneiros da "race-to-the-bottom", muitas vezes não percebem que o negócio do preço não é para quem quer, é para quem pode:
"Nos 10 anos em análise [1999-2009] verificou-se um decréscimo acentuado do número de explorações com bovinos (-51%), enquanto o efectivo, pelo contrário, registou um ligeiro acréscimo (+1%), o que se traduziu no referido aumento do dimensionamento médio do efectivo por exploração."(fonte: INE, Recenseamento Agrícola 2009)
Encadeados pelo foco desse modelo, tudo é feito para reduzir os custos, inclusivé este tipo de proposta é lançada:
"a reutilização das proteínas animais nas rações"
 O que gerará a dúvida e o medo, depois, da crise das vacas loucas, dos nitrofuranos, da carne de cavalo, de ...
"Cada vez mais compradores especializados vão querer garantias de que o fornecedor não faz batota. E mesmo que as proteínas animais voltem às rações, será que os consumidores vão estar dispostos a consumi-las?"
A alternativa é mudar de modelo mental e apostar na decomoditização com a carta da proximidade e autenticidade.
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E numa espécie de bailado, esta necessidade crescente de autenticidade alimenta, e ao mesmo tempo é alimentada pela tecnologia...
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Sim, o "é meter código nisso", a internet das coisas, e a internet de x... para mim, com formação química, acho delicioso este pormenor digno da Star Trek:
"there will soon be a way to authenticate your artisanal olive oil before you buy it. Thanks to interconnected mobile phones, cameras, sensors, and spectrometers, you will soon be able to analyze virtually anything in the physical world. Forget the internet of things. This is the "internet of X."
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The Israeli startup Consumer Physics has built an internet of ingestibles, using handheld molecular sensors embedded with a tiny spectrometer. Point one at an object, like a watermelon, and it breaks the light being reflected into a spectrum to show the object's chemical fingerprint. That information is then compared with a database of foodstuffs. Scan and search, the company says, to see if a watermelon has reached peak sweetness, or whether your medicine is real or counterfeit."
Pois:
"Besides unlocking information, the internet of X will create new demand for transparency. Imagine if every food had its own digital nutrition label that could be scanned to display its exact ingredients and nutrients. If I were a crooked "olive oil" peddler, I'd start worrying."
Quem estiver a descer o "escorrega" dos custos dificilmente poderá apanhar esta onda de valor acrescentado e, de nada valerá ser legal o que conta é a vontade dos consumidores.

Trechos retirados "Soon No One Will Sell Fake Products. Here's Why"

Quando o "mainstream" vem ter connosco (parte I)

Vivo aqueles dias em que o que escrevia aqui e era novidade, e era quasi-blasfémia para as mentes formatadas no Normalistão, está prestes a tornar-se mainstream. Pelo menos lá fora, por cá os cemitérios terão de recolher ainda muitos guardiões do eficientismo e da tríade encalhada no século XX.
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Uma sensação estranha para quem gosta de ser contrarian.
"Nor is leadership performing in that other sense, the sense of being “a high performer.” And yet too often we look for leaders among the profit maximizers and goal attainers. But a leader’s fundamental role isn’t merely to perform the same tasks as yesterday, just more efficiently; it is to redefine the idea of performance entirely.
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Leadership is in an uncertain place. We long desperately for better leaders. But perhaps it is precisely our longing that’s the problem. We’re waiting for a rescue at the cost of our own redemption. Because it’s easier to complain about the leaders we have than to try to do better. After all, it’s a pretty hard job."
Trechos retirados de "Are You a Leader, or Just Pretending to Be One?"

terça-feira, abril 05, 2016

Curiosidade do dia

O dia começou com esta curiosa aceleração, continuou com estas notícias e acaba com esta previsão.


Um canário na mina.

Há dias usei esta figura:

A metáfora do canário na mina, o primeiro a morrer e a dar sinal de que algo está a acontecer.
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Há dias nesta "Curiosidade do dia" dei o exemplo da evolução do desemprego e do emprego na agricultura, um sector que está a demonstrar um forte dinamismo traduzido num forte crescimento das exportações e das produções.
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Entre 2013 e 2015 desapareceram 98,7 mil empregos enquanto que ao mesmo tempo o desemprego tinha esta evolução:
"passou de 18,8 mil no 4º trimestre de 2013 para 14,0 mil no 4º trimestre de 2015."
Entretanto, ontem descobri um gráfico interessante acerca da demografia na agricultura portuguesa:
(Imagem retirada de "Inquérito à Estrutura das Explorações Agrícolas 2013" do INE)
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BTW, a idade média em Portugal em 2014 era de 43,1 anos e suspeito, ao olhar para o gráfico, que entre 1960 e 2014 foi em Portugal que a idade média mais cresceu.
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Mais tarde ou mais cedo aquilo que se está a sentir já na agricultura será sentido nos outros sectores, a saída de muita gente, muita gente mesmo, para a reforma.




