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segunda-feira, julho 15, 2013

Não há nada a fazer (parte III)

Parte I e parte II.
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Recordo este trecho retirado da parte I:
"Há bocado vinha a subir a subir a Avenida da República de Gaia e ao passar junto a um hotel lembrei-me da afirmação do presidente da Associação da Hotelaria de Portugal que li no JdN de ontem:
"Para 2013 espera-se menos emprego, menos investimento, pior prestação em termos de resultados. Não há milagres"
...
Se fosse presidente de uma associação, não alinharia no discurso côr-de-rosa dos amanhãs que cantam, no entanto, também não alinharia nos discursos niveladores negativos que não convidam à iniciativa para fazer diferente."
Entretanto, segundo o INE:
"A hotelaria registou 1,4 milhões de hóspedes em maio de 2013, +7,0% que em maio de 2012, e cerca de 4,0 milhões de dormidas (+11,8%). Este último acréscimo contou essencialmente com o contributo dos não residentes, cujo número de dormidas cresceu 15,5% face a maio 2012 (+2,6% em maio de 2012 por comparação com maio de 2011).
Os proveitos apresentaram igualmente uma evolução homóloga favorável (+8,9% para os proveitos totais e +12,2% para os de aposento), face aos resultados negativos registados no mês homólogo de 2012."

terça-feira, novembro 10, 2015

"Estávamos cheios de encomendas e... a empresa fechou

A propósito da argumentação usada neste artigo "Sindicato da Hotelaria denuncia fecho de hotéis a norte sem "nenhuma razão"":
"O Sindicato da Hotelaria do Norte denunciou hoje um agravamento da situação social no setor, com diversos despedimentos coletivos e encerramentos na região, considerando não haver "nenhuma razão" para tal porque a atividade "vive uma boa situação económica".
...
 "requereu insolvência e mandou para o desemprego seis trabalhadores, quando o hotel mantinha uma boa ocupação".
...
Para o sindicato, não há, contudo, "nenhuma razão" para esta situação, "já que o setor vive uma boa situação económica: 2013 foi o melhor ano turístico de sempre para Portugal, 2014 foi ainda melhor e todos os indicadores apontam que 2015 será melhor que 2014"."
Recordar:

Recordar que existe mais variabilidade de rentabilidade dentro de um sector económico do que entre sectores económicos (aqui, aqui e aqui por exemplo). Por exemplo, neste documento do Banco de Portugal de Outubro de 2014, "Análise do sector do turismo", pode encontrar-se esta figura:

Em 2013 30% das PME do sector do turismo com EBITDA negativo...

sexta-feira, abril 17, 2015

Decididamente há aqui alguma coisa que não bate certo... (parte II)

Parte I.
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Recordando o choradinho de há dia"60% da hotelaria e da restauração em alto risco de falência", os números do INE de 15 de Abril:
"A hotelaria registou 2,2 milhões de dormidas em fevereiro de 2015, correspondendo a um acréscimo homólogo1 de 11,2% (+13,4% em janeiro)....Os proveitos também aumentaram (+12,5% para os proveitos totais e +15,4% para os de aposento), menos que no mês anterior (+18,1% e +17,9%). O RevPAR foi 19,6 euros (+12,4%)."
Recuar a 2009:
"- Que tal vão as colheitas? - perguntou Magascià ao homem do burro.
- Mal - respondeu aquele.
Magascià segredou ao ouvido do padre:
- Aquele espera uma boa safra.
- Porque mentiu então?
- Para não ser vítima da inveja - respondeu Magascià" [Moi ici: Ou de mais impostagem e taxagem das câmaras municipais!]
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in "Vinho e pão" de Ignazio Silone, "

quarta-feira, fevereiro 15, 2012

O que a austeridade provoca (Lc 10,21-24)

