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sexta-feira, abril 19, 2024

segunda-feira, abril 08, 2024

Sobre a transição dolorosa...

"A produtividade per capita em Portugal está abaixo da média da UE27. Segundo o Eurostat, no nosso país a produtividade por hora de trabalho, em 2022, situa-se em 22 euros, o que compara com 46 euros para a média da UE27, 40 euros em Espanha ou 63 euros na Alemanha. A produtividade nominal por trabalhador empregado em Portugal foi de 76,7% face à média dos países da UE27 em 2022 (76,8% em 2012). Ou seja, a produtividade média por trabalhador é 23,4% inferior em território nacional, o que coloca Portugal no fundo da lista do "ranking" europeu de produtividade. Com pior classificação estão apenas 4 países: Polónia, Letónia, Grécia e Bulgária. A liderar estão países como a Irlanda (124,8% acima da média) e o Luxemburgo (59,2% acima da média)."

Estes números são duros, muito duros! 

Contudo, não creio que a solução passe pelas ideias apresentadas no artigo de onde retirei os números, "Contributos para o aumento da produtividade em Portugal".

Mais uma vez:

"Alguém diz ao filho com 5 anos?

- A actuação do vosso ano na Festa de Natal do jardim-escola foi uma valente porcaria!"

Claro que não. 

Por isso, continuamos num jogo de faz de conta que se abstém de pôr o dedo na ferida.

Quando escrevo sobre a transição dolorosa, não é dolorosa só para os trabalhadores, mas também e sobretudo para as empresas. 

sábado, abril 06, 2024

Assim, não admira.

Em Agosto de 2023 publiquei este postal, "Empobrecimento garantido" que ilustrava como o crescimento dos salários em Portugal está divorciado da evolução dos lucros.

Assim, não admira:

"Portugal passa Espanha e Itália e torna-se o 2.º em precariedade"

- De onde vem o dinheiro para pagar os salários e os impostos?

- Das vendas.  

- Errado! Da margem entre o preço de venda e o custo de produzir e entregar.

Se a concorrência não deixa o preço de venda subir para compensar o aumento do custo de produzir e entregar, a margem vai encolhendo ano após ano. Assim, com receio crescente sobre o futuro, os empregadores decidem racionalmente diminuir os riscos, os compromissos para o futuro.

Daí o interesse do patronato em mão de obra barata imigrante.

segunda-feira, setembro 11, 2023

E as exportações?

No JN de Sábado passado pude ler "Exportações caem mais de 10% em julho".

10%?! É muito!!!

Ah! Comparam o mês de Julho de 2022 com o mês de Julho de 2023.

E o acumulado? Cai cerca de 1,2%.

O JN escreve:

"As exportações portuguesas registaram em julho uma quebra de 10,6% face ao mesmo mês do ano passado, recuando de 7,16 mil milhões de euros para 6,4 mil milhões. A venda de bens para Espanha e para o Reino Unido foram as mais penalizadas, com menos cerca de 300 milhões de euros. Os combustiveis, os químicos e os têxteis foram os bens com maior quebra. As estatísticas do comércio internacional divulgadas ontem pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que são os países da União Europeia que estão a afundar as exportações portuguesas. As vendas para o espaço comunitário caíram 424 milhões de euros, o que traduz uma descida de 8,8% face a julho de 2022.

A maior quebra foi registada no mercado espanhol, com menos 181 milhões de euros (10%) vendidos. A estagnação das economias europeias também se repercutiu nas exportações para Itália (menos 20%), Países Baixos (menos 17%) e Alemanha (menos 9%).

No comércio extracomunitário, a maior redução ocorreu com o Reino Unido"

De seguida a nossa habitual tabela que compara evolução dos valores acumulados homólogos: 

Interessante a heterogeneidade sectorial da evolução. Se retirarmos os combustíveis e lubrificantes as exportações globais estão a crescer quase 4%.

Nos próximos meses vai-se juntar o impacte dos números da Autoeuropa.

BTW:

  • as exportações do calçado estão quase iguais às do ano passado
  • o desemprego no calçado foi o que mais subiu em Portugal (mais de 15%)
  • vejo muita, mas mesmo muita heterogeneidade no sector (empresas que fecham e empresas cheias de trabalho)
  • o que se passa: impacte da inflação no volume de vendas? crescimento da subcontratação no Brasil e Marrocos?

segunda-feira, agosto 28, 2023

Falta a parte dolorosa da transição (parte II)

Na sequência do postal Falta a parte dolorosa da transição o João Ricardo no Twitter comentou:
"Acho que eu e tu continuamos com a mesma diferença de opinião sobre a qualidade dos empresários portugueses e da gestão em Portugal como causa para a falta de produtividade.

Nota que no excerto do Cavaco que citas ele está a pôr o dedo nessa mesma ferida."

