quinta-feira, setembro 03, 2015

Cuidado com as poupanças

Uma empresa, em função da sua orientação estratégica e do seu ecossistema tem sempre dois tipos de actividades:
  • actividades de contexto - actividades que têm de ser realizadas mas que não trazem vantagem competitiva nem satisfazem os clientes. Estas actividades são traiçoeiras: se formos excelentes com elas os clientes não ligam, não reconhecem e até podem bocejar, ou seja, não geram satisfação se tudo correr bem. Já se falhamos com estas actividades os clientes notam, percebem e geram insatisfação. Com estas actividades o truque é não gastar mais do que o necessário para não gerar insatisfação;
  • actividades estratégicas - actividades que têm, que devem ser realizadas e que trazem vantagem competitiva podendo satisfazer os clientes. Nestas actividades se formos excelentes os clientes percebem e recompensam-nos. Nestas actividades é pecado poupar, é pecado fazer o corte cego.
Neste artigo "Calçado: Campeão dos incentivos "desiludido" com o Portugal 2020" encontrei um exemplo precioso do que é uma actividade estratégica onde é pecado poupar:
""Já eu gasto uma média de 220 mil euros com a participação em cerca de 16 feiras internacionais por ano", detalha o patrão da Macosmi. Com a redução do nível de incentivos, José Machado não tem dúvidas: "Vamos ter de repensar a nossa estratégia."" 
A participação nessas feiras é fundamental para a execução da estratégia. Cortar só por cortar, ou para fazer valer um ponto qualquer pode sair muito caro. A menos que algumas dessas feiras não tenham potencial actual ou futuro.
.
BTW, não é a estratégia que precisa de ser repensada, é a sua execução.
.
Acerca do pecado de poupar:

Sem comentários: