domingo, maio 11, 2014

À atenção dos adeptos dos "cargo-cult"


Muitos outros exemplos em "These Hilarious Charts Will Show You Exactly Why Correlation Doesn't Mean Causation"

Perguntas

"Do you have hidden customer assets that could form the basis of your renewal strategy or at least fuel a wave of profitable growth? The answers to these questions can help you decide:

  • Who are your core customers, really? How is that changing? 
  • Where are you truly differentiated to those core customers? How do you know? 
  • In which customer segments are you the leader? Why? Have you fully exploited that lead? 
  • Do you possess a database or repository of knowledge about your customers' behaviors or economics? Is it critical and unique data? Have you probed its full potential? 
  • Do you have unexploited levels of influence—brand, trust, or access—to some of those segments? How do you know? 
  • ...
  • Where are the profit pools now and in the future of your core customer base? Are you weel positioned with regard to where they're shifting?"
Trecho retirado de "Unstoppable" de Chris Zook.


"Os critérios dos "jornalistas"

Há dias utilizei o critério Nuno Aguiar, "Nada mau!"
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Hoje vou utilizar o critério Filipe Paiva Cardoso do jornal i, o blogue de Ana Sá Lopes.
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Se olharmos para a página inicial do jornal Público, na secção de Economia na internet, encontramos este título "Importações crescem mais que exportações pela primeira vez desde 2010". O que é que este sintoma pode relatar?
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Posso interpretá-lo como um sinal da melhoria da situação económica do país e das perspectivas dos actores económicos em relação ao futuro (segundo as "Estatísticas do Comércio Internacional Março 2014" publicadas pelo INE, as importações que cresceram a sério foram máquinas e veículos de transporte).
Em seguida, vou para o jornal i online e encontro o artigo "Retoma. Portugal perde 42 mil empregos no primeiro trimestre 2014" assinado por Por Filipe Paiva Cardoso.
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Artigos económicos no jornal i devem sempre ser lidos com dupla precaução, dado o enviesamento dos seus "jornalistas". Recordo no ano passado o que escrevi sobre a análise do jornal i acerca dos números do desemprego em "Se subir o desemprego, ainda desce".
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Começo a ler o artigo e há algo que não me cheira bem e que promete ilusionismo:
"A falta de correlação entre o nível de desemprego oficial e uma hipotética melhoria económica encontra-se também"
"Uma hipotética melhoria económica"?!?! O jornalista e o jornal perde credibilidade quando escreve uma coisa destas.
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A seguir encontro o que me fez escrever este postal:
"se em vez de atentarmos para o total de desempregados repararmos nos totais sobre população empregada: do último trimestre de 2013 para os primeiros três meses deste ano registou-se novo período de destruição de postos de trabalho. Segundo o INE, no final do ano passado existiam 4,69 milhões de pessoas com emprego em Portugal. Já em Março último este valor caiu para 4,27 milhões, ou seja, desapareceram 42 mil postos de trabalho já durante 2014. Esta evolução fez com que a taxa de emprego da economia portuguesa tenha então recuado no período, de 50,2% em Dezembro de 2013 para 49,8% em Março deste ano."
Isto é como se o jornalista escrevesse um artigo a falar sobre o descalabro da economia, ou o emprego, ou das exportações, com base na comparação de números do mês de Agosto de um ano com os números do mês do Julho anterior. Assim como as exportações e a produção em Julho são sempre mais elevadas que as exportações e a produção em Agosto, também devemos desconfiar de quem faz comparações entre a evolução do emprego ou do desemprego entre períodos consecutivos sem ter em conta os eventuais efeitos sazonais.
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Será que entre o 4º trimestre de um ano e trimestre seguinte do novo ano há algum fenómeno sazonal relevante com influência no emprego?
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Então, fui ao sítio do INE na internet e encontrei "Estatísticas do Emprego - 1.º Trimestre de 2014".
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O que faz o INE? Compara trimestres consecutivos? Não!!!