Ainda no Twitter respondi:

"Penso que posso dizer que não divergimos quanto à avaliação da qualidade média da gestão. Não posso negar a 2ª figura deste postal Mas claro, eu só sou um anónimo engenheiro da província. Amanhã respondo com um postal para ilustrar que isso é irrelevante para o salto de produtividade que o país precisa."

Por que é que a maior ou menor qualidade da gestão é irrelevante para o salto de produtividade que o país precisa? 

Primeiro, olhar para o exemplo da cidade de St. Louis no Missouri, retirado de "How Rich Countries Got Rich and Why Poor Countries Stay Poor" de Erik S. Reinert. A produtividade nos sectores tradicionais pode aumentar mas atinge sempre um patamar de onde é difícil sair. Na figura que se segue:

Ilustra-se que por mais bem gerida que seja uma empresa no sector da aviação, ou da comunicação, por exemplo, não consegue ter uma rentabilidade melhor do que a média de outros sectores. Se olharmos para o perfil de sectores económicos de Portugal veremos que as melhores empresas têm rentabilidades inferiores a empresas médias de outros sectores económicos. Basta recordar o postal recente sobre o desempenho do sector farmacêutico em Espanha. 

Em França, por exemplo, temos:
  • Food / Hospitality / Tourism / Catering Average Salaries in France 2023 - 2840 €/mês
  • Pharmaceutical and Biotechnology Average Salaries in France 2023 - 5530 €/mês
  • Automotive Average Salaries in France 2023 - 3090 €/mês
O salto de produtividade que o país precisa passa por alterar o perfil das empresas e não por melhorar o desempenho das empresas existentes. A melhoria do desempenho das empresas existentes é bem vinda mas é muito limitada nas suas consequências.

BTW, uma nota final:
  • O Carlos consultor, trabalha com empresas concretas e, no seu trabalho, esforça-se para as ajudar a melhor a produtividade, independentemente do ponto de partida
  • O Carlos cidadão, preocupa-se com o empobrecimento generalizado da sociedade por causa da aposta na competitividade pelos custos, por causa do apoio a empresas que deviam morrer naturalmente e não serem mantidas ligadas à máquina com apoios e subsídios vários como os do Chapeleiro Louco

terça-feira, agosto 15, 2023

Acerca das exportações portuguesas e espanholas

Neste interessante artigo "La industria farmacéutica da el 'sorpasso al automóvil como mayor exportadora de España":

O artigo chama a atenção para o peso das vacinas Covid-19 produzidas em Espanha e que não terão peso no futuro. No entanto, é interessante notar a evolução do perfil das exportações entre 2019 e 2022 na figura acima.

Fiquei curioso e com vontade de comparar o perfil espanhol com o nosso:
Quase 20% das nossas exportações são veículos e combustíveis (em Espanha pouco mais de 13%)

Uma evolução assim faz-me pensar logo na evolução dos produtos farmacêuticos na Irlanda. 

Vou numa próxima oportunidade comparar a evolução do perfil das exportações portugueses entre 2013 e 2023.




domingo, julho 30, 2023

Obrigá-los a falar

Mais um artigo interessante, "3 Questions Sales Teams Should Ask After Losing (or Winning) a Deal":
"When salespeople lose a deal, most prefer to move on rather than linger over the specifics of the loss. Similarly, when they win a deal, most are quick to celebrate. But very few take the time to assess why they won the business.
In our experience leading and coaching sales teams, we see evidence that a brief, well-pointed sales retrospective, where you unpack the reasons behind a win or a loss, can significantly improve a team's future win rate. Beyond the obvious benefits for the sales team - for whom the process can help identify the best messaging and behaviors to use going forward - unpacking wins and losses also provides valuable insights for product, marketing, and finance teams."

Algo que algumas empresas não fazem.

As empresas deviam "torturar os dados" e obrigá-los a falar.

Recordo um caso, recolher os dados de uma tabela e trabalhá-los com os dados de outra tabela, para reparar em 3 pistas:

  • por que é que um cliente tem um preço muito mais alto do que a média?
  • por que é que um cliente nacional tem um preço inferior ao período homólogo em mais de 10%?
  • por que é que a Espanha saltou do limbo para o top 5 de vendas?
Como é que estas análises não se fazem com mais frequência? Recordo de um postal recente:
"too many small company leaders work "in" their businesses, rather than "on" their business"

quinta-feira, junho 15, 2023

Evoluir na paisagem económica

Ontem no JdN em "Alemanha cola-se a Espanha nas vendas de componentes - As exportações de componentes para a indústria automóvel cresceram 26,9% em abril, o 12º mês consecutivo de subida homóloga." sublinhei:
"Após um máximo mensal histórico em março, quando as exportações de componentes automóveis ascenderam a 1.112 milhões de euros, as vendas destes produtos ao exterior cifraram-se em 899 milhões em abril, uma subida homóloga de 26,9%, indicou a Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA).
A associação destaca que este foi o 12º mês consceutivo de crescimento em termos homólogos.
...
Em termos de crescimento homólogo, as vendas para Espanha subiram 21% no acumulados dos primeiros quatro meses do ano.
Já o mercado alemão apresenta, para igual período, um aumento no valor das vendas na ordem dos 29,5%, o crescimento mais expressivo entre os cinco principais destinos das exportações do sector."

