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sábado, fevereiro 04, 2017

“To be successful, you have to bring something to the table"

Excelente texto "This Man Explains Why 'Closed Market Japan' Is Bunk: 'It's The Selling That's Hard.'". O jornalismo de investigação passa por coisas como esta, fugir da lengalenga e lerolero e perguntar a gente com skin-in-the-game:
"he thinks the idea that Japan is a closed market is ridiculous. “It is much easier to bring cars into Japan than most other markets,” Hansson told me. “The hard part is selling the car when it’s in Japan.”
...
“Strategically, Japan is a very important market for JLR. Being successful in one of the world’s most demanding markets holds a lot of prestige. It also is quite profitable because the import market to Japan is very high-end. What we sell is quite high up in the trim ladder in a quite lucrative model mix.”
...
[Moi ici: Pensem no que escrevo sobre a falta de paciência estratégica dos gringos e a sua paranóia com um modelo em que o preço mais baixo é o factor crítico de sucesso] Ford threw in the towel last year in Japan, claiming, long before “alternative truths” became fashionable, that “Japan is the most closed, developed auto economy in the world.”
...
“Japan is not an unusual market. Japan clearly is not more complicated than most other markets, and compared to America, it is less complicated.”
...
“The U.S. is totally different. Very unique crash-test standards. The whole emission standards are different. The U.S. system is far more cumbersome than in Japan, it requires a large deal of re-engineering, changes in body structure, different blinker systems, and so forth. The Japanese system is clearly smoother for us. It doesn’t require massive re-engineering. From my global experience, the requirements of the U.S. are tougher.”
...
“There is a lot of talk about Japan being closed. That’s blahblah – that is not the barrier. Those barriers can be much bigger in other markets like China, or America.
...
And then again, why are only 10% of registered cars in Japan imports, or 6% if you count in mini vehicles, or “kei” cars where there is (nearly) no foreign competition? Hansson recommended a closer study of the sales charts. What sells in Japan are high-end foreign cars. Premium cars is a low volume, big profit business. Japan’s biggest import-brand is Mercedes, closely followed by BMW. There are more Bentleys and Lamborghinis sold in Japan than Dodge or Chrysler units.
...
[Moi ici: O trecho que se segue encaixa-se no bê-à-bá da estratégia] If you want to make it as a car maker in Japan, you need to be aware “that the country has at least seven globally important carmakers, even more than Germany,” explained Hansson, “and they all are pretty good.” They have extensive distribution systems in Japan, they deliver cars make-to-order within a few weeks, they have plentiful parts and service. “To be successful, you have to bring something to the table the Japanese don’t have,” Hansson explained. The table of Japanese premium cars is pretty bare. ... If you are the “doctor, lawyer, or professional athlete” Hansson identified as his target group, and if you really want to show your status (which is not the Japanese thing to do) you need a foreign car. That market is not huge in numbers, but it is profitable, as Hansson conceded with a smile.
...
U.S. makers do not compete in that market.
...
the “doctor, lawyer, or professional athlete” would lose his clients or fans would he be seen in an Escalade. American cars have a reputation problem, explained Hansson, and reputation is big in Japan
...
you need to “have a consistent and long-term view on distribution, product lineup, brand strategy. You need patience and consistency, and that costs a lot of money. If you and I would start a new car company with one car that would revolutionize the world, Japan probably would not be the best place to start.”
...
[Moi ici: Dedicado aos Jerónimo e Martins] What Trump wants is not more exports, but fewer imports. He wants a closed market America, behind a wall with Mexico, and a 20% border tax, on top of the already onerous 25% “chicken tax” on light trucks, a market already ringed by non-tariff regulatory barriers only the big automakers can afford to scale. With that, the U.S. auto industry will lose its global competitiveness. Walls do that.[Moi ici: Leu isso aí Brasil?]

Ler também "Why GM struggles in Japan"

sábado, dezembro 17, 2016

No caminho certo?

O título pode ser interessante "Portugal com o maior crescimento nas exportações para a UE" ... ou não.