Muito mais do que água

Já no ano passado tinha escrito sobre ela.
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Entretanto, na última sexta-feira, vi uma garrafa de água de litro e meio da marca "Águas de Monchique" em cima de uma mesa de trabalho numa PME e perguntei:
- De quem é essa garrafa?
- É minha - respondeu a responsável da Qualidade!
- Por que é que escolhe essa marca? - perguntei.
- Por causa do pH alcalino!!!
Depois, ao final da tarde fui com a minha mulher ao Intermarché de Estarreja e juro, a certa altura ela pediu-me para ... ir buscar um garrafão de 5 litros de ... já sabem, "Águas de Monchique" (foi ela que no ano passado me alertou para o atributo do pH alcalino).
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Então, em frente às prateleiras comparei os preços:

  • na prateleira de cima os garrafões de 5 litros da "Águas de Monchique" a 0,95 €;
  • na prateleira do meio os garrafões de 5,5 litros da "Águas de Carvalhelhos" a 0,75 €;
  • na prateleira de baixo os garrafões de 5 litros da "Top Budget" (não posso jurar que era esta a marca) a 0,55 €;
Afinal a "Águas de Monchique" sabe que tem um tesouro nas mãos!!!
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"De acordo com o responsável, a empresa tem necessidade de aumentar a produção para responder à procura dos mercados.
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O mercado asiático é o de maior exportação, nomeadamente para a China, Hong Kong, Singapura e Macau, que importam cerca de 30% do volume de produção da água algarvia. Nestas áreas, “as vendas têm aumentado substancialmente”. [Moi ici: Presumo que tenham uma margem muito boa]
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O responsável acrescentou que a marca Monchique aumentou também em cerca de 60% a sua presença no mercado nacional, apontando o crescimento de “clientes fiéis que conhecem os benefícios que a água tem na saúde"."
Quem compra "Águas de Monchique" não compra água, para isso tem a água engarrafada a metade do preço ou a água corrente da torneira. Quem compra "Águas de Monchique" sabe qual o efeito do pH alcalino, valoriza esse efeito na saúde e está disposto a pagar por esse efeito. A água é um recurso processado pelo cliente e é ele que sente, que experiencia o valor na sua vida.
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Quem não conhece o papel do pH alcalino não consegue, com a mesma água, sentir mais valor na sua vida, logo, não está disposto a pagar mais.
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Como é que a "Águas de Monchique" pode co-criar valor? Apostando na divulgação da mais valia do pH alcalino. O truque não é, neste caso, mudar o produto mas mudar o cliente, prometer-lhe uma transformação que ele ainda não sabe que precisa.


Onde o código pode chegar

Embora a opção seguida pelos empreendedores não tenha sido essa, o texto chamou-me logo a atenção para a integração do "é meter código nisso" até nos tampões:
"the “smart tampon,” outfitted with chips and transmitters"

Trecho retirado de "The Tampon of the Future"
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BTW, importante este ponto:
"People who suffer from a problem are uniquely equipped to solve it. “What we find is that functionally novel innovations — those for which a market is not yet defined — tend to come from users,”
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“The reason users are so inventive is twofold. One is that they know the needs firsthand,” he said. The other is that they have skin in the game."

"Acelerou"

A propósito de "Montepio: Crescimento do PIB acelerou no primeiro trimestre" como não recordar "Costa invade Twitter e Facebook" ao ler:
"A economia portuguesa terá crescido entre 0,4% e 0,6% no primeiro trimestre deste ano, o que representa uma aceleração face ao verificado nos três meses anteriores (crescimento em cadeia de 0,2%)"
Agora reparem no título: "acelerou".
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Voemos até 2015 e vejamos o que é que o mesmo jornal dizia acerca do PIB do 1º trimestre de 2015, "INE revê em alta crescimento no primeiro trimestre para máximo desde 2010":
"O PIB cresceu 1,5% no primeiro trimestre face ao mesmo período de 2014, uma revisão em alta de uma décima face à primeira leitura do INE. Trata-se do maior crescimento homólogo desde o terceiro trimestre de 2010.
A economia portuguesa cresceu 1,5% no primeiro trimestre deste ano face ao período homólogo e 0,4% face aos três meses anteriores,"
Acelerou... OK!
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De aceleração em aceleração, até que crescimento? KO!

segunda-feira, abril 04, 2016

Curiosidade do dia



Já oiço os incumbentes do sector de transportes de pessoas a protestar e a exigir apoios, subsídios e a levantar perigos para a saúde provocados pela holoportação

NPE tv online


Convido-os a visitarem este projecto a dar os primeiros passos. Emissão em contínuo aqui.
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Aceitam-se sugestões e críticas.

