quarta-feira, março 20, 2013

A evolução mundial do retalho, a demografia e Gaspar

Doug Stephens em "The Retail Revival: Reimagining Business for the New Age of Consumerism" faz uma revelação interessante a Wal-Mart, a Target, a Kmart e ainda a Koll's foram todas criadas no mesmo ano: 1962. Depois, explica como o boom demográfico do pós-guerra estava maduro para a experiência de homogeneização e baixo-preço que começaria a dominar o retalho, uma espécie de massificação eficientista da experiência de compra e de venda.
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Para já interessa-me salientar o que o autor pensa que será o futuro do retalho:
"Today, 50 years after the wave of 1960s consumption began, the very youngest baby boomers are 49 years old. According to the U.S. Bureau of Labor Statistics, it is a statistical certainty that spending among Americans begins to decline after the age of 50. (Moi ici: E na Europa não será diferente. E, na Europa o avanço demográfico está muito mais avançado) We simply need less stuff once we reach 50 and beyond. In fact, most of us by that age are trying to pawn our junk off on our kids! This natural decline in spending typically conies gradually as a generation ages. What's happened, however, has been a more abrupt shutting off of the tap as boomers, many of whom lost ground in the stock and real estate markets, begin to reevaluate their situations. Many have found themselves standing at the edge of the precipice of retirement without a parachute. Statistics aside, some would argue that boomers are still the wealthiest generation in history, and that their spending won't simply dry up, but will merely shift away from certain categories like electronics and housewares and toward others like travel and health services. And while this shift is already taking place, there are other issues that are only now beginning to surface. One is that baby boomers are carrying record debt loads. (Moi ici: Recordar estes números no caso nacional)
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So, the unfortunate news for retailers is that this is by no means a mere recession. There is no neat and tidy recovery around the corner. There is no natural heir apparent to the baby boomer consumer. There is no one easily targetable group like the baby boomers out there to sell to. And unlike during the 196os, there's no big fat homogenous segment in today's market. It just doesn't exist. (Moi ici: Segue-se uma descrição de Mongo)  The prototypical household that represented the big bull's-eye in the market is an increasing minority. In fact, today's consumer market comprises a myriad of lifestyles, family compositions, ethnic backgrounds and economic standings, and all of it seems to amount to less direct influence on who buys what. Identifying your "ideal target consumer" in this landscape is, as one of my most loved bosses used to say, like trying to "pick fly shit out of pepper." In other words, it's really hard!
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he sees as a hopeful horizon where consumers actually take back control of their behavior, holding themselves and the companies they do business with to higher business and social standards. It will be a time when responsible purchasing can mitigate the rampant consumerism that marked the boomer decades. His research pointed to a consumer who had become infinitely more mindful and considered in his or her purchasing behavior, and who had begun to anchor his or her brand choices to starkly different values than in years past. The more traditionally sought-after brand attributes of convenience, selection and price had begun, he found, to give way to new and deeper qualities like kindness, empathy and lasting quality. Consumers, it seemed, longed to return to a time when they could actually like the places they shopped and feel good about spending their money there. There was one thing in particular from our conversation, though, that really stuck with me. John stated that while many were calling this post-crisis economic climate the new normal, he actually saw it as being the old normal. In John's mind, it was the last 50 years that were really more of an anomaly, relative to consumer behavior throughout the rest of history. (Moi ici: Quantos pensam nisto? Quantos admitem estudar esta hipótese? O que dirá Vieira Lopes, líder da CCP, sobre isto? Tem opinião, ou pensa que é tudo culpa de Gaspar?) This recession, in other words, wasn't causing a hiatus from consumerism: rather, it was reforming consumerism back to how it was intended to be: thoughtful, responsible and values based."


