quarta-feira, fevereiro 27, 2013

Curiosidade do dia

Esta conversa "Assunção Cristas diz que mar pode aumentar PIB até 4% até 2020" em que uns iluminados, incapazes de apostar o seu dinheiro em investimentos no sector, pretendem que o Estado o faça com dinheiro de nós todos.
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Faz-me lembrar o artigo de hoje de Ricardo Arroja "A falácia da procura":
"Infelizmente, circula por aí a ideia de um grande projecto de reabilitação urbana, investimento financiado pelo Estado, sob o argumento de que é necessário estimular a procura interna, e as empresas de construção em particular. Porém, como diria o célebre economista Henry Hazlitt, autor do clássico "Economia numa única lição", é importante que não se confunda procura com necessidade. E num país como Portugal, que tem milhares de casas novas à venda, não se entende que necessidade prática poderá existir em torno da reabilitação de casas antigas com dinheiro público. Por outras palavras, sendo a oferta manifestamente superior à procura, é altamente improvável que possa aqui existir uma verdadeira necessidade; haverá, quanto muito, uma procura induzida por investimento artificial que apenas agravará o desequilíbrio económico naquele sector em particular. Trata-se, pois, de despesa pública no mau sentido, de mais impostos, de mais dívida pública, ou de mais dos dois, e portanto o oposto do que se deveria pretender."
E esta reflexão de Carlos Novais "Keynes IV":
"Keynes distorceu os economistas clássicos propagando erroneamente a chamada Lei de Say como formulando que esta diria:
“a produção cria a sua própria procura”."

Mongo cada vez mais perto da casa de cada um

"Airbnb for 3D printing, Makexyz links designers to local printer owners"

Tento imaginar o que é que alguém nascido depois disto, 3Doodler,

ser standard, conseguirá fazer, depois de 20 anos de experiência e convívio com a ferramenta na versão XXI!!!

Blocos heterogéneos vs blocos homogéneos

Muitas vezes oiço elementos da tríade falarem dos sectores económicos como blocos homogéneos:
Essa não é a nossa versão. 
A nossa experiência, o nosso contacto com as empresas, aponta para uma outra versão, cada sector económico é uma realidade altamente heterogénea. 
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Entretanto, descubro este artigo de 2009 "Analyzing Firm Performance Heterogeneity: The relative Effect of Business Definition" e percebo, embora ache tão estranho, como é que a tríade tem um modelo mental de acordo com a versão do bloco homogéneo.
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Se as publicações científicas ainda andam a discutir a hipótese heterogénea... claro que os membros da tríade foram formatados e enformados, durante a sua formação, no modelo da homogeneidade:
"The results indicate that firm effects explain most of the variance in four performance variables but that the impact of business definition on performance could be underestimated. It turns out, according to our findings, that business membership (and thus differences in business definition) explains about 8 percent of the variance in performance between firms within the examined industry.
Consequently, managers should carefully monitor and examine the business domain they are in as it directly related with the firm’s level of performance.
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Our analysis of the business definition-performance link indicates that business definition choices do have performance implications but that the relative impact of industry, firm and business domain effects on performance has received scant empirical study and is still unclear.
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This study is, however, the first study to further analyze the performance heterogeneity within an industry by considering the effect of business membership and thus the effect of business domain choices. Indeed, there may be more than one business domain within an industry: different product offerings (the supply side) can be combined with different market segments (the demand side) with a different geographical reach.
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One of the major discussions in strategy concerns the determinants of firm performance. Academics from various backgrounds have focused on explaining firm performance and on identifying the sources of inter-firm performance differences. Researchers in the industrial-organization tradition, for example, have argued that industry structure is a central determinant of firm performance and contend that the structural features of an industry effect the competitive position of all business units in that specific industry. However, the inability of the industrial-organization tradition to provide a rigorous explanation for intra-industry heterogeneity in performance has stimulated strategy researchers to focus on the firm itself. As a result, firms were no longer viewed as identical “black boxes” in a given market structure but as dynamic collections of specific capabilities influenced by differing organizational structures and specific strategic decisions.

One of these vital strategic decisions, assumed to impact organizational performance, is the (implicit or explicit) selected business definition. Especially in the case of small and medium sized enterprises (SME’s) an adequate business definition seems to be of vital importance as the traditional explanation for their success is that SME’s choose their battles carefully.