Recordo o que escrevi aqui há dias:

"Just why should the organization renew itself when there is no crisis? 

...

Nothing breeds complacency like success. The point for maximum strategic paranoia is when you are at the top of your game." 

Ao ler o artigo de ontem no JdN fiz logo a ligação para um artigo do passado dia 9 de Junho no Eurointelligence de Wolfgang Münchau, "How an industry declines":

"There is a lot of confusion about de-industrialisation. It does not necessarily mean less industry and fewer factories. It means less money - a falling share of industry in an economy's value-added. That has a lot of important consequences, but not necessarily the ones people expect, or discuss.

...

The most important impact of the slowly creeping de-industrialisation is a loss of profits, not necessarily a loss of activity. That translates into relatively lower wages

...

The diesel scandal was the last hooray of the German car industry. 

They will still make cars in Germany in the future. But the industry will be dominated by other plays, it will employ fewer people, it will feed fewer suppliers, and its role in society will diminish."

No final desta leitura recordo que procurei mentalmente fazer um paralelismo com a deslocalização do têxtil alemão para Portugal nos anos 60. 

A ser verdade o que escreve Wolfgang Münchau, a AFIA devia agora estar a promover a paranóia estratégica entre os seus membros ("The point for maximum strategic paranoia is when you are at the top of your game"). Quantos iriam ouvir esse apelo?

No livro que acabei de ler na passada segunda-feira, "Lead and disrupt: how to solve the innovator's dilemma" de Charles A O' Reilly III and Michael L. Tushman, os autores contam a estória da empresa Ball Corporation:
"Ball is recognized around the world for its high-quality metal and PET plastic food and beverage containers, and for its leading aerospace technology products and services." 
O livro começa o texto sobre a Ball da seguinte forma:
"The story began in 1880 when Frank Ball and his four brothers began making wood-jacketed tin cans to carry kerosene for lanterns. However, soon after their founding, glass jars became an economical alternative to wooden buckets, so the Ball brothers quickly converted their business to produce glass jars, including what would become their most successful offering, the screw-top Ball jar that generations of Americans have used for home canning."
Esta empresa ficou-me na memória pela sua capacidade de evoluir na paisagem económica do seu tempo.

quinta-feira, abril 27, 2023

Por alma de quem?

Ontem no JdN comecei por ler:
"A inflação está a diminuir e a principal razão é que é uma inflação estranha, causada pelos lucros. A inflação está elevada porque as margens estão a subir e isso não é sustentável. Mais cedo ou mais tarde há concorrentes a entrarem no mercado com preços mais baixos e no final, as margens acabam por comprimir. Já está a acontecer nos EUA."

Achei uma justificação estranha.

Depois, mais à frente o mesmo entrevistado afirma:

"Ignacio de la Torre, cconomista-chefe da Arcano Partners, espera um movimento de "reshoring" regresso da produção para o pais de origem ou para próximo, em oposição à deslocalização para outras geografias -, que poderá beneficiar paises como Portugal e Espanha. Em entrevista ao Negócios, explica que este processo terá implicações na evolução salarial. 

...

Por causa da demografia. Não há jovens suficientes a entrar no mercado de trabalho. Com o processo de "reshoring", os trabalhadores começam a exigir salários mais elevados. A implicação disso é que provavelmente as margens vão sofrer no futuro, porque hoje temos as margens mais elevadas de sempre e isso não é sustentável. Penso que a evolução salarial vai começar a melhorar."

E a inflação vai baixar? Por alma de quem?

A inflação veio para ficar. Durante mais de 20 anos a globalização reprimiu a inflação à custa do nível de vida dos trabalhadores. Agora, com o reshoring o ajuste vai ter de ser feito

— Carlos P da Cruz 🇺🇦🚜🇳🇱🇬🇪 (@ccz1) April 24, 2023


 

quarta-feira, fevereiro 01, 2023

Amazing Portugal

 


Recordar A nobreza, o clero e povo.

Palavras do responsável pelas Jornadas Mundias da Juventude em Espanha em 2011.

Enfim, como me disseram no Twitter já hoje: é outra cultura, é outra religião,  é outro continente.

Fonte aqui.

quarta-feira, dezembro 14, 2022

Cuidado com os americanos

"Esta semana, um empresário alemão andou no Vale do Ave a fazer contactos para deixar encomendas têxteis que costumava colocar na China e Turquia. "Está disposto a pagar 20% mais para reduzir a exposição numa zona que considera de risco" conta um industrial do sector, animado com a perspetiva do negócio

...