As forças que nos afastam do século XX (parte III)

Parte I e parte II.
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Mais 3 forças que Krippendorff lista em "Outthink the competition"
"2. Acceleration 
As economies of scale slip away, they are making room for a historic acceleration in the pace of business competition. Cycle times are shortening and the pace of competition is accelerating. Not only can entrepreneurs start companies at a radically lower cost, they can do so at a fraction of the time once required.
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Today conventional wisdom about the time needed for a product launch is being shattered.
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This trend is hitting industry after industry.
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3. Disaggregation
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the era of economies of scale is giving way to what she calls distributed capitalism. (Moi ici: o que já aqui se chamou, democratização da produção, ou indy capitalismo, ou Mongo) In her view, the "myriad ways in which production and consumption increasingly depend on distributed assets, distributed information, and distributed social and management systems" is transforming the nature of business competition. Where factories, distribution channels, and marketing were once concentrated in a few places by a few companies, all of these are now fragmenting into distributed constellations. (Moi ici: os tais milhões de girassóis)
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4. Free Flow of Information 
Information, once controlled by the powerful as a way to maintain their power, is now slipping between their fingers." (Moi ici: o fim da assimetria da informação
Tudo a convergir para o desenvolvimento da metáfora de Mongo.

Mongo é pós-geografia

Há um ano, em "Acerca da proposta de valor" escrevi:
"a democratização da produção, da divulgação e do conhecimento, está a recriar essa variedade regional, já não com base na geografia, mas com base em tribos comportamentais, mas essa corrente ainda não foi interiorizada pelo mainstream e pelos "fazedores de opinião"."
Seth Godin reforça essa ideia em "Understanding local media"
"And finally, we're discovering that when given the chance, people are a lot more interested in what they're interested in, as opposed to what their physical neighbors are doing.
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Going forward, then, the real kings of media will be local in a totally different sense. They will be the narrators and arbiters of interest for groups that actually have aligned interests. The daily newspaper for families wrestling with juvenile diabetes, or bi-weekly email op ed for the pop music industry. If one of those categories happens to be, "lives in zip code 10706," that's just fine, but it's an exception, not the default."

Patrões e salários

Vítor Bento coloca uma pergunta que tanto tenho feito a mim mesmo:
"O interessante não é que patrões defendam aumentos de salários. Isso faz parte, não só da legítima diversidade de opiniões que, devidamente fundamentadas, enriquecem o debate público, mas da própria diversidade das condições de funcionamento das várias actividades ou empresas. Também não é intenção deste artigo produzir qualquer juízo sobre o valor, justo ou exequível, do salário mínimo. (Moi ici: Sublinho o mesmo aqui)
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O que acho verdadeiramente interessante e revelador é que patrões precisem que o Estado os mande aumentar os salários! Pois se acham que se devem pagar salários mais elevados, porque é que não os aumentam? Porque é que precisam de uma ordem do Estado?
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Julgo que a explicação é simples. É que, por um lado, se não for o Estado a dar a ordem, são eles que têm que assumir a responsabilidade pela decisão e pelas suas consequências. Se a coisa correr mal não têm para quem passar as culpas. E, por outro lado, preferem evitar os riscos da concorrência, preferindo impor, por via administrativa, a uniformidade de comportamentos, assegurando que todos fazem o mesmo, ao mesmo tempo. (Moi ici: Um ponto de vista interessante)"
Um dos principais defensores do aumento do salário mínimo nacional é o líder da CCP. Entretanto, o que se passa no sector do comércio?
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"Só na Guerra Junqueiro, em Lisboa, 90% do comércio está em vias de fechar, denuncia União de Comércio.
Por um lado, rendas demasiado elevadas, que os senhorios se recusam a renegociar e que os comerciantes já não conseguem suportar. Por outro, rendas antigas que estão a ser actualizadas para valores incomportáveis"
Trecho inicial retirado de "Patrões e salários"

terça-feira, março 19, 2013

Vão ter azar


Esta tarde, ao sair da estação de caminho de ferro de Estarreja, reparei num casal de cegonhas que está a começar a construir o seu ninho... não me parece um sítio que a Refer autorize.