The study results indicate that the examined industry consists of two distinct business domains whereby business domain membership explains about 8% of the variance in performance. The findings should urge managers to carefully (re)consider where (in terms of businesses) they are competing within the industry. Managers should pay (more) attention on business definition dimensions as business definition choices have operational consequences that affect the performance bottom-line."

Mongo e a IoT

Há anos trabalhei com uma empresa que produzia... produzia?
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Vomitava!
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Vomitava, durante dias e noites seguidas, durante semanas consecutivas, a partir de polímero reciclado numa máquina de injecção, cabides que depois vendia a um preço tão baixo que eu duvidava que não perdesse dinheiro.
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Agora, via a Internet of Things (IoT), descubro esta evolução:


E, aqui, vislumbro um pouco da revolução que aí vem, fruto das acções de makers a agirem bottom-up.
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Um mundo de possibilidades, para subir na escala de valor, para desenvolver serviços com as lojas e para as lojas, para criar oportunidades de interacção e costumização que co-criam valor e incorporam saber.

terça-feira, fevereiro 26, 2013

Curiosidade do dia

Ponzi e Madoff era amadores à beira disto:
"Italians born in 1970, who are about 43 now, will pay 50% more in taxes as a percentage of their lifetime income than those born in 1952, according to research from the Bank of Italy and the University of Verona. The research also found they will receive half the pension benefits that Italy's 60-somethings are getting or are poised to get."
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Trecho retirado de "'Lost Generation' Feels Italy's Fiscal Squeeze"

Este comentário é interessante:
"Its simple generations theft and greed. The older generation took it to heart that in the long run they are dead so why not enjoy the present to the max. The west's generational greed and narcissism and elimination of religious moral imperatives that the left eliminated from the public's consciousness has led to this development. Lets call a spade a spade and admit that the present generation out of greed and selfishness looted their children's and grand-children's future. One of the reasons that there are so few children in Europe. The present child bearing generation is aware of the theft and cannot afford to raise children under the knowledge of the crushing tax burden being shouldered by them. The public and the politicians have fleeced one generation that can not vote for the privileges of the generation that can. The post war generation has destroyed western society."

Agricultura com futuro e com pessoas

A mensagem deste blogue, para a agricultura e não só passa sempre por:
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Aproveitar o clima, essa vantagem preciosa a nível de custos, de tempo e de sabores.
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Produzir o que tem mais valor acrescentado, não apostar nas produções extensivas que competem pela quantidade, variedade, variedade, variedade.
"Especialistas universitários apontam o recurso à agricultura protegida para a produção intensiva de frutas, legumes e flores como a solução para “potenciar a rentabilidade económica” e atrair jovens para o sector.
As Universidades e os Politécnicos do Norte propõem a alteração do paradigma actual de agricultura extensiva para um centrado na agricultura em estufa, devido ao "tipo e dimensão da propriedade agrícola e à interligação do urbano com o rural” nesta região."
O que peço é que tenham cuidado com este tipo de linguagem:
"os especialistas universitários apontaram como primeira solução para dinamizar o sector o recurso à agricultura protegida"
Pode ser confundida com receita única.
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Ontem, ouvi na rádio, durante o jogging, uma entrevista do treinador Fernando Santos. A certa altura perguntam-lhe se era mais partidário de uma escola A, para formar novos jogadores de futebol, ou se era mais partidário de uma escola B.
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A resposta foi sublime e, como sei da religiosidade de Fernando Santos, associei-a logo ao pensamento da Igreja Católica: a pessoa primeiro, uma formação adequada a cada pessoa em particular.
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Cada empreendedor é que tem de tomar a sua decisão, procure informação sobre as várias alternativas e decida, tendo em conta o meio exterior e tendo em conta aquilo que quer para o seu negócio e vida.
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Trecho retirado de "Estufas são aposta para rentabilizar agricultura no Norte"

Custos e competitividade

“Não pensem que é pelos baixos salários que se garante a competitividade da economia”.
Não podia estar mais de acordo como é fácil de perceber, pesquisando o assunto neste blogue.
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O que eu não consigo vislumbrar é a coerência entre esta afirmação e o pedido insistente para o abaixamento da cotação do euro, para aumentar a competitividade da economia.
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BTW, para muitas empresas que vivem do mercado interno, nos próximos anos, sem baixos salários não têm hipótese de sobreviver.
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Citação retirada de "“Não pensem que é pelos baixos salários que se garante a competitividade da economia”, diz Cavaco"