Rafael Campos Pereira, vice-presidente da AIMMAP, a associação do sector metalúrgico, admite que 2022 vai fechar com exportações superiores a €20 mil milhões, 10% acima do recorde de 2021 e pelo menos quarto dos melhores registos mensais de sempre. Para isso, diz, pesam subidas nos principais mercados do sector Espanha, França e Alemanha além dos Estados Unidos, que deu um salto homólogo de 70% em oito meses

...

Na fileira têxtil, as previsões apontam mais uma vez para um recorde nas exportações, depois de o terceiro trimestre fechar 19,2% acima de 2019 (€4,7 mil milhões). Em quantidade, o ganho é de apenas 6%, o que leva Mário Jorge Machado, presidente da associação setorial ATP, a sublinhar que "há valorização de produto, mas também há mão da inflação". Aliás, recorda, o ano obrigou muitas empresas a recorrerem a lay-off pela subida dos custos e por cortes nas encomendas de marcas preocupadas com a redução do consumo.

...

muitas marcas americanas querem alternativas à Ásia,

...

No calçado ainda ninguém assume que o recorde de €1,96 mil milhões de 2017 será batido na frente externa, [Moi ici: Mentira o presidente da APICCAPS assumiu-o no último número do Dinheiro Vivo] mas "este é seguramente um dos três melhores anos de sempre", admite Paulo Gonçalves, porta-voz da associação setorial APICCAPS,

...

No caso da indústria do mobiliário, 2022 puxou os EUA do 5° para o 3º lugar no ranking dos maiores mercados, com um crescimento de 30% nas vendas, e Angola, "a beneficiar da alta do petróleo" para crescer 50%, regressou ao top 10."

Qual o perigo do mercado norte-americano? A sua baixa sofisticação, afinal estamos a falar de clientes que estão a sair da Ásia. Recordo o que escrevi em 2018 aqui no blogue, Tanta coisa que me passa pela cabeça...:

"Quem segue este blogue sabe que há muitos anos escrevemos e defendemos aqui que o mercado americano não pode competir com o europeu em preço unitário."

Por exemplo, na última Monografia Estatística publicada pela APICCAPS podemos encontrar:

  • Preço médio de um par de sapatos importado pelos Estados Unidos - 11,37 USD
  • Preço médio de um par de sapatos importado por Portugal - 13,28 USD
  • Preço médio de um par de sapatos importado pela Alemanha - 17,94 USD
  • Preço médio de um par de sapatos importado por França - 18,26 USD

Trechos retirados de "O sonho americano das exportações portuguesas" publicado no caderno de Economia do semanário Expresso do passado Sábado.

sexta-feira, maio 13, 2022

Exportações, gansos, mastins e ... "amélias"

O covid interrompeu a minha rotina de análise dos números das exportações. Olhemos então para os números das exportações no primeiro trimestre de 2019, 2021 e 2022 e comparemos o desempenho daquele grupo de actividades que sigo aqui há vários anos:


Os números estão alinhados com o que vou vendo no meu trabalho, com o que vou lendo sobre Espanha também.

Excelente trabalho de quem está no terreno, mas não se iludam: lembrem-se dos gansos e dos mastins.

Em noventa e duas entre 99 categorias económicas as exportações estão a crescer, e o que dizem, e em que gastam a atenção os líderes associativos?
"As principais confederações patronais do país voltaram a estar juntas em conferência de imprensa. Criticam agora a "falta de ambição" do Orçamento para este ano, numa fase dificil para as empresas." (Lido no JdN de ontem)

Tão focados e viciados em estender a mão à caridade do governo de turno que nunca mais percebem que podem construir pontes onde outros só vêem lacunas: "We start to see bridges where others see gaps."

quinta-feira, abril 21, 2022

Sildávia, exportações em alta e crescimento anémico

Ontem no Jornal de Negócios podia ler-se na capa:

Como não recuar de imediato a 2008 e à previsão mais fácil de todas as que foram feitas neste blogue: É triste ... (BTW, em Julho de 2018 Nuno Garoupa escrevia no Público "Quer isso dizer que, dentro de dez anos, com enorme probabilidade, apenas a Bulgária e a Roménia serão mais pobres que Portugal." Sorry, estamos em 2022 e a Roménia está à beira de nos ultrapassar.) Sim:

Interessante ... pensem bem naquela capa do JdN:

As exportações dos primeiros dois meses do ano 2022 superam as de 2021 em praticamente todos os sectores económicos. Por exemplo calçado 24%; mobiliário 11%; metalomecânica 9%; têxtil e vestuário 20%; plásticos 30%; borracha 15%; cerâmica 29%; farmacêuticos 13%; fertilizantes 137%, ... (OK, automóveis -4%)

Por exemplo, achei interessante encontrar em "Europe Wants Its Supply Chains Close to Home But It's Complicated" este relato:

"Maia & Borges, a toymaker based in northern Portugal, is on course for 12 million euros (almost $13 million) of revenue in 2022, up from 1.5 million euros in 2019, having won multiple orders from Europe, and the U.S when Asian supply chains were snarled up in the early months of the pandemic. Patricia Maia, chief executive officer, said the family firm will make 10 million toys this year and is building a third factory to cope with demand expected to hit 40 million by 2024. "From a business perspective, we've had a good two years,' she said."