Curiosidade do dia

Deve ser isto a que chamam de espiral recessiva:
"Apesar de uma queda global na Europa de 9,5% nas vendas de automóveis ligeiros de passageiros no acumulado dos dois primeiros meses de 2013 comparando com o acumulado de 2012, Portugal apresenta uma subida de 4,7%.
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A queda de 9,5% nas vendas de carros na Europa até Fevereiro deve-se, sobretudo, à quebra generalizada nos países que mais contribuem para o mercado global, como a Alemanha (-9,6%), Itália (-17,3%), França (-13,5%) e Espanha (-9,7%). Dos grandes mercados, a única excepção é o Reino Unido, onde as vendas aumentaram 10,3%."
Trecho retirado de "Portugal deixa a cauda da Europa em carros vendidos"

O bluff

Enquanto o século XX tem este desempenho "França e Alemanha intensificam marcha atrás na produção automóvel portuguesa" (lembrem-se disto os que pensam numa re-industrialização à base da massificação), as PMEs nos sectores tradicionais oferecem isto "Um ano promissor":
"Se janeiro for um indicador para os restantes 11 meses, 2013 pode marcar um ano de crescimento para as exportações portuguesas de têxteis e vestuário. Nos primeiros 31 dias, as empresas do sector exportaram mais 1,2%, o equivalente a mais 4 milhões de euros, do que no mesmo mês de 2012"

Estratégia não é quantidade, estratégia é escolher

Encontrei este artigo "Balanced Scorecard and Efficiency: Design and Empirical Validation of a Strategic Map in the University by Means of DEA" publicado já em 2013 pelo American Journal of Operations Research.
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Nele pode-se descobrir este mapa da estratégia para os departamentos (faculdades) da Universidade de Cádiz:
E questiono-me: Onde está a estratégia?
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Parece aquela doença já aqui diagnosticada: a estratégia é existir.
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Em que é que um departamento se vai concentrar, se vai distinguir? Um aluno será atraído à Universidade de Cádiz só por causa da geografia?
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Estratégia não é quantidade, estratégia é escolher.

O ponto esquecido

O 2º vídeo deste postal "Como o Oeste se afundou?" esquece um ponto:
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Quanto mais a Ásia consumir, menos a Ásia produzirá para exportação para o Oeste. Quanto mais a produção asiática estiver dedicada a servir o consumo asiático, mais oportunidades surgirão para que a produção do Oeste possa servir o consumo do Oeste.
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BTW, e recordando as palavras de Belmiro de Azevedo, "El nuevo Gobierno chino insiste en la necesidad de abandonar el modelo productivo ‘low cost’":
"Li explicó que el objetivo del país es mantener el crecimiento del 7,5% anual hasta 2020, un porcentaje que requiere un giro hacia una industria de valor añadido y un incremento de la demanda interna.
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Li se ha comprometido también a eliminar de manera progresiva instalaciones productivas que hayan quedado obsoletas."
A produção no Oeste para consumo no Oeste será sempre mais importante em volume e valor estratégico do que a produção para exportação para a Ásia.

Curiosidade da manhã

A propósito da prestação de Belmiro de Azevedo ontem, no Clube dos Pensadores, é interessante o que os diferentes jornais chamaram para título:

Como é que o jornal do BE, o Público, trata o tema?
Eheheh, podem ser do BE mas sabem que é o Belmiro que lhes paga o salário. Não escrevem uma linha sobre o tema que os outros jornais destacaram.
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Quanto ao tema da mão-de-obra barata, percebo as palavras de Belmiro de Azevedo. 
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Qual é a proposta de valor do Continente? O preço mais baixo!
Qual deverá ser a proposta de valor da Sonae Industrial, sim, a velha empresa que produz contraplacado? Aposto que é o preço mais baixo!
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Portanto, Belmiro de Azevedo está a ser sincero e a falar de acordo com o modelo mental que criou ao longo da sua longa vida profissional.

