quarta-feira, março 16, 2016
Estarreja, um exemplo
A propósito desta notícia "Fundição de metais leves para a indústria automóvel negoceia instalação em Estarreja" e da foto nela presente do Eco Parque em Estarreja:
Há dias fiz uma caminha matinal e resolvi actualizar a foto:
A amarelo unidades construídas no último ano ou em fase final de construção. A verde áreas desmatadas recentemente e a azul o espaço onde a obra da Eurocast cresce a olhos vistos.
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Estranho, há esta notícia de 23 de Fevereiro "Assembleia Municipal de Estarreja reúne na sexta-feira, 26 de fevereiro", ver ponto 3.3. No entanto, no dia 2 de Fevereiro tirei esta foto da obra:
Voltemos ao ponto deste postal. O dinamismo do investimento industrial em Estarreja... e todos os dias, TODOS, recebo informações em primeira-mão de exemplos de regresso do mundo 1.
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Pena que o esforço e sacrifício dos últimos anos esteja a ser desbaratado num festival de orgia despesista outra vez.
Há dias fiz uma caminha matinal e resolvi actualizar a foto:
A amarelo unidades construídas no último ano ou em fase final de construção. A verde áreas desmatadas recentemente e a azul o espaço onde a obra da Eurocast cresce a olhos vistos.
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Estranho, há esta notícia de 23 de Fevereiro "Assembleia Municipal de Estarreja reúne na sexta-feira, 26 de fevereiro", ver ponto 3.3. No entanto, no dia 2 de Fevereiro tirei esta foto da obra:
Voltemos ao ponto deste postal. O dinamismo do investimento industrial em Estarreja... e todos os dias, TODOS, recebo informações em primeira-mão de exemplos de regresso do mundo 1.
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Pena que o esforço e sacrifício dos últimos anos esteja a ser desbaratado num festival de orgia despesista outra vez.
terça-feira, março 15, 2016
Curiosidade do dia
Um exemplo paradigmático do que se passa com quem lida com a política do país.
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Ontem lia-se "Copos menstruais com IVA reduzido":
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Como não recordar o advogado que na TV, sobre o caso Camarate, avançava com explicação que implicava a validade da alquimia medieval.
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Como não imaginar a quantidade de legislação discutida e aprovada com este nível de treta.
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Ontem lia-se "Copos menstruais com IVA reduzido":
"O PS e o BE viabilizaram uma proposta do PAN para que os copos menstruais tenham a taxa de de IVA de 6%."Entretanto, hoje pode ler-se "Copos menstruais: Parlamento aprova medida que já existia":
"Deputados deram luz verde a uma alteração que já se verificava desde 2011. Os copos são vendidos com o IVA a 6%."A treta elevada à categoria de arte.
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Como não recordar o advogado que na TV, sobre o caso Camarate, avançava com explicação que implicava a validade da alquimia medieval.
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Como não imaginar a quantidade de legislação discutida e aprovada com este nível de treta.
"a focus on profitability"
Às vezes, em projectos de reflexão estratégica, sinto uma forte concentração da equipa no crescimento da facturação.
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Chamo sempre a atenção para o topo do mapa da estratégia, a perspectiva financeira tem duas vertentes: facturar mais e mais produtividade. E que facturar mais em detrimento de uma menor produtividade é um tiro no pé. Assim, como não sublinhar este trecho:
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Chamo sempre a atenção para o topo do mapa da estratégia, a perspectiva financeira tem duas vertentes: facturar mais e mais produtividade. E que facturar mais em detrimento de uma menor produtividade é um tiro no pé. Assim, como não sublinhar este trecho:
"We find that a focus on profitability, rather than revenue growth or value creation, offers a surer path to enduring exceptional performance across all three measures.Trecho retirado de "Exceptional performance a nonrenewable resource"
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our research shows that growth tends to be more volatile than profitability overall, this suggests that steady growth in absolute terms is unlikely to result in long-run exceptional growth"
Admirável mundo novo
Dois exemplos a juntar à colecção do "É meter código nisso!"
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São eles:
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São eles:
"Many of the exhibits sound too strange and too poetic to be real, and yet they are. We are shown robotic bees from the Harvard School of Engineering and Applied Sciences, health-monitoring 'smart collars' for cows and building bricks grown from living fungus. A scientist has recorded the mating calls of insects, in order to lure further insects to their deaths with 'sonic pesticide'."