Há menos de um mês escrevi Pergunta sincera, pergunta honesta sobre os dois cenários: com ou sem China. Onde discorro sobre a competitividade sem produtividade. Por fim, volto a Portugal não irá crescer se continuar a “exportar ‘mais do mesmo’”.

Lembrem-se, a culpa nunca é dos empresários no terreno. Esses dão o melhor que podem e sabem, alguns conseguem subir na escala de valor. Devemos sempre recordar o cão dos Baskerville: quem é que não está no terreno e porque não aparecem? 

Ainda esta semana foi-me roubada a atenção para esta notícia, por exemplo: "Simoldes investe 45 milhões em nova fábrica em Espanha". Não pela empresa, mas pelo sinal, mas pelo exemplo. Por que acontecem coisas deste tipo?

Lembram-se dos jogadores de bilhar amador contentes por terem roubado uma empresa aos lituanos? Em Ultrapassados pelo Leste

Como diria a Red Queen, in order to stay in a (competitive) place you have to run very hard, whereas to get anywhere you have to run even harder. Mas to get anywhere, como referem Taleb e Maliranta, é preciso sexo, Sexo, jardineiros, intervencionistas, Taleb e Cavaco Silva (parte III), não como estão a pensar, mas como mecanismo que permite o unlearn e o relearn.

segunda-feira, fevereiro 21, 2022

"A produtividade tem de ser uma exigência nacional!"

"A produtividade tem de ser uma exigência nacional! Se formos mais produtivos por unidade de trabalho incorporado, podemos aumentar a receita fiscal "sem dor", exigir uma melhor distribuição do fator trabalho, com ênfase para a qualificação (o que promove o aumento do salário médio), e evitamos a debandada dos portugueses mais talentosos.

Para percebermos porque é que Portugal é sucessivamente ultrapassado pelos novos países que se juntaram mais recentemente à União Europeia devemos olhar para os dados da produtividade do fator trabalho. Peguei nos dados da evolução da produtividade do trabalho por hora trabalhada em euros, para os últimos anos, para vários países que recentemente se juntaram à União Europeia, a que acrescentei Espanha e a Grécia.

E até excluí os anos de 2020 e 2021, por serem anos atípicos.

O resultado para Portugal é devastador. De 2015 a 2019, a produtividade na Roménia aumentou 37,1%, enquanto em Portugal apenas aumentou 9,6%, tendo ficado na média da UE a 27, onde a produtividade aumentou 9,6%, mas onde os restantes países com quem nos comparamos arrasaram: a Estónia 31,3%, a Bulgária 30,9%, a Lituânia 27,2%, a Letónia 26,2%, a República Checa 24,6%, a Eslovénia 18,4%, a Croácia 12,7% e a Eslováquia 12,3%!

É por estas e por outras que estamos como estamos e acabámos de perder um período de crescimento europeu notável porque não soubemos fazer o que devíamos: não mudámos o tecido empresarial, não amortizámos a dívida, não investimos..."

Recordar, acerca da Roménia:

Espero que João Duque já tenha abandonado a ideia de Julho de 2020 de substituir importações, Produtividade e tretas académicas.

Trechos retirados de "O orçamento pode esperar" de João Duque no Caderno de Economia do semanário Expresso do último Sábado. 

sexta-feira, dezembro 10, 2021

Produtividade e turbulência

A propósito de alguns artigos no Jornal de Negócios de ontem, em torno da mensagem da capa "Há empresas a fechar, outras a investir. A economia está bipolar?" recordei de imediato o índice de turbulência.

Enquanto uns olham e vêem:


Outros sabem o que vai por baixo:


Enquanto uns acreditam na homegeneidade, outros conhecem a heterogeneidade dentro dos sectores de actividade económica. Recordo "Debaixo da superfície calma e pacata".

