domingo, setembro 06, 2015

Querem ver outro padrão?

O vinil com "Não há receitas... cada caso é um caso!"
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E agora as cassetes audio "This Company Is Still Making Audio Cassettes and Sales Are Better Than Ever". Confesso que pensei nesta possibilidade quando vi "Guardians of the Galaxy"; contudo, parece que o movimento retro é anterior e devido sobretudo às pequenas bandas independentes... sempre o delicioso Mongo a entrar no nosso mundo por todo o lado.
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E pensava eu na uniformização ocidental fordista como o futuro do mundo, quando olhava para o mapa do planeta Mongo no final dos anos 70 do século passado...
Graças a Deus que 1984 não foi como como estava escrito.

Querem ver um padrão?



Da produção em massa
para a variedade, rapidez, flexibilidade, personalização:
Da produção de grandes séries, baixo custo unitário, longos prazos de entrega, pouca variedade, para "Portuguese Shoemakers Get Fancy" (um filme por demais divulgado neste blogue desde... 2008)
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Da produção de vómito industrial para "Wheels with soul"
"Brompton is already the country’s largest bike manufacturer, yet the company did not make them on a large scale until the early 2000s. Its rise happened against a backdrop of the almost complete collapse of Britain’s bicycle industry, once a world leader. Raleigh, the most famous volume bike-maker, based in Nottingham, had moved all its production to low-cost Asia by 2002. Now the vast majority of the 3.25m bikes sold in Britain annually are made abroad.
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Brompton has bucked this trend by carving out a niche as a producer of high-end, handmade folding bikes with global appeal. The bikes are pricey, but every steel frame is fitted together using brazing rather than welding. The company makes much of its “Made in London tag”, as British craftsmanship is still valued overseas. About 80% of its bikes go abroad now, where Koreans, Japanese and others cherish them as fashion accessories as much as modes of transport.
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Britain’s few other remaining bike-makers have survived using similar tactics. Pashley, based in Stratford-upon-Avon, has been making classic bikes, often seen in advertisements, since 1926.
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The brand is all about old-world heritage. Adrian Williams, Pashley’s boss, describes his products as “beautiful and useful”. Like Brompton, the firm is export-focused, selling to over 50 countries, mainly in Asia. Moulton, another brand, also sells well in the Far East."






As melhores inovações começam assim

Há tempos favoritei mais um tweet de @EskoKilpi:
"The best opportunity to differentiate yourself and do something big and unique may be by defining a problem that no one else has seen"
Quando vejo alguém a apresentar algo inovador que vai mudar o mundo, lembro-me sempre do exemplo da Segway, o veículo que ia revolucionar o transporte urbano. Depois, lembro-me do comboio... começou como uma inovação a ser utilizada num campo muito restrito, o transporte de minério, porque o preço da alimentação das mulas de carga tinha disparado.
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Assim, quando vejo uma inovação a ser aplicada num nicho muito específico fico sempre a pensar nos usos generalizados que pode vir a ter.
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Aqui vai mais um caso "A New Facial Recognition Mobile App From Listerine Helps Blind People See Smiles".
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As melhores inovações começam assim, dedicadas a um nicho muito específico, depois, com o tempo, a evolução leva-as para destinos nunca equacionados à partida.

sábado, setembro 05, 2015

Curiosidade do dia

Recordo muitas vezes as palavras de Flávio Silva no final do filme "Massada"
- Cometi o erro do principiante. Sobrestimei a força do meu inimigo!
Quando a informação é incompleta podemos cometer três tipos de erro:
  • Sobrestimar o concorrente; 
  • Subestimar o concorrente; ou
  • Pensar demasiado no concorrente.
Ao ler "NOS lança serviço N Play para concorrer com a Netflix" interrogo-me, será que faz sentido este choque frontal?
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A Netflix vai entrar a servir os overserved ou os underserved?