"A prototype shoe using new energy technology can generate enough power to charge a dead phone, via a USB port on the side of the sneaker. It can also run electronics embedded in the shoe itself, like a Wi-Fi hotspot or a tracker that could be used to located someone in lost in rubble after an earthquake.A tracking device could be used for children or someone with a medical condition. Because the sole touches someone's foot, it can also monitor vital signs and send alerts if something is wrong. A firefighter might use the tracking device in their boots. Tracking could also be useful for someone who just needs better directions inside a GPS dead spot; the tracking function works both with and without GPS..In a disaster, the shoe could help first responders find victims. "In the first five to six hours the chances of survival are the highest, then they very rapidly drop," says Krupenkin. "So finding people is very difficult, and if someone is wearing a shoe like that, then the signal from the shoe would point operators to where he is." The shoe could also indicate which victims are still alive, so rescuers reach them first.."There are many more applications," he says. "We're designing the system so the electronics module is replaceable by the user, so if you want a new function, you can pull the existing module out of the shoe and plug in the new one.""
"Merely begin"
Um texto curto e simples de Seth Godin:
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O que a queda na zona de desconforto obriga a fazer é este "begin"
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Muitas vezes o "begin" começa com o tal "brincar".
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Muitas vezes o "begin" leva a uma co-evolução entre as capacidades da organização e as oportunidades no exterior.
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Por isso, junto a minha voz "Merely begin".
Trecho retirado de "While waiting for perfect"
"You've permitted magical to walk on by. Not to mention good enough, amazing and wonderful.O que o desespero muitas vez obriga a fazer é este "begin".
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Waiting for the thing that cannot be improved (and cannot be criticized) keeps us from beginning.
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Merely begin."
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O que a queda na zona de desconforto obriga a fazer é este "begin"
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Muitas vezes o "begin" começa com o tal "brincar".
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Muitas vezes o "begin" leva a uma co-evolução entre as capacidades da organização e as oportunidades no exterior.
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Por isso, junto a minha voz "Merely begin".
Trecho retirado de "While waiting for perfect"
segunda-feira, março 14, 2016
Aprenda a duvidar dos media (parte XXVII)
Parte I, parte II, parte III, parte IV, parte V, parte VI, parte VII, parte VIII, parte IX, parte X, parte XI, parte XII, parte XIII, parte XIV, parte XV, parte XVI, parte XVII, parte XVIII, parte XIX, parte XX, parte XXI, parte XXII, parte XXIII, parte XXIV, parte XXV e parte XXVI.
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O regresso à ribalta desta personagem "“Acho que não existe um plano B”" faz-me recuar a 2008 e a "Outro arrepio... e revolta.":
Gente que ocupa lugares de poder e que entra em pânico facilmente ... um perigo.
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Recomendo a leitura de Laurence Gonzales e o seu fabuloso livro "Deep Survival". Em especial, logo no princípio, o que ele escreve sobre as pessoas "cool". Pessoas cool são as que não "tripam" e perdem a cabeça quando as coisas aquecem.
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O regresso à ribalta desta personagem "“Acho que não existe um plano B”" faz-me recuar a 2008 e a "Outro arrepio... e revolta.":
Gente que ocupa lugares de poder e que entra em pânico facilmente ... um perigo.
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Recomendo a leitura de Laurence Gonzales e o seu fabuloso livro "Deep Survival". Em especial, logo no princípio, o que ele escreve sobre as pessoas "cool". Pessoas cool são as que não "tripam" e perdem a cabeça quando as coisas aquecem.
A grande prioridade
A nossa linguagem, o nosso conselho. Os trechos que se seguem quase que podiam ser retirados deste blogue:
Trechos retirados de "How To Eliminate Fraud And Unlock Growth In The Olive Oil Industry"
"In my mind, there is an enormous business potential here that is being wasted. The analogy is wine. Wine and olive oil are not the same thing but they have similarities. If you took off all labels of imported wine and just replaced them with really good wine, the value of Bordeaux and really good wine would go down. What they [unethical olive oil producers] have done is driven it into a commodity status, all based on price… It seems to me they [fine olive oil makers] could do what the wine makers do. They could have a Grande Cuvee and other levels. It seems to me a huge economic and business potential. What you need to do is decommoditize. A few players are going to slug each other until they all fall down. What’s happening with commodity olive oil is the margins are getting so small, even the big guys are not making much money. It’s a risky proposition.Não se aplica só ao azeite, não se aplica só à agricultura. Decomoditização é a grande prioridade. Fugir da concentração no custo para apostar na concentração no preço.