Recomendo a leitura de "Evolução da turbulência empresarial em Portugal, por atividade económica, de 2004 a 2018" de Paula Sena. É de lá que retiro alguns números interessantes:
"Em Portugal, no período de 2007 a 2015, segundo estudo realizado pela Informa D&B (2016) 34 mil empresas foram criadas por ano. Destas, apenas 67% sobreviveram ao primeiro ano de criação, 52% sobreviveram no mínimo três anos e apenas 33% ultrapassaram 7 anos de existência."[Moi ici: Nunca esqueço outros números deste postal de 2008, "Concentrar, focar, sintonizar, alinhar"]

É de lá que sublinho esta relação entre turbulência e produtividade:

"Callejón e Segarra (1999), em sua pesquisa, em Espanha, sobre a relação entre demografia empresarial, o setor de manufatura e o crescimento da produtividade nas indústrias e região concluem que, em setores industriais, tanto a entrada quanto a saída influenciam positivamente produtividade. [Moi ici: Por um lado a tal famosa citação de Maliranta e a outra de Nassim Taleb, por exemplo em "Deixar a produtividade aumentar", por outro lado o efeito da saída das empresas explicado por Jorge Marrão] A entrada de novas empresas leva a um processo de investimento que incorpora capital, bens e ativos intangíveis mais eficiente, contribuindo positivamente para O crescimento produtivo. Além disso, a entrada das novas empresas, força a saída das empress ociosas no mercado. A soma da taxa de natalidade com a taxa de mortalidade gera a taxa de turbulência logo, nesse contexto, as autoras ressaltam que a alta taxa de turbulência empresarial é um fenómeno que acontece em praticamente todos os setores da economia e que, apesar de muitas vezes acarretar um baixo índice de natalidade líquido, implica uma melhor alocação de recursos para além de incentivar a inovação. [Moi ici: E voltamos à primeira figura de O presente envenenado e ao meu grito "Deixem as empresas morrer!"]

"A taxa de turbulência em si, e a sua separação (taxa de natalidade e mortalidade), possibilita uma primeira perceção sobre a possibilidade de realocação de recursos, das empresas menos produtivas para as mais produtivas, tendo como consequência possíveis movimentos empresarias. Existem evidências empíricas, na Europa, de setores em que se observa baixa taxa de turbulência concomitante com baixo nível de produtividade."
Querer aumentar a produtividade agregada do país sem deixar que morram empresas é quase impossível. Contudo, tal não significa que as que entram, automaticamente, sejam mais produtivas. É a lógica da biologia, tentativa e erro. Também deixar morrer as empresas e não criar condições para que mais empresas apareçam é um suicídio colectivo. Reinert escreve várias vezes: é melhor ter empresas ineficientes do que não ter empresas.

sábado, outubro 30, 2021

Subam os preços!

Vivemos tempos que eu nunca pensei viver. Parece que voltamos ao tempo em que a oferta é menor do que a procura. Ontem estive numa empresa que está a triplicar as vendas de 2020 e 2020 tinha sido melhor do que 2019. Outra, está a ser inundada de pedidos de clientes novos de Espanha. A minha reacção instintiva foi: subam os preços!!! 

E o que senti em resposta foi um olhar de receio: 

"Reasons not to raise prices.

Most businesses will go through extreme measures to delay or avoid raising prices. There are several reasons for this:

...

Competitive pressure

In hyper-competitive markets with ample supply, raising prices may drive away customers. This is common in transportation, hospitality, and commodities. However, if your industry is currently experiencing supply shortages, you are more likely to lose market share from product shortages than from price increases. In that case, you are better off governing demand through price increases.

...

Fear

The #1 reason small businesses do not raise prices is fear. People are uncomfortable with change, and altering pricing is a big change. Pricing is more than a financial decision: pricing changes your brand, marketing, operations, and sales. It alienates some customers and attracts others. To change pricing is so scary, most businesses will go years between price adjustments.

How price increases impact your business.

Pricing affects nearly every part of your business. Small price increases of less than 5% may not cause much disruption

...

Your branding shifts to a premium focus.

With higher prices, you signal to the market your goods or services are higher quality than the competition. Your marketing needs to shift to embrace this positioning. 

...

You lose cheap customers.

Every business has customers who expect a lot but want to pay little. Raising your prices naturally weeds out the cheap customers, saving your customer service and sales team many headaches! The downside is you might also weed out a small business customer you love to work with who now can no longer afford your brand.

Operations shifts from volume-focus to quality-focus. [Moi ici: Esta é, talvez, a mudança mais difícil de entranhar... recordar os anfíbios]

Low-price businesses are focused on volume and efficiency. High-price businesses are focused on quality, timeliness, and experience. To meet the expectations of your new premium customers, you will need to shift your staff's focus. [Moi ici: Eu concentrar-me-ia mais nos decisores, antes de ir aos operacionais

...

Should you raise your prices?

The right pricing strategy will depend on your business and your industry. I recommend performing a full competitive pricing analysis to determine the best course of action. If you do not have the time or resources for a full pricing analysis, here's a rule of thumb:

If there are shortages in your industry, you should raise prices."

BTW, não pretendo passar a mensagem, julgo que este blogue com quase 20 anos é testemunha disso, de que a relação entre fornecedor e cliente/consumidor tem de ser uma guerra, mas o mindset da imprensa é a favor dos clientes/consumidores. Recordar o que recomendo aos agricultores: deixar de pensar que existem para aliviar a fome no mundo, ninguém lhes paga por isso.