segunda-feira, março 18, 2013

Curiosidade do dia


O futuro dos centros comerciais

Um tema acerca do futuro do retalho, o futuro dos centros comerciais, aqui: "Malls must move beyond shopping to survive in Internet era":
"As growing numbers of shoppers move online, European mall owners are looking to pull in customers by including services that can't be replicated on the Web like hospital care and government offices.
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Malls must become more like full-service community centers to survive in the face of a growing list of failed retailers like HMV and Blockbuster, property experts at the annual MIPIM trade fair in Cannes, France, told Reuters.
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"The days of the stand-alone mall are numbered,"
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"In 20 years time you will find stores that sell books and DVDs replaced by sites that give people a reason to go the mall ... art galleries, education centers and health and spa treatments."
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in light of a forecast last month that 90 percent of retail sales growth in Britain, France and Germany between 2012 and 2016, or 91.5 billion euros, is expected to be online, (Moi ici: Dá para pensar o que é que a CCP, como associação patronal, está a fazer para preparar os seus associados para esta realidade? Será que, como o CEO da Renault, está a pedir mais dinheiro para os consumidores e estes, em vez de comprarem nas lojas do retalho físico, migram cada vez mais para o online?) according to the property arm of French insurer AXA, which manages 43 billion euros of assets.
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As well as changing what's inside, mall owners will need to borrow ideas from developing markets like Dubai and China where centers are part of wider mixed-use developments where people live or include open spaces where they spend leisure time, Roberts said.
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"Convenience and Internet shopping has created a breakdown in community structures and there's a gap there waiting to be filled," he said.
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While retailers and mall owners struggle to find answers, all agree that warehouse property owners are the big beneficiaries of the change in retail habits.
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Every additional 1 billion euros of online sales resulted in an average additional warehouse demand of approximately 72,000 square meters in Britain, Germany and France over the last five years, a report from warehouse landlord Prologis said last year.
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"Logistics is the new retail," said Simon Hope, global head of capital markets at property consultant Savills, referring to the way changing consumer trends will affect the way investors see property.
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"There is a trend of money moving away from all but the best and most regionally dominant malls into logistics as they are economically shielded," he said."
Os centros comerciais vão ter de apostar muito mais na batota, no desenho de experiências, na co-criação, na personalização da compra, na co-construção, na co-produção, tudo o que ajude a diferenciar da simples transacção onde o online triunfa facilmente.

Outra excelente metáfora acerca da estratégia

"When you look at strategy as a frame of mind to be cultivated, rather than as a plan to be executed, you are far more likely to succeed over the long run. (Moi ici: Um ponto fundamental! O plano é importante porque acreditamos que nos ajudará a cumprir a estratégia, mas o plano é sempre instrumental. Recordo a EKS e a blitzkrieg com a sua liberdade táctica. Por isso, antes de avançar para o mapa da estratégia, gosto de assentar num texto que descreva sucintamente a estratégia e, volto constantemente a ele durante o projecto. Acredito mais na transformação estratégica como um acto de amor e conquista do futuro, do que como um acto analítico e asséptico)
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To Montgomery, a business strategist is not primarily an analyst of position, or of resources; nor is the strategist purely adaptive, responding reactively to the vagaries of fate. He or she is someone who engages in a conversation about the purpose of a company. (Moi ici: Outra excelente metáfora, uma conversa acerca da razão de ser da empresa) The company rises or falls on the quality of that conversation and the way it is used to make decisions about the ongoing work of the enterprise.
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a fundamental question that any company’s leader must ultimately answer: What will this firm be, and why will it matter? This is not a soft, philosophical question. It is a hard-nosed, economic one.
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And a leader can’t consider the question just once and be done with it. That question needs a compelling answer every day of a firm’s existence, an answer that’s relevant as the business evolves, and as markets and customers evolve. To enable that kind of continuous evolution, strategy should never be thought of as a problem that’s been solved and settled. There are occasional dramatic changes, but mostly it’s an evolutionary process, with the CEO at the center. (Moi ici: Daí pensar que quando uma empresa precisa de uma grande transformação estratégica é porque não foi capaz de fazer pequenas mudanças encadeadas ao longo do tempo. Assim, chega um dia em que a des-harmonia entre a empresa e o mercado é tão grande que só com uma profunda transformação estratégica se consegue dar a volta... e ás vezes já é tarde de mais)
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A strategy shouldn’t be only a document, or an occasional exercise. It should be a way of looking at the world, interpreting experience, and thinking about what a company is and why it matters. The formal strategic planning process is only part of it; the deeper responsibility is ongoing and continuous.
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But over time, the economics began to distract people from the leadership aspect of strategy. Before long, strategy at many top business schools was taught by economists focused on theory and analytics. If you do this, how will your competitors respond? How do the structural characteristics of an industry shape competitive behavior? All important issues, to be sure, but gradually strategy became an exercise in getting the analysis right, providing the answer, and letting someone else implement it. That reinforced the idea that strategists were a group with specialized training.
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In working with leaders, I also realized how vitally important creativity is in strategy. It takes the whole brain—intuition and analytic skills—to do it well. But creativity isn’t considered very important in the culture that has grown up around strategy. That has to change.
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A really good strategy doesn’t happen on the margin; it doesn’t simply perpetuate an industry game that is mature and may be decaying.
A really good strategy revitalizes the company, and to do that, you need to assemble a group of people who have the courage to confront business at its roots. You need people who can say, in effect, “Strategy is dead. But long live strategy.” 