...
People are going up the curve. The problem is that in a lot of places in America, good olive oil is just not available. You can’t go to the store and buy it. Many consumers associate taste flaws with what olive oil really is. They are used to drinking it twisted and rancid.
...
The buyers for major supermarket chains are selling tooth brushes one day, olive oil the next. They look for price. All the big name companies – Bertolli and Filippo Berio – they order oil from anywhere and label it “packed in Italy.” But it’s no more Italian than I am. It’s the classic bottled in Italy. Bertolli is owned by the Spanish conglomerate Grupo Deoleo. Filippo Berio – is owned by a Chinese company. These companies are not truly Italian. They are not selling oil from Italian trees. But it’s being marketed as Italian. If the Greeks were selling enough oil and were selling to consumers who make a difference, this could be a banner year to make a difference. The fact is they are up against a labeling shell game. And few consumers can tell the difference. What’s in the bottle is anybody’s guess.
...
Consumer education through food pairing and high-level chefs. In store demos where people are told how to taste olive oil and what to taste – that fruit juice thing. Most people don’t get it and won’t get it form the labels. They have to understand this doesn’t have to be an industrial fad. Great olive oil is a gourmet delight and a fresh fruit juice that really should be on par in quality with a great vintage of wine. People need to think in those kinds of terms: Diversity and not sameness, thousands of kinds of oils you can make. Every year it changes. A universe of olive oil on par with a universe of wine. Without consumer education, it won’t matter. As soon as consumers wake up and start demanding the good stuff, they will get it."
Trechos retirados de "How To Eliminate Fraud And Unlock Growth In The Olive Oil Industry"
O ponto de partida afecta a forma de ver o mundo
A histerese...
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O ponto de partida afecta a forma de ver o mundo ...
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Comparar "Shops to showrooms" e "A Trip Through Amazon’s First Physical Store" (quem vem do online para o retalho físico) com "Um templo de experiências" (o que pensa quem está no retalho físico).
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Como não recordar o caso da Intel... o que faríamos se não fôssemos donos desta empresa e estivéssemos do lado da concorrência? Despejando o efeito dos custos afundados, como é o mundo?
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O ponto de partida afecta a forma de ver o mundo ...
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Comparar "Shops to showrooms" e "A Trip Through Amazon’s First Physical Store" (quem vem do online para o retalho físico) com "Um templo de experiências" (o que pensa quem está no retalho físico).
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Como não recordar o caso da Intel... o que faríamos se não fôssemos donos desta empresa e estivéssemos do lado da concorrência? Despejando o efeito dos custos afundados, como é o mundo?
Outras competitividades
"As clusters mature, it becomes increasingly difficult for small players to remain competitive due to increasing volumes of production flow required for competitive efficiency. The corner lemonade stand is less efficient than a lemonade factory, as measured by the cost per gallon of lemonade produced. As efficiency-increasing innovations diffuse through a cluster, the production volume required for each participant to survive increases. The cluster only supports one or two participants with the lowest costs and highest mature volumes of minimum production due to scale and experience curve effects, assuming the addressable market’s unit volume is fixed. Smaller players literally get squeezed out. Figure 8.3 shows how cost efficiencies shrink the number of viable competitors in a stable-revenue cluster over time, as each seeks economies of scale. Only higher volume producers survive as learning curve effects raise the efficiency needed to compete. Investors aware of this experience curve effect should seek the most efficient operating firms, as measured by cost per unit of value delivered."Este é modelo mental dominante. No entanto, as PME portuguesas são um exemplo vivo de uma realidade oposta. Nos últimos 15 anos a dimensão média das empresas diminui para se adaptar a competitividades não baseadas exclusivamente no preço.
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Há, para quem acompanha estas coisas há quase duas décadas, a visualização de uma evolução, de um eterno retorno... os grandes crescem, especializam-se e tornam-se muito eficientes e rígidos. Depois, quando o mundo muda... são os ratinhos que aproveitam não os dinossauros. A metáfora da Torre de Babel.
Trechos retirados de "The nature of value : how to invest in the adaptive economy" de Nick Gogerty
domingo, março 13, 2016
Curiosidade do dia
A memória de André Macedo é penosamente frágil. Pequena que não use o INE ou o PORDATA:
"Nos anos 80 e início de 90 destruiu-se uma parte relevante da capacidade produtiva do país em nome da coesão europeia."