Trechos retirados de "Why it's Time to Think About Raising Your Prices"

sexta-feira, setembro 03, 2021

A sério?! Não percebe?!

Ontem, no comentário matinal, Camilo Lourenço disse que não percebia esta reacção da hotelaria, "Hotéis em Portugal sobem preços em 20% na pandemia. 5 estrelas têm o maior aumento".

A sério?! Não percebe?!

Primeiro, não é uma reacção portuguesa:

"Mas a tendência de aumento generalizados dos custos por noite não se ficou por Portugal. O estudo da Mabrian Technologies comparou os preços de 73 mil quartos, anunciado no Booking, Expedia e TripAdvisor, em cinco destinos no Mediterrâneo (Grécia, Itália, Espanha, Portugal e Turquia) e concluiu que a maioria dos países aumentaram os custos face aos valores pré-covid."

Segundo, os custos unitários da oferta aumentaram:

  • novas actividades tiveram de ser realizadas (segurança Covid);
  • os custos fixos tiveram de ser distribuídos por um menor número de clientes.
Terceiro, talvez o ponto mais importante, a elasticidade da procura durante a pandemia:
  • durante a pandemia quem recorria a hotéis não o fazia de ânimo leve, precisava mesmo de o fazer.

domingo, agosto 08, 2021

Comemos gelados com a testa!!!


Fonte aqui.

Portanto, acreditam que o mundo pós-pandemia vai ser igual ao mundo pré-pandemia. Portanto, acreditam que em economia se pode ligar e desligar sem efeito de histerese.

Este trecho é uma mina:
"A ideia é recorrer a dados que estão sob sigilo estatístico (mantendo o sigilo, claro) e encontrar mercados que estejam por explorar ou que possam ser mais desbravados ainda, aferir sobre quem são os campeões nacionais empresariais (atuais e em potência)."
Por que é que o jornal escreve aquele "(mantendo o sigilo, claro)" - até parece que não existe tráfico de informação sigilosa em Portugal.

Ainda veremos o governo a gastar algum deste dinheiro na instalação de um CyberSyn. Vamos voltar aos anos 70 e ao "socialismo científico". Gente que não percebe o que quero dizer com "optimismo não documentado".

A grande ilusão: encontrar campeões através da estatística. São estúpidos? Ou fazem-se? ... Fazem-me recuar ao "Predator State":
"In a world where the winners are all connected, it is not only the prey (who by and large carry little political weight) who lose out. It is everyone who has not licked the appropriate boots. Predatory regimes are, more or less exactly, like protection rackets: powerful and feared but neither loved nor respected. They cannot reward everyone, and therefore they do not enjoy a broad political base. In addition, they are intrinsically unstable, something that does not trouble the predators but makes life for ordinary business enterprise exceptionally trying.
...
predators suck the capacity from government and deplete it of the ability to govern. In the short run, again, this looks like simple incompetence, but this is an illusion. Predators do not mind being thought incompetent: the accusation helps to obscure their actual agenda."

Duas notas finais: 

  • Roubem, mas não me chateiem! (Sim, é o tributo que tenho de pagar aos Hunos)
  • Aprendam com o que os empíricos alemães do século XVII e em diante escreviam sobre Espanha (Portugal fazia parte de Espanha)

Daqui. E:

Grande Leibinitz:

E:



Todos daqui.

This time is different! 

A mim não me enganam. Só não quero que me chateiem. Embora o tráfico chateie-me mesmo!!!

domingo, agosto 01, 2021

Iludidos

A nossa cultura prefere as mentiras doces às verdades cruas.

Iludimo-nos com os números da taxa de desemprego, iludimo-nos com os números do PIB, iludimo-nos com bazucas.

Lembro-me das palavras do ICI-man:
"Planning is an unnatural process; it is much more fun to do something. And the nicest thing about not planning is that failure comes as a complete surprise rather than being preceded by a period of worry and depression." [BTW, olhar para o título do postal de Maio de 2009]  

Ontem no Dinheiro Vivo apanhei um discurso fora do comum em Portugal:

"Os encerramentos e insolvências neste ano estão ao nível de 2019, antes da pandemia. Os apoios públicos podem estar a adiar os fechos, numa altura em que o contexto económico é desfavorável. Já o nascimento de empresas é "muito desanimador", diz a responsável da empresa especializada em informação sobre o tecido empresarial, que explica que os dois fenómenos estão interligados.

...