Tudo depende de uma informação que o autor não colocou no texto. Como o jornal é mais um apoiante da situação, penso logo que estão a branquear algo. Por isso, desconfio que os dados a que o título se refere possam ser só relativos à evolução em cadeia.

Se os dados forem relativos à evolução em cadeia, é uma boa notícia mas será uma coisa pontual. Agora se os dados disserem respeito ao acumulado do ano de 2016, então, nesse caso a notícia é muito boa. Muito boa porque ilustra o quanto as nossas PME estão a trabalhar no sentido certo. O sentido da subida na escala do valor passa por trabalhar para os mercados com maior poder de compra, para os mercados mais exigentes.

Espero que a evolução em causa seja esta última.


Adenda: Já depois de planeada a publicação deste postal cheguei à fonte e o caminho é o certo:

quarta-feira, dezembro 07, 2016

A tríade também está em Wall Street

A tríade que povoa os media em Portugal faz parte deste grupo:
"Economists often suggest that the loss of jobs in U.S. manufacturing is simply the result of lower-wage labor in other countries and the inexorable impetus of automation as it eliminates employment in manufacturing just as it did a hundred years ago in agriculture. Nothing we can do. It’s just economics. [Moi ici: Muggles que só acreditam no eficientismo e nas folhas de excel pois tudo se resume ao preço mais baixo]
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The inconvenient truth here is that not all countries have been equally affected by automation and global wage disparities.
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Studies show that the USA lost proportionately more manufacturing jobs than comparable countries. For instance, between 2000 and 2009, U.S. lost 33% of its manufacturing jobs, while Germany only lost 11%. Why?
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Like the U.S., Germany has generally played by the rules of the global trade system. But unlike the U.S., many German firms are privately owned. [Moi ici: Gente com paciência estratégica]
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In effect, while Germany and Asian competitors were strengthening their capacity to compete, U.S. firms were focused on the short-term issue of maximizing the share price, at the expense of long-term competitiveness, and allowing the policy environment supporting the competitiveness of its manufacturing industries to wane."
Não se esqueçam, desde Pedro Ferraz da Costa num extremo até Francisco Louçã no outro extremo do espectro político, quase todos os comentadores e académicos em Portugal partilham da mesma cultura embora o manifestem de fora diferente. Um quer baixar salários e o outro quer sair do euro, outra forma de baixar salários.

Trechos retirados de "Why Does US Lose More Manufacturing Jobs Than Germany?"

domingo, dezembro 04, 2016

Um Trump de esquerda

O que safa os políticos de serem apanhados e enxovalhados?
É pastorearem povos ignorantes e serem apoiados por jornalistas ignorantes, ou amigos, que nada perguntam, que nada desmascaram.

Ao ler o título "Carvalhas quer dívida externa denominada em "moeda nacional"" pensei logo na velha Albânia de Enver Hoxha.
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Qual seria a linha de acontecimentos mais prováveis se Portugal saísse do euro e unilateralmente decidisse pagar na sua nova moeda, o "excremento"?

O que aconteceria à participação portuguesa no comércio mundial?

O que aconteceria à participação portuguesa nos organismos internacionais?

O que aconteceria ao nível de vida dos portugueses?

Isto é tudo muito interessante mas é olhar para a frente e olhar para a frente é coisas que os fragilistas fazem pouco. Então, olhemos para trás, eis uma mentira completa:
"O euro tem sido "factor da perda de competitividade e desequilíbrio externo", disse Carvalhas, apontando ainda que a moeda única tem sido "um travão a maior expansão nas exportações" e questionando "quantos mais anos serão necessários para se tirarem as devidas conclusões?"."
Agora leiam "Não soube dar resposta?"



