sábado, abril 10, 2010

De onde sairá a autoridade?

A propósito da crença no Grande Desígnio Nacional, na virtude do Grande Planeador e do Grande Geómetra, a propósito das crenças ingénuas(?) no centralismo socialista que tudo sabe e prevê, alguns recortes do artigo "Controversy: the essence of strategy" de Aneel Karnani publicado na Business Strategy Review Winter 2008:
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"strategy is always controversial; in fact, the very essence of strategy is controversial choices and trade-offs. In order for one firm to outperform its competitors and gain a competitive advantage, it must act differently: make choices and choose alternatives that are distinct from its competitors. Strategic decisions also imply making trade-offs; otherwise every company would choose the same alternatives and there would be no difference among companies.
Moreover, equally smart managers could have very disparate views on the best strategy for a company," (Moi ici: De onde sairá a autoridade para a escolha da decisão a tomar, sabendo que não há certezas? Do voto? Da idade? Da experiência? Que garantias de sucesso dão?)
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"Strategy consists of a set of integrated choices: the domain in which the firm will compete, the
sources of its competitive advantage, the value proposition it offers its customers, and the
organizational design required to execute its strategy. All of these choices are complicated and
controversial; equally smart managers may have different opinions on these choices. Analyses alone do not yield the answers; managers have to make difficult judgements, often in the context of considerable uncertainty.
One source of uncertainty is that strategy deals with the long-term outlook, and there can be equally plausible forecasts of the future. (Moi ici: De onde sairá a autoridade para a escolha da decisão a tomar, sabendo que não há certezas? Do voto? Da idade? Da experiência? Que garantias de sucesso dão?)
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If you wait to make a decision only after you have attempted to collect all available information and done all necessary analyses (which is impossible to do in the first place), it will be too late.
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Strategy deals with complex issues, and it is difficult to understand the trade-offs because we do not comprehend well the causal ambiguities, the cause and effect relationships that underlie strategic decision making. (Moi ici: De onde sairá a autoridade para a escolha da decisão a tomar, sabendo que não há certezas? Do voto? Da idade? Da experiência? Que garantias de sucesso dão?)
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Strategic choices are intrinsically controversial, so, if at the start of the strategic planning process all the managers seem to agree, this can be a symptom of organizational malaise. Lack of conflict is not the same as real agreement; consensus can be a disguise for disengagement."
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Não há autoridade para estas escolhas a nível central, porque se falharem serão "to big to bail" e por isso serão tratadas e protegidas como "to big to fail" até à última. Só há uma saída para esta incerteza: a variedade de decisões e de escolhas.
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Em vez de pôr todos os ovos num cesto, há que dispersá-los por várias alternativas, com vários actores, com várias sensibilidades e depois:

"Amanhem-se!!!"

Para reflexão

"Bank of International Settlements' Tough Assessments Don't Bode Well for World Economy" ("According to the OECD, total industrialised country public sector debt is now expected to exceed 100% of GDP in 2011 – something that has never happened before in peacetime. As bad as these fiscal problems may appear, relying solely on these official figures is almost certainly very misleading. Rapidly ageing populations present a number of countries with the prospect of enormous future costs that are not wholly recognised in current budget projections. The size of these future obligations is anybody’s guess. As far as we know, there is no definite and comprehensive account of the unfunded, contingent liabilities that governments currently have accumulated.")
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"THE Most Important Chart of the CENTURY" (O nosso gráfico deve ser ainda mais alarmante)
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"Agarrem-me senão eu mato-me!".