Alterar o modelo

Já escrevi aqui mais do que uma vez, os agricultores têm de deixar de se ver como os responsáveis por alimentar o mundo, têm sim de se ver como responsáveis pela alimentação dos seus clientes.
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E quem são os seus clientes?
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Para muitos, serão a comunidade onde se inserem:
"calling on farmers to fight industry decline by going back to their roots, and reconnecting with their local communities.
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To save Fordhall Farm, the pair launched a scheme believed to be the first of its kind in England: issuing shares and putting their farm under the ownership of a community farm land trust, controlled by local people and preserved for future generations.
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These shareholders are now brand ambassadors and loyal customers of the farm, which sells its produce via the farm shop and online.
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She is calling on smallholders to copy the Fordhall model and work with local customers. “The British public wants to pay a fair price. They want farmers to make a decent living. The moment farmers cut out the middle men, they can reclaim their livelihoods,” she said.
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“People are more and more aware of where their food comes from. It’s the perfect time for community businesses to be born and farmers to take power back into their own hands.”"

Trechos retirados de "Fordhall Farm pioneers call on fellow farmers to rebuild ties with local community"

O papel da arte!

Sábado, ao ouvir o deputado Pedro Duarte a pedir mais uma revolução no Ensino, desta feita para apostar e quatro vectores: ciência; engenharia; tecnologia e economia, escrevi no Twitter:
É preciso não conhecer a biografia de Jobs, ou os textos de Hilary Austen, ou o futuro de Mongo para esquecer o papel da arte.
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Sem arte como é que a Bang & Olufsen teria o sucesso que teve?
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Sem arte como haveria concorrência imperfeita?
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Esquecer a arte é continuar a pensar que o valor resulta de um cálculo e não de um sentimento. Por tudo isto, recomendo a leitura deste texto "Hedi Slimane: The Steve Jobs of Fashion":
"Like many industries, Big Fashion companies keep acquiring tiny, money-losing, buzz-worthy brands… that never quite go mainstream. They die silently and perhaps mercifully. But the real question is: why is this a pattern, when it’s both predictable and pointless? Because the fashion industry is making stuff for critics. Like many industries, from tech to media to sports, it’s trying to please them, win them over, even pander to them. But the critics aren’t the people who are buying the stuff. Result: shapeless, gigantic, genderless clothes that critics love… but that are driving the business of fashion to stagnation. They’re out of touch with what people actually want, love, hunger for.
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He also, importantly, made clothes people actually wanted to wear, and that looked better up-close in stores than they did on the runway. The fashion world was shocked.
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But collection by collection, he built a devoted cult of fans precisely because he was ahead of even the critics. The self-referential game of pleasing critics might feel good — but it doesn’t necessarily build a business.
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To do that, you have to make products people truly desire. It’s a dirty word in boardrooms, desire. We’re more comfortable with calculative, rational expressions of wants. We can put them in spreadsheets and crunch and process those. There’s just one tiny problem. So can consumers. You don’t pay royally for stuff that you’re running a calculation in the back of your mind about. You pay royally for stuff that enchants, hypnotizes, and entrances you. Stuff you love. Stuff that we love — whether that “stuff” is people or clothes or phones, to be crude — suspends the rational bits of us. It intoxicates us and leaves us giddy. We say to ourselves, “Of course it’s too expensive… but I don’t care. I have to have it.” [Moi ici: Excelente!!! Isto é Mongo! Isto é a concorrência imperfeita! Isto é arte!]
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At the core of this financial success is real artistry.
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Clusters like Brooklyn and Detroit are putting artistry and craft back into products from chocolate to coffee to furniture today. But the harsh truth is that Big Corporations see artisanship as marketing. They try to brand it, tricking people into thinking there’s artistry in things – Tesco’s “fictional farms” marketing ploy is a recent example — not really practicing itor investing in it. They should take a lesson from Slimane and actually do it.[Moi ici: A importância da autenticidade]
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That’s how you get out of the trap of simply riding trends and cashing in on them: ignoring critics, breaking rules, making things people truly desire, and making them with real artistry. It takes a rare combination of personal genius and organizational risk – which is perhaps why we don’t see that many Slimanes out there. Still, we can always hope for more."

Dois pormaiores

Ontem, via Twitter, seguindo uma indicação do @nticomuna cheguei a este texto "Le Mittelstand allemand fascine les dirigeants français".
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Como não recordar o nosso "somos todos alemães" (aqui, o original de 2009).
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Adiante. Queria chamar a atenção para um pormaior tão destratado no nosso país:
"Familiales, non cotées en Bourse, ancrées dans les territoires, elles croissent de façon endogène se finançant au rythme de leurs profits."
Outro pormaior, claro para quem percebe que compete pelo aumento do preço unitário em vez de pela redução do custo unitário, é:
"Autre trait commun de ces groupes familiaux, le patron se comporte davantage en entrepreneur qu’en investisseur. Il a l’obsession de la transmission, pas des dividendes, et développe l’entreprise dans la durée, en investissant massivement dans l’innovation. Accessoirement, le personnel n’est pas un coût à réduire constamment."
Tão diferente da obsessão dos encalhados no Normalistão do século XX e os seus "91 more Oreo bakery workers receive layoff notices"