Agora reparem no título "Portugal perde 42 mil empregos no primeiro trimestre 2014" e comparem com o que nos diz o gráfico do INE.
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Segundo o INE, quando comparamos laranjas com laranjas, ou seja trimestres homólogos:

  • a população activa baixou (reforma? emigração?)
  • a população empregada aumentou (a mensagem oposta à do jornal)
  • a população desempregada baixou 
Podemos dizer que o jornalista mente? Claro que não, e aí é que está a subtileza da coisa, quando se comparam laranjas com limões, ou laranjas com alhos, podemos dizer tudo e o seu contrário, como nos convier sem nunca mentir. Como escreve o INE:
"A população empregada, estimada em 4 426,9 mil pessoas no 1º trimestre de 2014, registou um acréscimo homólogo de 1,7% (72,3 mil pessoas) e um decréscimo trimestral de 0,9% (42,0 mil)."
Interessante este pormenor, que pode ter a ver com a sazonalidade:
"A população empregada por conta de outrem era de 3 512,9 mil pessoas, o que corresponde a 79,4% da população empregada total.
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Face ao trimestre homólogo, assistiu-se a um aumento do número de trabalhadores/as por conta de outrem de 3,2% (107,6 mil pessoas). Face ao trimestre anterior, o emprego por conta de outrem permaneceu praticamente inalterado."
Fica com dúvidas na interpretação destes dois trechos? Face ao trimestre anterior o emprego por conta de outrem manteve praticamente inalterado mas houve um decréscimo da população empregada:
"Trabalhadores/as por conta de outrem, cujo número aumentou 3,2% (107,6 mil pessoas). O número de trabalhadores/as por conta própria diminuiu 3,4% (31,0 mil). De entre os/as trabalhadores/as por conta de outrem, aumentou essencialmente o número daqueles/as que tinham um contrato de trabalho sem termo (3,5%; 94,6 mil).
Trabalhadores/as a tempo completo, cujo número aumentou 3,1% (114,4 mil pessoas). O número de trabalhadores/as a tempo parcial diminuiu 6,1% (42,1 mil)."
Este último trecho e, sobretudo, os dois últimos períodos são elucidativos do enviesamento deste critério Filipe Paiva Cardoso. Para quem não percebeu ainda, um último desenho:

sábado, maio 10, 2014

Acerca de Mongo

" the major changes that the web has already had on the economy:
  • First, it has shredded the vertical value chains of the 20th Century economy, in the process wreaking havoc on middle men, the markups and the margins.
  • Second, it has created a vast new set of horizontal value chains, in which millions of people are creating their own virtual meeting places and marketplaces with their own lateral economies of scale.
  • Third, it has created a generation of people who began preferring access to ownership, and so stopped buying things.
  • Fourth, it has shifted the balance of power in the marketplace from sellers to buyers. Customers have instant reliable information about the choices enabled by globalization and a capacity to communicate and interact with other customers. Suddenly the customer is in charge. Firms can no longer push average products at customers, in the confident belief that sales and marketing will be able to sell them. They now have to figure out what might delight customers and continuously deliver that.
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Could it be that that we are once again living through a period of massive real change, in which there are “measurement problems,” and that economics is adding up the wrong numbers and simply not recording the huge changes under way?
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Thus we are living, according to a recent report by The Economist, in “a Cambrian explosion” of innovation. “Digital startups are bubbling up in an astonishing variety of services and products, penetrating every nook and cranny of the economy. They are reshaping entire industries and even changing the very notion of the firm."
Um tema já aqui abordado algumas vezes, "measurement problems". O mundo muda e os indicadores do passado continuam a ser calculados e lidos para interpretar o mundo actual. Por exemplo, para quem olha só para os números das vendas do retalho tradicional, escapa-lhe completamente a revolução em curso no retalho digital.

Trechos retiados de "Is The Creative Economy Also In Trouble?"

