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sexta-feira, fevereiro 05, 2010

Alicerces bolorentos

"Admitamos que o objectivo dos salários é manter o poder de compra..." (trecho retirado de "A questão salarial")
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E será? Se o alicerce do raciocínio está errado, o resto vale o quê?


sexta-feira, janeiro 29, 2010

A pressão vai aumentar

Desta vez concordo com Daniel Amaral:
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"As despesas, ao contrário, sobem apenas 0,4%, reflectindo um decréscimo em termos relativos, ao passarem de 49,1% para 48,5% do PIB. Em condições normais, seria um bom resultado. No estado em que nos encontramos, é um resultado péssimo. De facto, ele apenas confirma aquilo de que há muito suspeitávamos: o Governo não consegue controlar as despesas. Os mercados não vão gostar.
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Confesso-me desiludido. Os 8,3% de défice são um tiro no escuro. E os €14 mil milhões que se juntam à dívida escancaram a porta por onde as agências de ‘rating' há muito queriam entrar. Claro que o preço do dinheiro vai subir. Claro que a pressão vai aumentar. A realidade é esta: tinhamos um problema seriíssimo e quatro anos para o resolver; agora o problema agravou-se e pode não ter solução. Entrámos em alerta amarelo e a cor pode mudar a qualquer momento."
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Trechos retirados de "Alerta amarelo"
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Entretanto, Zparo em Espanha diz que vai cortar as despesas do estado espanhol em 50 mil milhões de euros em 2010.
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Já agora as palavras de Helena Garrido no Jornal de Negócios.
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Medina Carreira no alto da montanha observa, um após outro, a chegada dos comentadores menos sectários à sua posição.

sábado, janeiro 23, 2010

Lanchester em todo o seu esplendor! Ou, somos todos alemães (parte IV)


Típico de macro-economista que só admite que a procura é sempre racional. E que só vê o futuro como uma consequência lógica do passado!!!.
O Diário Económico de ontem publicou um artigo de Daniel Amaral "Chover no molhado" onde se pode ler:
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"Já o aumento da procura externa só conhece um caminho: a baixa de preços." e mais à frente "Quer dizer, por mais voltas que dermos à imaginação, e por mais ‘inputs' que introduzirmos no modelo, o resultado não se altera: a saída da crise passa pela eficiência empresarial e pelos custos unitários de produção."