A produção em massa já era

"Les produits et les services doivent céder la place aux expériences.
Le monde est consciemment devenu plus expérientiel. Mais, il faut continuer à renforcer l’idée que cela représente un virage fondamental dans l’économie globale. Se concentrer uniquement sur les produits et les services conduit à l’austérité économique. Les expériences sont un nouveau type d’offre économique et à ce titre sont un argument clé pour promouvoir le retour à la prospérité. Le fait que tant de gens attendent le retour en force des industries traditionnelles et rêvent de relance de l’emploi industriel et de la production de masse est un sérieux frein au progrès. Aujourd’hui, les produits et les services doivent céder la place aux expériences en tant que format dominant du nouveau paradigme économique, de facteur de croissance du PIB et des emplois."
Os que sonham com novas Autoeuropas são os que ainda não perceberam que o consumo em massa está a desaparecer e, sem ele, já não se justifica a produção em massa.
Trecho retirado daqui.

JTBD

"By adopting to jobs-to-be-done theory, the role of marketing can move from passively pushing product information to an active and more integrated part of designing the service experience.
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The job is the single most important thing for a service  -  it’s the sun your touch points, products, features and marketing spin around.
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This changes marketing’s primary goal of passively telling about the product, to actively helping people solve their jobs
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Without a context, it’s harder for potential customers to relate.  ... Value is always relative to the context in which a job is done. Make sure your marketing is based on contexts discovered in research, so people can relate and understand your value proposition faster. Knowing the context is also crucial to design the whole service and develop products within.
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First off, never see your product in a vacuum  -  people don’t think in terms of products, they think about getting a job done. ... This changes marketing’s view of the ‘product as the sun’ to ‘the job as the sun’."
A mesma pessoa pode usar cada um destes sapatos numa mesma semana. Em função do contexto e do job to be done.
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E a sua empresa... trabalha para que clientes-alvo? Qual é o seu job to be done? Qual é o contexto em que vão usar a sua oferta?
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Que mensagens usa para lhes chegar ao coração?
Que canais usa?
Que prateleiras frequenta?
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Trechos retirados de "Evolving the role of marketing"

Advogado do diabo

"that you are very busy all the time is actually a bit of problem when you are in charge of your company or unit’s strategy, and responsible for organizing it. Because it means that you don’t have much time to think and reflect. And thinking is in fact quite an important activity when it comes to assessing and developing a strategy.
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If you are in charge of an organization, force yourself to have regular and long stretches of uninterrupted time just to think things through. When you do so – and you should – here are five guiding questions that could help you reflect on the big picture.
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1. What does not fit?
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2. What would an outsider do?
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3. Is my organization consistent with my strategy?
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4. Do I understand why we do it this way?
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5. What might be the long-term consequences?
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Strategy, by definition, is about making complex decisions under uncertainty, with substantive, long-term consequences. Therefore, it requires substantial periods of careful, undisturbed reflection and consideration. Don’t just accept the situation and business constellation you have arrived at. Leadership is not just about doing things, it is also about thinking. Make time for it."
E se precisar de um advogado do diabo, alguém que desmascare as incoerências das respostas e tenha a coragem de ser provocador e iconoclasta... contacte-nos!
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Um anónimo da província habituado a estas coisas.
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Trechos retirados de "5 Strategy Questions Every Leader Should Make Time For"

sexta-feira, setembro 04, 2015

Curiosidade do dia

Cuidado com o que desejam:
""Acreditamos que vamos ter de pedir à comunidade científica e quem sabe aos nutricionistas que nos ajudem a resolver este problema e que tenhamos discussões esclarecidas na praça pública e que se perceba exatamente quais as vantagens e desvantagens do consumo destes produtos"
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Ana Isabel Trigo Morais frisa que o comportamento do consumidor "está a ficar muito consistente" que as constantes quebras no consumo de laticínios já "não são uma tendência, mas uma realidade".
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"O leite está a ser muito penalizado por esta mudança de hábitos no consumidor que acreditamos estar a ser influenciada por esta discussão sobre os impactos do consumo do leite e derivados", afirmou, acrescentando que a quebra de vendas é contínua e causa "grande preocupação".
Pode ser que saia o tiro pela culatra:
""‘My guess is that it’s the milk that makes up the lion’s share of the carbon footprint.’"

Quem é que ainda liga ao "princípio da eficiência económica"?