Exportações com inovação

Tenho comentado com várias pessoas das minhas relações o desempenho do sector da cortiça e, sobretudo, do grupo Amorim. E, depois de ler "Exportações de cortiça voltam a aumentar" tudo se confirma.
"A Amorim, a maior produtora de cortiça nacional, encerrou 2012 com um recorde de 511 milhões de euros em vendas, relatando um aumento de 22,9% face ao ano anterior. Em termos absolutos, o EBITDA da empresa registou um crescimento de 13,8%, ascendendo a 82,5 milhões de euros.
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João Rui Ferreira, presidente da Associação Portuguesa da Cortiçar (Apcor) refere que “o aumento das exportações demonstra, por um lado, a preferência dos mercados pelos produtos de cortiça e, por outro lado, é o resultado da estratégia da indústria da cortiça, levada a cabo nos últimos anos. A inovação e o reforço dos índices de qualidade dos produtos aliados a uma clara aposta na comunicação e em novos mercados são alguns dos exemplos do trabalho em curso que nos conforta e inspira para um futuro mais promissor”.
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A Amorim, por sua vez, refere que o seu sucesso se deve tanto ao aumento da eficiência operacional como à diversificação das suas actividades e ao incremento do negócio extra europeu."
 Pessoalmente, não gosto de muitas práticas que a Amorim segue com os seus fornecedores; contudo, tenho de reconhecer que têm feito um trabalho notável na área da inovação, no desenvolvimento de novas aplicações para a cortiça.
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Cada vez mais empresas exportadoras usam a inovação para fazerem a diferença.


Há dias, o Jornal de Negócios publicou o artigo "À conquista dos mercados mais exigentes" uma conjunto de empresas que perceberam que não podiam competir no mercado do preço, que não podiam produzir commodities. Por isso, apostaram em trabalhar para clientes exigentes:
"Exportam brinquedos para o Reino Unido, componentes de calçado para Itália ou assessórios de moda em pele de cortiça para a Alemanha. São pequenas e médias empresas portuguesas e não receiam a concorrência dos mercados europeus mais sofisticados.
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A aposta na exportação para mercados mais sofisticados é também uma realidade para a Atlanta Itália, Alemanha ou os países nórdicos estão desde há vários anos na rota desta empresa do distrito do Porto (Moi ici: Na Lixa) que se dedica ao fabrico de componentes para calçado.
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Aqui, ganham peso as apostas na investigação e em novos produtos, mas, também, o cumprimento rigoroso dos prazos contratualizados com os clientes, diz Joana Cunha.
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A presença nos mercados do Norte da Europa ou dos Estados Unidos da América é a consequência directa da estratégia gizada para a Silvex. O investimento na investigação de novos materiais e produtos foi fulcral, evidencia Hernâni Magalhães, administrador desta empresa. "Em 2009, apostámos no desenvolvimento de produtos à base de polímeros biodegradáveis, sabendo que o seu destino seriam mercados diferentes do português, nomeadamente, Norte da Europa, Escandinávia, Alemanha e Inglaterra", explica ao Negócios.
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A "invenção" de uma película aderente biodegradável , um produto que despertou interesse nos mais diversos mercados, fez com que chegassem aos mercados europeus e norte-americano. E não só. "Há interesse de outros países, como, por exemplo, a Austrália,"
Quanto mais exigente for o mercado para o qual uma empresa trabalha, mais oportunidades há de a concorrência não ser pelo preço.

Parte III - O cliente é que é o Luke

Parte I e parte II.

