quinta-feira, agosto 20, 2009

Em busca de um novo paradigma de operação (parte IV)

Ontem, ao final da tarde fiz um percurso de cerca de 25 km de bicicleta. Como já por lá tinha passado várias vezes, levei a máquina fotográfica para ilustrar uma situação que me intriga.
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Num dos parques industriais de Estarreja, o mais recente, existe uma fábrica de tubos plásticos que tem menos de um ano e que continua sem identificação. Bom, ao aproximar-mo-nos de um dos lados da fábrica deparamos com este cenário:Parque repleto de produto acabado (apetece perguntar, tratando-se de uma tubagem que tem por destino final estar enterrada, será que na receita é adicionado alguma ingrediente anti-UV para os proteger dos meses de stock ao ar livre?).
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Do outro lado da fábrica o mesmo cenário:É claro que quem está no negócio dos materiais de construção quase sempre compete pelo preço mais baixo. Assim, há que ter os custos fixos unitários os mais espremidos possíveis, daí ter as máquinas a trabalhar 24h por dia (mais as noites, :) ) a vomitar o máximo de produto seja o padrão.
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Mas nas actuais circunstâncias será essa a melhor opção? Qual o custo de todo aquele produto acabado esperando pelo dia da venda? Quanto produto se vai deteriorar e perder?

quarta-feira, agosto 19, 2009

Para reflexão

Num país com mais de um sexto da população mundial qualquer "moda" tem repercussões mundiais "Copper Stockpiled by China's Pig Farmers May Be Sold"

Um extracto:
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"Pig farmers in Guangzhou province were buying copper or nickel, Liu wrote, citing CCTV.
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Residents in Wenzhou city of Zhejiang province, “famously investment savvy,” are reportedly using bank loans to stockpile copper scrap, with one merchant saying he has stored 20,000 tons, Liu wrote.
.Housewives in Wenzhou may have stockpiled metals as “they just have too much cash on hand,” Eramet’s Deng said."

Sensory branding

Este pormenor do livro de John Medina, Brain Rules, é fantástico:
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"Author Judith Viorst once said, “Strength is the capacity to break a chocolate bar into four pieces, and then eat just one of the pieces.”
She was of course referring to the power of the confection on selfwill. It’s a testament to the power of emotion to incite action."
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Percebo muito bem o que é que Judith Viorst quer dizer, agarrar uma tablete de chocolate e parti-la entre os dedos e começar a sentir aquele perfume a entrar-nos pelas narinas adentro é uma tentação.
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"That’s just what emotions do: affect motivations. As we discussed in the Attention chapter, emotions are used by the brain to select certain inputs for closer inspection. Because smells stimulate areas in the brain responsible for creating emotions as well as memories, a number of business people have asked, “Can smell, which can affect motivation, also affect sales?
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One company tested the effects of smell on business and found a whopper of a result. Emitting the scent of chocolate from a vending machine, it found, drove chocolate sales up 60 percent. That’s quite a motivation. The same company installed a waffle-cone-smell emitter near a location-challenged ice cream shop (it was inside a large hotel and hard to find). Sales soared 50 percent, leading the inventor to coin the term “aroma billboard” to describe the technique."
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Quite impressive for me.
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Lembro-me de chegar ao aeroporto de Los Angeles, despachar as malas e encontrar-me cheio de fome por volta das seis da manhã.
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De repente, snif, snif... não pode ser!!!
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Estou na costa oeste dos Estados Unidos, como é possível estar a sentir o cheiro de um bolo tradicional da zona de nascimento dos meus pais? Um intenso cheiro a canela quente invadiu a zona e despertou-me uma enorme curiosidade, aumentou a minha sensação de fome e vontade de comer.
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O cheiro lá me guiou até uma loja de comida que nunca tinha visto até então. Uma loja da cadeia de franchise Cinnabon com uns deliciosos bolos aquecidos e polvilhados com canela, uma versão muito melhorada das escarpiadas da minha infância.
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Que o cheiro seja um poderoso factor que promove a compra de alimentos por impulso OK, mas que promova a venda de roupa:
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"Welcome to the world of sensory branding. An entire industry is beginning to pay attention to human sensory responses, with smell as the centerpiece. In an experiment for a clothing store, investigators subtly wafted the smell of vanilla in the women’s department, a scent known to produce a positive response among women. In the men’s department, they diffused the smell of rose maroc, a spicy, honeylike fragrance that had been pretested on men. The retail results were amazing. When the scents were deployed, sales doubled from their typical average in each department. And when the scents were reversed—vanilla for men and rose maroc for women—sales plummeted below their typical average."
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Parece mesmo um filão por explorar.

