sábado, fevereiro 14, 2009
No ordinary recession
No Público de hoje, entrevista de Augusto Mateus, ""Estados devem ter a coragem de aumentar o défice público"" assinado por Lurdes Ferreira e Graça Franco.
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Diz Augusto Mateus:
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"Podemos ajudar a que a crise seja menos intensa se nos focalizarmos não tanto em consumir menos e poupar mais, mas em consumir melhor e poupar melhor. Os consumidores individualmente não têm muito a ganhar em reduzir o seu consumo, desde que tenham a expectativa de que vão manter a sua actividade."
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Só que consumidores e empresas não estão a poupar. Quem pode, está a limpar o seu balanço, está a pagar dívidas.
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A economia estava a consumir com base no crédito e não com base na poupança. Vivemos agora o 'pay-back' time.
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No artigo "No ordinary recession" assinado por Axel Leijonhufvud pode ler-se:
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"What is the difference? It resides in the state of balance sheets. The financial crisis has put much of the banking system on the edge – or beyond -- of insolvency. Large segments of the business sector are saddled with much short-term debt that is difficult or impossible to roll over in the current market. After years of near zero saving, American households are heavily indebted."
...
"So the private sector as a whole is bent on reducing debt. Businesses will use depreciation charges and sell off inventories to do so. Households are trying once more to save. Less investment and more saving spell declining incomes. The cash flows supporting the servicing of debts are dwindling. This is a destabilising process but one that works relatively slowly. The efforts by financial firms to deleverage are the more dangerous because they can trigger a rapid avalanche of defaults"
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Diz Augusto Mateus:
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"Podemos ajudar a que a crise seja menos intensa se nos focalizarmos não tanto em consumir menos e poupar mais, mas em consumir melhor e poupar melhor. Os consumidores individualmente não têm muito a ganhar em reduzir o seu consumo, desde que tenham a expectativa de que vão manter a sua actividade."
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Só que consumidores e empresas não estão a poupar. Quem pode, está a limpar o seu balanço, está a pagar dívidas.
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A economia estava a consumir com base no crédito e não com base na poupança. Vivemos agora o 'pay-back' time.
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No artigo "No ordinary recession" assinado por Axel Leijonhufvud pode ler-se:
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"What is the difference? It resides in the state of balance sheets. The financial crisis has put much of the banking system on the edge – or beyond -- of insolvency. Large segments of the business sector are saddled with much short-term debt that is difficult or impossible to roll over in the current market. After years of near zero saving, American households are heavily indebted."
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"So the private sector as a whole is bent on reducing debt. Businesses will use depreciation charges and sell off inventories to do so. Households are trying once more to save. Less investment and more saving spell declining incomes. The cash flows supporting the servicing of debts are dwindling. This is a destabilising process but one that works relatively slowly. The efforts by financial firms to deleverage are the more dangerous because they can trigger a rapid avalanche of defaults"
A Grande Importância das Pequenas Coisas
O Aranha chamou-me a atenção para este texto "A Grande Importância das Pequenas Coisas" de Carlos Marques da Silva.
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Trata-se de poesia pura e cheia de significado profundo.
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Ontem à tarde no decurso de uma reunião, por causa de um comentário do Raul acerca das pequenas coisas, lembrei-me logo deste texto:
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"Tomados isoladamente, esses pormenores poderiam afigurar-se insignificantes, negligenciáveis, prescindíveis… Um fóssil aqui, um tipo particular de rocha ornamental ali, uns azulejos mimetizando aspectos geológicos acolá… Mas, no conjunto do percurso, esses pequenos nadas fazem falta."
...
"O que ressalta destes exemplos é a negligência com que são tratadas as pequenas coisas, os detalhes, os pormenores. Frequentemente, justifica-se a eliminação destes elementos com a circunstância de serem apenas coisas pequenas, sem grande significado, apenas uma entre muitas. Contudo um conjunto coerente, articulado, de pequenas coisas é muito mais que a simples soma dos seus modestos elementos." (a este último pormenor chama-se a propriedade da emergência de um sistema: o todo é mais do que a soma das partes, acrescento eu)
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E por fim este trecho profundo que despertou logo a minha atenção:
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"Perder diversidade é como arrancar páginas de um livro. Quantas páginas poderemos arrancar até deixar de compreender o enredo?"
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Trata-se de poesia pura e cheia de significado profundo.