sexta-feira, novembro 11, 2016

E Trump foi eleito


E Trump foi eleito.
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Alguns escrevem que o foi porque os Estados Unidos aderiram ao euro e deu cabo da sua competitividade o que levou a deslocalizações em massa e consequente desemprego industrial para americanos com baixa escolaridade.
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Mas esperem aí, os Estados Unidos não aderiram ao euro, mantêm a sua moeda própria. Quer dizer que o problema nunca foi o euro?
Enquanto os economistas-políticos da nossa praça, como Ferreira do Amaral, dizem que o mal reside no euro que nos roubou competitividade. [BTW, não passa de conversa de Saruman, confiram os números da nossa competitividade].
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O que é que sempre defendemos aqui?
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Não era o euro, era a China!!!
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Por exemplo:
Interessante que só agora comecem a aparecer os estudos que vêm documentar o tal impacte chinês, como por exemplo aqui: "Guess What's Destroying the Middle Class?" [Só estranho é que o título retrate o fenómeno como sendo uma realidade ainda a ocorrer quando na verdade a onda da globalização já está a recuar, basta pesquisar o marcador "reshoring"]
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Nunca me esqueço de apresentar esta tabela:

Pena que os economistas sejam tão políticos e fechados nas suas torres de Sarumans e não visitem as empresas que fazem a economia real, não falo das empresas sediadas em Lisboa e no PSI 20, falo das PME.

terça-feira, outubro 18, 2016

Cuidado com os analistas que não sujam as mãos na massa

A minha formação de base é química. Perdi a confiança nos políticos quando, há muitos anos na televisão, ouvi num debate sobre Camarate deputados, juristas certamente - habituados a manipular palavras - com uma argumentação que implicava que a alquimia funcionava, que o elemento químico X se transformasse no elemento químico Y. Embasbacado dei comigo a pensar que se quando falam do que eu sei dizem e defendem estas barbaridades, como será quando falam do que não sei?
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Longe de mim passar por defensor do actual governo português. No entanto, ao ler "“Ninguém investe em Portugal porque ninguém sabe o que aí vem”" fico com a pedra no sapato.
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A senhora pode dizer muitas coisas com que concordo como:
"Na sua opinião, existe uma altura em que o governo deve repensar a estratégia?
Já devia tê-lo feito. Já levaram alguns raspanetes por parte da Comissão Europeia, por exemplo. Contudo, a questão é que o governo e os partidos que o apoiam foram eleitos com esta plataforma, precisamente. Tudo depende das prioridades do governo — se a ideia é baixar a dívida, já deviam ter mudado de estratégia há muito tempo. Porém, se a prioridade é cumprir aquilo que eles acham que a população gostaria que acontecesse, então provavelmente estão a ir por aí. É um governo populista, em certa medida."
No entanto, quando fala de coisas que eu acompanho, espalha-se ao comprido:
"Julgo que terá dado uma ajuda, mas a verdade é que, ao mesmo tempo, houve um impacto negativo muito grande sobre o investimento. Toda a incerteza em torno das políticas deste governo leva muitos investidores, e não apenas os investidores bolsistas, a preferirem ficar de fora. Isso mais do que compensa, pela negativa, qualquer impulso ao consumo interno.
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Algumas iniciativas deste governo têm, claramente, penalizado a competitividade de Portugal. Essa não será a única razão, mas as exportações de Portugal têm caído e isso é, certamente, uma das razões — a perda de competitividade." 
A senhora olha para as estatísticas e tira conclusões... mas a senhora não mergulha no que está por trás das estatísticas.
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O investimento cai, não porque as empresas invistam menos mas porque o governo torrou menos dinheiro em investimento público. Como quase todo o investimento público é torrefacção de impostagem futura porque não tem retorno esta evolução é positiva, espero que se mantenha. O investimento das empresas está a crescer.
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A competitividade de Portugal baixa e, por isso, as exportações baixam. Que grande treta. Basta seguir a análise mensal às exportações que faço aqui no blogue. As exportações caem por causa da evolução do preço do petróleo, por causa da evolução do preço do aço e por causa dos automóveis. Se excluirmos esses 3 códigos NACE, vemos que as exportações das PME portuguesas, calçado, têxtil, cerâmica, farmacêutica, plásticos, máquinas e ferramentas, ... continuam a crescer bem e muito bem. BTW, a propósito de medição de competitividade recordar este postal.
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Então quer dizer que as asneiras deste governo não prejudicam as empresas? Claro que prejudicam!
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No entanto, o impacte sobre as exportadoras é muito reduzido. Por isso, o meu aviso de há muitos anos: façam o by-pass ao país, para fugirem aos loucos que desgovernam. O impacte é importante é nas empresas prisioneiras do mercado interno.
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Cuidado com os analistas que não sujam as mãos na massa.