As forças que nos afastam do século XX (parte II)

Parte I.
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A primeira força que Krippendorff cita é uma velha conhecida deste blogue:
"1.The Erosion of Economies of Scale
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Previously, a company that wanted to create a new product would have to invest millions to build or retool the factory. Today that company can go to Alibaba.com and find a manufacturer ready to provide the product with minimal incremental cost. In other words, with a few mouse clicks and e-mails, an entrepreneur today can achieve the economies of scale that used to require months of planning and millions of dollars.
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The way to wealth was once to build a factory so big that no one could match your investment; to standardize parts and platforms so that no one could touch your volume; to establish a brand so widely recognized that no one could afford to pull customers away. For more than a century, industrial conglomerates have depended on such economies of scale to keep their competition at bay. Today that advantage is eroding. Even in production-heavy industries, of which there are fewer, factories grow smaller, more specialized, and they are easily turned on and off. Products grow more customized, turning standardization into liability. Niche brands pop up and, at very little cost, pick off small segments of the market from incumbents who invested decades in building mass loyalty. A new form of competition that draws strength from sources other than scale is emerging."
Trecho retirado de "Outthink the competition" de Kaihan Krippendorff

domingo, março 17, 2013

Tyto alba

Esta tarde, interrompi o meu jogging para observar durante uns bons 2/3 minutos o voo de uma coruja das torres (Tyto alba), uma maravilha.

Curiosidade do dia

Austeridade? Que austeridade?
"In the fiscal year 2009-10, before the government came to office, current spending was £575.1 billion; last year it was £618.8 billion. The annualised figure for this year is heading for £630.7 billion. If we exclude interest payments and welfare benefits, spending in 2009-10 was £377.4 billion, last year was £389.4 billion and this year we are heading for £390.4 billion. For anyone who has worked in a private sector company, these would not count as aggressive cost-cutting measures; illustrating how difficult it is to cut public spending. In real terms, there has been a fall, but the chart accompanying Martin Wolf's piece illustrates the longer-term trend; in the past 30 years, there have been three periods where the government has managed to halt the rise of public spending in real terms (of which this is the latest) interspersed by two periods of a rapid increase. In the last 10 years that the Labour government held office, public spending rose 50% in real terms."
Trecho retirado de "Paved with good intentions"