"Aí [década de 80], no meio da grave crise económico-financeira que assolava o País, transformou-se: passou de uma pequena fábrica de mobiliário doméstico a uma marca produtora de mobiliário hoteleiro (Viriato Hotel Concept). Hoje, indiferente às nuvens negras que voltaram a tomar de assalto Portugal, continua a prosperar.
...
"A empresa dedicava-se ao fabrico do mobiliário normal, para casas e lojas, mas entretanto deu o salto. Com a crise dos anos 80, o meu avô e o meu pai tiveram oportunidade (Moi ici: As oportunidades multiplicam-se à medida que são agarradas, escreveu Sun Tsu) de produzir para um hotel com uma grande empresa de produção francesa. Era um desafio muito grande, eles arriscaram, as coisas correram bem e perceberam que aí estava o caminho."  (Moi ici: Fundamental este "perceberam" não basta produzir, não basta estar ocupado, é preciso, periodicamente, sair "fora do corpo" e perceber o filme em que se está metido e que novos guiões podem ser testados)  Após algum tempo a trabalhar para os dois mercados em simultâneo, passaram a dedicar-se exclusivamente  (Moi ici: Concentração, trade-offs, aquilo que nos faz muito bons numa coisa prejudica-nos numa outra, ou ficamos no meio da ponte ou queimamos os barcos como fez Cortez. Queimar os barcos indica a todos que não há retorno, que para a frente é o único caminho) ao fabrico de mobiliário para hotelaria. E assim singrou a Viriato Hotel Concept.
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Entretanto, a empresa passou também a a apresentar soluções para a decoração dos hotéis.  (Moi ici: Continuar a subida na escala de valor, é passar para a equação de ontem:
Olhar para o ecossistema da procura, perceber onde está a maior fonte de valor potencial, a originação de valor, e estudar esses clientes-alvo, perceber o que procuram, o que valorizam, o que vai servi-losTem um departamento de projetos de interiores e uma estrutura que permite fazer a gestão total da encomenda recebida. "Nós fazemos tudo, desde o desenho, fabrico, compra, instalação" (Moi ici: Se fazem mesmo tudo, se também instalam... há aqui potencial para subcontratarem a especialistas?), descreve Carla.
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Esse trabalho trouxe-lhes reconhecimento. "Trabalhamos com as maiores cadeias hoteleiras, como Marriott, Sheraton, Pestana ou Club Med...", enumera a diretora comercial, sublinhando: "Os melhores prémios que podemos ganhar são os projectos que nos adjudicam." E, com isto tudo, a Viriato já exporta 70% daquilo que produz." (Moi ici: E fazem o by-pass ao país)
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"De resto, a Viriato vai continuar de olho aberto, pronta para produzir tudo aquilo que o mercado hoteleiro precisar. "Temos de estar constantemente atentos ao mercado, a própria hotelaria vai criando novos conceitos (como o turismo de saúde ou de desporto) e nós estamos despertos para isso", explica a responsável." (Moi ici: A competitividade não assenta no preço mais baixo, assenta em inovação, em atenção, em cuidado, em paixão - basta ler o final da entrevista - ... tudo coisas que suportam a concorrência imperfeita e que não aparecem nas folhas de cálculo dos encalhados da tríade...Lc 10,21-24)


A equação lá de cima pode ser traduzida na sequência deste postal "O que começar a fazer na próxima segunda-feira para executar a estratégia?"

BTW, esta família é muito activa.


quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Valor vs preço

Os hoteis de luxo em Portugal têm a mania de vir para os jornais discutir os preços, acenar com os preços (Hotelaria e pensamento estratégico)... ainda não perceberam que o seu negócio não é o preço mas o valor.
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Têm de competir no valor, na criação e na oferta de valor, não no preço.
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A propósito do artigo do DN de hoje, assinado por António Rodrigues "Crise chega a hoteis de luxo"
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Um trecho: "Perante a descida da oferta, os hotéis responderam com descidas de preços e pacotes promocionais, "sobretudo para o turismo interno", adiantou Elidérico Viegas: "Não sei se são saldos ou pior do que saldos. É natural que perante a situação se façam preços mais atractivos", não querendo, contudo, quantificar a descida em termos de preço médio dos quartos."
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Um conselho para o sector, a leitura e a interpretação para transposição:
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" The right objectives for health care is to increase value for patients, which is the quality of patient outcomes relative to the dollars expended. Minimizing costs is simply the wrong goal, and will lead to counterproductive results. Eliminating waste and unnecessary services is beneficial, but cost savings must arise from true efficiencies, not from cost shifting, restricting care (rationing), or reducing quality. Every policy and practice in health care must be tested against the objective of patitent value. The current system fails this test again and again.
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When measuring value, patient outcomes are multidimensonal, and far more complex than whether the patient survives. Recovery time, quality of life (e.g., independence, pain, range of movement), and emotional well-being during the process of care all matter. The relative importance of different outcomes will vary for different individuals. In a system of value-based competition on results, each provider and health plan may excel in different ways and serve different groups of patients. This is one of the benefits of a competition-based system relative to a top-down or centrally managed system, which assumes one size fits all.
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Value must be measured for the patient, not the health plan, hospital, doctor, or employer. This is an important distinction in practice."
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Onde está healthcare pensem em hotelaria.
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Do you get it? É preciso fazer um desenho? Pensem valor não em preço e custo, senão para quê quatro e cinco estrelas?
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Trecho retirado de "Redefining Health Care- Creating Value-Based Competition on Results" de Michael Porter e Elizabeth Teiberg