Neste blogue e no meu trabalho com as empresas tento passar a mensagem acerca de uma maneira diferente de fazer os preços. Tento que as empresas abandonem a velha prática marxiana de considerar que preço é igual ao custo mais uma margem.

A nossa proposta é outra: preço não tem nada a ver com custo, preço tem tudo a ver com o valor.
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Quem determina o valor? O valor é definido pelo cliente, o valor não resulta de um cálculo numa folha de excel, o valor resulta de um sentimento baseado na experiência, ou na expectativa de uma experiência, que a integração do recurso comprado produzirá na vida do cliente.
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Quando falo disto aqui no blogue uso o marcador "value-based pricing".
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No entanto, não se julgue que o que este anónimo da província propõe é o caminho mais seguido. Pelo contrário, recuando a 2011 podemos recordar "Basear o preço no valor".
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Por que escrevo isto? Por causa deste artigo no Expresso "Vender por €100 mil aquilo que se produziu a €100: o incrível negócio dos medicamentos inovadores" onde encontro um economista agarrado a fórmulas do século XX, desenhadas para um tempo em que só havia um pico na paisagem e, por isso, todos competiam pela mesma posição:
Em Mongo, no Estranhistão, existem muitos picos e o tipo de competição é diferente.
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O Estranhistão não é o Kansas do século XX!
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Por isso, surpreende-me que um professor universitário não esteja mais actualizado:
"A pergunta impõe-se: como é que um medicamento pode ser vendido por cerca de mil vezes do que custou a ser produzido? Na génese do problema, aponta Pedro Pita Barros, está o facto de o mercado farmacêutico assentar num sistema de patentes que cria situações de monopólio onde, sem a ameaça da concorrência, as farmacêuticas fixam o preço que entenderem. E fazem-no tendo como referência não o custo de produção mas o valor que consideram que criam para o paciente, ou seja, o valor mais elevado que o cliente está disposto a pagar. Uma política que o economista contesta. [Moi ici: E lá vem a fórmula criada por seres racionais para um mundo que não existe] “O princípio da eficiência económica é que o preço se aproxime do custo unitário de produção, não do valor máximo que o beneficiário está disposto a pagar.”" [Moi ici: Isso faria sentido num mundo sem marcas, sem marketing, não em Mongo. É uma justificação tão ... pobre]
Pessoalmente, a minha solução para esta inflação dos preços passaria por destruir o actual regime de patentes. Basta pensar como o Brasil e a África do Sul se marimbaram para as patentes dos retrovirais.
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E, por fim, não creio que o fim do sistema de patentes diminuísse o ritmo de inovação. Pelo contrário, obrigaria a acelerá-lo.
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Uma coisa é certa, não faz sentido nenhum que o preço se aproxime do custo de produção se o mercado for imperfeito. E o que é que somos?
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Promotores da concorrência imperfeita e de monopólios informais.
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Reparem, "monopólios informais". Monopólios que se criam na cabeça dos clientes, com experiências, serviços e produtos superiores.

E a sua empresa, para onde vai?

Excelente reflexão em "Riding a Bike In Tuscany Taught Me Why People Don't Set Goals":
"That's when I figured out why people [Moi ici: PME] don't set goals. Because they answer the question the way I did--"I'm not lost, I just don't know where I am." On that same late stretch today where I was now trying to hone in on the villa, I realized that I actually do get lost, and I do it once on every ride; when I'm trying to get home; when I finally have a goal.
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When I have nowhere I need to be, I'm simply on a glorious adventure with no constraints, no rules, no timelines, and no pressure to perform. Nothing to measure in the long run. I truly am not lost, I just don't know where I am. But that's okay, because I have nowhere I need to be.
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But as soon as I ask, "Where is home?", I'm immediately lost, because now I have somewhere I need to be, and at first I don't know how to get there.
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We can live reactively and any road will do, or we can live on purpose, design our future, and become intentional about getting somewhere. We get what we intend, not what we hope for."

O mindset do século XX na mente dos investidores do século XXI?