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Ontem à tarde no decurso de uma reunião, por causa de um comentário do Raul acerca das pequenas coisas, lembrei-me logo deste texto:
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"Tomados isoladamente, esses pormenores poderiam afigurar-se insignificantes, negligenciáveis, prescindíveis… Um fóssil aqui, um tipo particular de rocha ornamental ali, uns azulejos mimetizando aspectos geológicos acolá… Mas, no conjunto do percurso, esses pequenos nadas fazem falta."
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"O que ressalta destes exemplos é a negligência com que são tratadas as pequenas coisas, os detalhes, os pormenores. Frequentemente, justifica-se a eliminação destes elementos com a circunstância de serem apenas coisas pequenas, sem grande significado, apenas uma entre muitas. Contudo um conjunto coerente, articulado, de pequenas coisas é muito mais que a simples soma dos seus modestos elementos." (a este último pormenor chama-se a propriedade da emergência de um sistema: o todo é mais do que a soma das partes, acrescento eu)
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E por fim este trecho profundo que despertou logo a minha atenção:
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"Perder diversidade é como arrancar páginas de um livro. Quantas páginas poderemos arrancar até deixar de compreender o enredo?"
sexta-feira, fevereiro 13, 2009
O ministro Pinho precisa de ajuda
A propósito do ministro Pinho na SIC-N agora mesmo:
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O ministro Pinho ainda não percebeu que está em curso uma recalibração geral!!!!!!!!!!!
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O ministro ainda não percebeu que existe um excesso de capacidade instalada na indústria automóvel e que nada vai ficar como dantes!!!!!!!!!!
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Isto de financiar o status-quo, o de ajudar as empresas da fileira automóvel a suster temporariamente a respiração debaixo de água à espera da retoma... vai atrasar a reconversão necessária, vai torrar dinheiro e...
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O ministro Pinho ainda não percebeu que está em curso uma recalibração geral!!!!!!!!!!!
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O ministro ainda não percebeu que existe um excesso de capacidade instalada na indústria automóvel e que nada vai ficar como dantes!!!!!!!!!!
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Isto de financiar o status-quo, o de ajudar as empresas da fileira automóvel a suster temporariamente a respiração debaixo de água à espera da retoma... vai atrasar a reconversão necessária, vai torrar dinheiro e...
Acordar as moscas que estão a dormir (parte V)
Chamem-me bruxo, depois desta sequência: parte I, parte II, parte III e Parte IV
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Basta ouvir o que disse Daniel Bessa sobre a redução de salários (a partir do segundo 50)
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Não sou bruxo nenhum, basta olhar para os factos, pensar no futuro e não acreditar no Pai Natal.
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Basta ouvir o que disse Daniel Bessa sobre a redução de salários (a partir do segundo 50)
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Não sou bruxo nenhum, basta olhar para os factos, pensar no futuro e não acreditar no Pai Natal.
Não está tudo mal
"Portugal entrou em recessão pela primeira vez em cinco anos, depois do PIB se ter contraído 2% no quarto trimestre, revelou o INE."
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Este mês já visitei várias empresas das fileiras tradicionais em Portugal que só sabem que existe crise por que ouvem falar dela nas notícias.
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Por que é que os media não falam dessas empresas que não precisam do estado, que não precisam de apoios? Será por não serem sexy?
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Este mês já visitei várias empresas das fileiras tradicionais em Portugal que só sabem que existe crise por que ouvem falar dela nas notícias.
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Por que é que os media não falam dessas empresas que não precisam do estado, que não precisam de apoios? Será por não serem sexy?
Acordar as moscas que estão a dormir (parte IV)
Na sequência de Acordar as moscas que estão a dormir (parte II) e de Acordar as moscas que estão a dormir (parte III) agora temos:
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"Portugueses vão pagar mais 320 milhões em impostos em 2010"
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"O Governo prometeu à Comissão Europeia aumentar os impostos em 2010 e 2011.
A decomposição da receita fiscal, prevista no Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC) aprovado no final de Janeiro no Parlamento e já entregue em Bruxelas, deixa claro que os impostos directos e indirectos vão aumentar nos próximos dois anos, avança o «Correio da Manhã». "
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"Carga fiscal sobe de novo em 2010"
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"320 milhões de euros será o impacto do aumento de 0,2 pontos percentuais na carga fiscal em 2010, se o PIB rondar os 160 mil milhões de euros.