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Releio o artigo de Daniel Amaral e fico com esta imagem na mente:Agrilhoada, aprisionada, eis o estado da mente de Daniel Amaral. Eis o estado da mente de alguém que aprendeu economia nos bancos da universidade no tempo em que a oferta era menor que a procura e em que os custos e a eficiência eram reis e senhores.
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O que Daniel Amaral não aprendeu nos bancos da universidade, nem podia, porque é algo que só surgiu em resposta a uma nova realidade, o mundo em que a oferta é muito superior à procura, é que a eficiência e os custos não são tudo.
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Não são tudo!!!???
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Não são tudo!!!???
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Como assim!?!?!?
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Se o que uma empresa produz não se distingue do que as outras empresas produzem, o negócio é preço e, nesse mundo Daniel Amaral continua com razão. Agora, se o que uma empresa produz é diferente e atrai os clientes, pelo serviço, pela novidade, pela diferença, então, o preço não é o factor crítico.
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O que quem, como Daniel Amaral, ainda não percebeu é que com a entrada na zona euro temos de deixar de ser empresas portuguesas com estratégias à antiga portuguesa e, passar a ser empresas alemãs com estratégias alemãs. Agora somos um país de moeda forte e a única forma de triunfar com uma moeda forte é fugir, como o diabo da cruz, dos negócios do preço.
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Daniel Amaral podia estudar as estatísticas do sector do calçado português, ou do mobiliário português, ou do têxtil técnico português, ou do vinho português de qualidade, ou da agricultura portuguesa virada para a exportação porque tira partido daquilo em que o nosso país pode ser bom e diferente com vantagem comparativa, ou da .... e verificar que toda esta gente não está no negócio dos preços e dos custos, já está a competir no numerador da equação da produtividade.
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O nosso problema é o peso do cuco e o peso do sector produtor de bens não transaccionáveis.
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Daniel Amaral podia estudar Larreche e perceber que cada vez mais temos de apostar na originação de valor, é aí que tudo se decide, é aí que não há limites.
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Sem essa mudança de mentalidade, vamos ter Daniel Amaral às segundas, terças e quartas a defender a redução dos custos para podermos exportar e, depois, vamos ter Daniel Amaral às quintas, sextas e sábados a defender o aumento dos salários para termos mais gente a viver decentemente. Resultado? Política de Penélope: faz para desfazer logo de seguida.
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O que é que é fundamental?
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O bem-estar dos cidadãos de hoje sem prejudicar os cidadãos de amanhã! Como se consegue? Com níveis de vida progressivamente superiores e sustentados no trabalho realizado e no valor criado! Como se consegue conciliar níveis de vida progressivamente superiores e sustentados com competitividade das exportações?
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Apostando em competir onde o preço não é o factor crítico!!!
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Contudo, enquanto Daniel Amaral, governo, políticos da situação e da oposição, associações patronais e sindicais, estiverem mais preocupados em defender as empresas de ontem com estratégias de ontem, mais atrasaremos o desvio de recursos de todos para a construção das empresas com futuro e com estratégias como futuro. Por que agora, agora somos todos alemães.
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Quando olho para as experiências que vou tendo e lendo não consigo deixar de ser um optimista. Se eu acreditasse que o nosso futuro passava pelos governos, de qualquer cor, ou pelas grandes empresas, ou pelos macro-economistas, ou pelos burocratas de Bruxelas eu seria um pessimista. Contudo eu acredito é na micro-economia, em pessoas e empresas anónimas que apostam e são capazes de criar valor onde os teóricos de Lisboa ou Bruxelas só vêem custos e capaciaddes e mais do mesmo.
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Mesmo que o canário grego morra e a nossa economia seja sugada pelo atractor grego e espanhol, no fim, teremos um cenário tipo Europa de Leste após a queda do muro de Berlim, ou Argentina depois da falência, um mundo novo para que a micro-economia recomece e menos prisioneira das limitações de quem protege o passado.

sexta-feira, dezembro 18, 2009

Apostar no numerador, no valor e não no lápis vermelho (parte II)

Depois de escrever e ler o último postal onde recordo o que Hamel e Prahalad escreveram sobre a eficiência eis que encontro mais um texto de Daniel Amaral no DE "O crescimento"
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Destaco este trecho:
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"Depois vem a eficiência. Há dois factores produtivos: o capital e o trabalho. Se estes aumentam, o que se espera é que produto aumente por duas vias: pelos factores em si e pelas melhorias associadas à produtividade. E aqui falhamos. Os nossos ganhos de eficiência ficam a uma enorme distância do que obtêm outros países em situações semelhantes. Não me perguntem porquê. Mas os nossos empresários devem uma explicação ao país."
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Longe está Daniel Amaral de perceber que os problemas da nossa indústria resultam, sobretudo, de um demasiado investimento na eficiência, de um esforço quase único em tornar mais eficiente o processo de produção do que já não é novidade.
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Longe está Daniel Amaral de perceber que os problemas da nossa indústria resultam, sobretudo, de um deficiente investimento na eficácia, na criação de valor, na subida na escala de valor.
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"Mas os nossos empresários devem uma explicação ao país." Devem? Devem mesmo? Se as empresas portuguesas que não apostam na eficácia, na criação de valor, na originação de valor vão sobrevivendo a culpa não é dos empresários.
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A responsabilidade deve ser assacada a quem não permite que o mercado faça a sua selecção... por exemplo, este texto de Camilo Lourenço no Jornal de Negócios "Adiar a reconversão significa empobrecer":
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"De cada vez que uma grande empresa ou sector da economia entra em crise, a solução preferida é conceder ajudas...
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O problema é que, entretanto, podemos estar a cometer erros que, a prazo, nos vão custar muito caro. Isto é contribuir para que as ajudas mal pensadas prejudiquem a reestruturação das economias. Para Portugal isto pode revelar-se um pesadelo porque é a economia do Euro que está mais atrasada e que precisa rapidamente de encontrar um novo modelo económico."
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É esta crença única na eficiência que leva a um beco com uma única saída, a saída que Daniel Amaral, Ferraz da Costa, Vítor Bento, Paul Krugman (A receita para a Espanha) e muitos outros conseguem ver... baixar salários! (BTW, o que dirá Magno sobre a opinião do seu amigo Krugman? Será uma proposta de esquerda?)

quarta-feira, dezembro 16, 2009

É pena...

