Suponha que todos os dias, dez homens saem para beber umas cervejas e a conta para os dez chega a 100€...
— Bruno Nunes (@brunoalexnunes) July 18, 2024
Se pagassem a conta da mesma forma que pagamos os nossos impostos, seria algo parecido com isto...
Os primeiros quatro homens (os mais pobres) não pagariam nada.
O quinto…
quinta-feira, julho 18, 2024
Curiosidade do dia
Marcas e customização
A propósito do artigo "Swiss Supreme Court Rules That Rolex Customizer Artisans de Geneve Is Legal"
Primeiro, a regulamentação legal sobre a customização:
- O Supremo Tribunal Suíço decidiu que a Artisans de Geneve (AdG) pode personalizar legalmente relógios Rolex a pedido do proprietário do relógio para uso pessoal. No entanto, a AdG não pode comercializar ou anunciar estes produtos modificados usando as marcas registadas da Rolex sem consentimento.
Em 2020 a Rolex entrou com uma acção judicial sobre este tipo de serviços. A AdG, desde então, mudou o seu modelo de negócios. Agora, eles personalizam apenas relógios que os clientes já possuem, em vez de vender relógios pré-personalizados. Esta adaptação evita infracções com as marcas registadas.
O Tribunal diferenciou entre personalização de uso pessoal e marketing comercial. A personalização para uso pessoal não infringe as marcas registadas, enquanto o uso comercial, incluindo marketing e venda de produtos modificados, requer autorização do proprietário da marca.
A decisão reforça o princípio do esgotamento da marca, ou seja, uma vez vendido um produto, o proprietário tem o direito de modificá-lo para uso pessoal. Isto não se aplica a actividades comerciais que possam prejudicar os consumidores em relação à origem ou endosso do produto.
Esta decisão tem implicações mais amplas para a indústria relojoeira e potencialmente para outras indústrias onde a customização está a crescer. Equilibra os direitos do consumidor de personalizar produtos com os direitos dos proprietários das marcas de proteger as suas marcas registadas.
As empresas especializadas em serviços de customização podem operar dentro dos enquadramentos legais, garantindo que os seus serviços são claramente para uso pessoal e não para revenda comercial. Isto incentiva a inovação em modelos de negócio que se concentram na customização e não na produção em massa.
O que me faz espécie é a incapacidade das marcas perceberem o potencial de mercado da customização. Por que não são elas próprias a tentar ganhar a preferência dos clientes para a realização destes serviços? Ou, por que não criam parcerias com customizadores para controlarem a qualidade e a representação da marca?
quarta-feira, julho 17, 2024
Para reflexão
Renda para um T2 (T2 em Portugal é um T3 em França) no centro da cidade de Annecy em França:
Oferta versus procura.
terça-feira, julho 16, 2024
Curiosidade do dia
🚢🔌Os navios eléctricos comprados para a Transtejo estão a ser carregados com geradores a gasóleo alugados. Este é o retrato de uma certa política ambiental que se esgota em decisões cujo principal impacto é na comunicação social e na propaganda.
— PCP (@pcp_pt) July 15, 2024
ℹ️ Conhece a pergunta que o PCP… pic.twitter.com/mMqtLoLRrZ
Impressionante sintoma da forma de gestão portuguesa... numa empresa privada, ela fecha ponto. Num organismo público, o dinheiro impostado aos saxões ajuda a esconder quase todos os descalabros de gestão pública.
Hoje, percebi mais um sintoma do que é viver na Suíça. A pintura periódica das paredes dos humildes túneis das passagens para peões nas estações de caminho de ferro.
Recordo:
Abençoados os que cuidam, criam, restauram pic.twitter.com/aXQFCSO7eE
— Carlos P da Cruz 🇺🇦🚜🇳🇱🇬🇪🇮🇱 (@ccz1) August 8, 2023
A previsão mais fácil de todas, rumo à Sildávia.
Volto à curiosidade do dia do passado Domingo:
Perceberam bem a mensagem deste gráfico ... deixem-na assentar bem no fundo da vossa consciência.segunda-feira, julho 15, 2024
Exportações dos primeiros cinco meses do ano
Olhando para os primeiros cinco meses do ano em termos gerais os números de 2023 e 2024 anda ela por ela, muito iguais. No entanto, a maioria dos sectores que acompanho estão com um desempenho homólogo negativo.
domingo, julho 14, 2024
Fugir do crescimento canceroso
Na revista do Público de ontem li o artigo "A grande mentira do vinho em Portugal".
O texto sublinha a importância de subir o preço do vinho em Portugal como uma solução mais eficaz para resolver os excedentes e melhorar a sustentabilidade do sector. O autor argumenta que a prática actual de tentar aumentar o volume de vendas, especialmente através de vinhos baratos, é um erro, dado que isso perpetua um ciclo vicioso de baixa rentabilidade. Em vez disso, sugere que vender menos, mas a preços mais altos, pode gerar mais receita e ajudar a equilibrar a oferta e a procura. Esta abordagem é comparada ao exemplo bem-sucedido da indústria de calçado italiana, que, apesar de vender menos em volume, consegue gerar mais receita.