sexta-feira, julho 21, 2017

Para enquadrar a coisa (parte II)

Parte I.

Quem não ouviu no último ano conversas sobre o perigo do alojamento local?

Quem não ouviu queixas dos incumbentes do sector da hotelaria acerca da deslealdade do alojamento local?

Conhecem esta personagem?
Dastardly nunca ganhava uma corrida porque estava mais preocupado com o sucesso dos outros do que com a sua própria corrida.

Qual o impacte do Alojamento Local nos preços da hotelaria tradicional no último ano?
Uma ilustração prática do que são diferentes segmentos de clientes, diferentes posicionamentos.

Uma espécie de rouxinóis de McArthur:


Viver e deixar viver.


terça-feira, junho 09, 2015

Continua a não bater certo ...

Em Abril passado escrevemos "Decididamente há aqui alguma coisa que não bate certo..."
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Agora, chegados a Junho, continua a não bater certo com o discurso do presidente da Associação da Hotelaria de Portugal:
"Volvidos os primeiros 6 meses do ano, e em jeito de balanço, este comparador de preços de hotéis realizou uma análise comparativa dos preços da hotelaria em Portugal face ao ano passado e apresenta como principal conclusão que Portugal tem apresentado um perfil de crescimento crescente. Segundo o estudo, em janeiro (+4,1%), fevereiro (+4,2%), março (+6,5%) e abril (+7,9%) o nosso país registou subidas cada vez mais expressivas nos preços; em maio este crescimento atingiu a marca dos 10% e agora, no mês de junho, situa-se nos 14,3%."

sábado, maio 24, 2014

Acerca da desigualdade

"In no other period of history have so few institutions wielded so much economic power over the lives of so many people.
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This unprecedented - and unimaginable - concentration of economic power was not just happenstance or a byproduct of man's insatiable avarice. Nor can it be rationalized away by simply blaming deregulation or finding fault with political ineptitude or, worse still, political collusion and enablement - although these were all contributing factors to its growth. Rather, on a more fundamental level, it flowed inexorably from the communication/energy matrices that were the foundation of the First and Sec-ond Industrial Revolutions.
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Like it or not, giant, vertically integrated corporate enterprises were the most efficient means of organizing the production and distribution of mass produced goods and services. Bringing together supply chains, production processes, and distribution channels in vertically integrated companies under centralized management dramatically reduced transaction costs, increased efficiencies and productivity, lowered the marginal cost of production and distribution, and, for the most part, lowered the price of goods and services to consumers, allowing the economy to flourish. While those at the top of the corporate pyramid disproportionately benefited from the increasing returns on investment, it's only fair to acknowledge that the lives of millions of consumers also improved appreciably in industrialized nations."
Mongo vai também mexer com isto, ao rebentar com esta concentração eficientista. Claro que não vai ser pacífico, os gigantes incumbentes vão oferecer luta, muitas vezes travestida de defesa de qualquer outra coisa:
"A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) propôs ao Governo a criação de uma licença especial para o alojamento local, que inclui a obrigação de uma autorização prévia do condomínio para quem quer alugar o seu apartamento a turistas.
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os hoteleiros não exigem o mesmo tipo de regras, mas sim restrições quanto ao número de camas e quartos e o cumprimento de regras de segurança e higiene. “Defendemos transparência fiscal e a publicitação online. Não faz sentido que um alojamento que serve para turistas não esteja obrigado a estar legalizado e seja intermediado em sites sem estar legal, nem transparente do ponto de vista fiscal”,"
Trecho inicial retirado de "The Zero Marginal Cost Society" de Jeremy Rifkin.
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Trecho final retirado de "Hotelaria quer condicionar aluguer de casas a turistas à autorização do condomínio"

sábado, dezembro 03, 2016

Acerca da economia das experiências

Este exemplo da economia das experiências "Design Your Own Pop-Up Hotel and Sleep Literally Anywhere in the World" faz-me recordar uma noite acampado à beira Douro no Vesúvio.