Aprender apelando a vários sentidos em simultâneo

O livro Brain Rules de John Medina é um must para qualquer formador que se preze.
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Hei-de voltar várias vezes a ele no futuro.
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A regra número 9 está relacionada com a integração sensorial. Se um professor transmitir uma informação ou só oralmente ou só visualmente, a capacidade de aprendizagem é inferior à obtida quando a mesma informação é transmitida oral e visualmente em simultâneo, por exemplo, uma animação com narração.
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Grupos sujeitos à visualização de um filme e expostos a um cheiro de pipocas, recordam melhor o filme do que os grupos que não foram expostos.
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Medina refere o trabalho de Charles Mayer que tem as seguintes regras:
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"1) Multimedia principle: Students learn better from words and pictures than from words alone.
2) Temporal contiguity principle: Students learn better when corresponding words and pictures are presented simultaneously rather than successively.
3) Spatial contiguity principle: Students learn better when corresponding words and pictures are presented near to each other rather than far from each on the page or screen.
4) Coherence principle: Students learn better when extraneous material is excluded rather than included.
5) Modality principle: Students learn better from animation and narration than from animation and on-screen text."
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Será que a "retoma" interessa a todas as empresas?

Por exemplo, uma empresa que tem as suas fontes de rendimento cativadas, os clientes estão na prática sujeitos a um monopólio, e que tem uma dívida de quase 14 mil milhões de euros tem algum interesse numa "retoma"?
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Se uma "retoma" tiver lugar o BCE não aumentará as taxas de juro? Quanto é que isso poderá custar a uma empresa com 14 mil milhões de euros de dívida? Compensará?

O que dizer da nossa competitividade... (parte IV)

Na sequência da parte I, parte II, parte III e da reflexão sobre os jogadores de bilhar amadores.
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O Jornal de Negócios de hoje inclui na sua capa a chamada para uma entrevista com o líder do PCP, Jerónimo de Sousa, com o seguinte conteúdo "Aumento do salário minímo é uma medida urgente".
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Sobre a entrevista a jornalista Helena Garrido escreve "Jerónimo de Sousa defende uma política económica de ruptura. A aposta na produção nacional de micro e pequenas empresas passa pela subida do salário mínimo nacional, descida do preço da energia e facilidade no acesso ao crédito. Com nacionalizações."
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Quanto às nacionalizações, em termos económicos, não viria grande mal ao mundo. Acredito (mais por crença) nas palavras de Galbraith no seu livro "O Estado Predador", quando este escreve que é absurdo defender a privatização de empresas em sectores onde não existe verdadeiramente um mercado concorrencial.
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O meu problema está na política económica de ruptura, é que Jerónimo de Sousa acertou na palavra, ruptura. Ruptura das PME's que ainda resistem.
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Jerónimo de Sousa fala do aumento do salário mínimo, contudo, nada diz sobre o aumento da produtividade e sobre a consequente deterioração da competitividade.
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Se eu entrevistasse um destes líderes políticos faria acompanhar-me de um quadro branco e de marcadores de várias cores. Para cada facto que um político afirmasse defender, escreveria no quadro com marcador preto. Depois, com um marcador de outra cor eu acrescentaria as consequências negativas que daí ocorreriam. Ainda, depois, com outro marcador, acrescentaria as consequências positivas que daí ocorreriam.
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Depois, procuraria obter desses políticos medidas sobre como iriam reagir às consequências negativas... iria ser lindo.

