sexta-feira, novembro 15, 2013

Mais sintomas de Mongo - Freelancing

Daqui "Why everybody's going freelance" e daqui "More workers choose independence":
"More Americans are declaring their independence: as in the 17 million that self-indentified as indepenendent workers--as in freelancers, temps, self-employed consultants and the like--as of May 2013, up 10% from 2011."
Daqui "Before You Go Freelance, Read This":
"A 2004 research study of 1,000 people by the Work Foundation suggests I’m not alone: More than 80% of those surveyed who were self-employed said they were satisfied or very satisfied with their jobs.”
...
In a world where job security is a quaint 20th century artifact, perhaps evolving an independent, freelance career for oneself is a cleverly Darwinian means of survival."
No meu caso foi perceber que queria especializar-me em algo que gostava e perceber que não fazia nenhum sentido para a maioria das empresas ter esse especialista nos seus quadros a tempo inteiro. Como eu dizia:
"Elas só precisam de alguém que aprenda até ao j.
Eu quero ir até ao z."
BTW, este fenómeno em Portugal para o INE não existe, ou não é captado pelos indicadores do emprego. Um freelancer não é considerado como tendo um emprego.

quinta-feira, novembro 14, 2013

Do país da espiral recessiva


O que mais me aborrece nisto é:
  • os políticos da situação a comportarem-se como se isto fosse por causa deles;
  • os políticos da oposição a menosprezarem esta evolução;
A verdade é que isto é, apesar deles todos.

O futuro do retalho

"The Experience-Seekers – “value the best experience, not just price” (32%). As the largest segment of M-Shoppers, they demonstrate why retailers still need to invest in providing a unique and compelling in-store experience.
.
The Traditionalists – “prefer the in-store shopping experience” (30%). These shoppers are committed to purchasing in-store, making them the least threatening segment for retailers. They are open to interacting with retail stores on their mobile devices, whether by website, store app, or even scanning a QR code."
É nesta gente, nestes 52% dos consumidores que o retalho tradicional, ou clássico, ou físico, se tem de concentrar para ter um futuro. Tem de perceber que não consegue competir no preço puro e duro.
"Retailers don’t have to resort to automatic price-matching to compete with online shopping. We uncovered several opportunities for retailers to engage M-Shoppers on their phones as part of the shopping experience. These range from varied discount strategies, to exclusive in-store experiences, providing the right mobile-ready information, engaging shoppers in social media, and designing loyalty programs that build long-term relationships with customers."
No entanto, basta ouvir quem está à frente da associação do comércio para perceber que estão longe desta reflexão. Por agora, culpa a crise como a única responsável pela queda das compras no comércio, por causa da perda de poder de compra.
.
O poder de compra há-de regressar e as vendas não subirão em linha com esse aumento. Então, procederão como o comércio tradicional procedeu aquando da invasão dos centros comerciais, sem estratégia, sem segmentação, sem diferenciação... muito choradinho e pedidos de subsídios.

Trechos retirados de "The Surprising Truth about Showrooming and the Mobile-Assisted Shopper"

Ver também "JPMorgan Chase's Brian Tunick on Retail's Recovery via Value Pricing"

Trabalhar, trabalhar, trabalhar

"Indústria portuguesa “mobila” Paris por 400 mil euros".
"Em 2012, as exportações do sector aumentaram pelo terceiro ano consecutivo e voltaram a bater um novo recorde, subindo 5% para 1.077 milhões de euros."