Muitas empresas, talvez a maioria, não perceberam o papel que desempenham:
E falam do seu produto, ou do seu serviço, como se fossem o herói, como se fossem o Luke. Por isso, falam de si, e de si e ainda de si.
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Enganam-se rotundamente, o cliente é que é o Luke... daí a vantagem do pensamento da service-dominat logic:
"a thorough understanding of customers’ everyday practices ‘‘has to be the starting-point (Moi ici: A finalidade do cliente não é comprar algo ao fornecedor, o cliente compra algo ao fornecedor como um instrumento, como um artifício para atingir algo na sua vida, um objectivo, um trabalho (JTBD), uma experiência) for developing a customer-centric offering based on a service logic.’’ The more that firms are aware of their customers’ resource integration goals, preferences, requirements, desired experiences, usage situations, and experience environments, the better value propositions and outcomes can be cocreated. As value is a subjectively perceived phenomenon and individually determined, it is considered phenomenological and context-dependent in S-D logic. Accordingly, customers must be examined at the individual level (Moi ici: A nossa velha metáfora da miudagem - aqui e aqui) in addition to the aggregate level. The need to move away from mass and segment-based marketing toward individuals and an ‘‘experience of one’’ has been highlighted with respect to business practice."
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Trecho retirado de "Linking Service-Dominant Logic and Strategic Business Practice: A Conceptual Model of a Service-Dominant Orientation"

segunda-feira, fevereiro 25, 2013

Curiosidade do dia

"China destruye empleo por primera vez en treinta años. El gigante asiático perdió en 2012 un total de 3,45 millones de puestos de trabajo como consecuencia de la transformación industrial del país, según datos de la oficina china de estadística (NBS, en sus siglas en inglés), que publica el diario local Global Times."
Quase ao nível desta galinha com dentes...

Trecho retirado de "China destruye empleo por primera vez en tres décadas por la transformación industrial del país"

Daqui a 20 anos...

Como será Lesboa daqui a 20 anos, quando a geração que fez o Maio de 68 já estiver, na sua maioria,  morta e enterrada?
"“Mais de metade da população residente em Lisboa é pensionista”
 Como será Portugal? Como será viver num país com 6,5 a 7 milhões de habitantes?

A bolha demográfica também vai passar... será que vamos a caminho de um mundo mais sustentável? Menos industrial, menos massificado, diferente
 

Mais produtividade pode ser igual a asneira

Aumentar a produtividade através do aumento da quantidade do que se produz, conduz a uma redução dos custos unitários e, se o mercado absorver a produção, conduz, normalmente a uma rentabilidade superior.
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Se a produção aumenta, então, para ser escoada, vai ter de se adequar ao gosto médio da maior parte dos clientes, os clientes médios. Contudo, se uma empresa faz isso, outra e outra e outra ainda também fazem isso e, como resultado, ficamos com a maioria das empresas muitos produtivas e muito parecidas, já que todas adoptaram as "melhores práticas", já que todas optaram pelos mesmos fornecedores, os mais económicos, os mais qualquer coisa. 
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Se a oferta é parecida... vão ter de competir pelo preço.
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Claro que existe uma alternativa, fugir do século XX e da massificação e ganhar o século XXI voltando às práticas do século XIX:
"Há formas mais fáceis e mais rápidas de produ­zir salpicões, chouriças ou presunto. Mas a Mihofumeiro teima em fazer en­chidos e fumados segundo a tradição, com os tempos necessá­rios de frio e fumo.
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Uma teimosia que, segundo António Paulino, tem valido a pena. "Não abdicamos de tudo o que seja imprescindível para a qualidade dos nossos produtos. Até a salsa, a cebola e o vinho que utilizamos são produzidos na região e em exclusividade para a nossa empresa. Tem sido este o segredo do nosso sucesso", assegura o administrador.
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A nossa missão é manter os sabores tradicionais dos enchidos de Ponte de Lima: não abdicar de um elevado nível de qualidade, obtido a partir de processos produtivos assumidamente artesanais (Moi ici: Como me soa bem este "assumidamente") e da criteriosa selecção das matérias-primas", diz António Paulino, acrescentando que, "para além das carnes, os ingredientes, como cebola, alhos, salsa ou vinho, são provenientes dos campos do vale do Lima". "Nós damos mesmo muita importância à matéria-prima com que trabalhamos. A prova disso é que usamos flor de sal e não o sal vulgar, o que confere aos produtos um sabor singular': acrescenta António Paulino." 

São estas opções a nível micro, a nível de cada agente económico individual que geram a distribuição de produtividades que a análise estatística permite descobrir.
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Pode-se ser menos produtivo a produzir menos quantidade, e a ter um negócio mais interessante, em que cada unidade produzida tem um valor superior reconhecido pelo cliente a quem se dirige. Recordar o "Agora imaginem"
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Trecho retirado de "Tradição abre portas do mundo à Minhofumeiro"

Em linha com Seth Godin "It's possible that your next frontier isn't to get more efficient, it's to get more brave."