Em busca de um novo paradigma de operação (parte III)

Se temos de subir na escala de valor, se temos de desenvolver e produzir produtos com muito maior valor acrescentado, se não basta produzir mais mas produzir aquilo que se vende por uma boa margem, então, temos de mudar.
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E temos a mão-de-obra capaz de desenhar esses produtos de valor acrescentado?
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E temos capacidade para criar quantos novos produtos?
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E temos quanto tempo para criar esses novos produtos?
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Por que não recorrer a empresas como a IDEO?
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Não estou a falar de nem de branding nem de marketing, estou a falar em recorrer a empresas que acelerem o desenho e desenvolvimento de novos produtos.
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Já existem em Portugal empresas do tipo da IDEO? Qual o seu CV? Que resultados podem apresentar?
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Nunca tinha equacionado esta possibilidade até ter descoberto o livro "The Art of Innovation" e ter percebido o potencial de uma empresa tipo IDEO.

terça-feira, agosto 18, 2009

Há qualquer coisa de pouco saudável neste filme

"Os principais índices norte-americanos seguem em alta a beneficiar de apresentações de resultados, de empresas como a Home Depot, com os números a superarem as estimativas." (no sítio do Jornal de Negócios)
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"Revenue dropped 9 percent to $19.07 billion from $21 billion, falling short of the $19.23 billion forecast of analysts polled.
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Sales at stores open at least a year, known as same-store sales, slid 8.5 percent. Same-store sales are a key indicator of retailer performance because they measure growth at existing stores rather than newly opened ones.
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Cost-cutting helped results, as the company said total operating expenses fell 8 percent to $4.56 billion from $4.92 billion a year ago." (aqui)
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Os accionistas podem ficar contentes... mas há qualquer coisa de pouco saudável neste filme.
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BTW, caricata esta sucessão de artigos no DE:
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"Quem seguiu os conselhos dos peritos de Wall Street desde Março perdeu todo o capital investido, mesmo durante o período em que as bolsas registaram a maior subida em 70 anos." e "As bolsas já estão a antecipar um cenário de recuperação económica. Conheça os sectores e as acções que os analistas dizem que vão subir mais até ao fim do ano."

Á atenção de professores, formadores e não só

Atenção, a leitura do livro "Brain Rules" de John Medina é um must!
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Stop! É mesmo um must!!!
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Garry Reynolds escreveu sobre o livro no ano passado e fez uma sugestiva apresentação sobre o livro aqui.
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Este pormenor inicial:
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"What do these studies show, viewed as a whole? Mostly this: If you wanted to create an education environment that was directly opposed to what the brain was good at doing, you probably would design something like a classroom. If you wanted to create a business environment that was directly opposed to what the brain was good at doing, you probably would design something like a cubicle. And if you wanted to change things, you might have to tear down both and start over.
In many ways, starting over is what this book is all about."
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Ou este outro (regra 8):
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"One of the greatest predictors of performance in school turns out to be the emotional stability of the home."

Em busca de um novo paradigma de operação (parte II)

Neste blogue sou um apologista da subida na escala de valor, da adopção de propostas de valor associadas à diferenciação (flexibilidade ou inovação) em detrimento do preço mais baixo.

Como não podemos competir e alimentar aumentos de produtividade pelo preço mais baixo, devemos procurar abandonar o combate da eficiência e das economias de escala e apostar no numerador da equação da produtividade.

Compreendo pois, perfeitamente, o sentido destas palavras:

“In the industrial-era model, companies focus on efficiency above all else—on getting things done at the lowest cost possible. In the name of efficiency they boil their business operations into routinized practices that suppress the creative instincts of their workers, who become standardized parts of a predictable machine. They not only suppress the creative instincts of their workers, they ultimately suppress the individuals themselves. The push-driven programs of these institutions require standardization and predictability. But individuals, especially passionate ones, are ultimately unique and unpredictable.” neste artigo da revista BW.

Precisamos de fugir deste paradigma da eficiência, da produção em massa, do ritmo elevado e concentrarmo-nos na criação de valor.

No entanto, é difícil mudar! Há quem associe a essa dificuldade a designação de O Paradoxo de Ícaro:

Over the years, companies begin to focus on the thing that made them successful (a particular product, service, production method, etc.). Initially that serves them well and they become even better at it. It will also come at the expense of other products, processes, and viewpoints that the company considers less important and off the mark, that are discarded or brushed aside.

As a result, firms are too late to adapt to fundamental changes in their business environments such as new competitors, different customer demand, radical new technologies, or business models… It also causes organizations to carry on activities too long and too far, despite the presence of some fundamental design or organizational flaws…

Ao abandonarmos a concentração na eficiência e ao dedicarmo-nos à criação de valor temos de perceber que temos de optar por um novo paradigma de operação. O que era importante deixou de o ser, o que era crítico deixou de o ser:

Canon is also looking to boost productivity. Already, the company has seen great gains from "cell assembly," where small teams build products from start to finish rather than each worker repeatedly performing a single task on a long assembly line. Canon now has no assembly lines; it ditched the last of its 20 kilometers of conveyor belts in 2002, when a line making ink-jet printers in Thailand was shut down.