Há um mundo novo por explorar com base num novo modelo de negócio

Quando falo e escrevo sobre a economia da partilha e do aluguer, penso sobretudo a nível de consumidores.
.
Contudo, esta semana tive duas experiências que me chamaram a atenção para a validade do conceito no mundo do B2B.
.
Primeiro, numa conversa com um empresário de calçado, comecei a ouvir a história do costume no sector, um aumento das encomendas, a capacidade das máquinas de corte a ser levada para lá da capacidade nominal... e o receio em investir numa nova máquina. Depois, ainda acrescentou:
"As máquinas hoje em dia ficam ultrapassadas num instante!"
Na minha mente começou a dançar a ideia, por que é que os fornecedores não mudam de modelo de negócio e, deixam de vender máquinas e passam a prestar um serviço de aluguer de máquinas... vencia-se a barreira do capital para o investimento da compra inicial, as empresas ficavam mais flexíveis e podiam actualizar as máquinas com mais frequência.
.
Entretanto, ontem, no hall de entrada de uma empresa encontrei isto:
Manual Técnico de Aluguer
E ao folhear não pude deixar de juntar as peças e pensar que há um mundo novo por explorar com base num novo modelo de negócio... e voltamos ao postal do início da semana "Abraçar a mudança em vez de tentar incorporá-la"

Não é nada pessoal, é o modelo de negócio

A propósito deste filme, recomendado pelo João Silva:


Não concordo com o tom geral do artigo.
.
A Ryanair é uma espécie de vending machine.
.
Quem quer o preço mais baixo tem de sujeitar-se a constrangimentos que fazem parte do pacote.

quarta-feira, novembro 13, 2013

Aviso do dia

O cadastro de sucesso de previsões de Daniel Bessa não é famoso, e ainda bem para as PMEs portuguesas, portanto há que ter dupla precaução quanto ao que o senhor diz.
.
No entanto, é sempre importante avisar os incautos sobre o que pode vir aí:
"Portugal não tem condições para propor "com credibilidade" uma renegociação sem lançar um imposto "pesado" sobre o património, nomeadamente as componentes mais líquidas como depósitos bancários e carteiras de valores mobiliários, defendeu."
Assim, quando lhe falarem na renegociação da dívida, lembre-se disto.
.
Trecho retirado de "Renegociar dívida é "inevitável" e obriga a mais impostos"

Long live Mongo!!!

"2) The crowd is becoming like a company – bypassing inefficient corporations.
.
Of course, this means business change, as the internet tends to bypass intermediaries that don’t provide additional value add."
 Long live Mongo!!!

Trecho retirado de "What it Means to Large Businesses when the Crowd Becomes like a Company"

É a mentalidade de incumbente monopolista, ou protegido pelo Estado

"George Lucas as predicting that one day a cinema ticket will cost $150. Mr. Lucas and (and Mr. Spielberg) believe that the movie industry will, over time, concentrate on big budget productions and these will cost more to see in the cinema. Indeed, one senior equity analyst at Morningstar is quoted as saying, ‘differentiated pricing according to the movie’s budget makes economic sense.’”
.
“I think this is the sentence that caught my colleague’s eye: He and I teach a class on pricing. In it, we emphasize the simple point that fixed costs are irrelevant for deciding the price. If I could repeat this FACT in large, friendly letters like the warning on the Hitchhiker’s Guide to the Galaxy, I would. So, the idea that a movie’s budget should determine its price is not merely wrong but risible.
Depois de ler este texto, sobre a inexistência de relação entre custos e preços, encontrei este artigo "Santos Silva: “Há um grande espaço para aumentar a receita pública”" ... é a mentalidade de incumbente monopolista, ou protegido pelo Estado.
.
Trecho inicial retirado de "A Gentle, Cinematic Reminder That Prices Are Based on Value, Not Cost"

Um exemplo de radioclubização?

Costumo dizer que produzir é o mais fácil porque difícil é vender. Contudo, isso não significa abandonar a aposta, o investimento no produto.
.
Quando uma empresa desiste de investir no produto, entra naquilo a que chamo a radioclubização (aqui e aqui), tornando-se cada vez mais ôca, "hollowing", até que fica uma carcaça sem potencial valor intrínseco que apenas vive da ilusão criada pelo marketing.
.
E isso resulta até um certo ponto.
.
Foi disto que me lembrei ao ler "Abercrombie & Fitch: el riesgo de ser sólo ‘sexy’":
"“es de esperar cuando un modelo de negocio está basado al 90% en la marca y no en el producto”"