Continuado daqui.
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É pena Daniel Amaral não acrescentar alguns números a suportar a sua fé no TGV.
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Avelino de Jesus, no Jornal de Negócios, publicou o terceiro artigo da série TGV um comboio para implodir "III - Os efeitos do investimento na alta velocidade" onde acrescenta alguns números:
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"Em todo o mundo só uma linha de AV - o percursor Tokaido Shinkansen , 1ª linha de AV lançado no Japão em 1964 - se revelou financeiramente rentável. O projecto português não fugirá à regra, e será particularmente deficitário, comparando com o caso espanhol. Devemos ter em atenção, em particular, o celebre fracasso da linha Madrid - Sevilha; esta no 2º ano de operação ainda estava abaixo de 3 milhões de passageiros/ano e agora, no seu 17º ano está nos 5 milhões, apesar das sucessivas reduções de tarifas.

No caso português, de acordo com as hipóteses que atrás avanço, as receitas representarão apenas 30% dos custos totais anuais. A aproximação ao equilíbrio não se faria com menos do que a triplicação das receitas - performance manifestamente improvável.
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Por exemplo, em França, a quota do transporte ferroviário de mercadorias era de 39% em 1970 e passou em 1990 para 26% e em 2007 para 15%. (Moi ici: basta comparar o custo do transporte m3 ou tonelada por km percorrido. Quanto mais alta a velocidade média o custo sobe exponencialmente. Como cada vez mais temos necessidade de flexibilidade...) Em Portugal a situação será ainda pior devido à situação periférica e à permanência da bitola ibérica das linhas dedicadas às mercadorias. Na Europa 35% do tráfego internacional de mercadorias faz-se por via ferroviária - em Portugal este é residual, com a quota de 1,5%.

Fora da Europa dois exemplos são também significativos dos efeitos da opção pelo investimento na AV: nos EUA a quota do caminho de ferro no transporte de mercadorias aumentou entre 1990 e 2008 de 38% para 48%. No Japão passou de 32% em 1970 para 9% em 1990 e 6% em 2008.

A defesa da AV em Portugal é suportada por apreciações subjectivas baseadas nas alquimias das "externalidades" e do "multiplicador" do investimento público. Aquelas, parecendo aceitáveis e interessantes na discussão teórica, não resistem à observação empírica dos projectos já no terreno.

O país vai ser atado a um encargo permanente de 1,5% do PIB para que os portugueses mais abastados possam dispor de uma comodidade conspícua."
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É pena que Daniel Amaral...

terça-feira, dezembro 15, 2009

É pena...

É pena que Daniel Amaral não nos ilumine:
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"Os casos do aeroporto e do TGV são especiais, por dois motivos: pela dimensão e pelo estado de penúria em que nos encontramos. Concordo com a sua realização, lamento que a análise custo-benefício tenha sido mal explicada, e admito adiamentos por razões exclusivamente financeiras."
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Seria bom que nos iluminasse a nós, a mim, mero provinciano bacoco, que não consigo vislumbrar hipóteses de retorno de tais gastos de dinheiro...
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O i, apesar de ser um jornal de construtora, podia convidar Daniel Amaral a apresentar a análise custo-benefício bem explicada e com todos os pressupostos apresentados...
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O que terá dito e escrito Daniel Amaral sobre o aeroporto de Beja e as suas obras? O que dirá agora Daniel Amaral sobre o aeroporto de Beja?
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Trecho retirado "Daniel Amaral. "Plano para reduzir défice só em dez anos""

domingo, novembro 29, 2009

"Eu recuso-me"