Esta conversa "Temos mais de mil empresas a fechar por mês" cheira-me a mais uma do tipo "Agarrem-me senão eu mato-me!".
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Então, quer dizer, se todos os concorrentes em Portugal tiverem melhoria dos factores reivindicados ("Temos o quinto gasóleo mais caro da Europa, pagamos mais portagens que todos os outros, temos uma lei de contra-ordenações que em vez de nos favorecer só nos tira competitividade e uma lei laboral que não é adequada à especificidade do sector."), melhora a situação do sector?
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Parece mais conversa de um jogador de bilhar que só tem olhos para a próxima jogada e não consegue pensar nas jogadas seguintes.
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O volume de produção e de importações do país baixou, o sector ficou sobredimensionado para a nova realidade. Qualquer motorista despedido pode, potencialmente, transformar-se num empresário em nome individual com uma estrutura de custos muito reduzida e, começar a bater à porta das PME's a oferecer os seus serviços a preços competitivos, o que põe em marcha uma espiral deflacionista que gera mais desemprego nas empresas estruturadas e mais concorrência e assim por diante.
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Quando uma equipa de futebol desce da primeira para a segunda liga não sobe automaticamente no ano seguinte...
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Ao descer aterra num novo campeonato, onde a concorrência continua a existir.
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Agora se todos os clubes da primeira liga descerem para a segunda a concorrência será menor? Go figure...

sexta-feira, abril 09, 2010

Estava escrito nas estrelas

Nestes postais de 2007 estava escrito nas estrelas:
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"Vai uma aposta?" e "Et voilá, estava escrito nas estrelas" foi deles que me lembrei esta tarde quando ao conduzir, ouvi isto na rádio "Bastonário critica recurso a hospitais espanhóis".
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Para reflexão

"An Introduction To The Coming European Debt Wars" ("Government debt in Greece is just the first in a series of European debt bombs that are set to explode. The mortgage debts in post-Soviet economies and Iceland are more explosive.")
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"Here It Comes: Europe Is Facing A Three-Decade Debt Nightmare" ("Ridiculous debt levels are coming -- worse than the U.S. national debt and worse than the Greek debt")


1º Quem são os clientes-alvo?

A propósito deste interessante artigo no Jornal de Negócios "Os negócios porta a porta estão de volta"...
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Consideremos o exemplo dos legumes biológicos à porta de casa.
A primeira decisão, ao montar um modelo de negócio, passa por identificar os clientes-alvo. Quem são os clientes-alvo?
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Hipótese 1
  • valorizam a frescura dos legumes;
  • valorizam o factor entrega à porta por falta de tempo;
  • valorizam a confiança na origem dos legumes;
  • valorizam a diversidade de legumes;
  • vivem em grandes centros urbanos;
  • têm uma vida ocupada;
  • dominam o acesso à internet.
Hipótese 2
  • valorizam a frescura dos legumes;
  • valorizam a proximidade;
  • têm mobilidade reduzida;
  • têm restrições físicas;
  • têm pouca autonomia;
  • vivem em centros urbanos;
  • têm receio pela sua segurança;
  • têm uma reforma interessante;
  • (não?) dominam o acesso à internet.
A raiz, a base da motivação para a realização do negócio, é a frescura dos legumes. Depois, a questão seguinte é: quem é que aprecia legumes frescos e está disposto a valorizar esse atributo?
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As grandes cadeias de distribuição, seja através de lojas grandes ou pequenas, podem competir com legumes muito frescos e com uma rastreabilidade total até à origem?
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As duas hipóteses acima descrevem um conjunto de experiências e atributos que diferentes grupos homogéneos de clientes valorizam e alguns comportamentos que exibem. Entre a hipótese 1 e a hipótese 2 a grande diferença começa por ser a condição física do cliente (idade, mobilidade reduzida, debilidade) e o acesso à internet.
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É possível servir os dois tipos de clientes com o mesmo modelo de negócio? Se não, quais as diferenças?
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Consideremos então, os dois grupos de clientes-alvo. Passo seguinte: Qual é a proposta de valor a oferecer a cada um destes grupos de clientes-alvo?
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Continua.

quinta-feira, abril 08, 2010

Como nos comparamos com a concorrência?