Olhamos para a percentagem de empresas que conseguem fazer crescer o volume de negócios e, em tempos normais, de crescimento económico, esse aumento é sempre superior a 50%. Aquilo que tivemos efetivamente em 2019 foram 53% das empresas com o volume de negócios a crescer e apenas 35% a descer. Este número inverteu-se totalmente; em 2020, 51% das empresas que já apresentaram contas desceram o volume de negócios e tivemos apenas 33% das empresas com o seu volume de negócios a crescer. É a primeira ideia - mais de metade das empresas perdem músculo e volume de negócios em 2020. E também já podemos entender um pouco o sentido do volume total de negócio. Com esses 50% de empresas que entregaram as contas, vamos ter um decrescimento do volume de negócios total, que estará entre os 7,5 e 10%. Ou seja, há aqui quase uma semelhança entre a queda do PIB e a queda do volume de negócios das empresas. Neste momento está em 8,5%, para estes 50% de empresas.

Face a crises anteriores, como se compara? 

No pior ano da crise anterior, 2012, o volume de negócios das empresas caiu 5,6%. Estamos a falar, não digo do dobro, mas de um valor significativamente superior. Sendo que, olhando também para crise anterior, tivemos uma quebra de 5,6% no primeiro ano, em 2012, em 2013 não conseguimos recuperar nada e em 2014 recuperámos 2% face ao valor de 2013. Levámos cinco ou seis anos a voltar ao volume de negócios anterior.

...

nós tivemos esta quebra, mas as empresas não fecharam. Aliás, quando analisamos o número de empresas em atividade, temos mais empresas ativas neste ano do que tínhamos em 2019 e 2020. Ou seja, as empresas continuam a nascer, ainda muito menos do que anteriormente, mas como não fecham e não entram em insolvência... Há todo um conjunto de medidas e políticas de apoio que foram criadas, enquanto há restrições, há apoios. Há um efeito de desfasamento que está a ser mais prolongado do que em outras crises.

...

A nossa estimativa aponta para 10 a 15% de empresas que não vão resistir. E aqui não estamos a falar de insolvências, estamos a falar de encerramentos, empresas que não vão continuar, que vão sair do mercado. E, destas, eu diria que uma parte pequena serão insolventes. Este fenómeno de encerramentos ainda não aconteceu, e normalmente a subida do empreendedorismo tem a ver com a saída de empresas. Saem empresas, entram empresas, quanto mais saem mais entram. E isto não está a acontecer. E mesmo a questão do emprego, do aumento do desemprego, ainda não vimos números nenhuns. É impossível que não venha aí um conjunto de empresas que não resistem. As empresas que receberam apoios durante a crise, não podem despedir. Uma das condições muito claras tem a ver com isso. Não podem encerrar, não podem reduzir pessoal...

...

O que mostram os números deste ano relativamente ao nascimento de empresas? 

Muito desanimadores. Estamos com um crescimento de final de semestre de 14% face a 2020, mas tivemos um segundo trimestre do ano passado terrível, praticamente sem nascimentos, e ainda estamos 25% abaixo dos nascimentos do primeiro semestre de 2019. Espanha já vai com 10% acima de 2019. E também regista uma subida muito maior dos encerramentos. Tivemos um segundo confinamento muito mais agressivo do que Espanha. A subida de encerramentos e de nascimentos já está a acontecer em Espanha, nós aqui ainda estamos com encerramentos ao nível ou abaixo de 2019, e estamos ainda muito abaixo em nascimentos. E estes dois movimentos estão relacionados. Nós temos uma percentagem de 10 a 30% de sócios das novas empresas que já tinham empreendido antes. Se estão presos numa empresa não vão abrir outra."

Esqueçam a política politiqueira. Estamos a falar de economia e de preparação para a tomada de decisões. Estamos a falar de pessoas anónimas não serem surpreendidas na sua vida porque o discurso oficial é o de amanhãs que cantam. 

Trechos retirados de "Dez a 15% das empresas não vão resistir".

segunda-feira, julho 19, 2021

Curiosidade do dia

"O fator mais relevante nas novas medidas em Espanha, admite, nem é a redução de impostos sobre as receitas para 15% (Portugal já dá às PME redução para 17% nos primeiros três anos até 25 mil euros de receitas taxáveis). "É mais relevante uma medida há muito pedida por quem cria emprego em Portugal que pode ajudar já a curto prazo". Qual? "A redução do custo da criação do emprego, em específico, os impostos e contribuições para a Segurança Social". Henriques dá um exemplo: a maioria das empresas tecnológicas que a Bridge In ajuda a entrar no país tenta contratar engenheiros informáticos que recebem salários cinco a dez vezes superiores ao salário mínimo nacional, ou seja, "pagam taxas de IRS perto dos 35%, mais 34,75% da TSU". Resultado? "Cerca de 70% do custo da criação de emprego são impostos" e admite que "as simulações já estão a desincentivar algumas empresas a investir em Portugal".

O gestor admite que o país, com uma população envelhecida, precisa da receita dos impostos para "o importante Estado Social", mas lembra que "o governo deve entender o momento em que o mundo se encontra e as potencialidades que o país tem para acolher empresários e empreendedores globais"."

Trecho retirado de "Espanha atrai startups e nómadas digitais. E Portugal? “Custo do emprego é entrave”