Estava escrito nas estrelas

Já o escrevi aqui há muito tempo, os maiores inimigos de Mongo serão os incumbentes e o Monstro da Impostagem aka "Estado".
"To which the correct response is so what? We’re trying to make consumers better off, not maximise tax revenues."
Essa é a arma dos incumbentes, argumentar que os disruptores prejudicam a colecta de impostos.
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Go get a life!
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Trecho retirado de "Now Uber's In Trouble, They've Got The London Black Cabs After Them"

Que gozo!

Apesar dos normandos da situação e da oposição, "Exportações de têxteis e vestuário crescem 11% no 1.º trimestre".
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Esta evolução é bottom-up contra as expectativas dos "connaisseurs", dos gurus, dos políticos, dos académicos e mesmo dos líderes associativos.
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É a evolução que me dá mais gozo, é o poder da micro-economia a funcionar.

"Changing those lenses can alter your sense of what is possible"

"A typical customer base contains thousands, even tens of thousands, of customers—businesses, consumers, and distributors. There are nearly infinite ways that you can view a complex customer base built over time. Yet it's worthwhile to take the time to figure out the patterns that best explain the underlying causes of purchase behaviors and basic needs. In some cases, this kind of study can reveal segments of great strength or great potential, now lost in the haze of commerce, on which you can build a coherent strategy.
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The lenses that you use to view the world affect everything, including how you analyze your customers. Changing those lenses can alter your sense of what is possible, the limits you face, the threats around you, and even your core. Often your perception of reality is as important in shaping your actions and your future as reality itself. When these mental maps change, the world is never again the same to you."
Trecho retirado de "Unstoppable" de Chris Zook

A propósito da quebra da produtividade

Interessante, perante este artigo "Productivity Just Went Down. Blame Weather—and 'Capital'" onde se pode ler:
"American workers produced less per hour on the job in the first quarter of 2014, continuing a trend of subpar productivity growth."
A explicação avançada é:
"“Persistently depressed levels of business investment … have led to an unprecedented period of stagnation in the level of capital per worker,”
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“Persistently depressed levels of business investment … have led to an unprecedented period of stagnation in the level of capital per worker,” Morgan Stanley economist Ted Wieseman said in a note to clients today. “We are likely in an unprecedented fifth year of no growth in capital per worker,” Wieseman wrote. He added: “Hollowing out of the capital stock from years of persistent underinvestment is damaging potential GDP growth.”" 
 Hmmm ... e o que faz a impostagem normanda sobre as empresas?

sexta-feira, maio 09, 2014

"interessante e sintomático de qualquer coisa"

No passado dia 3 de Maio, o caderno de Economia do semanário Expresso trazia o título na capa:
"5737 ofertas de emprego por mês por preencher - O sector da agricultura é um dos que mais recorrem a mão de obra estrangeira por não haver portugueses para trabalhar"
Por isso, este título "Agricultura dá 'facada' a postos de trabalho" é interessante e sintomático de qualquer coisa:
"A agriculta, hotelaria e restauração estão a destruir empregos. Esta, conta o Jornal de Negócios, é a conclusão Inquérito ao Emprego do Instituto Nacional de Estatística (INE)  revelada esta sexta-feira, e que refere ainda que só no setor agrícola foram destruídos 30,3 mil empregos."

Curiosidade do dia

Estes jovens coelhos com a maior das calmas, passeavam à minha frente.

Nada mau!

Segundo o INE:
"As exportações de bens aumentaram 1,7% e as importações de bens 6,0% no 1º trimestre de 2014, face ao período homólogo"
Vamos aplicar o critério Nuno Aguiar, recordar "Exportações: Combustível faz navegar porta-aviões de Portas".
As exportações portuguesas, excluído o valor dos combustíveis e lubrificantes, cresceram no 1º trimestre, 5,2%, em termos homólogos.
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Nada mau!