Aranha, meu caro, leia este artigo "O assador".
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Repare neste ponto:
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"A alternativa está no corte nas despesas. Recuperemos então a estrutura que deixámos lá atrás. Cortamos nos juros da dívida? É impossível. Aliás, estes juros ainda vão aumentar. Cortamos no investimento? Por Deus, não! Seria desistir de viver. Restam-nos três grupos de despesas: os salários, as pensões e as acções sociais. Querem fazer o favor de escolher? Eu recuso-me. Não consigo imaginar o choque que uma tal violência irá provocar no país."
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Cada vez mais comentadores da metade esquerda do espectro político estão a chegar a esta posição, uma espécie de imagem no espelho de Medina Carreira... o que é interessante é que se recusam a apresentar uma solução... Peter Pan's.
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O esquisito é como a postura irlandesa é tão difícil de assumir... a postura irlandesa é uma espécie de "Sauron" o nome que não se pode pronunciar... "Eu recuso-me"
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Façam hara-kiri.
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Lemingues!

domingo, setembro 20, 2009

Reduzir salários não é de esquerda nem de direita, é ignorância pura e dura... mitologia

O primeiro capítulo do livro "The Price Advantage" de Michael Marn, Eric Roegner e Craig Zawada, devia ser copiado e entregue a todos os gestores de uma empresa. TODOS!!!
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E já agora, pode-se despachar uma cópia para Daniel Amaral que nos quer convencer que reduzir salários é de esquerda.
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Os autores com base nos dados de 1200 grandes empresas dispersas pelo mundo chegaram aos seguintes valores médios:"Starting with price indexed to 100, we see that fixed costs (items like overhead, property, and depreciation that do not vary when volume changes) amount to an indexed average of 24.5 percent of price. Variable costs (expenses like labor and materials that shift in tandem with volume) account for another 66.4 percent. This leaves an average return on sales (ROS) of 9.1 percent.
Now, against these average Global 1200 economics, how much is it worth to improve your price by 1 percent? Assuming volume remains steady, price will rise to 101, fixed costs by definition are unchanged, and, since there is no change in volume, variable costs are also constant.
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Operating profit, however, rises to 10.1 percent from 9.1, a relative increase of 11 percent.
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The clear message is that very small improvements in price translate into huge increases in operating profit. When you talk about creating a pricing advantage, you may have to recalibrate your thinking about the significance of very small change. Pricing initiatives that increase average prices by only a quarter or a half percent are important because they bring
disproportional increases in operating profit. A 1 or 2 percent price improvement is a major victory with significant profit implications. Find 3 percent—and many companies can, once they start looking—and operating profit can jump by more than 30 percent, using average Global 1200 economics.
Pricing is far and away the most powerful profit lever that a company can influence. Continuing with average Global 1200 economics, Exhibit 1-2illustrates what happens to operating profit when each of the other levers is improved by 1 percent, while the other factors stay constant. (Moi ici: os números são quase semelhantes aos de Rosiello)
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Unfortunately, the pricing lever is a double-edged sword. No lever can increase profits more quickly than raising price a percentage point or two, but at the same time nothing will drop profits through the floor faster than letting price slip down a percentage point or two. If your average price drops just a single percentage point, then assuming your economics are similar to the Global 1200 average, your operating profits decrease by that same 11 percent.
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Quando nos acenam com a ideia de reduzir os salários... não! Ideia não! Quando nos acenam com o mito de reduzir os salários, mito por que é como o TGV, algo que se acena sem fazer contas, sem questionar... quando nos acenam com o mito de reduzir os salários acreditam que escaparemos com um tradeoff, reduzindo os salários reduziremos os custos fixos e por isso reduziremos o preço tornando-nos mais competitivos. Só que basta olhar para aquela figura acima... 1% de redução dos custos fixos só aumenta os lucros operacionais em 2.7%!!!
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Mas Marn et al também abordam este mito do "price/volume tradeoff":
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"If I lower my price, can I increase volume enough to generate more operating profit? Exhibit 1-3 explores how that tradeoff works—or, more accurately, does not work. If a business takes steps that effectively reduce average prices by 5 percent, how much of a volume increase would be necessary to break even on an operating profit basis?
With economics similar to the Global 1200 average, a 5 percent price decrease would require a 17.5 percent volume increase, not to increase operating profits but just to break even. Such an increase is highly unlikely. For a 5 percent drop in price to generate a 17.5 percent volumerise would require a price elasticity of –3.5:1. That is, every percentage point drop in price would have to drive unit volume up by 3.5 percent.
Our experience in real markets shows price elasticities commonly reach a maximum of only –1.7:1 or –1.8:1. On rare occasions, usually for consumer items purchased on impulse, it might be as high as –2.5:1. In the real world, –3.5:1 price elasticity is extremely rare. Thus, the basic arithmetic of decreasing price to increase volume to increase profits just does not add up. Note that you should do this calculation using the economics of your own business to confirm how the price/volume/profit tradeoff works for you."