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480 milhões de euros será o impacto da subida da carga fiscal em 0,1 pontos percentuais, em 2011, caso o PIB seja próximo dos 160 mil milhões de euros."
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Ah monstro insaciável, Ah cuco ganancioso, estás quase a matar o hospedeiro. E depois, como viverás?
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Será que este aumento fará parte das promessas bandeira durante a próxima campanha eleitoral?
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Depois, algumas comentadoras deste blogue ainda acreditam no Pai Natal ...
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"Portugueses vão pagar mais 320 milhões em impostos em 2010"
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"O Governo prometeu à Comissão Europeia aumentar os impostos em 2010 e 2011.
A decomposição da receita fiscal, prevista no Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC) aprovado no final de Janeiro no Parlamento e já entregue em Bruxelas, deixa claro que os impostos directos e indirectos vão aumentar nos próximos dois anos, avança o «Correio da Manhã». "
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"Carga fiscal sobe de novo em 2010"
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"320 milhões de euros será o impacto do aumento de 0,2 pontos percentuais na carga fiscal em 2010, se o PIB rondar os 160 mil milhões de euros.
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480 milhões de euros será o impacto da subida da carga fiscal em 0,1 pontos percentuais, em 2011, caso o PIB seja próximo dos 160 mil milhões de euros."
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Ah monstro insaciável, Ah cuco ganancioso, estás quase a matar o hospedeiro. E depois, como viverás?
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Será que este aumento fará parte das promessas bandeira durante a próxima campanha eleitoral?
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Depois, algumas comentadoras deste blogue ainda acreditam no Pai Natal ...
Amor e sedução
Eu falo de amor pelos produtos, clientes, negócio. Descobri que Jeanne Liedtka usa a palavra sedução: "Seduction and the Art of Seduction".
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“If you want to achieve strategic success, use strategy to treat employees like lovers instead of prostitutes.”
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“… leaders see the strategies that they invent as “real” and “true.” But because they see these strategies as “real” and “true” rather than as products of their own invention, they believe that if they merely (and, of course, one should not underestimate the difficulty of even this) communicate it clearly, others will also see it as real and true, and work to implement it. But this assumption cannot be supported.
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No strategy is ever “true” – all strategies are inventions. They are man-made designs. Business is not governed by natural laws – our strategies are not “discovered” truths, like e = mc2.
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Business leaders make them up because they want the future to be different than the past. This is good, and such inventions play a useful purpose – something else that we also know from change theory. But because leaders are so close to their own inventions, and because these inventions flow out of the way they see the world, leaders believe that their strategies are as compelling to others as they are to them. After all, leaders normally have analysis to “prove” that their inventions are true. But you can never “prove” that an invented design for a possible future is “true” – especially using a rationale that flows out of a single view of “reality.”
…
Successful strategies are compelling and persuasive in the eye of the beholder – put more vividly, they are seductive. The real power of any strategy is the opportunity it affords to entice people into sharing an image of the future. Notice that I said entice – not delude or manipulate.
…
Second, not just any conversation will do – we need a conversation that starts with a focus on the possibilities, rather than the risks, constraints, or uncertainties.
...
We also know that chemistry matters. Look for the sparks, the passion. If your pulse does't quicken any point in the conversation, something is wrong.”
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É muito mais fácil criar, sentir e transmitir a paixão, a sedução necessária para energizar uma transformação estratégica, quando se conhece o 'milieu', quando se vê para lá da superfície das coisas e das relações.
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“If you want to achieve strategic success, use strategy to treat employees like lovers instead of prostitutes.”
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“… leaders see the strategies that they invent as “real” and “true.” But because they see these strategies as “real” and “true” rather than as products of their own invention, they believe that if they merely (and, of course, one should not underestimate the difficulty of even this) communicate it clearly, others will also see it as real and true, and work to implement it. But this assumption cannot be supported.
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No strategy is ever “true” – all strategies are inventions. They are man-made designs. Business is not governed by natural laws – our strategies are not “discovered” truths, like e = mc2.
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Business leaders make them up because they want the future to be different than the past. This is good, and such inventions play a useful purpose – something else that we also know from change theory. But because leaders are so close to their own inventions, and because these inventions flow out of the way they see the world, leaders believe that their strategies are as compelling to others as they are to them. After all, leaders normally have analysis to “prove” that their inventions are true. But you can never “prove” that an invented design for a possible future is “true” – especially using a rationale that flows out of a single view of “reality.”