A evolução do calçado e do têxtil foi assim:
E foi a mesma em praticamente todos os sectores. Com a adesão à CEE Portugal era a china da Europa antes de haver China, empresas de todos os países da CEE deslocalizaram-se para Portugal.
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Houve nesta fase uma minoria de empresas prejudicadas, as que pertenciam à nossa nata, ou fecharam ou vocacionaram-se para o preço.
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André Macedo deve estar a fazer confusão com as pescas e a agricultura e mesmo aí, será que achava que poderíamos manter os 28,6% da população activa empregada no sector primário como em 1980?
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Dupla precaução em relação a este senhor.
Trecho retirado de "Livres?"
Vantagens da falta de dinheiro
Ler "Galvanized":
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A falta de dinheiro foi o que salvou a indústria em Portugal. Quem não tem dinheiro teve de apostar na paciência estratégica.
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Oh! Esquecia-me... é politicamente incorrecto falar em sair da zona de conforto para a legião dos que optam pela gratificação imediata.
"Often, our best work happens when we're in a situation we wouldn't have chosen for ourselves. The hard part is choosing to be in that sort of situation in the first place, the uncomfortable one where we have no choice but to do better work.E recordar Zaratustra e Nietzsche... são as dificuldades que moldam o nosso carácter para chegar mais além.
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Find a galvanizer if you can. If you care."
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A falta de dinheiro foi o que salvou a indústria em Portugal. Quem não tem dinheiro teve de apostar na paciência estratégica.
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Oh! Esquecia-me... é politicamente incorrecto falar em sair da zona de conforto para a legião dos que optam pela gratificação imediata.
Um exemplo que gostava de estudar
É a metáfora com que fico na cabeça depois de ter lido "Manuel Azevedo trocou a reforma por uma fábrica de meias".
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Tem tudo para dar mal, com base no meu modelo mental, (mal não quer dizer necessariamente prejuízo, antes ineficiências, antes curva de Stobachoff com uma forma reveladora) a não ser que produzir meias tenha máquinas dedicadas e seja uma produção muito automatizada, onde seja fácil de aplicar o PWP de Skinner. No entanto, parece que dá bem!!!
"O objetivo é ganhar balanço para calçar cada vez mais pés com uma oferta diversificada, da meia básica ao segmento funcional e técnico.Ora aqui está um exemplo que gostava de estudar. Conseguem ganhar dinheiro com todos os quatro mundos?
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É um negócio construído sem marca própria, a vender para outras empresas, simplesmente porque impor uma insígnia “custa muito dinheiro e exige tempo.
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Um dos projetos futuros é começar a trabalhar a MFA como marca, mas sem investimentos em marketing.
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Para avançar mais rapidamente, a MFA tem um projeto de investigação e desenvolvimento a decorrer em parceria com o Citeve — Centro Tecnológico das Indústrias Têxteis e do Vestuário de Portugal para uma solução técnica a patentear que ainda está no segredo dos deuses.
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A trabalhar para captar clientes que tinham deslocalizado encomendas para a Ásia e estão, agora, a regressar à Europa,[Moi ici: Mais um exemplo do regresso do mundo 1] a MFA está pronta a seguir as indicações de quem compra, mas também oferece o desenvolvimento do produto, desde a prototipagem às embalagens.
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No seu portefólio de soluções funcionais cabem componentes antibacterianas, antifricção, antiestáticas, de regulação térmica, de gestão de suor e de compressão, entre outras.
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No mercado, a diversidade de uma oferta à medida de todos os pés reflete-se na amplitude da escala de preços de venda ao público “entre os €4/10 pares e os €60/par”. Na fábrica, um dos indicadores é o tempo de produção: a MFA tricota umas meias em 40 segundos e outras em sete minutos."
Valor, contexto e interacção
"Four fairly new insights are challenging our traditional beliefs:Não são novidades aqui no blogue.
1. Value creation happens at the point of use, not the point of production;
2. Mass solutions are not as competitive as contextual solutions;
3. Transactions are replaced by interactions because contextual value creation cannot take place without interaction;
4. Open networks and reach and richness of networking are more valuable than control of proprietary assets."
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O ponto 4, em sintonia com "Uma evolução interessante", vem suportar o que penso: o avanço dos restaurantes não é por causa do controlo, é por causa da autenticidade.