Talvez existam leis e regulamentos que impeçam uma versão tuga deste modelo de negócio mas locais não faltam: no Douro, no Gerês, em Montesinho, no Alto Sabor, no Águeda e podiam ser conjugados com este modelo de negócio.

Imaginem o que será dormir numa praia no trecho do Douro acima de Miranda do Douro? Já o fiz, à hora mágica do lusco fusco ouvir os mochos galegos, com sorte um bufo real, assistir ao voo pausado da cegonha preta, aos últimos protestos das gralhas de bico vermelho, ao voo do noitibó, ... depois o grupo coral dos "Ranidae".

Lembram-se do que Theodore Levitt  escreveu na HBR em 1960 sobre os gestores de caminhos de ferro? Pode ser dito o mesmo hoje sobre os da hotelaria.

domingo, maio 21, 2017

Ignorância, politiquice ou a idade?

Quem segue este blogue sabe que não sou um apreciador da abordagem fragilista deste governo. Também sabe que sempre achei muitas medidas do anterior governo relevantes para o sector não-transaccionável mas pouco relevantes, ou esmo irrelevantes, para o sector exportador.

Também sabe que sempre achei que isto das exportações é muito mais a microeconomia a funcionar do que macroeconomia, do que governos, de esquerda ou de direita.

Por isso, não posso deixar de me sentir mal ao ouvir este tipo de argumentação "Crescimento deveu-se ao turismo, diz João Salgueiro".

BTW, esqueçam os números do turismo, esqueçam a importante exportação de serviços e olhem só para a exportação de bens dos últimos anos:

As células a amarelo representam recordes mensais de exportações. Engraçado, não li ou ouvi ninguém dos media, sempre tão aduladores deste governo, a sublinhar este facto: Março foi recorde mensal de exportações!!!

Sintoma de que os media estudam pouco!!! Preferem servir de megafones de cartilhas, é mais barato.

A penúltima linha representa o somatório das exportações do 1º trimestre de cada ano. A última linha faz a comparação com as exportações do 1º trimestre de 2012. Impressionante o desempenho de 2017: as exportações cresceram quase 21% face a 2012.

Acham mesmo que é só o turismo?

Atenção, não pretendo diminuir nem um cêntimo a importância do turismo, ainda para mais com o sucesso dos modelos AirBnB há muito dinheiro a entrar e a dinamizar a economia de pequenas empresas e pessoas. Um milhão de lucro via AirBnB está muito mais disperso do que o mesmo milhão obtido por cadeias de hotelaria multinacionais.





domingo, julho 21, 2013

Isto é poderoso!!!