"the market started to shrink after the Iron Curtain fell and national defense budgets were cut, whereas the volume market, which was more price-sensitive and less demanding with regard to performance, grew rapidly. Both market segments were still considered attractive, because new segments opened up outside the defense sector. Where should strategy development begin in such a situation? With the market or the company’s own competencies? It is often better to start with the question “What can we do?” or “What do we do better than our competitors?”"
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Retirei estas duas figuras do livro "Hidden Champions of the Twenty-First Century" de Hermann Simon.
"shows how the customers perceived the company’s performance attributes in relation to those of the strongest competitor. A position to the right of 100 signifies performance leadership, and to the left of 100 it means that a competitor is stronger."
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"shows the matrix of internal competencies for the company’s special market and the volume market, with competencies measured in relation to the strongest competitor."
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"Not surprisingly, it transpired that the company performed extremely well in the special market. By contrast, its position was weak in the volume market, where business had previously only been done opportunistically.
In all important competencies the competition was stronger. Manufacturing flexibility and financing were the only advantages, both of lesser importance."
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O que podemos fazer melhor que a concorrência? Quem são os clientes-alvo e o que esperam de nós?
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E por favor, não tentar misturar numa mesma unidade de negócio as duas realidades.

Gostava de perceber esta mensagem

"Economia tem de resistir à armadilha do ‘low cost’"
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O que quer dizer "os projectos ‘low cost' podem ser verdadeiros casos de suicídio ao nível da redução de emprego e de poder de compra nas sociedades."?

quarta-feira, abril 07, 2010

Resposta

A propósito deste comentário
Atenção!! Não sou macro-economista, por isso vou ultrapassar o que domino.
O Japão também teve uma bolha imobiliária e um crash! As soluções que o governo adoptou foram semelhantes às que os governos agora adoptaram e que agora deu nisto “No mundo ocidental "o crescimento económico será praticamente inexistente"”.
O Japão é o país em que a demografia está mais desequilibrada para uma sociedade muito envelhecida. As pessoas não consomem, a deflação reina há mais de 10 anos. Ou seja, o mercado interno está a implodir (Ver Japan Economy Watch e no Facebook as teses de Claus Vistesen sobre a influência do envelhecimento das sociedades no crescimento da economia)
A minha deriva profissional da engenharia química para a gestão começou pela qualidade. Qualidade no final dos anos 80 do século passado era sinónimo de Japão! Quando se falava em qualidade à japonesa, falava-se da mensagem do livro Kaizen de Masaaki Imai: conformidade (ausência de defeitos); custo e entrega.
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Se reparar, esta tríade: conformidade; custo e prazo de entrega é a base da proposta de valor do preço mais baixo.
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A seguir à II Guerra Mundial o mercado interno japonês criou uma sociedade super competitiva que quando na década de 60/70 começou a exportar, trucidou a competição no Ocidente. Por exemplo, as companhias americanas de automóveis só se comparavam com as europeias… as japonesas eram aliens desconhecidas, como contou no Porto há anos numa conferência James Womack. O que aconteceu foi isto. O Ocidente mudou, reconverteu-se e as empresas japonesas não conseguiram estar à altura do desafio de mudança: cristalizaram.

Para reflexão

"Greece and the Fatal Flaw in an IMF Rescue" (Greece's 2010 "austerity" program is striking only for its lack of credibility. Under that program Greece, even in 2010, does not pay the interest on its debt - instead the government plans to raise 52bn euros in credit markets to refinance all its interest while at the same time it borrows 4% of GDP more. A country's "primary budget" position measures the budget without interest expenses -- at the very least, the Greeks need to move from a 4% of GDP primary budget deficit to a 9% of GDP primary surplus - totalling 13% of GDP further fiscal adjustment, in the midst of what will be a massive recession, just to have enough funds to pay annual interest on their 2012 debt. This is under the rather conservative assumption that interest rates would settle near 6% per year, where they stand today. The message from these calculations is simple: Greece needs to be far more bold if its austerity program is to have a serious chance of success.) (Moi ici: 6% já foi ultrapassado ontem!!! Chegou aos 7.161% e fechou a 7.040%)
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O tempo de feedback associado a um plano (parte II)