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Trechos retirados de "Work and the games we play"
Por isso, gostava de saber o porquê
Mais uma semana, mais um artigo no Público, "Prejuízos diários dos suinicultores “são insuportáveis”", sobre a suinicultura e continuamos sem resposta ao mistério dos preços espanhóis.
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Por que é que os compradores grandes em Portugal preferem porcos espanhóis mais caros? (Recordar "Os compradores portugueses são burros?")
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Atenção, eu acredito na racionalidade dos compradores portugueses e defendo, mesmo no B2B, que o preço não é tudo. Por isso, gostava de saber o porquê.
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Por que é que os compradores grandes em Portugal preferem porcos espanhóis mais caros? (Recordar "Os compradores portugueses são burros?")
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Atenção, eu acredito na racionalidade dos compradores portugueses e defendo, mesmo no B2B, que o preço não é tudo. Por isso, gostava de saber o porquê.
sábado, março 12, 2016
Curiosidade do dia
Esta caldeirada de desequilíbrios "Beef-Mad Argentina Preparing for Unthinkable as Meat Costs Soar" foi criada e alimentada por mais de uma década de socialismo intervencionista. Os engenheiros sociais que não sabem gerir a sua vida mas acreditam que estão predestinados para criar amanhãs que cantam, sociedades novas com Homens Novos.
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No nosso país esta situação "Portugal vai propor à UE quotas de produção para o leite e carne de porco" também é fruto do mesmo tipo de activismo político que resulta de pensar que um grupo restrito de bem intencionados consegue cyberSynar a economia real.
Tolos!
Um optimista sem ser cor de rosa (parte II)
Acerca do regresso do mundo 1 referido na parte I:
Acho eloquente este exemplo que o @nticomuna referiu no Twitter "Águeda atrai investimento asiático no setor das duas rodas":
Acho eloquente este exemplo que o @nticomuna referiu no Twitter "Águeda atrai investimento asiático no setor das duas rodas":
"O presidente da Fritz Jou Manufacturing, empresa de Taiwan dedicada ao fabrico de bicicletas de gama média alta, anunciou na terça-feira em Taipé que a empresa deverá abrir uma nova fábrica em Águeda até ao final do ano.
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“Vamos produzir onde está o mercado, reduzir tempos e melhorar a nossa flexibilidade. Esse é o nosso objetivo final”, disse Fritz Jou Jou, presidente da companhia.
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Em Taipé foi anunciado que a nova fábrica da Fritz Jou Manufacturing terá uma capacidade de 250 mil unidades por ano, esperando a empresa estar a laborar em Águeda ainda este ano.
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Notícias numa publicação da especialidade, ainda não confirmadas por aquele “gigante” do setor, dão conta de que a Cronus Bikes quer fazer uma nova fábrica em Portugal, precisamente em Águeda, com capacidade para 600 mil unidades por ano."
Cuidados!!!
Esta figura, retirada de "Creating a Strategy That Works" tem tudo a ver com as mudanças em curso referidas em "Um optimista sem ser cor de rosa".
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Cuidado com o crescer por crescer sem uma identidade. Como é que uma PME não pode ter dificuldade nisto quando as "volvo" não o conseguiram fazer apesar de tantos consultores e dinheiro e cursos superiores?
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Cuidado com o tentar ser bom a tudo, ser um Bruce Jenner... os salami slicers ficam com os trunfos todos.
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Cuidado com o market driven que leva à construção de tectos de vidro, é preferível ser market driving.
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E a sua empresa, que cuidados deve ter? A sua estratégia é clara? A sua identidade está definida? Como vai resistir aos salami slicers?
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Podemos ajudar?
Um optimista sem ser cor de rosa
Uma parte importante do meu trabalho inicial de facilitador de reflexões estratégicas em PME passa pela identificação dos clientes-alvo.
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Há dias usei pela primeira vez uma terminologia que funcionou bastante bem, a dos mundos. Uma PME pode servir quatro mundos:
O mundo 1 é o mundo do Normalistão, o que resta do século XX e do mercado de massas. É um mercado apetecível mas onde a China tem os trunfos todos.
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O mundo 3 é o mundo a evitar a todo o custo, encomendas pequenas e margens pequenas têm tudo para fazerem parte da zona assinalada na figura que se segue, têm tudo para serem destruidoras de valor (recordar a curva de Stobachoff nos marcadores):
Um segredo, quando chego a uma PME, 25 a 30% dos clientes fazem parte deste mundo!!!