Via Paulo Peres (obrigado, parceiro de S. Paulo) cheguei a este artigo "Welcome to the ‘Sharing Economy’" que descreve o nascimento da Airbnb.
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A Airbnb é uma boa metáfora da economia de Mongo, a economia do "little guy", do micro-empreendedor, a economia com muitos modelos de negócio baseados na partilha e aluguer.
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O Paulo salientou a "confiança" associada a estes modelos de negócio e a esta partilha/aluguer.
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Como somos todos pessoas diferentes com percursos de vida diferentes, vivendo em países diferentes, saliento outros tópicos:
"On July 12, Chesky told me, “Tonight we have 140,000 people around the world staying in Airbnb rooms. Hilton has around 600,000 rooms. We will get up to 200,000 people per night by peak this summer.” Airbnb has 23,000 rooms and homes listed in New York City alone, and 24,000 in Paris. Worldwide, “we have listings in 34,000 cities and 192 countries,” added Chesky. “We are the largest short-term rental site of its kind in China today, and we have no office there.”"
 Os incumbentes têm de se sentir ameaçados com estes novos modelos de negócio!
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Quantos empregos tradicionais e mal pagos desaparecem por causa destes novos modelos de negócio?
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Há anos sublinhei aqui no blogue algumas "sovietices" que a hotelaria tem de gramar em Portugal (quase de certeza "sovietices" promovidas a lei pelos gigantes incumbentes para barrarem a entrada no mercado do "little guy", basta recordar:
""Em que deve assentar a nova Lei dos empreendimentos?
A actual é muito paternalista e determinista, com o Estado a definir tudo, incluindo, até, a dimensão que um quarto deve ter."
A Airbnb face a esta normalização à la Magnitogorsk propõe à la Mongo:
"We have dozens of yurts, caves, tepees with TVs in them, water towers, motor homes, private islands, glass houses, lighthouses, igloos with Wi-Fi; we have a home that Jim Morrison used to live in; we have treehouses — hundreds of treehouses — which are the most profitable listings on our Web site per square footage. The treehouse in Lincoln, Vt., is more valuable than the main house. We have treehouses in Vermont that have had six-month waiting lists. People plan their vacation now around treehouse availability!”
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In 2011, Prince Hans-Adam II offered his entire principality of Liechtenstein for rent on Airbnb ($70,000 a night), “complete with customized street signs and temporary currency,”"
O trecho que se segue é, talvez, o mais querido ao meu coração:
"Airbnb has also spawned its own ecosystem — ordinary people who will now come clean your home, coordinate key exchanges, cook dinner for you and your guests, photograph rooms for rent, and through the ride-sharing business Lyft, turn their cars into taxis to drive you around. “It used to be that corporations and brands had all the trust,” added Chesky, but now a total stranger, “can be trusted like a company and provide the services of a company. And once you unlock that idea, it is so much bigger than homes. ... There is a whole generation of people that don’t want everything mass produced. They want things that are unique and personal.”" 
Mongo é isto, o triunfo dos "little guys", dos micro-empreendedores, e o triunfo da autenticidade, do customizado. Morte a Metropolis que nos raptou para a produção em massa, viva Mongo onde o único e pessoal vivem e prosperam!!! E é aqui que o Paulo e eu nos encontramos, tudo motivado pela "trust".
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Agora reparem nisto:
"There’s more. In a world where, as I’ve argued, average is over — the skills required for any good job keep rising — a lot of people who might not be able to acquire those skills can still earn a good living now by building their own branded reputations, whether it is to rent their kids’ rooms, their cars or their power tools. “There are 80 million power drills in America that are used an average of 13 minutes,” says Chesky. “Does everyone really need their own drill?”" 
Qual o impacte deste último sublinhado?
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Serão necessárias menos lojas, menos vendedores, menos fábricas, menos operários, menos extracção de minérios, menos mineiros e menor pegada ambiental sem abaixamento do nível de vida!!!
"The sharing economy  — watch this space. This is powerful."
Espaço para uma private joke, alguns vão achar que se há muitos "little guys" a fazerem pela sua vida, sem chatearem ninguém, então, isso é sinal de que o IVA tem de ser aumentado.

segunda-feira, março 20, 2017

Viemos de longe e o que nós andámos para aqui chegar! (parte II)

Há dias o @nticomuna chamou a atenção para este desempenho a nível do turismo (dados do INE):

Recordar "A alternativa de qualidade" e, sobretudo, "A economia não é um jogo de soma nula".

Até que enfim que leio opiniões mais avisadas do sector da hotelaria:
"CEO do Vila Galé assume que o alojamento local completa oferta turística.
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"Não sou nada radical e acho que há espaço para todos. O alojamento local tem o seu papel. Em alguns sítios não existiam hotéis e por isso vieram colmatar uma lacuna de falta de alojamento. E outros vieram captar um público que prefere aquele tipo de alojamento", diz o hoteleiro, sublinhando: "Enquanto hotéis temos é de perceber o que está a atrair as pessoas para o alojamento local em algumas situações em detrimento dos hotéis.""
Quase que apetece repetir o título "Viemos de longe e o que nós andámos para aqui chegar!"

Talvez seja explicado por aquela teoria que defendo: infelizmente, na maioria das associações, quem chega ao seu poder são os elementos mais conservadores, os que têm mais a ganhar com o manobrar das relações com o poder regulador/legislador.