Continuado daqui.
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Agora imaginemos que o Grande Planeador desenha um plano espectacular e avança-se para a sua implementação.
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Donella H. Meadows no seu livro "Thinking in Systems - A Primer" chama a atenção para um factor que permite actuar sobre os sistemas, o tempo de feedback.
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"Delays in feedback loops are critical determinants of system behavior.
They are common causes of oscillations. If you’re trying to adjust a stock (your store inventory) to meet your goal, but you receive only delayed information about what the state of the stock is, you will overshoot and undershoot your goal. The same is true if your information is timely, but your response isn’t.

A system just can’t respond to short-term changes when it has long-term delays. That’s why a massive central-planning system, such as the Soviet Union or General Motors, necessarily functions poorly.
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A delay in a feedback process is critical relative to rates of change in the stocks that the feedback loop is trying to control. Delays that are too short cause overreaction, “chasing your tail,” oscillations amplified by the jumpiness of the response. Delays that are too long cause damped, sustained, or exploding oscillations, depending on how much too long. Overlong delays in a system with a threshold, a danger point, a range past which irreversible damage can occur, cause overshoot and collapse."
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Seria bonito...

terça-feira, abril 06, 2010

Campeões nacionais versus campeões escondidos

Os campeões nacionais são:
  • grandes;
  • apoiados pelos políticos;
  • conhecidos dos media;
  • têm muitos empregos;
  • têm apoios e subsídios negados ao comum dos mortais;
  • têm impostos que o comum dos mortais nem pode sonhar;
  • têm muito buzz associado;
  • o deleito dos pregadores e governantes socialistas de todos os partidos.
E quanto valor criam? E qual o valor acrescentado do investimento feito pelo país nessas benesses todas?
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Uma ponta do véu acerca da realidade "Dez maiores exportadoras aumentam défice externo"... já passou mais de um ano e continuo à espera das contas.

O tempo de feedback associado a um plano (plano I)

Sou um aficionado do planeamento... sou mesmo um fanático do planeamento.
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No entanto, não vejo o planeamento como um mandamento que não pode ser violado de maneira nenhuma. Um plano é uma ferramenta, é a nossa melhor tentativa para organizar os recursos necessários a concretizar um dado objectivo. A meio da concretização do plano, no entanto, podemos concluir que o melhor é reformular, é rever o plano.
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O grande risco de quem faz planos é o de se tornar prisioneiro deles.
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"Organizations create plans to prepare for the inevitable, preempt the undesirable, and control the controllable. Rational as all this may sound, planning has its shortcomings. Because planners plan in stable, predictable contexts, they are lulled into thinking that the world will unfold in the expected manner, a lapse that Henry Mintzberg calls “the fallacy of predetermination.” When people are in thrall of predetermination, there is simply no place for unexpected events that fall outside the realm of planning.
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Plans, in short, can do just the opposite of what is intended, creating mindlessness instead of mindful anticipation of the unexpected.

Strong expectations influence what people see, what they choose to take for granted, what they choose to ignore, and the length of time it takes to recognize small problems that are growing. When people impose their expectations on ambiguous stimuli, they typically fill in the gaps, read between the lines, and complete the picture as best they can. Typically, this means that they complete the picture in ways that confirm what they expected to see. Slight deviations from the normal course of events are smoothed over and quickly lose their salience. It is only after a space shuttle explodes or illicit trading is exposed or vehicle tires come apart that people see a clear and ominous pattern in the weak signals they had previously dismissed.
By design, then, plans influence perception and reduce the number of things people notice. This occurs because people encode the world largely into the categories activated by the plan. Anything that is deemed “irrelevant” to the plan gets only cursory attention. And yet it is these very irrelevancies that are the seedbed of the unexpected events that make for unreliable functioning.
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… that plans presume that consistent high quality outcomes will be produced time after time if people repeat patterns of activity that have worked in the past. The problem with this logic is that routines can’t handle novel events."
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Tendo isto em conta imaginem o que seria acreditar e aplicar o Grande Plano, a Grande Estratégia definida pelo Estado?
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Continua.
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Trecho retirado de "Managing the Unexpected" de Karl E. Weick e Kathleen M. Sutcliffe.