Em linha com críticas já aqui feitas no blogue ao longo dos anos. Por exemplo em "O crescimento canceroso.
Outra crítica do autor, ao invés de expandir a área de vinha ou procurar novos mercados, o foco deveria ser em vender menos vinho, mas a preços mais altos, para aumentar a rentabilidade e a sustentabilidade do sector.
Recordar o recente "Mais uma razão para apoiar a causa irritante."
Estamos sempre a bater em exemplos de crescimento canceroso como no vinho temos o turismo, por exemplo. Corridas para o fundo.
sábado, julho 13, 2024
Curiosidade do dia
"O problema de Gustavo é já o de muitos outros recém-licenciados em Direito e, em setembro, quando muitos mais finalizarem o curso, ganhará uma “dimensão catastrófica”, antevê o presidente do Conselho Regional do Porto da Ordem dos Advogados (CRP/OA), Jorge Barros Mendes. Perante a obrigação de pagarem 1120 euros (125% do salário mínimo) durante os 12 meses do estágio, muitos escritórios não estão a abrir vagas, ou, mais exatamente, os seus advogados estão a recusar-se a ser patronos de novos estagiários.
“A medida tinha um objetivo nobre, porque o trabalho tem de ser remunerado, mas tem dificultado mais do que ajudado”, resume Gustavo Lopes."
Entretanto, na rádio ouvi a bastonária da ordem dos advogados a dizer que vai pedir aos deputados que obriguem os saxões (contribuintes) a pagar o ordenado aos estagiários.
É provável que tal aconteça, os deputados são quase todos advogados.
Trechos retirados do JN de hoje em "Escritórios de advogados fecham porta a novos estagiários para não pagar"
Mais do que com a Peste Negra
"When China launched its one-child policy more than four decades ago, it sped up an evolution toward smaller family sizes that would have happened more gradually.The policy supercharged the country's workforce: By caring for fewer children, young people could be more productive and put aside more money. For years, just as China was opening its economy, the share of working-age Chinese grew faster than the parts of the population that didn't work. That was a big factor in China's economic miracle.There was a price and China is now paying it. Limiting births then means fewer workers now, and fewer women to give birth.A United Nations forecast published on Thursday shows how quickly China is aging, a demographic crunch that the U.N. predicts will cut China's population by more than half by the end of the century."
Trechos retirados de "China Pays Price for Its One-Child Policy"
sexta-feira, julho 12, 2024
Curiosidade do dia
""Given market conditions, it's especially important that we carefully balance [summer working hours] with the needs of our clients, teams and work commitments, which should continue to take priority," Elliott said in a separate memo.Some partners had expected that the summer working hours benefit would be dropped entirely this year by the firm's new leadership, with one senior partner saying it was disruptive to a client-facing business."
De ranhura a canyon.
"what should organizations do when a promising innovative process fails to live up to expectations or a once-fresh innovation languishes over the years and eventually loses its effectiveness?A solution is reimplementation: rethinking an innovative process within an organization’s context, making the necessary changes, and then reintroducing it....Reimplementation is an inherently vulnerable process. Leaders must be willing to expose problems and confront failures. Staff may resist reimplementation, not wanting to change something with which they are familiar and consider good enough."...The success of process innovations can fade over time. Consequently, it is crucial for organizations to periodically check them so they can identify declines in performance early. Once leaders uncover such a deterioration, they should determine the cause instead of immediately trying to force people to “get with the program.” With this knowledge, they can then redesign and reimplement the process and enable it to once again to deliver on its promise."
Há um tempo em que um processo e a realidade estão razoavelmente alinhados. No entanto, como o contexto está sempre em evolução, a entropia a crescer, as pessoas a entrar e a sair, novas tecnologias surgem, novas exigências de clientes e tudo se conjuga numa amálgama que começa a desalinhar processo e realidade em termos de execução e/ou eficácia. Em algumas empresas só se olha para os resultados financeiros e não se consegue, ou não se faz o drill down para chegar às causas raiz. Por isso, o desalinhamento vai aumentando e aquilo que era uma ranhura transforma-se num desfiladeiro, num canyon.
Quanto mais tempo se demora a actuar, maior terá de ser a dimensão da acção.
Trechos retirados de "How to Salvage a Useful Process That Isn't Working Anymore"
quinta-feira, julho 11, 2024
Curiosidade do dia
Em muitas empresas privadas acontece isto, em praticamente todas as empresas nacionalizadas acontece isto.
The year 2004. A sugar mill in Uttar Pradesh, India. Steam engines at work. pic.twitter.com/aZS8ydTqDI
— Kamil Galeev (@kamilkazani) July 10, 2024
Quando se ignoram os custos do futuro, não é Mariana?
Estão a ver uma refinaria de açúcar? Eu também vejo a redacção de um jornal.