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Successful strategies are compelling and persuasive in the eye of the beholder – put more vividly, they are seductive. The real power of any strategy is the opportunity it affords to entice people into sharing an image of the future. Notice that I said entice – not delude or manipulate.
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Second, not just any conversation will do – we need a conversation that starts with a focus on the possibilities, rather than the risks, constraints, or uncertainties.
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We also know that chemistry matters. Look for the sparks, the passion. If your pulse does't quicken any point in the conversation, something is wrong.”
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É muito mais fácil criar, sentir e transmitir a paixão, a sedução necessária para energizar uma transformação estratégica, quando se conhece o 'milieu', quando se vê para lá da superfície das coisas e das relações.
quinta-feira, fevereiro 12, 2009
Acordar as moscas que estão a dormir (parte III)
Continuado daqui: Acordar as moscas que estão a dormir (parte II)
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Ontem na SIC-N, no programa "Negócios da semana" parecia que Bagão Felix tinha lido este blogue. Qual foi o tema de abertura?
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A redução de salários...
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BTW qual o tema da crónica "Os erros repetem-se" assinada pelo presidente do forum para a competitividade?
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"O desequilíbrio da balança comercial evidencia bem a queda da nossa competitividade externa, independentemente da pressão adicional causada pela subida abrupta do preço do petróleo. E o nosso desequilíbrio externo evidencia que vivemos muito acima das nossas possibilidades.
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Actualmente o seu financiamento tornou-se mais caro e mais difícil e pode até vir a ser impossível. É por isso muito assustador ver como o Governo, sem reconhecer a crise interna e as dificuldades derivadas do desequilíbrio externo e das limitações ao seu financiamento, se prepara para injectar dinheiro em políticas dispersas no pressuposto de que a recuperação virá em 2010.
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E se não vier? E se os mercados não aceitarem dívida de Portugal, Espanha, Grécia, Itália e Irlanda?
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É um cenário que já é discutido, tanto nos gabinetes internacionais como na imprensa, mas cuja discussão é ignorada em Portugal, salvo honrosas e raras excepções que não chegam à opinião pública.
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À opinião pública só chegam notícias de desemprego que justificam por antecipação todos os apoios governamentais, para os quais já se constituíram as filas do costume.
Ter um nível de consumo equivalente ao de 1996 - menos um terço do que actualmente - seria, apesar de tudo, aceitável e resolveria quase todas as dúvidas dos nossos financiadores. Mas não há qualquer plano para demonstrar que teremos de chegar a um nível que se situará, irremediavelmente, entre esse e o actual.
.
O ajustamento que teremos de fazer devia levar-nos a começar desde já a preparar um conjunto de medidas equivalentes às das cartas de intenções assinadas com o FMI.
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Não sei qual é a equipa que as terá de negociar, mas duvido que seja a actual."
.
A ideia começa a fazer o seu percurso.
.
Pode vir a tornar-se uma inevitabilidade, sobretudo para a função pública e para os pensionistas, imposta pela falta de dinheiro.
.
No entanto, custa-me ver o presidente do forum para a competitividade a não encontrar outra alternativa para a iniciativa privada.
.
Este combate de Ferraz da Costa pela redução de salários não é recente basta recordar Combates laterais, combates secundários .
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É sintomático que o presidente do forum para a competitividade nunca fale do numerador da equação da produtividade, nunca fale em tornar-mo-nos alemães.
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A que propósito é que ele se tornou presidente de tal forum? Qual o CV que o tornou adequado para a função? Que experiência de vida o dotou para lidar com tal desafio?
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Ontem na SIC-N, no programa "Negócios da semana" parecia que Bagão Felix tinha lido este blogue. Qual foi o tema de abertura?
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A redução de salários...
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BTW qual o tema da crónica "Os erros repetem-se" assinada pelo presidente do forum para a competitividade?
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"O desequilíbrio da balança comercial evidencia bem a queda da nossa competitividade externa, independentemente da pressão adicional causada pela subida abrupta do preço do petróleo. E o nosso desequilíbrio externo evidencia que vivemos muito acima das nossas possibilidades.
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Actualmente o seu financiamento tornou-se mais caro e mais difícil e pode até vir a ser impossível. É por isso muito assustador ver como o Governo, sem reconhecer a crise interna e as dificuldades derivadas do desequilíbrio externo e das limitações ao seu financiamento, se prepara para injectar dinheiro em políticas dispersas no pressuposto de que a recuperação virá em 2010.