Quando vejo o Shark Tank e oiço Kevin O'Leary, penso sempre nos tópicos deste texto "Twitter works just fine – but for investors, anything except total market domination is a disaster".
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Continua-se agarrado ao paradigma do século XX, ao sucesso do BIG HIT, ao bezerro dourado da quota de mercado.
"The longer Twitter has existed, the more this essential fact has become clear. It will grow, but not spectacularly; make profits, but not spectacular ones. And it works
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But to tech investors this is a bad thing. It means share prices calibrated for exponential growth cannot be justified. Any company that cannot demonstrate a clear route to monopolising its space, monetising its users’ data on a vast scale, is to be discarded, targeted for acquisition, consigned to perpetual dowdiness.
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Nothing better illustrates our addiction to illogic than the mismatch between Twitter’s workability and its unpopularity with investors. And it’s a question with systemic importance."
No Estranhistão onde somos todos weird, o BIG HIT tem cada vez menos lugar.

Interacção e eficiência

E volto uma vez mais ao Montepio e à sua busca da eficiência.
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Há dias no Twitter @EskoKilpi sublinhou uma das mensagens queridas deste blogue:
"Work is solving problems. The industrial approach was detached from customers and there are many problems without a mass-market solution.
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The new rules 1/ Work in the future is still going to be solving problems, but in interaction with customers
...
2/ The solutions to problems are more contextual
...
3/ Work, then, cannot be based on preconceived competences, but work is learning
...
4/ Work should be understood as interaction between interdependent people
...
5/ The basic unit of work is not a task or a role, but interaction"
"Interaction" exige qualidade da interacção não se compadece com eficiência.
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Em conjugação com este texto de @rshevlin   "The Truth About Customer Relationships" para reflexão profunda.

quinta-feira, setembro 03, 2015

Curiosidade do dia

Ou, sonho de um anarco-libertário.
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Acho que faz sentido começar com a canção de Paul McCartney:

Sim, esta espécie de inveja:
"In Years To Come They May Discover
What The Air We Breathe And The Life We Lead
Are All About
But It Won't Be Soon Enough
Soon Enough For Me
No It Won't Be Soon Enough
Soon Enough For Me
"
Já não será no meu tempo...
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Ao ler "Are Floating Farms in Our Future?" a primeira coisa que me veio à cabeça foi a possibilidade de criar "comunas independentes" capazes de viverem isoladas do continente com as suas próprias regras.

Dick Dastardly é um mau exemplo

Do outro lado do Atlântico e do equador, o @AllanMoura  mandou-me este texto "Por que deixar de lado a competição" de onde sublinhei:
"embora seja difícil encontrar um ramo empresarial sem concorrentes, é possível e desejável deixar de lado o sentimento de competição. Isso faz bem não só para a saúde, mas para o negócio também, diz Kiechel. Se a fixação por derrotar os “adversários” se tornar objetivo prioritário, um desempenho indesejado pode levar ao sentimento geral de autodepreciação dentro da empresa, à caça às bruxas na equipe e, principalmente, a deixar para trás os focos principais do negócio.
...
Em outras palavras, concentrar o foco em alguém a quem servir, não derrotar.”"
Um conselho deste blogue e também de Buffett.
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Como não recordar Dick Dastardly!

Não é passado, é futuro!

No Caderno de Economia do semanário Expresso do último fim de semana encontrei o texto "Como valorizar a lã portuguesa?". Sublinhei 7 trechos. Um deles sobre a necessidade sentida por artesãos e makers por serviços industriais ajustados à sua dimensão e outro que associei logo ao caso da artesã de Bragança e ao da tapeçaria de Beiriz:
"Será preciso pagar mais para ter uma marca de lã portuguesa, para comprar uma meada de lã da Serra da Estrela. Mas as tendências de mercado têm mostrado que isso é possível: se algo for único, se preservar um modo de vida, porque não pagarmos mais um pouco"?
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Esta actividade perdeu importância económica, mas com boas ideias, é possível que nasçam projectos interessantes. Não podemos é ver isto como uma actividade de pobre, do passado", diz."
Um pouco na linha desta série recente acerca da concorrência imperfeita, o interessante é que dificilmente os antigos artesãos percebem e conseguem fazer essa transição, dado estarem como Saul, prisioneiros de modelos mentais tornados obsoletos... podem e são exímios a produzir. No entanto, não chega produzir, é preciso ter um modelo de negócio diferente e uma proposta de valor diferente e canais e clientes-alvo diferentes.
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É mais provável que a mudança seja assumida e feita por gente como a Rosa Pomar, mencionada no artigo do Expresso e referida em "Qual é o nicho?"