Recordar "o poder, para o bem ou para o mal, das associações" e, sobretudo, "O poder das associações e nas associações"

sábado, setembro 03, 2011

Judean People's Front vs The People's Front of Judea?

Escrevi este postal a 30 de Agosto último "É preciso pensamento estratégico primeiro" com base neste artigo do Público "Crise provoca descidas acentuadas nos preços dos hotéis em Portugal" de 29.08.2011.
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Hoje, no mesmo Público, quatro dias depois encontro este artigo "Crise no sector hoteleiro português chegou ao fim, diz associação"
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Esta disparidade de interpretação da realidade entre a "Associação dos Hotéis de Portugal" e a "Associação da Hotelaria de Portugal" faz-me lembrar Judean People's Front vs The People's Front of Judea.
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Não se podem entender?

domingo, outubro 05, 2014

Não sou grande adepto desta coisa do "Portugal Sou Eu"

Não sou grande adepto desta coisa do "Portugal Sou Eu", prefiro comprar um artigo bom, que satisfaz as minhas necessidades, do que dar prioridade a um factor nacionalista, a narrativa nacionalista comigo não pega, sobretudo quando traz a autoridade de uma chancela. É como a fruta, por mais cupões que o Continente me mande quero lá saber, prefiro comprar a fruta noutro lado, há mais hipóteses de ser mais saborosa.
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Estas coisas fazem-me lembrar um anúncio de parede da Rádio Popular no Forum em Coimbra. Era algo do género: "Compra na Rádio Popular porque é nossa, porque é portuguesa", grande mensagem de marketing para uma casa que vende praticamente só material importado. Qual é a vantagem para os clientes? Não sei, nunca me disseram, sempre acharam que só por ter o carimbo de Portugal servia para me iludir... se fosse fruta até engolia, agora electrodomésticos... come on.
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Qual o propósito do selo "Portugal Sou Eu"? Sempre o vi como algo para apelar ao espírito nacionalista-patriótica e induzir os consumidores a preferirem os produtos nacionais aos produtos importados. Depois, estas coisas ganham vida própria e começam a medir o sucesso não através do resultado pretendido, troca de importações por produtos nacionais, mas através de indicadores ilusórios que medem antes de mais o próprio projecto. Estão a ver aquelas empresas que dizem cheias de orgulho, temos 20 mil fãs no Facebook e, se esquecem de perceber que ter 20 mil fãs, quando quase todos foram comprados, não quer dizer nada. Estão a ver aquelas ONGs que celebram com afã o sucesso das suas 20 conferências anuais contra a violência doméstica terem sido realizadas, apesar da violência doméstica continuar a aumentar. É a mesma coisa.
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Agora, o sucesso do selo mede pelo número de adesões:
"Desde o início do ano, o número de produtos com o selo "Portugal Sou Eu" aumentou 71%,"
Isto deve implicar pagar uma taxa qualquer e funcionar como receita para o Estado.
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E a vida própria da coisa impulsiona-a a mais crescimento:
"Também se pretende abrir a participação à Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição e à AHRESP - Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal." 
Será que os restaurantes que aderirem só vão poder utilizar carne e peixe criados ou apanhados em Portugal? Vão deixar de poder apresentar pratos de bacalhau? Talvez possam já que os chocolates podem ostentar o símbolo... será que o ostentam nas tabletes com 80% de cacau?
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E a vida própria da coisa impulsiona-a a mais crescimento:
"O selo criado para distinguir os produtos nacionais no estrangeiro" 
Realmente, qual o impacte deste selo relativamente aquele propósito inicial de trocar importações por produtos fabricados em Portugal, alguém sabe? Alguém se interessa?
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Os crentes na concorrência perfeita é que gostam destas coisas, porque acreditam nos pressupostos da concorrência perfeita,  acreditam que todos os factores inovadores têm de ser exógenos às empresas.
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Trechos retirados de "Número de produtos com o selo "Portugal Sou Eu" aumentou mais de 70% em oito meses"

domingo, maio 15, 2016

Curiosidade do dia

Para os que acham que a economia é um jogo de soma nula:

"Já há quase 25 mil casas de aluguer temporário a turistas em Portugal, o maior valor de sempre.
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Em Dezembro de 2014, altura em que entrou em vigor a nova lei, havia 2579 casas. Nos meses seguintes o crescimento foi expressivo e, em Junho de 2015, já havia 15.832 registos."
  • Atividade Turística - Fevereiro de 2016


  • "A hotelaria registou 989,9 mil hóspedes e 2,6 milhões de dormidas em fevereiro de 2016, equivalendo a aumentos homólogos de 14,1% e 15,1% (+9,4% e +10,0% em janeiro). O crescimento das dormidas contou com o contributo do mercado interno (+11,3%) e, de forma mais expressiva, dos mercados externos (+16,8%).

    quarta-feira, maio 25, 2016

    Um exemplo do Evangelho do Valor

    Esta semana o caderno de Economia do Expresso traz uma artigo que me enche as medidas, "Um produtor que arrisca dizer não":
    "Um produtor que tem 47% do volume de vendas concentrado num rótulo e vende esse vinho na totalidade pode descontinuar a marca? Os irmãos Serrano Mira. da Herdade das Servas, em Estremoz. decidiram que sim. Por isso, assumem o risco de descontinuar a produção da marca de entrada de gama em nome da "qualidade acrescida" da oferta, fiéis à estratégia de fazer todo o seu vinho com uvas próprias.
    .
    A vindima de 2015, marcada por uma quebra de produção e um aumento da qualidade de uvas e vinhos, ajudou a tomar esta decisão. A reconversão de 70 dos 300 hectares de vinhas próprias. que só estarão a produzir dentro de alguns anos, também.
    ...
    Chegaram a estar na grande distribuição, mas em 2007 saíram, para se focarem no canal Horeca (restauração e hotelaria), com uma política de proximidade dos clientes e uma rede nacional de pequenos distribuidores.
    ...
    acredita que a tendência é ver a moderna distribuição a tentar pressionar o preço e quem segue uma política diferente a tentar comprar outros vinhos, o que o leva a não misturar marcas nos dois canais.
    ...
    A decisão de descontinuar a gama mais baixa, que estava a crescer 40% ao ano, surge numa altura em que a empresa não era capaz de responder à procura e decidiu assumir uma nova visão, apostando em produtos com mais valor e na criação de margem de manobra para reforçar a presença internacional, numa lógica de consolidação. recusando a dispersão por mais mercados. Perde à partida 47% do negócio em volume e 27% em valor. Admite vender menos umas 300 ou 400 mil garrafas este ano, mas acredita poder manter a facturação.
    ...
    na época das vindimas, estão prontos a receber enoturistas, outra vertente no negócio desta quinta"
    Um exemplo prático da aplicação do Evangelho do Valor.
    .
    Aquele último sublinhado é todo um tratado. Comparar uma empresa que aposta na eficiência a todo o gás e uma empresa que faz o mesmo que estes irmãos:

    • menos 300/400 mil garrafas este ano
    • menos horas de funcionamento da linha de engarrafamento - menos horas de trabalho, menos custos de energia, menos risco, menos ... e igual facturação.
    A eficácia é muito mais rentável.

    BTW, sublinho também a postura relativamente à distribuição grande. Em vez de "ladrar" e continuar a jogar o seu jogo, foram consequentes e deixaram esse campeonato.

    domingo, novembro 01, 2015

    O incumbente

    O mundo muda e os incumbentes tentam defender o passado, "Associação de hotelaria pede regulação do aluguer de apartamentos". Em vez de perceber por que é que os clientes optam por outros prestadores do serviço, preferem proibir os clientes de poderem optar.
    .
    O senhor Veiga é assíduo neste blogue "Luís Veiga: "O Governo foi longe demais na liberalização do sector do Turismo":

    Como não recordar a versão de Acimoglu acerca do descalabro do império comercial de Veneza... instituições extractivas.