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E se não vier? E se os mercados não aceitarem dívida de Portugal, Espanha, Grécia, Itália e Irlanda?
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É um cenário que já é discutido, tanto nos gabinetes internacionais como na imprensa, mas cuja discussão é ignorada em Portugal, salvo honrosas e raras excepções que não chegam à opinião pública.
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À opinião pública só chegam notícias de desemprego que justificam por antecipação todos os apoios governamentais, para os quais já se constituíram as filas do costume.
Ter um nível de consumo equivalente ao de 1996 - menos um terço do que actualmente - seria, apesar de tudo, aceitável e resolveria quase todas as dúvidas dos nossos financiadores. Mas não há qualquer plano para demonstrar que teremos de chegar a um nível que se situará, irremediavelmente, entre esse e o actual.
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O ajustamento que teremos de fazer devia levar-nos a começar desde já a preparar um conjunto de medidas equivalentes às das cartas de intenções assinadas com o FMI.
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Não sei qual é a equipa que as terá de negociar, mas duvido que seja a actual."
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A ideia começa a fazer o seu percurso.
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Pode vir a tornar-se uma inevitabilidade, sobretudo para a função pública e para os pensionistas, imposta pela falta de dinheiro.
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No entanto, custa-me ver o presidente do forum para a competitividade a não encontrar outra alternativa para a iniciativa privada.
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Este combate de Ferraz da Costa pela redução de salários não é recente basta recordar Combates laterais, combates secundários .
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É sintomático que o presidente do forum para a competitividade nunca fale do numerador da equação da produtividade, nunca fale em tornar-mo-nos alemães.
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A que propósito é que ele se tornou presidente de tal forum? Qual o CV que o tornou adequado para a função? Que experiência de vida o dotou para lidar com tal desafio?
Back to the basics
Nestes tempos de recalibração é necessário voltar ao fundamental, ao bê-á-bá.
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"To identify your core business, first identify the five following assets:
1. Your most potentially profitable, franchise customers;
2. Your most differentiated and strategic capabilities;
3. Your most critical product offerings;
4. Your most important channels;
5. Any other critical strategic assets that contribute to the above (such as patents, brand name, position at a control point in a network).
...
What is the business definition where you compete?
What is your core business and source of potential competitive advantage?"
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Chris Zook in "Profit from the Core"
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"To identify your core business, first identify the five following assets:
1. Your most potentially profitable, franchise customers;
2. Your most differentiated and strategic capabilities;
3. Your most critical product offerings;
4. Your most important channels;
5. Any other critical strategic assets that contribute to the above (such as patents, brand name, position at a control point in a network).
...
What is the business definition where you compete?
What is your core business and source of potential competitive advantage?"
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Chris Zook in "Profit from the Core"
quarta-feira, fevereiro 11, 2009
Acordar as moscas que estão a dormir (parte II)
A propósito de Acordar as moscas que estão a dormir.
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É nestas coisas que eu aprecio os checos, esta falta de diplomacia, este comportamento de elefante em loja de porcelana que estraga os arranjinhos dos governos da velha Europa:
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"Ainda se desconhece a dimensão e duração da actual crise, mas já começou o debate na UE sobre quando deverão os países corrigir os seus défices excessivos, actualmente em espiral ascendente para contrariar a recessão económica. A República Checa, ainda fora do euro mas no leme da UE durante este semestre, faz jus à sua tradição ortodoxa e está a ‘forçar a barra'."
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"Presidência da UE quer anular défices já em 2012" Estão a imaginar como é que em Portugal isto vai ser atingido? Estão já a imaginar a classificação de rico deslizar e ser aplicada a simplesmente quem tem um salário?
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Ah! Isso é com os ricos.
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Estamos todos à espera de quê? O cobrador vai bater à porta e de que maneira!
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É nestas coisas que eu aprecio os checos, esta falta de diplomacia, este comportamento de elefante em loja de porcelana que estraga os arranjinhos dos governos da velha Europa:
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"Ainda se desconhece a dimensão e duração da actual crise, mas já começou o debate na UE sobre quando deverão os países corrigir os seus défices excessivos, actualmente em espiral ascendente para contrariar a recessão económica. A República Checa, ainda fora do euro mas no leme da UE durante este semestre, faz jus à sua tradição ortodoxa e está a ‘forçar a barra'."