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O mundo 2 é o mundo das margens boas conjugadas com as séries maiores, são uma raridade e devem ser tratadas como um tesouro embora dificilmente sustentem uma empresa.
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O mundo 4 é o mundo onde quase sempre a reflexão estratégica acaba por nos levar, onde é que uma PME portuguesa pode competir no mercado internacional? Séries pequenas e margens grandes!!!
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Esta notícia "Ministro das Finanças chinês diz que subida dos salários “é insustentável”" vem dar suporte a uma tendência que comecei a notar no calçado e no têxtil no último trimestre: o mundo 1 está a voltar a Portugal para seduzir fábricas. Espero que os empresários aproveitem as lições de Skinner (recordar nos marcadores, sobretudo "The Focused Factory")
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Outra novidade. O que é que se escreve aqui no blogue?
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Estamos a caminho de ... Mongo, do Estranhistão!
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As empresas grandes, ao tentarem ajustar-se ao Estranhistão vão procurar produtores perto e com experiência de pequenas/médias séries e não muito caros (porque a sua marca não é luxo das pequenas séries) ... as fábricas do centro da Europa estão prontas para esse desafio? Têm custos? Têm ADN? Têm máquinas? Têm flexibilidade? Nope!!! (ADENDA: O reshoring da Ásia começou pela falta de rapidez e flexibilidade e agora já vai no preço. Entretanto, as empresas do mundo 1 que produzem na Europa não estão preparadas para o Estranhistão das pequenas séries e do trabalho manual, não têm os artesãos à la Hermés nem as margens para lhes pagar)
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Estão a ver o paralelismo com a agricultura de joalharia vs o Mar del Plastico?
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Sim, híbridos entre o mundo 4 e o mundo 2 a caminho, também.
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O cor de rosa do título não é político é de ingénuo
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Há dias usei pela primeira vez uma terminologia que funcionou bastante bem, a dos mundos. Uma PME pode servir quatro mundos:
O mundo 1 é o mundo do Normalistão, o que resta do século XX e do mercado de massas. É um mercado apetecível mas onde a China tem os trunfos todos.
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O mundo 3 é o mundo a evitar a todo o custo, encomendas pequenas e margens pequenas têm tudo para fazerem parte da zona assinalada na figura que se segue, têm tudo para serem destruidoras de valor (recordar a curva de Stobachoff nos marcadores):
Um segredo, quando chego a uma PME, 25 a 30% dos clientes fazem parte deste mundo!!!
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O mundo 2 é o mundo das margens boas conjugadas com as séries maiores, são uma raridade e devem ser tratadas como um tesouro embora dificilmente sustentem uma empresa.
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O mundo 4 é o mundo onde quase sempre a reflexão estratégica acaba por nos levar, onde é que uma PME portuguesa pode competir no mercado internacional? Séries pequenas e margens grandes!!!
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Esta notícia "Ministro das Finanças chinês diz que subida dos salários “é insustentável”" vem dar suporte a uma tendência que comecei a notar no calçado e no têxtil no último trimestre: o mundo 1 está a voltar a Portugal para seduzir fábricas. Espero que os empresários aproveitem as lições de Skinner (recordar nos marcadores, sobretudo "The Focused Factory")
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Outra novidade. O que é que se escreve aqui no blogue?
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Estamos a caminho de ... Mongo, do Estranhistão!
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As empresas grandes, ao tentarem ajustar-se ao Estranhistão vão procurar produtores perto e com experiência de pequenas/médias séries e não muito caros (porque a sua marca não é luxo das pequenas séries) ... as fábricas do centro da Europa estão prontas para esse desafio? Têm custos? Têm ADN? Têm máquinas? Têm flexibilidade? Nope!!! (ADENDA: O reshoring da Ásia começou pela falta de rapidez e flexibilidade e agora já vai no preço. Entretanto, as empresas do mundo 1 que produzem na Europa não estão preparadas para o Estranhistão das pequenas séries e do trabalho manual, não têm os artesãos à la Hermés nem as margens para lhes pagar)
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Estão a ver o paralelismo com a agricultura de joalharia vs o Mar del Plastico?
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Sim, híbridos entre o mundo 4 e o mundo 2 a caminho, também.
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O cor de rosa do título não é político é de ingénuo
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