Quantas empresas já despertaram para esta realidade? Com encomendas cada vez mais pequenas, com prazos de entrega cada vez mais curtos, será que faz sentido manter linhas de montagem? Será que faz sentido continuar a planear a produção da mesma forma?

Continua.

BTW, a propósito do primeiro parágrafo do artigo da BW convém ver estes números “Four-in-Five Workers Looking to Small Businesses for Jobs

segunda-feira, agosto 17, 2009

Bruxaria? Não, estava escrito nas estrelas!

Em Abril deste ano escrevi aqui acerca da distribuição de alimentos:
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"Deixar de vender alimentos e passar a vender alimentos que fazem bem à saúde!!!"
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Pois hoje no WSJ "As Sales Slip, Whole Foods Tries Health Push"
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BTW, "Chocolate linked to stroger heart" Hummm! ou "Eating Strawberries Boosts Brain Power"

Mudar é muito difícil...

... como referimos aqui.
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Mas não é impossível, como demonstra este artigo do Público "Negócio das rações para animais de companhia parece estar imune à crise"
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"A Rações Avenal desistiu de fabricar alimentos para animais de criação e passou a dedicar-se apenas a cães e gatos. Decisão estratégica que salvou a empresa da recessão económica."
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E sobretudo "Com uma facturação de 4,2 milhões de euros em 2008, a empresa espera facturar mais 23 por cento este ano."
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Fundamental, o acto de reflectir em que filme estamos inseridos e para onde é que ele nos leva. E, se não gostamos do final mais provável... por que não reescrever o guião e mudar de filme?

Em busca de um novo paradigma de operação (parte I)

Tenho percebido, no último semestre, o acentuar de uma tendência no mundo industrial actual.

A diminuição do tempo disponível para produzir bens no ramo do “pronto moda”:

A data de entrega dos produtos para as prateleiras e montras no inicio de uma época mantém-se constante (?) (em Julho no Porto já vi lojas em centros comerciais com uma das montras dedicadas à nova época de Outono-Inverno), no entanto, a data de colocação das encomendas firmes vai deslizando cada vez mais para a frente diminuindo o tempo disponível para produção.

Esta compressão temporal acarreta uma mudança de paradigma que tem de ser encarada de frente.

Durante aqueles dois meses, de meados de Março a meados de Maio, as empresas têm de pagar salários e não produzem. Os operários têm de compensar dando horas-extra durante o tempo de produção. Contudo, por mais horas que dêem, como o tempo está comprimido e as máquinas estão ocupadas, as empresas acabam por ter de subcontratar produção para além do que seria necessário ou desejável.

Por isso, assistimos a um fenómeno deveras interessante e sintomático de algo não corre bem no modelo, os subcontratados negoceiam numa posição de força porque não são suficientes para as encomendas.

Esta compressão temporal é algo que já vem de há anos, por causa da progressiva aposta na flexibilidade e no serviço em detrimento do preço-baixo puro e simples, no entanto, agora, com a crise actual acentuou-se.

A incerteza, a quebra na procura, a baixa do poder de compra, tudo contribui para que as encomendas sejam postas cada vez mais tarde, cada vez mais em cima da hora, devido ao receio e ao risco envolvido.

A par desta compressão temporal acentuam-se tendências que já vêm em aceleração há alguns anos: encomendas cada vez mais pequenas; maior variedade de modelos e explosão do número de amostras na fase pré-produção.

Tudo isto contribui para a necessidade de repensar:

· O planeamento da produção (definitivamente optar pelo puxar em vez do empurrar, pull vs push);

· A subcontratação;

· O aprovisionamento;

· A organização das equipas de produção (células versus linhas);

· A modelação, ou a engenharia de processo, ou a engenharia de produto.

Precisamos de:

· Reduzir os tempos de ciclo;

· Aprender a trabalhar com muita variedade;

· Aprender a controlar os custos de outra forma;

· Aumentar a flexibilidade.

Só que o modelo mental que funcionava no passado é cada vez mais um entrave a este novo panorama.

Continua.