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"Presidência da UE quer anular défices já em 2012" Estão a imaginar como é que em Portugal isto vai ser atingido? Estão já a imaginar a classificação de rico deslizar e ser aplicada a simplesmente quem tem um salário?
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Ah! Isso é com os ricos.
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Estamos todos à espera de quê? O cobrador vai bater à porta e de que maneira!
Acerca dos processos (parte I)
A ISO 900o define processo como:
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"conjunto de actividades interrelacionadas e interactuantes que transformam entradas em saídas"
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No entanto, quando começamos a 'olhar' para um processo, as actividades são a última coisa em que nos concentramos, são o menos importante.
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O que é um processo? É um método definido para atingir um dado resultado, e esse resultado é que é fundamental para a definição de um processo, muito mais do que o trabalho, as actividades que se desenvolvem no seu interior.
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As actividades são sempre instrumentais, o essencial é o resultado.
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Muitas organizações confundem processos com departamentos atribuindo-lhes designações como: "Recursos Humanos"; "Comercial" ou "Aprovisionamentos".
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Um processo é uma realidade horizontal, transversal. Um departamento é uma realidade vertical, mais precupada com a gestão dos recursos e especialidades do que com o fluxo do trabalho.
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Um processo deve ser designado por um verbo + um substantivo (um processo é acção, é transformação), por exemplo:
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"conjunto de actividades interrelacionadas e interactuantes que transformam entradas em saídas"
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No entanto, quando começamos a 'olhar' para um processo, as actividades são a última coisa em que nos concentramos, são o menos importante.
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O que é um processo? É um método definido para atingir um dado resultado, e esse resultado é que é fundamental para a definição de um processo, muito mais do que o trabalho, as actividades que se desenvolvem no seu interior.
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As actividades são sempre instrumentais, o essencial é o resultado.
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Muitas organizações confundem processos com departamentos atribuindo-lhes designações como: "Recursos Humanos"; "Comercial" ou "Aprovisionamentos".
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Um processo é uma realidade horizontal, transversal. Um departamento é uma realidade vertical, mais precupada com a gestão dos recursos e especialidades do que com o fluxo do trabalho.
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Um processo deve ser designado por um verbo + um substantivo (um processo é acção, é transformação), por exemplo:
- Formar colaboradores;
- Comprar matérias-primas;
- Planear produção;
- Colaboradores formados;
- Matérias-primas compradas;
- Produção planeada;
terça-feira, fevereiro 10, 2009
Passar da estória individual para um padrão e do padrão para uma explicação, para uma teoria
IMHO este é um dos melhores postais de Pedro Arroja "às vezes, ao desbarato".
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O autor escreve: "Eu não me tinha dado ainda conta da enorme incapacidade dos portugueses para o pensamento abstracto, e da sua excessiva concentração nas formas concretas de pensamento."
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Estou quase a sair do escritório para trabalhar com uma empresa hoje de tarde, associo um dos desafios dessa empresa àquilo a que Geoffrey Moore chamou "Crossing the Chasm".
Um produto inovador tem sucesso junto de 'meia-dúzia' de Visionários (estes representam os Early adopters da figura) e depois... nada.
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Parece que há uma barreira ao crescimento, à difusão do produto inovador pelo mercado em geral. Daí o abismo o 'chasm' entre os Early adopters e a Early majority.
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Desde tenra idade que me habituei a ver na televisão o desaparecido Fernando Pessa, e outros locutores, a entrevistarem 'inventores' que se queixavam de que ninguém lhes ligava às suas invenções, ninguém financiava a sua expansão,... o choradinho do cortejo dos coitadinhos em que o nosso país se tornou expert.
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Agora voltando a Arroja; a nossa cultura concentrada em formas concretas de pensamento, habituada só a ver o que se vê acima da superfície das águas, dificilmente mergulha para estudar a dimensão do iceberg e retirar lições gerais sobre o assunto (por isso é que fomos e somos bons a desbravar caminho, a bater o terreno inexplorado: Estilos de gestão ).
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O que Geoffrey Moore fez foi pegar nessas estórias individuais, verificar que havia um padrão que se repetia, avançar com uma explicação e com uma hipótese sobre como enfrentar a situação.