Cuidado com as poupanças

Uma empresa, em função da sua orientação estratégica e do seu ecossistema tem sempre dois tipos de actividades:
  • actividades de contexto - actividades que têm de ser realizadas mas que não trazem vantagem competitiva nem satisfazem os clientes. Estas actividades são traiçoeiras: se formos excelentes com elas os clientes não ligam, não reconhecem e até podem bocejar, ou seja, não geram satisfação se tudo correr bem. Já se falhamos com estas actividades os clientes notam, percebem e geram insatisfação. Com estas actividades o truque é não gastar mais do que o necessário para não gerar insatisfação;
  • actividades estratégicas - actividades que têm, que devem ser realizadas e que trazem vantagem competitiva podendo satisfazer os clientes. Nestas actividades se formos excelentes os clientes percebem e recompensam-nos. Nestas actividades é pecado poupar, é pecado fazer o corte cego.
Neste artigo "Calçado: Campeão dos incentivos "desiludido" com o Portugal 2020" encontrei um exemplo precioso do que é uma actividade estratégica onde é pecado poupar:
""Já eu gasto uma média de 220 mil euros com a participação em cerca de 16 feiras internacionais por ano", detalha o patrão da Macosmi. Com a redução do nível de incentivos, José Machado não tem dúvidas: "Vamos ter de repensar a nossa estratégia."" 
A participação nessas feiras é fundamental para a execução da estratégia. Cortar só por cortar, ou para fazer valer um ponto qualquer pode sair muito caro. A menos que algumas dessas feiras não tenham potencial actual ou futuro.
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BTW, não é a estratégia que precisa de ser repensada, é a sua execução.
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Acerca do pecado de poupar:

"despedir é sempre resultado de uma maldade ou de preguiça da gestão" (parte IV)

Parte I, parte II e parte III.

Na sequência deste postal "Walking Dead" o Paulo Peres colocou a seguinte questão:
"Sua analogia ao final, com a escola é muito pertinente.
Parece que é necessário sempre uma revisão, mas essa, implica sempre demissões?" [Moi ici: Em português de Portugal as "demissões" de que o Paulo fala são aquilo a que chamamos "despedimentos"]
 Há dias neste texto "Twitter works just fine – but for investors, anything except total market domination is a disaster" sublinhei:
"Solutions die when the world around them changes quickly enough"
O mundo muda e muda cada vez mais depressa. Por isso, todas as estratégias, mais tarde ou mais cedo, ficam obsoletas. Por isso, todas as estratégias têm um prazo de validade.
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Como é que as empresas organizações se preparam para o fim da sua estratégia actual?
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Julgo que a maioria das organizações não se prepara de forma deliberada para o inevitável fim da validade da sua estratégia actual. Por isso, quando o modelo deixa de funcionar não há uma alternativa preparada para escalar e ocupar as pessoas. Logo, para garantir um futuro para a organização, torna-se inevitável o emagrecimento da organização.
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Recordar:
"The truth is that you probably won’t see trouble coming, because whatever threatens to kill your company in the future is most likely a source of its strength today.  .... Even the most complete success carries the seeds of its own destruction."
Depois, há aquelas situações em que as organizações, apesar de saberem que o mundo vai mudar com data marcada, acabam por nada fazer.
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Por exemplo, o sector leiteiro português anda a fazer um choradinho por causa do fim das quotas leiteiras ocorrida em Abril último. É uma situação paradigmática. Quando é que o fim das quotas foi decidido? Em 2003!!!
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Quantos anos é que os produtores tiveram para se preparar?
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12 anos!!!
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Fizeram alguma coisa?
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Pois...
A Renewal é sempre inevitável. Os despedimentos (demissões) não são inevitáveis com uma renewal, mas são o mais provável porque as organizações não se prepararam.
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quarta-feira, setembro 02, 2015

Curiosidade do dia


Da próxima vez que ouvirem um político prometer a candidatura do país ou de Lisboa a sede de um Mundial, ou de um Europeu de futebol, ou de uns Jogos Olímpicos, lembrem-se disto "Never Host a Mega-Event?"