domingo, outubro 02, 2016

Competitividade e produtividade

Ontem chamaram-me a atenção para este texto, "A competitividade é a produtividade do topo".
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Um texto que expõe as ideias que defendemos por aqui há muitos, muitos anos contra a tríade, contra o mainstream.
"É importante ser eficiente, mas é vital ser eficaz, [Moi ici: Quem conhece este blogue está mais que habituado a esta linguagem. Por exemplo: "Eficácia, eficiência, e produtividade"] ser competitivo. Isto é, não apenas trabalhar bem, mas trabalhar bem a fazer o que vale a pena.
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Em termos de produtividade estrita, o aumento do valor do "output" por hora do trabalho de cada profissional, organização, região e do país como um todo, pode fazer-se dentro do que sempre se fez, ou seja, no âmbito dos negócios, cultura, estruturas, tecnologias, sistemas, qualificações, competências e capacidades de cada um, mas apenas até um certo ponto - parafusos serão sempre parafusos, nunca poderão ser novas tecnologias ou medicamentos. Este é o ponto vital para o aumento da produtividade: a competitividade. Não apenas melhorar, aumentar a eficiência, mas mudar, evoluir no sistema de valor, sofisticar produtos e serviços e alterar processos de trabalho.
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A competitividade é a produtividade colocada num contexto de mudança.
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Quando muita gente se questiona: produzir mais como? A resposta é fazendo outras coisas, de outras formas, aproveitando gente qualificada em domínios inovadores.
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São dinâmicas diferentes, a produtividade e a competitividade, mas estão relacionadas."
A propósito destes últimos sublinhados recordar: "Acerca da produtividade, mais uma vez (parte I)":
"Quando as pessoas falam da produtividade partem sempre do princípio que o que se produz se mantém constante ao longo do tempo... a produtividade é vista como uma medida de eficiência porque:
Porque se assume que a qualidade das saídas se mantém constante ao longo do tempo..."
O truque é mudar o que se faz, procurar alternativas com maior valor potencial para os clientes, e que podem, por isso, ser vendidas a um preço unitário mais elevado.
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Termino com esta frase escrita em Fevereiro último em "Aprenda a duvidar dos media (parte XV)":
"Aprendam de uma vez: ter mais produtividade não é o mais importante, sobretudo se for medida à engenheiro. O essencial é competitividade!!"
Produtividade medida à engenheiro: aqui.

BTW, deste postal do passado mês de Setembro, "Apontar aos segmentos e necessidades underserved":
"Apontar aos segmentos e necessidades underserved é apostar no campeonato da eficácia, é apostar na subida na escala de valor, é apostar no numerador da equação da produtividade. É, ser alemão!!! Fugir da roleta da desvalorização cambial como ferramenta de competitividade."
 Agora, tenham a curiosidade de ir pesquisar no marcador abaixo o que escrevo ao longo dos anos acerca do "Fórum para a Competitividade" e percebam como considero essa organização algo de nefasto para a competitividade do país.

quarta-feira, setembro 14, 2016

Apontar aos segmentos e necessidades underserved (parte II)

Parte I.
"An effective market strategy should align the strengths of a company’s product offerings with the customer’s unmet needs.
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Decide what offerings to target at each outcome-based segment.
The first step in defining the market strategy is to determine which products to target at each of the outcome-based segments that have been discovered.
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Communicate the strengths of those products to customers in the target segment...
Knowing that a product has features that are a competitive strength in a segment of the market is an important insight when it comes to aligning a product portfolio with customer needs.
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Include an outcome-based value proposition in those communications...
Build an AdWords campaign around unmet needs [Moi ici: Ainda ontem numa PME discutimos esta realidade. Eu sei lá que empresas texturizam moldes, eu preciso de texturizar um molde, primeiro vem o "job". Depois, é que aparece o nome dos potenciais fornecedores]
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Assign leads to ODI-based segments...
determine which outcome-based segment a specific prospect belongs to. With this insight, the prospect can be guided toward the solution that will best address their underserved outcomes.
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Arm the sales team with effective sales tools
Lastly, the sales team can be taught how to identify what outcome-based segment a customer or prospect belongs to and guide the conversation accordingly. Approaching a customer with the right value proposition and a clear understanding of their situation and unmet needs goes a long way to building credibility."