Estratégia, um trabalho sempre inacabado

Na passada sexta-feira, eram cerca de 6h15 da manhã quando, a correr, antes de sair para a Guarda, vi este título “Taxistas frequentam curso para acolherem melhor os turistas do Douro”. Então, sem ler o seu conteúdo, guardei-o no meu Pocket.
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Enquanto subia a A25, pensei no artigo e, recordando este postal “Mais uma sugestão de modelo de negócio” pensei que se tratava de uma movimentação da empresa Douro Azul, que veria os taxistas como “partners”.
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Só ontem Domingo é que li o artigo e percebi que a Douro Azul não tem nada a ver com isto. No entanto, já tinha arquitectado um postal sobre o tema, que julgo, não perde a sua razão de ser.
Esta semana, no âmbito de um projecto, vou discutir com uma empresa as primeiras versões dos seus mapas da estratégia. 

Depois de aprovadas as versões revistas desses mapas da estratégia vou passar a seguinte mensagem: 
- Formularam uma estratégia, traduziram essa estratégia num mapa da estratégia. Contudo, a estratégia nunca está terminada. Mesmo que o mundo não mudasse, a estratégia deve ser sempre alvo de aperfeiçoamento e melhorias.
Quando se formula uma estratégia e, mesmo quando ela parece estar a dar resultado, ela nunca fica encerrada, nunca fica fechada.
Quando se formula uma estratégia, define-se um ponto de vista, fazem-se algumas escolhas, auto-impomos-nos um conjunto de constrangimentos (estratégia deliberada). Depois, as circunstâncias que as empresas encontram, levam-nas a chocar contra constrangimentos impostos pelo mundo que obrigam a escolhas durante a viagem para o futuro (estratégia emergente). E, mesmo se não houvesse constrangimentos impostos pelo exterior, descobriríamos que aquilo que vimos ontem, pode ser aprofundado, aperfeiçoado, descobriríamos coisas que antes não tínhamos visto.
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A partir do mapa da estratégia é possível desenhar um mosaico de actividades:
Um mosaico que agrupa actividades em que a empresa se deve esmerar, para cumprir os objectivos estratégicos da perspectiva interna.
Quando olhamos para os mosaicos de empresas como a IKEA:

(Imagem retirada do artigo “What is strategy?” de Michael Porter.)

Ficamos fascinados pela interligação e interacção entre as diversas actividades. Contudo, embora não pareça, estes mosaicos não nasceram assim. São o resultado de uma evolução, de um esforço contínuo de melhoria, de aperfeiçoamento. Neste postal “A amaricação”, relato como muitos daqueles tópicos do mosaico da Ikea não nasceram de um planeamento prévio mas são fruto das respostas que a empresa teve de criar à medida que iam surgindo constrangimentos. (BTW, é fascinante como os constrangimentos aguçam a criatividade se encarados com uma mente positiva).
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Depois de reler o que acabei de escrever veio ao meu palco mental um dos primeiros artigos sobre estratégia que arquivei nesse dossiê... "Crafting strategy" de Mintzberg e publicado na HBR de Julho-Agosto de 1987:
"In my metaphor, managers are craftsmen and strategy is their clay. Like the potter, they sit between a past of corporate capabilities and a future of market opportunities. And if they are truly craftsmen, they bring to their work an equally intimate knowledge of the materials at hand. That is the essence of crafting strategy.
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One idea leads to another, until a new pattern forms. Action has driven thinking: a new strategy emerged.
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My point is simple, deceptively simple: startegies can form as well as be formulated.
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To manage strategy is to craft thought and action, control and learning, stability and change.
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Craftsmen have to train themselves to see, to pick up things other people miss. 'The same holds true for managers of strategy It is those with a kind of peripheral vision who are best able to detect and take advantage of events as they unfold."
Acho super interessante como metáfora pensar na evolução de uma estratégia da mesma forma que um oleiro molda o barro nas suas mãos... ele parte de uma ideia deliberada, depois, com o trabalhar do barro, com o jogo entre as mãos e o material, enquanto a roda gira, vão surgindo ideias para concretizar ainda mais a intenção inicial.
"No craftsman thinks some days and works others. The craftsman's mind is going constantly in tandem with her hands. Yet large organizations try to separate the work of minds and hands. In so doing, they often sever the vital feedback link between the two.
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In practice, of course, all strategy making walks on two feet, one deliberate, the other emergent. For just as purely deliberate strategy making precludes learning, so purely emergent strategy making precludes control. Pushed to the limit, neither approach makes much sense. Learning must be coupled with control. ...
Likewise, there is no such thing as a purely deliberate strategy or a purely emergent one. No organization—not even the ones commanded by those ancient Greek generals— knows enough to work everything out in advance, to ignore learning en route. And no one - not even a solitary potter - can be flexible enough to leave everything to happenstance, to give up all control. Craft requires control just as it requires responsiveness to the material at hand. Thus deliberate and emergent strategy form the end points of a continuum along which the strategies that are crafted in the real world may be found." 
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Assim, o meu convite para a empresa é para continuar a refinar a estratégia. Quanto mais interacções conseguirmos ir criando, mais forte fica a estratégia e a empresa. Recordar as palavras de Eric van den Steen em parte I, parte II e parte III.