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A coisa chega a este limite de caracterizar psicologicamente os Visionários dos Pragmatistas:
Nós... pela palmadinha nas costas e pela cedência do megafone para carpir mágoas.
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Vejam como eu sou um desgraçadinho incompreendido. Tenham pena de mim! Associem-se solidariamente à minha tristeza.
É só fazer as contas
"José Sócrates garante ser possível identificar os ricos"
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"É uma proposta razoável, exequível, a favor da equidade fiscal e da justiça fiscal", replicou José Sócrates, explicando que o que propõe é que o próximo Governo faça uma reforma do sistema fiscal "de modo a que os rendimentos mais elevados tenham menos deduções" e, "aproveitando essa folga", se possam reduzir os impostos à classe média. "
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Seguindo a velha máxima da política portuguesa "É só fazer as contas!" Façamos as contas:
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Pressuposto inicial
Estado quer aliviar a carga fiscal sobre a classe média sem perder receita fiscal.
Assim, reduz as deduções fiscais aos ricos e aumenta-as à classe média. Logo:
O acréscimo global de receita fiscal sacada aos ricos = Alívio do fardo fiscal impostado à classe média .
.
Em quanto é que cada sujeito fiscal incluído na classe média vai ser aliviado?
Não tenho acesso aos números para poder fazer a conta mas cheira-me a malabarismo com as palavras. O número total de sujeitos fiscais classificados como ricos é muito, mas mesmo muito inferior ao número total de sujeitos fiscais classificados na classe média. Daí que o alívio individual deva ser irrisório.
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ADENDA: Nem de propósito
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"Quanto ao impacto que esta redução das deduções para os mais ricos pode vir a ter em termos de alívio fiscal para a classe média, Saldanha Sanches está convencido que será «muito reduzido».
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«Estamos a falar de pequenas quantias, quase simbólicas, semelhantes ao corte da taxa de IVA em 1%»."
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"Corte de deduções fiscais para os ricos quase sem impacto"
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ADENDA (07h09 de 11.02.09)
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"são apenas alguns exemplos entre os cerca de 31 mil agregados familiares a quem o primeiro-ministro quer retirar benefícios fiscais. José Sócrates ainda não definiu quem considera serem os "ricos", mas tendo em conta a taxa que o próprio definiu, o grupo dos que ganham mais de 62 546 euros e pagam 42 % de IRS, será o atingido. No entanto, estes 31 mil são apenas 1% do total dos agregados, o que fará com que o "bolo" das deduções dividido pela classe média dê "valores tão pequenos que se tornam ridículos","
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(Sócrates tira a 'ricos' mas não ajuda classe média)
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"É uma proposta razoável, exequível, a favor da equidade fiscal e da justiça fiscal", replicou José Sócrates, explicando que o que propõe é que o próximo Governo faça uma reforma do sistema fiscal "de modo a que os rendimentos mais elevados tenham menos deduções" e, "aproveitando essa folga", se possam reduzir os impostos à classe média. "
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Seguindo a velha máxima da política portuguesa "É só fazer as contas!" Façamos as contas:
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Pressuposto inicial
Estado quer aliviar a carga fiscal sobre a classe média sem perder receita fiscal.
Assim, reduz as deduções fiscais aos ricos e aumenta-as à classe média. Logo:
O acréscimo global de receita fiscal sacada aos ricos = Alívio do fardo fiscal impostado à classe média .
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Em quanto é que cada sujeito fiscal incluído na classe média vai ser aliviado?
Não tenho acesso aos números para poder fazer a conta mas cheira-me a malabarismo com as palavras. O número total de sujeitos fiscais classificados como ricos é muito, mas mesmo muito inferior ao número total de sujeitos fiscais classificados na classe média. Daí que o alívio individual deva ser irrisório.
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ADENDA: Nem de propósito
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"Quanto ao impacto que esta redução das deduções para os mais ricos pode vir a ter em termos de alívio fiscal para a classe média, Saldanha Sanches está convencido que será «muito reduzido».
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«Estamos a falar de pequenas quantias, quase simbólicas, semelhantes ao corte da taxa de IVA em 1%»."