sexta-feira, setembro 18, 2009

Inovação e redução de salários

No semanário Vida Económica de hoje:
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"Daniel Bessa salienta urgência de criar novas empresas em Portugal
«Portugal não pode ser competitivo com as empresas que tem hoje»
"
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"Em nome da competitividade, Daniel Bessa defende uma aposta forte no segmento empresarial capaz de promover a qualificação. «Melhorar a competitividade da economia portuguesa passa pela pequenas e médias empresas (PME) porque é aí que se vai crescer, é aí que se vai criar valor e é aí que vão ser criados empregos qualificados», antevê o professor de Gestão."
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Daniel Bessa acrescenta ainda: "«Mas há três áreas a que nenhuma empresa deve fugir no futuro: a planificação estratégica, que ainda falha em muitas empresas portuguesas, (Moi ici: como eu o sinto! Concordo! As empresas não podem continuar a pensar como no tempo em que a procura era superior à oferta.) a qualidade (Moi ici: de que fala Daniel Bessa quando fala da qualidade? Fala do embuste de muitas certificações? Fala da qualidade como conjunto de atributos, ou fala da qualidade como ausência de defeitos? Se fala de certificações... não sabe do que está a falar (ou seja, trata a certificação da qualidade como um mito. Como é que disse Kennedy: "The great enemy of the truth is very often not the lie – deliberate, contrived and dishonest – but the myth, persistent, persuasive, and unrealistic. Belief in myths allows the comfort of opinion without the discomfort of thought."))e a inovação (Moi ici: Fundamental, não podia estar mais de acordo. Empresa atrás de empresa, ano após ano, vou testemunhando como a proposta de valor assente na inovação faz milagres: quanto às margens, quanto à rentabilidade, quanto à imagem, ...). Hoje, a certificação da inovação ainda é emergente, mas no futuro vai ser muito importante», prevê." (Moi ici: Em Novembro de 2006 escrevi sobre a norma de referência aplicada aos sistemas de gestão da inovação. Só no final do texto da norma, na avaliação de resultados, aparece uma breve referência a: “A avaliação de resultados deve contemplar, conforme apropriado, a componente financeira, as vantagens competitivas para a organização e os benefícios alcançados.”)
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Daniel Amaral, no Diário Económico de hoje, no artigo "Balança amarga" continua o seu esforço de pregação missionária para nos convencer que descer salários é de esquerda. E remata, no final do artigo, ao melhor estilo 'lanchesteriano':
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"Mas ainda há duas áreas em que podemos actuar, e é urgente fazê-lo: podemos cortar nos custos de fabrico, para melhorar a oferta; e podemos diversificar os mercados de destino, para aumentar a procura."
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Please, rewind and read again... que retrato perfeito de macro-economista longe da realidade de uma fábrica... o que sabe ele sobre o amor, os casos amorosos, o sentimento que resulta da interacção com clientes, fornecedores e produtos. Daniel Bessa fala sobre inovação, subida na escala de valor, maior valor acrescentado... Daniel Amaral só escreve sobre os custos... só vê o preço como a variável a manipular... gostava que ele explicasse como é que prevê, por exemplo, a longo prazo, a subida sustentada do nível de vida de uma população que assenta a sua competitividade no preço mais baixo.
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Aconselho Daniel Amaral a ler o livro "The Strategy and Tactics of Pricing" de Nagle e Holden, talvez interiorize:
"Customers can be segmented by value perception into four categories"
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"Price buyers are simply looking for the lowest price, with little concern for marginal value and low brand loyalty. They are a distinct minority in almost every category, usually comprising not more than 15% to 20% of customers."
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"Value buyers are willing to pay more for marginal value and tend to be loyal to various brands they perceive as offering more value for the same dollar, but only after doing extensive homework on competing offerings."
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"Convenience buyers are not very brand loyal but are more willing to pay a higher price for exactly what they want, when they want it. Time tends to be of the essence, since the offering is either urgently needed or too small an expenditure to justify high search costs."
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"Relationship buyers place a high value on brand loyalty and are willing to pay for perceived value, as well as incremental value offerings."
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Como é que dizem os americanos?
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Don't try to compete with China on costs and with Wal-Mart on price.
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Ainda posso aconselhar Daniel Amaral a ler A Arte da Guerra do velhinho Sun-Tzu, ou Kasparov.
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Por que é que temos de estar condenados à pobreza da guerra dos custos se não estamos preparados para ela? Há muitas outras opções!!!