ADENDA: E é como Roger Martin escreveu recentemente "Strategy Is All About Practice", à medida que se vai moldando o barro, a sua temperatura aumenta e a sua viscoelasticidade melhora, a sua trabalhabilidade melhora.

Cuidado com o "como exporta"

Como é que o calçado, o têxtil e vestuário e o mobiliário têm aumentado as suas exportações?
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Estatisticamente: menos empresas, em cada sector, empresas mais pequenas com menos trabalhadores e que facturam cada vez mais por trabalhador e por unidade produzida (embora a panóplia de SKU no têxtil e vestuário às vezes pareçam dar uma ideia diferente e sejam, para mim, de muito mais difícil compreensão segura).
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O que está a acontecer no sector da cerâmica?
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Em "Exportações de azulejos e pavimentos cerâmicos crescem em 2012" pode ler-se:
"Com as vendas de azulejos e pavimentos cerâmicos em queda já há vários anos, no mercado interno, não é de admirar que o número de fabricantes tenha acompanhado a tendência e seja, hoje, menor. O que é curioso é que há menos 40% de empresas e menos 600 postos de trabalho, mas o tamanho médio dos operadores cresceu. O número médio de efectivos  por empresa, é de 104 empregados, quase 30 mais do que em 2008.
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Basta vermos que, em 2012, o mercado nacional valeu 155 milhões de euros, o que representa uma quebra de 12,4% face ao ano anterior. O que é significativo se tivermos em conta que, em 2011, a contração das vendas fora já de 19%.
Em contrapartida, as exportações cresceram 2%, para um total de 256 milhões de euros e representando 67% da produção total nacional. Em 2009, só eram destinados aos mercados externos 57,6% das vendas."
Agora vou especular e, contra aquilo que costumo ser, vou adoptar uma postura pessimista:
  • se o tamanho médio dos operadores aumentou é porque não mudaram de modelo de negócio, não mudaram de produto, 
  • simplesmente, terão escoado mais produto via exportação competindo pelo preço.
Recordo este artigo recente "Aos 90 anos, tudo correu mal na Cerâmica Valadares" e a minha mente recua e recua até Junho de 2011 a "Cerâmica de Valadares aumenta exportações" e a Dezembro de 2011 a "Curiosidade".
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Em Outubro de 2012 esta chamada de atenção em "Para reflexão"
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Exportar sem mudar de modelo de negócio, sem subir na escala de valor, talvez alivie a tesouraria e funcione no curto-prazo mas não augura um grande futuro.

domingo, fevereiro 24, 2013

Curiosidade do dia

Neste mundo de cada vez mais espuma, de cada vez mais imediatismo, de cada vez mais "directos", de cada vez mais enviados-especiais, de cada vez mais pressa para dar a última novidade, talvez faça sentido pensar no caminho menos percorrido, talvez faça sentido não acompanhar os lemingues na sua procissão fatal.
"In the last ten years we've redefined breaking news from "happened yesterday" to "happened less than fifteen seconds ago." The next order of magnitude will be prohibitively expensive and (most of the time) not particularly useful. Better, I think, to hustle in the other direction and figure out how to benefit from well-understood truth instead of fast and fresh rumor."
Trecho retirado de "Real-time news is neither"

Os não-transaccionáveis a mexerem-se

Este texto "The dinner kit is served" com a novidade que acarreta, fez-me voltar a:

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Uma ideia que tem dançado no palco da minha mente na última semana, ao conjugar estes casos relatados nos media com o que também me está a acontecer, com solicitações de empresas, que operam no mercado interno, para reflexões estratégicas, o mercado não transaccionáveis está a mexer-se!!!
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A quebra do poder de compra dos portugueses e a migração de valor que tem ocorrido, dizimaram muitas empresas no mercado interno. Agora, notam-se cada vez mais movimentações das empresas e das pessoas que operam no sector dos não transaccionáveis, como não podem "fugir" para o estrangeiro, começam a descobrir novos nichos, novos serviços, novos clientes e, sobretudo, novos modelos de negócio.
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Também estes estão a contribuir para criar um Portugal sustentável

O Estranhistão mete medo

Há dias falei dos que defendem o retorno ao passado insustentável que nos trouxe até aqui como uma espécie de agentes Smith.

Sábado passado, ao final da manhã, durante o meu jogging, a metáfora de Matrix voltou para ocupar o palco da minha mente.
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Quando oiço aqueles que defendem a criação de emprego como o objectivo da economia, penso em pessoas que sonham com o regresso da economia de massas do século XX.
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O século XX representa a antítese de Mongo...
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E volto à Matrix:

Era tão bom viver embalado naquele casulo, era tão seguro... cumpre, obedece, faz o que te mandam, e serás recompensado.


O trecho entre os 38 e os 70 segundos diz muito.
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Falam em empregos à moda antiga e esquecem que o industrialismo do século XX está obsoleto e os seus métodos de produção, comercialização, marketing e consumo estão a desvanecer-se
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Há muita política partidária pelo meio para ser possível passar a mensagem. Vivemos o período doloroso de desmame, de transição, entre viver no Normalistão e passar a viver no Estranhistão.
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Os media parecem carpideiras modernas num velório contínuo tentando recuperar os valores do século XX. Por isso, muita gente só vê e ouve desgraças e não percebe o que está a acontecer, o corte com um paradigma tecno-económico que ficou obsoleto, e não vislumbra esperança.
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Hoje, encontro este texto:
"We must create new 21st century manufacturing jobs that leverage what America is great at, creativity and innovation. Manufacturing will grow in the U.S. when we accelerate the use of technology to increase productivity, enable new business models designed for mass customization and unleash the manufacturers in all of us.
...
Once we realize that manufacturing is a capability we can get on with democratizing it. We can all be manufacturers. In the State of the Union Address President Obama announced his plan for a $1 billion investment to build a National Network for Manufacturing Innovation composed of fifteen advanced manufacturing hubs. To bring manufacturing back to the U.S. we don’t need fifteen hubs, we need fifteen million makers creating stuff.
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It won’t be long before everyone will have access to a 3D printer. Talk about democratized manufacturing capability. Armed with a 3D printer, individual makers can create their own digital design for any imagined object or borrow a design from anywhere around the world. By simply pressing a button makers can set a 3D printer into motion rendering the physical object with layers of plastic or other material right before their eyes. What was science fiction ten years ago is reality today."
Trecho retirado de "Tech is Destroying the Line Between Manufacturing and Services"
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Também interessante este ponto de vista "Why the Spanish aren’t entrepreneurs":
“You’re 23 years old with your whole life ahead of you and all you can dream of is to be a public servant?”

Comunicação mais eficaz

Com a audição de "Buyology" a minha atenção foi cativada para o problema do que funciona e não funciona na publicidade, cada vez mais as pessoas sofrem de ad-blindness, vêem mas não vêem nem retêm.
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Ontem, ao redigir dois relatórios, pude ver o mesmo problema da comunicação que não funciona. Num relatório, as empresas evidenciam que fizeram esforços de comunicação aos seus trabalhadores sobre novas práticas e formas de estar, no outro relatório constato que a esmagadora maioria desses trabalhadores não teve conhecimento das alterações.
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É o mesmo problema!!!
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Entretanto, uma jovem que trabalhou algum tempo na indústria automóvel e que está no projecto, propôs o uso de uma ferramenta japonesa - as kamishibai - o uso de uma espécie de banda desenhada com fotografias, para servir de procedimento.
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Agora descubro "How Comics Help Students Retain Knowledge is a Growing Field of Study"

Blindspot

Recordando "É preciso ter uma lata" e o fenómeno da atenção selectiva:

sábado, fevereiro 23, 2013