terça-feira, setembro 13, 2016

Apontar aos segmentos e necessidades underserved

A propósito deste artigo "Formulate a Market Strategy Around Underserved Segments and Needs" farei um segundo postal sobre o seu conteúdo que é muito rico. No entanto, gostaria de, por agora, concentrar-me no título.
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Não faz sentido formular uma estratégia de mercado em torno de segmentos e necessidades overserved?
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Sim, claro que faz. No entanto, essas serão estratégias talhadas para o combate pelo preço, que condenam qualquer empresa à espiral do eficientismo.
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Apontar aos segmentos e necessidades underserved é apostar no campeonato da eficácia, é apostar na subida na escala de valor, é apostar no numerador da equação da produtividade. É, ser alemão!!! Fugir da roleta da desvalorização cambial como ferramenta de competitividade.

quinta-feira, setembro 08, 2016

Competitividade? I rest my case!

Ontem, no Twitter, Álvaro Santos Pereira divulgou este tweet da OCDE:
Recomendo a observação atenta deste gráfico:

Sublinho a comparação entre a linha laranja e a linha azul.
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Mais um reforço para a minha campanha de descredibilizar as pessoas que dizem que a economia portuguesa não é competitiva, e que o euro é uma moeda demasiado forte para o nosso tecido exportador. I rest my case!
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Recordar os postais recentes:
BTW, comparar o desempenho de Portugal vs o de Espanha






quinta-feira, maio 12, 2016

CUT, produtividade, competitividade e gato e rato

Recomendo a leitura de "Acima da produtividade" e dos textos com o marcador CUT.
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Depois, recordar sobre os CUT postais como:
Por fim, sobre o jogo do gato e do rato recordar este postal de Janeiro de 2011 e o primeiro, de Junho de 2010.

segunda-feira, março 14, 2016

Outras competitividades

"As clusters mature, it becomes increasingly difficult for small players to remain competitive due to increasing volumes of production flow required for competitive efficiency. The corner lemonade stand is less efficient than a lemonade factory, as measured by the cost per gallon of lemonade produced. As efficiency-increasing innovations diffuse through a cluster, the production volume required for each participant to survive increases. The cluster only supports one or two participants with the lowest costs and highest mature volumes of minimum production due to scale and experience curve effects, assuming the addressable market’s unit volume is fixed. Smaller players literally get squeezed out. Figure 8.3 shows how cost efficiencies shrink the number of viable competitors in a stable-revenue cluster over time, as each seeks economies of scale. Only higher volume producers survive as learning curve effects raise the efficiency needed to compete. Investors aware of this experience curve effect should seek the most efficient operating firms, as measured by cost per unit of value delivered."
Este é modelo mental dominante. No entanto, as PME portuguesas são um exemplo vivo de uma realidade oposta. Nos últimos 15 anos a dimensão média das empresas diminui para se adaptar a competitividades não baseadas exclusivamente no preço.
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Há, para quem acompanha estas coisas há quase duas décadas, a visualização de uma evolução, de um eterno retorno... os grandes crescem, especializam-se e tornam-se muito eficientes e rígidos. Depois, quando o mundo muda... são os ratinhos que aproveitam não os dinossauros. A metáfora da Torre de Babel.


Trechos retirados de "The nature of value : how to invest in the adaptive economy" de  Nick Gogerty

domingo, março 06, 2016

O que é mais importante eficácia ou eficiência?