Outra anedota do dia

Isto "Pires de Lima quer empreendedorismo como disciplina de ensino obrigatório" fez-me logo recordar esta imagem que vi pela primeira vez há mais de 15 anos:


Comecei logo a pensar no processo burocrático para seleccionar os professores que darão esta disciplina.
.
Comecei logo por pensar no tipo de empreendedor-mentor que aceitará submeter-se ao vexatório processo que certamente começará por pedir provas de que nada deve ao estadinho e à segurança social.
.
Comecei logo por pensar na mente do empreendedor-mentor que irá aceitar seguir um programa centralizado criado por um qualquer burocrata ou por uma comissão de burocratas.
.
PS: A figura retrata uma acção de formação dedicada a aprender a andar de bicicleta.

terça-feira, novembro 12, 2013

Anedota do dia

"France is following a courageous, enlightened course that should be a model for competing nations."
Trecho retirado de "Why Paul Krugman is wrong about France"

Hipóteses de segmentação

Diferentes hipóteses de segmentação:
"Value-based Segmentation: Which customers are most valuable?.
To maximize your profitability, you can use analytics to identify your best prospects for cross-sell and upsell offers.
...
Vulnerability Segmentation: Which customers are most likely to leave?.
Customers can also be segmented in order to better prevent the loss of profitable customers to churn. As it is almost always more expensive to acquire a new customer than to keep a current one, banks can benefit from a data-driven approach to retention."

Trecho retirado de "Segmentation matters more than ever"

Os incautos e os incompetentes

Pelos vistos foi um sucesso a compra de bilhetes de tesouro por particulares.
.
Entretanto, hoje leio no JdN:

Pena que os jornais não cumpram a sua missão de informar e não expliquem aos incautos a relação entre o que estes figurões e outros dizem e a segurança do seu investimento. Será incompetência ou conluio com o poder, com o regime?

A mente do empreendedor

"“If you want to be entrepreneurs, you cannot think like sheep.” Entrepreneurs seem to have developed an independent streak in the way they assess market perceptions
...
Optimism is also a part of that same mind-set, and entrepreneurs are almost certainly unusually optimistic, in particular about the anticipated impact of their perceived capabilities on the market. Sometimes they are so optimistic that they grossly overestimate their chances of success. Some call that propensity irrational optimism because it is not justified by the objective probabilities, and it is true that aspiring entrepreneurs believe they will not fail where others have.
...
But if as an entrepreneur, I see a game of chance as a game of skill instead, then I have the possibility to make an extraordinary gain.
...
What’s more, the propensity to think independently, to challenge conventional wisdom, and to act in a contrarian fashion is not quite the same as irrational optimism. By tying their future worth to something that is, initially, worthless, impossible, or stupid, entrepreneurs are in a sense buying low—investing in an idea that is undervalued by others—so that they can later sell high, reaping extraordinary value from it."
Trechos retirados de “Worthless, Impossible, and Stupid" de David Isenberg

O fim do modelo económico do século XX

Um artigo que parece retirado deste blogue, "It’s the end of Walmart—and mass-market retail—as you know it":
"For a long time, having the best supply chain was enough. This is how Walmart became the powerhouse retailer it is: by building the largest, broadest, most efficient system for moving products across the United States.
...
Now those techniques have timed out, too. (Moi ici: O fim do modelo económico do século XX) We already know that 3D printing and robotic manufacturing technology can overtake centralized production. But the difference here is that a single company might not emerge to capitalize on these technologies (Moi ici: A democratização da produção, a ascensão da cultura indy, a explosão de variedade, o fim do poder das empresas grandes que apostam na escala e volume) the way singular brands like Walmart and Amazon have in the past. Instead, we are now entering the primacy of design. (Moi ici: A ascensão do design como a moeda-forte do futuro)
...
(Moi ici: O que se segue é tão a visão deste blogue para o futuro do mundo económico, o Estranhistão) 3D printing, together with steady advances in robotics, is making it increasingly plausible to create smaller, more nimble production houses, which are more widely distributed closer to buyers. This shift in the distribution of manufacture means that those giant supply chains Walmart invested so heavily in are suddenly becoming obsolete....
 It’s a kind of inverse instance of the laws Ronald Coase (Moi ici: A terceira ou quarta vez que se escreve aqui sobre o fim do modelo de Coase neste blogue nos últimos dias) described as part of his 1991 Nobel-prize winning work, which stated that large corporations exist to utilize advantages of scale in transaction costs.
...
The upshot of this is the very beginning of exponential growth in which design creates rapid-adoption online meritocracies, with the most popular designs enjoying widespread appeal and ready mimicry."
Mongo, Estranhistão, prosumers, democratização da produção, indy...