Aproveitar o reshoring
"GE Appliances, one of the largest home-appliances manufacturers in the U.s., says a$2 billion effort to remake its supply chain has helped it double revenue since 2017....It is an example of how companies are resetting their supply chains to be more flexible, moves that come after retailers and household goods companies navigated disruptions, shipping delays and dramatic shifts in consumer demand during a chaotic period marked by waves of stockouts and overstocking."A lot of companies are really striving to create increased visibility in their supply chains and also to build greater resilience in their supply chains,"...One of the biggest changes has been to bring more manufacturing into the U.S. from Asia. GE Appliances has added 4,000 manufacturing jobs across its nine U.S. plants over the past seven years. Shifting production from overseas has cut shipping costs by reducing the number of bulky appliances that are sent across the Pacific Ocean and has given GE Appliances more control over production."When you have something that's in a container on a boat for six weeks, it's difficult to change your orders and be able to adjust to shifts in demand," said North Carolina State's Handfield....The company previously tracked "weeks on hand," which measures finished products relative to how many units typically sell in a given week. It now tracks customer orders delivered on time and in full, a measure that prioritizes existing orders so the company doesn't spend time manufacturing items that aren't in demand, Brey said...."I want to make product as close to when the customer is going to want it as possible," Brey said."
- Mais flexibilidade da cadeia de abastecimento: Vão ter de investir em tornar as cadeias de abastecimento mais adaptáveis para lidar com perturbações e alterações nas condições do mercado.
- Repensar a localização da produção: Vão procurar aproximar a produção dos principais mercados para reduzir os custos de envio e melhorar os tempos de resposta à procura. Lidar com a incerteza e aumentar a rotação do inventário.
- Produzir no regime "make to order": Querem alinhar a produção mais estreitamente com os pedidos reais dos clientes para reduzir o excesso de inventário e melhorar a eficiência.
- As ferramentas digitais que usa para melhorar a visibilidade em toda a cadeia de abastecimento, desde a produção até aos pedidos dos clientes.
- Os métodos de rastreio do inventário para os tornar mais precisos, com o foco em ter os produtos certos, nos locais certos, no momento certo.
quarta-feira, julho 10, 2024
Curiosidade do dia
I’m stunned. I really mean that.
— Mike Galsworthy (@mikegalsworthy) July 9, 2024
Rishi Sunak has, since his loss, transformed into an eloquent, measured, witty, gracious, sombre statesman who is truly interesting to listen to… attentively.
Where was this man before? I’m asking in all seriousness. pic.twitter.com/Hw76rkW2Rz
O foco certo
Na passada Segunda-feira publiquei este postal "Não é só por cá. (parte IV)" onde volto a apresentar as minhas ideias para uma agricultura com futuro, demonstrando a irrazoabilidade de querer bons resultados com a continuação da postura actual. A certa altura recordo um postal de 2010 acerca de um canadiano: façam como o canadiano (2021) recordem a agricultura com futuro (2010). A mensagem é: Em vez de procurarem mercado para escoar os produtos, procurem mercados que valorizem algo que possam oferecer de forma distinta. Comecem pelo fim, comecem pelo outcome, não pelo output.
Ontem, no jornal The Times apanhei esta foto.
Com esta legenda:"Hot property Lee McKendrick, the Wasabi Company's farm manager, grows the plants, a staple of Japanese cuisine, in Dorset and Hampshire. The company sells its produce for £200 a kilo and also has to import from Japan to meet demand"
Agora, ao olhar para o verde desta foto recordo alguém que em tempos me contactou por causa da produção hidropónica de alface.
Olhemos para a equação da produtividade:
E para a foto da Herdmar:terça-feira, julho 09, 2024
Curiosidade do dia
Recordar desde 2007 a martirizada Ribeira dos Milagres. Interessante como ninguém é apanhado, nunca.
“Descida do IRC é injusta”
Atentem bem nesta mensagem:
Alexandra Leitão sobre novo pacote do Governo: “Descida do IRC é injusta” uma vez que “40% das empresas” não o pagam https://t.co/oPQsiZcYmi pic.twitter.com/DC15byzP7l
— Polígrafo (@JornalPoligrafo) July 7, 2024
Acham que a descida do IRC é para facilitar a vida às empresas portuguesas?
Por que precisamos de investimento directo estrangeiro?
Por que é que empresas estrangeiras viriam para Portugal?
Focar a discussão nas empresas existentes com a produtividade existente é não ver o filme. O foco é nas que não estão cá, os mastins dos Baskerville. Recordar como estes tempos são estranhos.
BTW, pergunta sincera: qual é a relação entre 40% das empresas não pagarem IRC com a descida ser injusta? Só vejo uma justificação para este racional: pensar que esta descida é uma benesse para as empresas existentes, e as que têm lucro não precisam de ser ajudadas, quem precisa de ajudas são as outras.
Não! As que não têm lucro, muito provavelente deviam fechar. O mercado está a dizer-lhes para mudarem de modelo de negócio, para mudarem de vida. Apoios a estas empresas às vezes funcionam, mas a maior parte das vezes são usados para artificialmente mantê-las vivas. Desperdício de recursos escassos. No entanto, o mais importante é saltar fora do jogo de soma nula e pensar nas empresas que virão, não nas que já existem.
BTW, lembrem-se que o Público, a Visão e o DN têm prejuízo e não fecham.