E recuo a Junho de 2012 e ao postal "É preciso ter uma lata!" para recordar Nicolau Santos e o artigo "The incredible Shrinking portuguese firm".
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E volto ao postal de sexta-feira passada sobre a Têxtil Nortenha:
"A Têxtil Nortenha, que chegou a empregar mais de mil pessoas e a facturar perto de 50 milhões de euros, dobrou o cabo das tormentas do sector e passou a dedicar-se em exclusivo à exportação. Tem 100 trabalhadores e facturou 9,5 milhões de euros no ano passado."
E volto a um postal de Março de 2013 com um exemplo sobre o calçado:
"Há 12 anos éramos 500 pessoas e tínhamos cinco clientes activos. Hoje somos 160 e temos mil clientes activos" 
E volto a este texto de 2012:
"A bias to small firms is costly. The productivity of European firms with fewer than 20 workers is on average little more than half that of firms with 250 or more workers (see right-hand chart). The deeper roots of the euro-zone crisis lie with the loss of competitiveness in the region's trouble spots." 
O que é mais importante, eficácia ou eficiência?

O mais importante é ser eficaz e, depois, acrescentar a eficiência. De nada vale ser eficiente se não se é eficaz.
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Os economistas acham que se se for eficiente, se se tiver uma produtividade elevada é-se competitivo.
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Lamento, penso de uma forma diferente. Primeiro, há que ser competitivo! Primeiro, os produtos têm de ter mercado.
Segundo, depois de terem mercado, de serem competitivos, as empresas podem pensar em produtividade. Os economistas pensam no aumento da produtividade através da redução do custo unitário, a realidade é que a produtividade em Mongo cresce pelo aumento do preço unitário (ver o exemplo da Têxtil Nortenha ou do calçado português).
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Nicolau Santos, um socialista dos quatro costados cita o artigo e nem percebe o quanto o autor segue uma tese contra o socialismo mainstream.

segunda-feira, fevereiro 29, 2016

O mundo alternativo em que poderíamos estar a viver

Ao recordar este episódio de 1992 em "Ainda a produtividade" e ao conjugá-lo com a loucura demente desta proposta de desvalorização dos salários em 50% para ganhar competitividade externa:

E com a evolução salarial real dos outros países:
Peço que reflictam no mundo alternativo em que poderíamos estar a viver se não tivéssemos aderido ao euro.
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Com poder sobre uma moeda própria é fácil imaginar o corropio de empresários e políticos a pressionarem os governos de Portugal para desvalorizar o escudo e tentar competir com a China numa race-to-the-bottom. Sem o euro nunca os empresários teriam tido o estimulo para subir na escala de valor e arranjar propostas de valor diferentes do preço.

quarta-feira, fevereiro 24, 2016

Aprenda a duvidar dos media (parte XI)

Parte I, parte IIparte IIIparte IVparte Vparte VIparte VIIparte VIIIparte IX e parte X.
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Como é que se distingue um economista de direita de um economista de esquerda?
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Como ambos foram formatados na crença no Homo economicus só conhecem a competição pelo preço. Assim:

  • um economista de direita acredita que a competitividade externa é recuperada baixando os salários nominais e revoltando os trabalhadores;
  • um economista de esquerda acredita que a competitividade externa é recuperada manipulando a taxa de câmbio e enganando os trabalhadores com a ilusão monetária.
Mais um exemplo de economista de direita ... Pedro Arroja:

Pois, comparemos com a realidade:
E, no entanto:

É claro que agora, 9 anos depois, é fácil vir dizer que mais este economista estava errado. No entanto, aqui, este anónimo da província, ao vivo e a cores punha o pescoço no cepo e defendia que eles, de esquerda ou de direita, estavam errados. Por exemplo aqui.

sábado, novembro 28, 2015

Empresas, competitividade, romances e epifanias

Primeiro um ponto prévio para evitar mal entendidos.
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Ser empresário nunca é fácil e em Portugal ainda é mais difícil. Por concepção em Portugal, em qualquer disputa, em qualquer conflito, em qualquer conversa, o empresário é o burro, é o estúpido, é o maldoso, é o culpado. Por isso, qualquer empresário tem a minha solidariedade e simpatia porque optou pelo caminho mais difícil, desde o que suporta a impostagem revolucionária de uma câmara municipal e continua a prover o seu sustento abrindo o quiosque de jornais todos os dias, até ao duo que mantém uma empresa de informática há mais de 25 anos a servir a industria da sua região, ou até ao trio que montou uma empresa de calçado do zero e em 8 anos construiu uma coisa bonita, passando por tantos que não aguentaram o choque de 2012 e tiveram de fechar, não por desonestidade, não por gastos supérfluos mas pura e simplesmente porque o mundo mudou e a sua hipótese de resposta não se reformulou a tempo.
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Por que escrevo este preâmbulo? É uma tentativa de esclarecimento preventivo para que não me acusem de arrogância intelectual.
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Ontem à noite, este tweet surgiu-me como uma revelação:




Ao longo dos anos, o empresário que proferiu tal afirmação desperta em mim um sentimento difícil de explicar mas de conotação negativa.
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Conotação negativa porque sendo presidente de uma instituição designada Forum para a Competitividade sempre o ouvi falar em competitividade como sendo baseada no preço e dependente dos custos.[Ver este postal de 2008 e este outro de 2009, por exemplo] É claro que há muitas empresas que baseiam no preço e no controlo/redução dos custos a sua competitividade. Contudo, muitas não quer dizer todas. Contudo, muitas não quer dizer que seja a alternativa de futuro para um país melhor.
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Aqui, separo-mo dos carmelitas-seculares que dominam a paisagem dos nossos media e recuso-me chamar de burro, de preguiçoso, de reaccionário a um empresário que compete pelo preço, que só sabe competir pelo preço. Para mim é um Saulo que ainda não se pôs a caminho de Damasco, é um Saulo que ainda não procurou o seu Ananias. Os carmelitas-seculares chegam ao ponto de defender que estas empresas deviam ser expropriadas e geridas pela vanguarda revolucionária daquilo a que chamo aqui há muitos anos de tríade.
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Voltando ao tweet, o empresário Ferraz da Costa, IMHO, não porque é empresário, mas porque é líder, porque é cabeça do Forum para a Competitividade devia ser um farol, um estímulo para os pioneiros portugueses da competitividade em Portugal e não um porta-voz das empresas que, muito legitimamente sublinhe-se, só sabem competir pelo preço.
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Voltando ao tweet, quando li que nunca tinha lido um romance, não sei como mas do fundo da minha memória murmurei qualquer coisa como:

-A Sandy também não!




Quem é a Sandy?
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A Sandy é um computador que num episódio tenta matar MacGyver. Nunca esquecerei, por mais anos que viva, as palavras de MacGyver quando percebeu que estava perante um desafio mortal e teve de formular uma estratégia baseada naquilo que neste conflito teria de ser o seu ponto forte.
"MacGyver: Well, old Sandy sure has a mind of her own, doesn't she?
Jill: Yes, but she thinks like me. So I should be able to think it through and find her pattern, logically and rationally.
MacGyver: Without the emotion, right?
Jill: That's what gives her the edge. People and emotion can't get in her way.
MacGyver: Well, I say we trust our instincts—go with our gut. You can't program that. That's our edge."
E logo a minha mente automaticamente formulou um racional para explicar o apego do empresário Ferraz da Costa ao preço como factor competitivo.
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Competir pelo preço é, muitas vezes, demasiadas vezes, uma violação da Teoria dos Jogos, seguir uma estratégia subordinada, uma estratégia dominada por outros e sob a qual vivemos tempo emprestado.
"Lesson #1: Do not play a strictly dominated strategy meu Deus, tantas empresas que violam esta primeira lição para viverem em sobressalto permanente, em recuo permanente, tempo emprestado. Teimam em desempenhar o papel de formigas num piquenique"
Fugir da guerra do preço significa distinguir valor de preço. Significa perceber que valor não tem nada a ver com custo, significa despertar para a epifania de que o valor é um sentimento não o resultado de um cálculo no excel.
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Como é que quem nunca leu um romance desenvolve os neurónios que suportam a capacidade de introduzir a arte nos negócios?

Lembram-se dos pincéis? Lembram-se de Hilary Austen? Lembram-se da experience economy? Lembram-se da arte nos negócios? Basta pesquisar este blogue.

That's our edge.