E outros sectores, por cá, não podem fazer o mesmo?

Ideia interessante "Starbucks red cups runneth over with holiday cheer (and wide profit margins)":
"He says department stores can promote huge holiday inventories, but coffee shops just have coffee. “What they need to do is come up with special items to break the habit consumers have of getting the same thing in the same way every single day.”
.
Even if it’s just putting plain coffee in a pretty red cup."
Por exemplo, por que é que uma padaria não pode fazer o mesmo? Por que é que não se podem criar produtos sazonais, como o bolo-rei, apostando na escassez, numa tradição, num ciclo natural, para obter margens mais interessantes?
.
E outros sectores, não podem fazer o mesmo?

segunda-feira, novembro 11, 2013

O excedente alemão e Mongo

Os que criticam o excedente económico alemão, acreditam que as exportações alemãs roubam mercado aos outros países da UE?
.
Quem acredita nisso, ainda vê a paisagem competitiva assim:
Quando ela teve esta evolução:
Ainda pensa que estamos no Medioestão:
Quando estamos em pleno desenvolvimento do Estranhistão, com mais gente fora da caixa do que dentro da caixa:
Ao menos podiam olhar para a natureza e perceber o que se está a passar:
O aumento das exportações alemãs não representa, uma terraplanagem das exportações portuguesas, espanholas ou gregas:

Os Dupond e Dupont, por exemplo.

As exportações no mês de Setembro voltaram a disparar, escreve o JdN em "Exportações voltaram a disparar em Setembro".
.
Acho verdadeiramente notável um crescimento das exportações homólogas de quase 10%.
Ainda mais notável um crescimento das exportações homólogas para a UE de quase 7% (17,6% para fora da UE).
.
A rádio Renascença, no noticiário das 12 horas veio logo pôr água na fervura, disse que o crescimento se devia aos combustíveis e lubrificantes.
.
Em minha opinião não deixa de ser uma conclusão um pouco precipitada.


As exportações de não-"Combustíveis e lubrificantes" cresceram 66%.
.
Pena não ouvir ninguém, de entre os que duvidavam disto, aparecer a retratar-se.
E os que achavam fundamental reduzir a TSU, ou sair do euro, ou reduzir salários, ou trabalhar mais horas para conseguir isto?
.
.
Onde estão?
.
Já refinaram o seu modelo mental?

De-commoditizar

Ainda no Sábado usei esta imagem:
Como contraponto à importância da interacção que potencia a co-criação de valor através do co-desenho e da co-produção.
.
O oposto da co-criação de valor é a impessoal "vending machine". Por isso, sublinho este trecho:
"There was a time when a commodity was defined as something that is standardised, fungible, provided without differentiation. And companies moved heaven and earth to try and find a way to differentiate.
.
There’s a new definition of commodity emerging: a product or service where there is no relationship between customer and company. Companies in that position will go the way of all flesh."
E claro que neste blogue a missão é a de promover a fuga ao estatuto, à classificação de "commodity".
.
E a sua empresa, aposta na interacção? O que faz para co-criar valor?
.
Recordar o "Adivinhem"
.
BTW, há clientes para quem a melhor oferta e a melhor opção de compra é a commodity. Por isso, sabe quem eles são? São a praia da sua empresa? Imagine que sim, que são. Serão a sua praia no futuro? Não? Se não, como vai fazer a transição para outra praia?

.
Trecho retirado de "Thinking about change and choice and consequence"