Para reflexão

"Why Greece will default" (Matemática pura... )
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"The Painful Arithmetic of Greek Debt Default" (Excelente artigo. Este é um dos meus pesadelos "Once Greece becomes unable to roll over its debts in the market (say, three years from now) it would default on debt payments and be forced to finance continuing deficits with some form of locally issued “scrip.” Once the scrip is issued, the EU will have no choice but to declare it an illegal infringement on the euro. The mere issuance of scrip could create a foreign exchange crisis in the form of runs on Greek banks, as depositors seek to avoid conversion of euro-denominated deposits into the new scrip numeraire. The run on the banks would prompt emergency action by the Greek government to replace the euro with the new “drachma.”")
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"Greek banks hit by wealthy citizens moving their money offshore" (Recordando o artigo anterior... são os próprios gregos que já não acreditam)
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""A Grécia é a última economia soviética da Europa "" (A nossa não deve andar longe)

segunda-feira, abril 05, 2010

Qual o propósito do artigo?

Leio este artigo "Avicultura em crise com nova regulamentação" e não percebo nada... fico cheio de dúvidas.
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O caso particular relatado no texto é uma vítima da nova regulamentação?
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E como conciliar:
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"adianta o secretário-geral da ANAPO, a Associação Nacional dos Avicultores e Produtores de Ovos. Mas "desde 2007 que o aumento do preço das rações retirou músculo a muitos produtores, que agora não têm meios financeiros para cumprir com a nova regulamentação para o sector, que implica investimentos elevados", diz Paulo Mota."
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Com:
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""o secretário-geral da ANAPO vaticina "mais despedimentos e encerramentos de granjas, sobretudo dos produtores de ovos, onde devem encerrar umas três dezenas de empresas".
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O sector concentra-se principalmente nas regiões da Beira Alta e Ribatejo, totalizando estas mesmas 83% da produção nacional, o que corresponde a 39% do total das explorações de Portugal e "é fortemente exportador", conclui o dirigente."
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Será que é a nova regulamentação e o aumento das rações ou o aumento da concorrência?
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A grande maioria destas granjas não tem marca própria, vende carne de aves e ovos para a distribuição... logo, fica facilmente prisioneira de um arquétipo chamado sucesso para os bens sucedidos.
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Quando retiram a embalagem de frango da prateleira quantas pessoas se interessam pela marca? E têm algo que as atraia a fazer isso?
Num negócio em que a carne de aves e os ovos podem ser tratados como produtos brancos, sem marca, vencida a barreira da distância... abençoadas auto-estradas, deixa de ser regional e passa a ser nacional. As empresas que primeiro apostarem no crescimento para aproveitar a boleia do aumento da escala e ganharem a guerra de preços (as AA da figura) começam a ganhar vantagem sobre as restantes (as BB da figura), e quanto mais vantagem ganham numa rodada, mais vantagem ganham para a rodada seguinte.
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Ah! Se houvesse investigação jornalística a sério...

ADENDA: Quanto mais maduro estiver um sector para consolidação, maior a torrente de legislação e regulamentação sobre ele. Antes de começar a comprar concorrentes, há que expulsar os mais fracos do mercado, ou criar-lhes dificuldades extra para que sintam uma oferta de aquisição como um alívio bem-vindo.

Decorre dos números ou é um apriori?