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"Corte de deduções fiscais para os ricos quase sem impacto"
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ADENDA (07h09 de 11.02.09)
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"são apenas alguns exemplos entre os cerca de 31 mil agregados familiares a quem o primeiro-ministro quer retirar benefícios fiscais. José Sócrates ainda não definiu quem considera serem os "ricos", mas tendo em conta a taxa que o próprio definiu, o grupo dos que ganham mais de 62 546 euros e pagam 42 % de IRS, será o atingido. No entanto, estes 31 mil são apenas 1% do total dos agregados, o que fará com que o "bolo" das deduções dividido pela classe média dê "valores tão pequenos que se tornam ridículos","
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(Sócrates tira a 'ricos' mas não ajuda classe média)
Ah! Isso é com os ricos.
Ao ler este trecho:
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"Não há nenhuma razão para que aqueles que são mais ricos passem a deduzir o mesmo que a classe média portuguesa deduz. Têm despesas com a educação, despesas com a saúde, muito bem, mas as suas deduções não devem ser o mesmo que é para a classe média. É por isso que teremos de reduzir essas deduções com um objectivo: o dinheiro que aí se poupará de despesa fiscal servirá para aliviar aquilo que são as contribuições fiscais da classe média",
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Ao recordar o filme da evolução do apetite do monstro (é olhar bem para a explosão insaciável) ocorre-me perguntar:
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"Primeiro vieram buscar os Comunistas,
e eu não disse nada,porque eu não era Comunista.
Então vieram buscar os Judeus,
e eu não disse nada,
porque eu não era Judeu.
Então vieram buscar os Católicos,
e eu não disse nada,
porque eu era Protestante.
Então vieram buscar-me a mim,
e nessa altura,
já não havia ninguém para falar por mim."
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"Não há nenhuma razão para que aqueles que são mais ricos passem a deduzir o mesmo que a classe média portuguesa deduz. Têm despesas com a educação, despesas com a saúde, muito bem, mas as suas deduções não devem ser o mesmo que é para a classe média. É por isso que teremos de reduzir essas deduções com um objectivo: o dinheiro que aí se poupará de despesa fiscal servirá para aliviar aquilo que são as contribuições fiscais da classe média",
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Ao recordar o filme da evolução do apetite do monstro (é olhar bem para a explosão insaciável) ocorre-me perguntar:
- qual a definição de rico?
- a definição de rico é estática ou situacional, ou seja, pode mudar por decisão de quem alimenta o monstro?
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"Primeiro vieram buscar os Comunistas,
e eu não disse nada,porque eu não era Comunista.
Então vieram buscar os Judeus,
e eu não disse nada,
porque eu não era Judeu.
Então vieram buscar os Católicos,
e eu não disse nada,
porque eu era Protestante.
Então vieram buscar-me a mim,
e nessa altura,
já não havia ninguém para falar por mim."
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O copo meio-cheio
A revista Business Week recorda que há quem aproveite a migração de valor que está a ocorrer:
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"For Some Small Businesses, Recession Is Good News"
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"For Some Small Businesses, Recession Is Good News"
O alfaiate industrial parte II
A propósito dos 20 anos de casa daqui.
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Este trecho do livro "Os Novos Líderes" de Daniel Goleman, Richard Boyatzis e Annie McKee
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"Quando os líderes se envolvem na estratégia apenas a nível intelectual, torna-se quase impossível manter a energia e o entusiasmo, e o processo de aprendizagem fica prejudicado. Então, do que é que os líderes da empresa mais precisavam? Como disse aquele gestor, precisavam "de se envolver emocionalmente, com os seus sonhos e paixões - tanto entre eles como com a estratégia -, e de se ligarem às possibilidades do futuro, a fim de permitir que se fizesse alguma coisa para construir esse futuro."
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Este trecho do livro "Os Novos Líderes" de Daniel Goleman, Richard Boyatzis e Annie McKee
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"Quando os líderes se envolvem na estratégia apenas a nível intelectual, torna-se quase impossível manter a energia e o entusiasmo, e o processo de aprendizagem fica prejudicado. Então, do que é que os líderes da empresa mais precisavam? Como disse aquele gestor, precisavam "de se envolver emocionalmente, com os seus sonhos e paixões - tanto entre eles como com a estratégia -, e de se ligarem às possibilidades do futuro, a fim de permitir que se fizesse alguma coisa para construir esse futuro."
segunda-feira, fevereiro 09, 2009
Preto no branco sem esconder nada.
O Norteamos alertou-me para esta explicação sobre a Qimonda:
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"Quimonda: Os marxistas «say it better»"
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Vale a pena ler.
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"Quimonda: Os marxistas «say it better»"
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Vale a pena ler.
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