sexta-feira, setembro 11, 2009

Será que reduzir salários é de esquerda?!

Em Janeiro de 2008 Miguel Frasquilho fez um desenho, apresentou um gráfico sobre o tema. Hoje, Daniel Amaral no Diário Económico volta ao tema no artigo "A gestão dos salários".
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Estranho é que Daniel Amaral coincida com Ferraz da Costa e Vítor Bento na solução de reduzir os salários!!!
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"Uma análise aos últimos cinco anos revela que os salários sempre cresceram mais do que a inflação e, nalguns casos, até mais do que a conjugação dos preços com a produtividade. (Moi ici: isto não é novidade, só os jogadores de bilhar amadores é que podem surpreender-se com isto ao fim de 5 anos!!! Os jogadores de bilhar profissionais teriam previsto, teriam visualizado o que iria acontecer ainda mesmo da tomada de decisão) E 2008 reivindicou a cereja no bolo: com a economia estagnada e a produtividade a cair, os salários aumentaram 3,4%! Há quem desvalorize estes números e lhe chame acção social; eu chamo-lhe acelerador de falências. (Moi ici: E voltamos ao tema da competitividade. Como é que Manuel Maria Carrilho lhe chamou? Voluntarismo! "Por isso, as lideranças do futuro terão de resistir à armadilha do voluntarismo, seja na forma que conduz a contraproducentes provas de força com a sociedade seja quando ele se refugia num qualquer tipo de determinação mais ou menos iluminada." Isto por causa de quem defende que as empresas que falirem, por não serem capazes de resistir aos aumentos salariais, não fazem falta? Impor-mo-nos aos outros é tão fácil... arvorar-mo-nos em vanguarda que sabe tudo para todos... enfim!)

Claro que isto se repercute na vida das empresas, sejam exportadoras ou não. No primeiro caso, não conseguem competir na ordem externa - as exportações baixam. No segundo, não conseguem competir na ordem interna - as importações sobem. O resultado final é um múltiplo atentado ao país: caem o investimento e a produção, disparam o desemprego e o endividamento. Como é que ainda ninguém reparou? (Moi ici: Onde estava Daniel Amaral quando se discutiu o último aumento do salário mínimo?)

Como se vê, temos aqui um paradoxo: os salários de miséria... são altos de mais. O choque, que se adivinha terrível, vai ocorrer lá para o final do ano, gerido por um Governo previsivelmente minoritário no Parlamento. Adivinho o pior: o Executivo apelará ao realismo dos sindicatos; as oposições cantarão loas ao "social" e serão todas contra. A questão central fica de pé: como é que se explica a uma pessoa com menos de 400 euros que a solução para a crise está na redução dos salários?" (Moi ici: Custa-me que os macro-economistas só consigam equacionar manobras de Lanchester ... julgo que têm de primeiro descobrir e estudar Skinner, enquanto os macro-economistas lutam pelo aumento da eficiência... Skinner chama a atenção para a meta-eficiência, para a eficácia. Skinner doutorou-se muito tarde, trabalhou vários anos na vida real das empresas, sabia o que era a realidade para lá das teorias. Zapatero, durante a campanha eleitoral que o levou pela primeira vez à Moncloa, disse que aumentar impostos era de direita e reduzir impostos era de esquerda. Esta semana aumentou impostos... será de esquerda? Agora, desconfio que ainda vou ouvir que reduzir salários é de esquerda!!!)