A viagem

Esta semana, durante a última sessão de mais um projecto, confessei à equipa com quem trabalhei que tinha sido um projecto que me tinha ajudado a mergulhar muito mais profundamente no potencial da co-criação gerada pela interacção com os clientes.
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Tratando-se de uma empresa do mercado interno, do sector não-transaccionável, que aposta no serviço à medida e não no preço mais baixo ou no serviço premium, ficou muito mais claro, para mim, o que pode significar "serviço à medida". Muitas vezes, durante o projecto, na minha mente passava o anúncio da Microsoft do início dos anos noventa do século passado "Where do you want to go today?"
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Começar um serviço de longa duração pela definição conjunta dos objectivos, perceber que o cumprimento desses objectivos será o fruto de um trabalho conjunto de acompanhamento e monitorização da progressão está hoje muito mais claro. É muito mais fácil perceber as implicações desta filosofia com uma empresa que lida com um serviço pessoal e individualizado do que com uma empresa industrial que pretende aplicar o mesmo tipo de proposta de valor.
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Hoje, leio neste artigo "Purpose is Good. Shared Purpose is Better" conclusões com que já me familiarizei e que vão ao encontro do fantástico poder da co-criação:
"Most leaders think of purpose as a purpose for. But what is needed is a purpose with.
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Customers are no longer just consumers; they're co-creators. They aren't just passive members of an audience; they are active members of a community. They want to be a part of something; to belong; to influence; to engage. It's not enough that they feel good about your purpose. They want it to be their purpose too. They don't want to be at the other end of your for. They want to be right there with you. Purpose needs to be shared.
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How can you create your own shared purpose? It's simple, but not easy. The essential question is:
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What is the shared purpose that ...
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a) We and our customers can work on together?
b) Is a natural expression of who we are and what we stand for?
c) Connects how we make money with how we contribute to the world?
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As you formulate your shared purpose, don't go for what you think it should be. Look for who you already are. How you already connect with your customers. What your fans already say about you.
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Remember, this is not something you are going to do to them, or for them, but with them. It's a journey you will be on together, hopefully for a very long time."
A metáfora da jornada é a que mais aprecio: vamos fazer uma viagem juntos, uma viagem implica um destino e um plano para lá chegar. Durante a viagem monitorizamos o real versus o planeado e quando chegamos ao destino, não só celebramos, como podemos subir a parada e equacionar um novo desafio e um novo destino; uma nova viagem.

Peers, Incorporated

O artigo "How Next-Gen Car Sharing Will Transform Transportation" sobre o qual escrevemos aqui, a propósito dos modelos de negócio baseados na partilha e aluguer, aborda um outro tópico tão ao jeito do que costumamos escrever aqui sobre Mongo:
"Peers, Incorporated is a new organizational model.
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The Industrial Revolution was a response to all those years when people were doing things themselves and creating small-scale one-off businesses. You know what? All the variable quality issues that we find in peer production, industrialization is now going to conquer those and provide a nice consistent product. And lo and behold, as we did that, we found out there’s this fabulous thing called economies of scale. So for the last 200 years, business has been driving full force to achieve success using economies of scale and delivering a nice, consistent product. And we have really reaped those benefits. But I feel that we have now reached, maximized and applied that model to more things than is really useful, and that it’s now time for the pendulum to come back a little bit.
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Peers, Incorporated delivers the best of what industrialization has to offer, and of what individuals — peers — have to offer. It is about giving individuals who are creative and innovative the power of a company. And getting the best out of companies. It’s a partnership between these two groups, where each is providing what it does best. The companies give individuals the advantages of economies of scale, long-term financial investments, standardized contracts and a brand. Individuals deliver what they do best, yet [which] is very expensive for companies [to provide]: diversity of offering, localization, specialization, customization, access to social networks and importantly, innovation. They both have a place, and they both can make lots of money."

O estágio com potencial de crescimento ilimitado

Esta figura:
retirada de "Tip for 2013 – Strategic Innovation Trumps Efficiency Measures", documenta bem a diferença entre trabalhar para aumentar a produtividade à custa de apostar no numerador da equação da produtividade, em que não há limites, ou apostar no denominador da equação da produtividade, em que os ganhos são sempre limitados. Algo na linha de:

sábado, março 16, 2013

Curiosidade do dia

Isto é tão engraçado.
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Lembram-se de aqui no blogue escrever com alguma frequência sobre o impacte de Mongo nas receitas dos impostos?
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Numa economia em que as trocas e a partilha, bem como a compra a pequenos produtores locais, terá uma importância crescente, os Estados terão menos hipóteses de se intrometerem a cobrar impostos e taxas e ... nunca me tinha lembrado era deste pormenor:
"As free goods become increasingly plentiful throughout the economy, and people learn to recycle, swap and exchange goods without monetary transaction, it becomes very difficult to engineer an inflation problem."

Trecho retirado de "A new era for gold?"