Quando inicio um projecto que concilia o Balanced Scorecard com a ISO 9001, um dos pontos iniciais é a caracterização do espaço competitivo onde a empresa opera.
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A empresa é uma casca de noz no oceano, a empresa não pode mudar o oceano, mas se perceber quais são as correntes, quais são as marés, como são os ventos, pode procurar posicionar-se de forma a tomar partido do oceano que existe. O oceano é a paisagem competitiva enrugada, o oceano é o contexto onde opera a empresa.
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Costumamos fazer isto começando por uma análise SWOT. Depois, construímos uma análise PESTEL.
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A partir das Oportunidades e Ameaças encontradas, conjugadas com os tópicos da análise PESTEL, construímos um gerador de cenários.
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Neste postal "
assistia do seu acampamento, amedrontado, acobardado, aos desafios arrogantes do gigante Golias e..." dou um exemplo.
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A partir de gerador de cenários e da análise TOWS podemos avaliar que estratégias fazem mais sentido desenvolver e escolher uma delas, tendo em conta o ADN da empresa e a "vontade" da equipa de gestão.
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Pois bem, o que encontro ao analisar o Committee Draft (CD) da Comissão Técnica 176 da ISO para a futura norma ISO 9001:2015?
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A cláusula "4.1 Understanding the organization and its context" com a seguinte nota:
"Understanding the external context can be facilitated by considering issues arising from legal, technological, competitive, cultural, social, economic and natural environment, whether international, national, regional or local."
Quantas PMEs estarão disponíveis para esta reflexão?
Quantos consultores estão preparados para co-criar valor com as empresas nesta etapa?
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E qual é mesmo o propósito da ISO 9001? Por que é que uma empresa implementa um sistema para se certificar? Já não tem a ver com a relação cliente-fornecedor, pois não?
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Só sou um anónimo engenheiro da província mas acho que esta cláusula, tal como está, mistura conceitos. Coloca ao mesmo nível tópicos que devem ser considerados em momentos diferentes:
- mudanças e tendências que podem influenciar os objectivos da organização - OK
- relações com, e percepções e valores das partes interessadas relevantes - NOK, ainda nem definimos quem são as partes interessadas, ainda nem desenhamos o modelo do negócio. Num dado modelo de negócio o cliente pode ser o pivô e, com outro modelo de negócio, o cliente pode ficar para segundo plano
- governância, prioridades estratégicas e compromissos - NOK, estamos a construir a estratégia, tudo o mais será função dessa estratégia. Concedo, talvez faça sentido para grupos equacionar algumas limitações e compromissos
- disponibilidade de recursos, prioridades e mudanças tecnológicas - NOK, outra vez mistura de tópicos... o tipo de recursos necessários só faz sentido equacionar, para servir, para facilitar, para suportar uma dada estratégia definida. As prioridades são ditadas pela estratégia
Faz todo o sentido esta reflexão, mas afastamos-nos cada vez mais de uma norma para certificação... o que é bom. Contudo, se não for para certificação, quantas empresas a seguirão?