Acerca do risco em gestão

"Where do profits come from?
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the real answer is that profits come from risk.
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When a business engages in innovation, it is taking a risk.
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In other words, risk is an economic positive. There are five possible responses when confronted with risk: avoid it, reduce it, transfer it, accept it or increase it.
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A business cannot eliminate risk, because that would eliminate profits. The goal is to take calculated risks and choose them prudently. The dilemma in many companies is that they are allocating a disproportionate share of their resources in perpetuating yesterday and today rather than creating tomorrow.
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There is no theory -- in economics or finance -- that measures the cost of not taking a risk. Yet, it is precisely these losses that cost the most.
For a company to be truly innovative, it must not only do new things, it must stop doing old things. It is not possible to create tomorrow unless one first disposes of yesterday.
Maintaining yesterday is always expensive. The human body has an automatic mechanism to discharge waste, but it appears the corporate body does not -- that requires leadership and vision."

Trecho retirado de "Where do profits come from?"

Acerca da concorrência imperfeita

"If we had a nickel for every executive who appeared on CNBC and blamed his or her company’s inability to grow on a weakness in the market, we’d be richer than Croesus. Of course, there’s a reason this explanation for uninspiring performance is so common: It’s readily available. At any given time, roughly half of all industries are growing below the level of GDP. And it’s only natural to blame something external for one’s problems. [Moi ici: Como podem ler, o comportamento não é típico de português, é típico de humano]
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The trouble is, a weak market isn’t a valid excuse. Plenty of companies that achieve above-average shareholder returns compete in average or below-average industries. [Moi ici: O tal fenómeno da distribuição das produtividades e rentabilidades que leva a que haja mais heterogeneidade dentro de um sector de actividade do que entre sectores de actividade entre si]
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There are always some companies that find a formula for growth and success in industries that aren’t doing anything special - that are just bumping along with the economy, or underperforming it. If you’re an executive in one of these industries, it’s your job to ignore the excuses and figure out how to join the ranks of overachievers.
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Between 2003 and 2013, for instance, 30 percent of companies with top-quartile shareholder returns (our proxy for success) were in industries growing at or below the rate of GDP. [Moi ici: Notável]
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[Moi ici: Primeiro o pântano para onde nos leva a concorrência perfeita] Equilibrium is the state that exists when a set of companies with fundamentally similar offerings compete within a market, getting similar returns and amassing market shares within a few points of one another. Not to put too fine a point on it, but equilibrium isn’t all that interesting.
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[Moi ici: Agora entra a promoção descarada da concorrência imperfeitaDisequilibrium is much more dynamic. The companies that create the conditions for it generally don’t follow a template, but discover a particular advantage they can use to tilt the market in their direction and keep it that way. [Moi ici: "to tilt the market in their direction and keep it that way" eheheh, quantas teses poderiam ser escritas, pelos bem-pensantes contra esta frase!!!! No entanto, é esta a nossa vida, é este o tema mais sexy com que trabalhamos com as PMEs, co-construir, co-desenhar situações de monopólio informal, de batota pura, de retornos e margens mais acima] These enterprises often become a source of fascination (and envy) among competitors because they offer proof that in business, true advantage can be created and sustained for years, or even for decades, when companies are especially shrewd—no matter the overall state of the industry.
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Executives who want to create disequilibrium should begin by asking themselves a few questions:
  • What do we do that’s unique, that customers value?
  • Can our competitors match this capability we have?
  • Are there any coming technological or regulatory shifts that could transform our market, and if so, do we have a well-thought-out plan for addressing them?
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You can make those better returns come to you by figuring out where you have an advantage, or might gain one, in terms of cost, service, selection, or a disruptive new product." 