    sexta-feira, julho 04, 2014

    Alguma esperança acerca do futuro

    Eis uma notícia interessante e que dá alguma esperança acerca do futuro, "Número de hotéis em Portugal quase duplicou entre 2002 e 2012":
    "O número de hotéis em Portugal quase duplicou entre 2002 e 2012, com um crescimento de 90%, passando de 520 para 988 unidades, indicam dados sobre o setor do turismo disponíveis na base de dados Pordata."
    Isto significa destruição criativa em potência, mais concorrência:
    "Por outro lado, os preços no setor não acompanharam o aumento do número de hotéis, tendo em conta o rendimento médio por quarto a preços constantes de 2006. Se nesse mesmo ano (primeiro com estes dados disponíveis), estes rendimentos foram de 34,6 euros por quarto de hotel, em 2012 tinham descido para 30,1 euros." 
    Recordar "Big Man economy em todo o seu esplendor" de Agosto de 2007
    "Em Lisboa, pode estar a caminhar-se para um excesso de oferta de camas, sobretudo ao nível da hotelaria de quatro e cinco estrelas."
    ...
    "Rugeroni [Moi ici: Da Espírito Santo Turismo] sugere que Estado limite hotéis da capital"
    Parece que alguém foi incapaz de controlar as barreiras à entrada, ainda bem!

    segunda-feira, agosto 13, 2007

    Big Man economy em todo o seus esplendor

    O semanário Sol, no seu caderno Confidencial, na página 15, inclui a entrevista intitulada "Lisboa saturada de hotéis".

    As palavras de Miguel Rugeroni da Espírito Santo Turismo são um retrato do que é ser empresário do regime em Portugal, são uma ilustração do que são as saudades do corporativismo de Salazar, no Portugal de 2007.

    As palavras de Miguel Rugeroni da Espírito Santo Turismo levam-me a perder a vergonha e a aconselhá-lo a comprar o livro do Ram Charan, que anda actualmente pelos tops de gestão, "Know-How".

    O capítulo 2 desse livro fala de uma coisa muito, muito básica... "Posicionar e reposicionar o negócio para ter lucros".

    "Em Lisboa, pode estar a caminhar-se para um excesso de oferta de camas, sobretudo ao nível da hotelaria de quatro e cinco estrelas."
    Qual a receita do senhor Rugeroni? Não, não é a diferenciação! Não, não é o reposicionamento!

    Come on, estamos a falar de alguém que trabalha para o BES... you know the migthy BES...

    "Rugeroni sugere que Estado limite hotéis da capital"

    "Se os projectos que estão em curso forem todos aprovados, vai haver descontinuidade no preço, que, por razões competitivas, vai ter que se manter ou baixar. Se baixar, as rentabilidades serão menores e, assim, há duas soluções: ou os empresários são bons samaritanos e continuam a investir, ou fecham."

    Esta argumentação é tão ridícula, tão ridícula... escolhem os negócios protegidos da concorrência internacional, apostam nas indústrias de bens não transaccionáveis, e depois quando a maré muda, não sabem o que é competir num mundo de excesso de oferta, virando-se logo para o papá estado!!!

    Bem vindos ao mundo quotidiano do senhor Manel merceeiro, da dona Elvira operária, do senhor Andrade pescador, dos agricultores, dos industriais que não jantam com o poder, dos empresários sem contactos telefónicos nos governos.

    Não é mais fácil, mais natural, mais justo, os clientes escolherem?

    Todos os dias há empresas que são obrigadas a fechar as portas, porque fizeram opções de gestão erradas... that's life!

    sexta-feira, setembro 03, 2021

    A sério?! Não percebe?!

    Ontem, no comentário matinal, Camilo Lourenço disse que não percebia esta reacção da hotelaria, "Hotéis em Portugal sobem preços em 20% na pandemia. 5 estrelas têm o maior aumento".

    A sério?! Não percebe?!

    Primeiro, não é uma reacção portuguesa:

    "Mas a tendência de aumento generalizados dos custos por noite não se ficou por Portugal. O estudo da Mabrian Technologies comparou os preços de 73 mil quartos, anunciado no Booking, Expedia e TripAdvisor, em cinco destinos no Mediterrâneo (Grécia, Itália, Espanha, Portugal e Turquia) e concluiu que a maioria dos países aumentaram os custos face aos valores pré-covid."

    Segundo, os custos unitários da oferta aumentaram:

    • novas actividades tiveram de ser realizadas (segurança Covid);
    • os custos fixos tiveram de ser distribuídos por um menor número de clientes.
    Terceiro, talvez o ponto mais importante, a elasticidade da procura durante a pandemia:
    • durante a pandemia quem recorria a hotéis não o fazia de ânimo leve, precisava mesmo de o fazer.