Montepio e Mongo

Voltando ao Montepio.
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Sabem qual é a armadilha da eficiência?
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A eficiência concentra a atenção na oferta e não no que os clientes-alvo realmente precisam.
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A diferença que aprendi há muitos anos com Bruce Chew:
  • Quando o negócio é preço pergunta-se "para esta oferta, quem me dá o melhor preço?";
  • Quando o negócio não é preço aproxima-de de uma variante de "por este preço, quem me dá o melhor desempenho?" E aí, entra a interacção "O que é para si melhor desempenho? O que valoriza? O que procura?"
A preocupação com a eficiência conduz-nos ao modelo "Grab & Go" e, no fim, pergunta-se: Porquê continuar a recorrer a um banco?
""Not all sections of the financial services offering but it will be personal loans, mortgages, international money transfers. These are things that will drop away steadily from the traditional banks.""
Estão a imaginar um Vieira da Silva à frente de uma empresa?
"Acham que a função de um Governo é estar a antecipar uma evolução negativa para a qual não tem ainda nenhum dado que o confirme? Se o estivesse a fazer, seria um profundo erro.""
Pois, gente sem skin in the game ":
""One of the best things about my work is I get to meet these entrepreneurs and the interesting thing I find is they ask questions about their industries that no traditional incumbent would ever dream of asking," she said.
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A US medical equipment salesman launched a platform, Cohealo, for sharing medical equipment, after seeing some hospitals full of equipment while others had none.[Moi ici: Para as contas do PIB isto é mau, para a vida das pessoas é melhor]
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"Hospitals are starting to track the productivity of their equipment and they're sharing it through a logistics platform.""[Moi ici: Por cá, horroriza-me o desperdício criado pela concorrência doentia entre hospitais públicos de concelhos vizinhos. "Se o outro tiver mais do que eu..." pois damn Joneses]
E entrando em Mongo:
""So imagine Bitcoin for Airbnb and Bitcoin for Uber, where there is no need for a company in the centre," she said.
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"Forget the cryptocurrency. The most innovative thing with Bitcoin is the blockchain. We now have this highly transparent form of peer-to-peer exchange of value.""


Trechos retirados de "Accountants and lawyers have big problems"

- Qual é o contrário de todos?

Esta figura:

É especialmente adequada para reforçar a mensagem de que aquilo que serve para os agentes económicos grandes não é necessariamente o mais adequado para os agentes económicos mais pequenos que operam no mesmo sector.
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Ao ler este texto "Mega-ginásio Go Fit vai abrir no Campo Grande", quando encontrei este trecho:
"o objetivo do centro é o de proporcionar "desporto para todos". É por isso que a restruturação do espaço prevê uma instalação para cerca de 10 mil pessoas"
Os agentes económicos grandes são alvo de todas as atenções e escrutínio dos media. O mesmo não se passa com os agentes mais pequenos. Por isso, fico sempre a pensar que os decisores dos agentes mais pequenos, perante estas notícias, tiram as lições erradas e elegem as acções dos grandes como referências para o seu caso.
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Um decisor de um agente económico mais pequeno não se deve iludir. Não tem dimensão, não tem estrutura, não tem proposta de valor, para copiar os grandes. Se os grandes dizem "existimos para todos", um mais pequeno deve pensar:
- Qual é o contrário de todos?
- Alguns! [Moi ici: OK, não sejam picuínhas]
- Quais são os alguns que devo servir? Não devo, não posso servir todos. Qual é o grupo que posso servir com vantagem? Com que grupo me posso distinguir e diferenciar?

Sim, é o mesmo tema do Montepio.