PIB = Consumo (privado e dos negócios) + Investimento + Gastos do Governo + Exportações líquidas
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Daqui "Mais de mil empresas em falência" tiramos que o C não vai ser grande coisa.
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A escassez de dinheiro e o PEC vão reduzir o I e travar o crescimento do G.
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Daí que restem as exportações...
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Assim, quando se fala e se perspectiva o aumento das exportações... é a única forma de argumentar que o PIB pode crescer.

Como é o ecossistema da sua organização?


A figura procura ilustrar o ecossistema de uma empresa com duas unidades de negócio, cada uma com os seus clientes-alvo e cada uma com a sua proposta de valor.
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Cada unidade de negócio procura obter a cooperação de diferentes grupos de prescritores para que influenciem cada grupo de clientes-alvo.
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Como obter o interesse dos agentes.
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Organizar o interesse de todas estas partes de forma a criar um enredo que atraia todas as partes.
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Como é o ecossistema da sua organização?

Cozinheiros de César

Através deste blogue cheguei a este poema de Brecht que não via desde as minhas primeiras aulas de Filosofia em 1978:
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Perguntas de um Operário Letrado

Quem construiu Tebas, a das sete portas?
Nos livros vem o nome dos reis,
Mas foram os reis que transportaram as pedras?
Babilónia, tantas vezes destruída,
Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casas
Da Lima Dourada moravam seus obreiros?
No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde
Foram os seus pedreiros? A grande Roma
Está cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem
Triunfaram os Césares? A tão cantada Bizâncio
Só tinha palácios
Para os seus habitantes? Até a legendária Atlântida
Na noite em que o mar a engoliu
Viu afogados gritar por seus escravos.

O jovem Alexandre conquistou as Indias
Sozinho?
César venceu os gauleses.
Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço?
Quando a sua armada se afundou Filipe de Espanha
Chorou. E ninguém mais?
Frederico II ganhou a guerra dos sete anos
Quem mais a ganhou?

Em cada página uma vitória.
Quem cozinhava os festins?
Em cada década um grande homem.
Quem pagava as despesas?

Tantas histórias
Quantas perguntas
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As perguntas geram imagens que nos ajudam a interiorizar a mensagem do autor. Ao longo dos anos, e sobretudo na última década recordo muitas vezes este poema.
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"César venceu os gauleses.
Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço?
" É claro que tinha vários cozinheiros ao seu serviço! É claro que não o fez sozinho, que tinha as suas legiões consigo. É claro que César sem as legiões e sem os cozinheiros não teria ficado na História.
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Mas se levarmos este raciocínio ao outro extremo, e é por isso que me recordo deste poema tantas vezes, então, o cozinheiro é mais importante que César, os pedreiros são mais importantes que o imperador da China ou os reis de Tebas.
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Assim, chegamos aos dias de hoje, os dias em que os cozinheiros de César se julgam mais importantes que o próprio César (e César sem os cozinheiros nunca teria vencido Catão na Tunísia)...
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Por isso, quando vejo chefes de governo com medo de tomar decisões, com receio de falar a verdade, enclausurados e prisioneiros mentais de paradigmas ultrapassados, reconheço neles os cozinheiros com mentalidade de funcionários que, por osmose, chegaram ao topo da pirâmide.
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Podem ocupar o lugar de César mas nunca terão o rasgo de César! Nunca motivarão as massas para fazerem o sacrifício de atravessar o deserto e esperar 40 anos até chegar à Terra Prometida! Nunca enquadrarão as massas, apenas as tentarão embalar e satisfazer!