Ainda voltarei ao assunto.



quinta-feira, novembro 26, 2015

A mudança que quero ver na economia começa na minha empresa


Li "A ITV num novo ciclo político":
"Acima de tudo, João Costa apelou à criação de condições favoráveis ao investimento e ao aumento da competitividade das empresas nacionais do sector, citando questões como a legislação laboral, o acesso a financiamento e as oportunidades que podem decorrer da entrada em vigor do Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento entre a União Europeia e os EUA (TTIP). «Só temos que esperar, e exigir também, que este governo funcione bem, funcione de uma forma capaz, previsível, confiante, para que as empresas e a economia do país possam fazer o seu caminho e ser competitivas», concluiu."
A minha visão e o meu conselho, que cada empresa: assuma que a competitividade depende de si em primeiro lugar e não de uma boleia proporcionada por um qualquer governo.
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Não esquecer este exemplo "A distribuição de produtividades a funcionar, um exemplo tuga".


domingo, setembro 13, 2015

O FT a colar-se ao anónimo de província

O governo finlandês vai cortar 2 feriados, reduzir o tempo de férias e reduzir os subsídios de doença, cortar no pagamento das horas-extra e do trabalho ao Domingo, entre outras medidas de austeridade, para atingir o objectivo de reduzir os custos unitários do trabalho.
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Ainda recentemente, a propósito do que eram na altura as intenções do governo finlandês, escrevi neste postal:
"BTW, isto "Finns Told Pay Cuts Now Only Way to Rescue Economy From Failure". Numa economia aberta esta mensagem e terapia é necessária para os sectores não transaccionáveis quando o sistema fica insustentável. A mensagem é irrelevante para os sectores transaccionáveis porque o acerto ocorre a toda a hora e momento."
O que é que neste blogue se escreve há anos e anos sobre a tolice de querer ganhar competitividade com base na redução dos custos unitários do trabalho (através dos salários, da TSU ou da saída do euro)?
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Segue-se uma lista não exaustiva do que aqui fui escrevendo, sempre afastado do mainstream de direita e de esquerda.
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No entanto, antes de os convidar a ler/reler essas opiniões, convido-os a ler o que o FT publicou ontem "Since you asked: Un-Scandinavian lessons in balancing Finland’s economy". Posso ser um anónimo da província mas consigo que o FT esteja mais próximo do que aqui defendo do que os gurus mediáticos da nossa praça. [Moi ici: Se tiverem tempo, parem para pensar um bocado. As elites do pensamento económico cá do burgo estão tão desfasadas da realidade...] Estão mesmo a ver uns cromos a aconselhar a Nokia a baixar os custos de fabrico, para poder baixar o preço dos smartphones e, assim, recuperar vendas?
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Alguns exemplos dos textos:


sábado, maio 30, 2015

"Tão... século XX" (parte II)

Daqui "Ulrich: Exportações portuguesas estão a atravessar "história de sucesso"" sublinho:
"Ulrich lembrou que o peso das vendas portuguesas de bens e serviços ao estrangeiro passou de 30% para 40% do PIB (produto interno bruto), nos últimos 10 anos, o que coloca o país "à frente da Finlândia e próximo da Suécia e da Áustria", neste domínio."
Recordo o que escrevi ontem em "Tão... século XX" e acrescento:
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A Finlândia (posição 20 no IMD) é mais competitiva que Portugal (posição 36), and yet...
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A Suécia (posição 9) é mais competitiva que Portugal (posição 36), and yet...
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A Áustria (posição 26) é mais competitiva que Portugal (posição 36), and yet...

sexta-feira, maio 29, 2015

Isto é tão.... século XX

A propósito de "Portugal foi o segundo país que mais subiu no ranking mundial da competitividade".
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Isto é tão.... século XX, tão obsoleto, tão duh!
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Acham mesmo que a China, quando começou a sugar investimento, emprego industrial e fábricas de todo o mundo para as suas zonas especiais, sairia bem colocada neste ranking mundial?
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Isto é assumir que os países competem de igual para igual, independentemente da sua cultura, tradição, história e localização na atracção do investimento.
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A Finlândia é mais competitiva que a China, and yet...
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A Malásia é mais competitiva que Israel, and yet ...