Trechos retirados de "Growing When Your Industry Doesn’t"

We will be weird (parte II)

Via Twitter, o @jcangaia chamou-me a atenção para "Largest vinyl record pressing plant in the US is expanding" onde se pode ler:
"America's largest vinyl record pressing plant in Nashville, Tennessee, will be expanding its operations to include a second warehouse full of record-making machinery. United Record Pressing LLC told The Tennessean on Monday that it plans to add 16 presses to its present 30, and it will use the remaining space in the new warehouse as storage to meet a robustly growing demand for its product.
...
the company is currently working its 30 presses 24 hours a day, six days a week."
Um fenómeno já aqui referido em "We will be weird"
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A mensagem a retirar deste sintoma?
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Tribos. tribos, tribos!

quinta-feira, maio 08, 2014

Better before cheaper

Em sintonia com o que por aqui se tem escrito sobre a estratégia dos media para fazer face ao grátis da internet:
"Foi uma ideia admirável alguém vir dizer que, na internet, a informação está acessível a toda a gente. O problema é que fazer bom jornalismo não é barato, e ainda ninguém percebeu como ganhar dinheiro no digital. No caso da Monocle, continuamos a crescer, em número de leitores e de anunciantes, em parte porque não parecemos hesitantes. Basta pegar na revista para ver que nos esforçamos muito, a nível jornalístico e no design. Se estivéssemos hesitantes, pensando que deveríamos fazer aplicações em vez de revistas, as pessoas sentiriam o cheiro a sangue e afastar-se-iam.
...
Se as pessoas se basearem apenas no imediatismo do online, temo que não compreendam o verdadeiro valor do jornalismo. É preciso separar os comentários do jornalismo rigoroso e, atualmente, isso nem sempre é claro. [Moi ici: Isto fez-me lembrar quer o lero-lero dos políticos, recordar Pires de Lima, por exemplo, ou os brincalhões no recreio, quer as palavras de Ortega Y Gasset sobre ter ideias sem idear] Se vou ao site da BBC ver as notícias sobre o desaparecimento do avião da Malásia é porque confio na BBC e nos seus correspondentes, não me interessa ver os comentários de pessoas que nem sabem bem do que estão a falar. [Moi ici: Nunca me esquecerei do CAA a discorrer na televisão sobre o Katrina] Essa é uma das razões para não termos comentários no nosso site, os nossos leitores confiam nos nossos editores e estão-se nas tintas para o que diga uma pessoa qualquer na caixa dos comentários.
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Não se pode, simplesmente, pôr um paywall e pronto. Tem de haver um reconhecimento do valor do jornalismo. Os donos dos media têm de pensar se acreditam que a informação tem valor, que o exclusivo tem valor, que um colunista tem valor. Se a resposta for "sim", então podem avançar para um novo modelo de negócio. Tem de haver uma valorização da reportagem original. Neste momento, esse valor não é reconhecido pelas redações, nem pelas administrações. [Moi ici: Basta contar a frequência de notícias da Lusa, por exemplo]
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O público começa a perceber, devagar, mas começa a perceber que recebe em proporção daquilo que paga. De repente, se o colunista que gostavam de ler desaparece, as pessoas percebem que é preciso pagar, e que vale a pena pagar."
Lição válida para a indústria e para os media: não tentar competir pelo custo com a China, ou a Etiópia. Ainda ontem um empresário, numa reunião, recordava as 3 regras lidas aqui:

  • Better before cheaper;
  • Revenue before cost
  • Não há terceira regra 


Trecho retirado de "'Portugal é mal compreendido no estrangeiro'"

Um excelente conselho!

"An industry enthralled with tonnage is an industry headed over the cliff. We decided to focus on the highest-quality product that appealed to real consumer need and make it as simple as we could. As a result, the automotive OEM companies sometimes made more profit on the sound system than on the rest of the car, and part of it was the premium for the consumer endorsement of the best high-fidelity system, which we represented. Those systems were branded and nothing else was. I bought a BMW and found one beautiful BMW logo on the steer-ing wheel and nine elsewhere for Harrnan/Kardon in the car. I like that ratio. We can afford to stay loyal to the view that we will do margin, not tonnage."
Em português usaríamos o termo "granel" em vez de "tonnage"!
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Trecho retirado de "Unstoppable" de Chris Zook.