domingo, abril 04, 2010

Concentrar no valor

A propósito de mais este excelente exemplo do sector do calçado "Calçado: Ferreira Avelar e Irmão factura 5ME em calçado e exporta 97% da produção" vamos fazer algumas contas.
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Admitamos que um ano de trabalho médio tem 225 dias.
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Facturação em 2009 - 5 000 000 €.
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Pares produzidos - 95 000.
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Quantos pares produziu diariamente em média?
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420 pares.
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Este é o referencial que encontro em muitas fábricas, orientam-se pelo volume de produção diária, pelo número de pares de sapatos, pela quantidade.
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Como é que aumentam a produtividade? Aumentando o número de pares fabricados por dia.
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Quanto esforço precisam de despender para aumentar a produtividade em 1%?
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Tenho dificuldade, sempre que o tenho tentado, em introduzir um outro referencial, em vez de pares produzidos, euros produzidos...
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5 milhões de euros a dividir por 95 mil pares dá cerca de 53 euros o par, ou seja, qualquer coisa como 22200 euros a produzir por dia.
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Este é o novo referencial, euros produzidos por dia... ajuda a concentrar a organização no valor, não na quantidade.
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O anterior referencial aponta para o crescimento físico para ganhar mais, já que é conseguido à custa de mais produção, ou de produção mais rápida.
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O novo referencial aponta para o crescimento do valor... o qual pode ser conseguido à custa de mais matéria cinzenta e até de menos produção.

Na direcção certa

No artigo "Cultivo de cereais caiu 65% nos últimos cinco anos" pode ler-se:
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"Fonte do INE aponta a conjugação de condições climatéricas desfavoráveis com os "elevados custos dos factores de produção e com as adversidades" do mercado, em que o "baixo preço" do produto é acompanhado por "dificuldades de escoamento", como causas para o desinvestimento dos agricultores nos cereais."
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""Os custos subiram, as receitas baixaram e nos últimos cinco anos houve uma total ausência de estratégia para este sector", sintetiza o presidente da Associação Nacional de Produtores de Cereais (Anpoc), Bernardo Albino, referindo que a redução significativa das áreas de cultivo "corresponde, de um ponto de vista temporal, ao reinado de Jaime Silva na agricultura portuguesa".
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"Foi o antigo ministro da Agricultura que desmantelou a pouca estratégia nacional que existia para os cereais", garante Bernardo Albino, explicando que os agricultores, ao verem-se "exclusivamente por conta do mercado" e sem incentivos ao nível das políticas públicas, "optaram por direccionar os investimentos para outras áreas, como seria feito por qualquer outro empresário"."
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Foi também por isto que considerei o antigo ministro da Agricultura como o melhor ministro do anterior Governo. Foi enxovalhado por causa dos diospiros, do azeite e dos kiwis mas tinha razão.
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Se queremos um sector agrícola onde faça sentido trabalhar para ganhar a vida e, viver bem sem ser à custa de apoios e subsídios que vão acabar mais cedo do que se julga, é por aqui que temos de ir, deixar de produzir o que não tem hipóteses de ter valor para suportar o nosso nível de vida e, desviar a terra, os recursos e os sonhos para onde podemos fazer a diferença. E podemos!!!
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Basta recordar os apontamentos que tenho feito ao longo dos anos sobre os casos de sucesso que vou encontrando e registando naqueles dois marcadores ali em baixo.
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Neste outro artigo vemos e lemos o reverso da medalha "Produção recorde de azeitona de excelente qualidade".
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Sem subsídios e apoios; quanto rende um hectare com cereais e quanto rende um hectare com azeite? Qual é a produção mais fácil de escoar? Qual é a produção onde podemos fazer a diferença? Qual é a produção onde podemos introduzir diferentes marcas e variedades?
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Com a implosão do regime o que acontecerá?
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Os Pigarros ficarão a falar sozinhos à espera do seu queijo! E milhares de pessoas farão simplesmente isto: "ao verem-se "exclusivamente por conta do mercado" e sem incentivos ao nível das políticas públicas, "optaram por direccionar os investimentos para outras áreas, como seria feito por qualquer outro empresário"" (BTW, será que isto foi dito com tom reprovador?)