A plataforma de co-criação

Uma notícia interessante, "Siemens e Politécnico de Leiria criam academias para formar 1.200 alunos por ano", sobretudo para um adepto de ecossistemas da procura que actualmente anda a ler "The Power of Co-Creation: Build It with Them to Boost Growth, Productivity, and Profits".
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Começo pela lista de actores:

  • As Academias, situadas na Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Leiria;
  • Os estudantes;
  • As empresas da zona;
  • Siemens, IPL e a empresa Cadflow, tem também associadas a Nerlei (Associação Empresarial da Região de Leiria) e a Cefamol (Associação Nacional da Indústria de Moldes);
Continuo com a lista de benefícios-potenciais:
  • "Para além da formação, o IPL pretende também utilizar as academias como um suporte "para projetos de investigação aplicada para o tecido empresarial"" (para o IPL, atracção de alunos, integração reforçada com a comunidade empresarial, podendo dar origem a mais fontes de financiamento através dos projectos de investigação e consultoria)
  • Para a Siemens promoção do seu software, e captação de talentos; "aposta da empresa em Leiria surge também da utilização do “software” e dos equipamentos na indústria "da região", que "tem uma ligação muito forte aos moldes, plásticos e vidro", sendo o investimento nas academias "continuado", embora sem referir o montante." e "A Siemens irá apoiar na "colocação de licenças de ‘software’ e de equipamento" no IPL, garantindo também "apoio técnico e facilitação de estágios curriculares na empresa, em Portugal e no estrangeiro, aos estudantes com os melhores trabalhos realizados com o recurso ao ‘software’ e equipamento" das duas academias, acrescentou o responsável.";
  • Para os alunos, mais empregabilidade futura;
  • Para as empresas, futuros trabalhadores mais competentes e um centro de competência em co-evolução
Isto faz-me lembrar o trabalho extraordinário que a empresa japonesa de máquinas de costura Brother fez nos Estados Unidos para subir na escala de valor... tenho de escrever sobre isso aqui. Qual é o interesse da Simens no desenvolvimento da academia?
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BTW, tendo em conta "A força crescente da democratização da produção (parte II)", a Academia é a plataforma.
"The basis of executive power is shifting from being in charge to being connected. New leaders understand that power with people is much more effective than power over people. It is about integrating the best of networked thinking and leveraging the new platforms for value creation."

A força crescente da democratização da produção (parte II)

Parte I.
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Nem de propósito, acerca da democratização da produção, com a proliferação futura de makerspaces dos duendes do bairro, da cidade, do concelho, este texto:
"What used to be called “public goods” is today called “platforms”. A new form of a company is being born!
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Once the up-front costs have been incurred and the platform is established, the more people there are who are sharing the benefits, the greater the net present value of the whole value system becomes.  A platform company should therefore be as open, as accessible and as supportive as possible, to as many users as possible.  This is unequivocally the route to optimum value creation.  Moreover, the higher the value of the system, the costlier it becomes to all its members to replace it – creating a major barrier to entry.
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Restructuring a firm for the new world would require concurrent relative downsizing of legacy systems and upsizing of the new open platforms.  [Moi ici: Recordar isto, os "greenfield investments"] As both are explicitly costly things to do and the financial rewards of the latter are typically deferred, the exercise becomes challenging for incumbents to implement within the constraints of the existing financial frameworks. But it is happening!
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Internet scale economies can create almost boundless returns without the company growing at all.
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The sheer size of an enterprise will tend to mean less in the digital network business than in the world of physical goods. Companies don’t grow any more in the way they used to! It is the networks that grow!"
A par disto, outro tema comum aqui no blogue, o ecossistema da procura:
"But something else needs to change too: customer focus has been the dominant mantra in business. Everybody knows that everything should focus on the customer. However this is not enough any more.[Moi ici: Recordar "Acerca do ecossistema da procura"]
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The central aggregator of enterprise value will no longer be a value chain, but a network space, where these platform companies are fully market-facing and the customer experience is defined by applications connecting to the platform.
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The basis of executive power is shifting from being in charge to being connected. New leaders understand that power with people is much more effective than power over people. It is about integrating the best of networked thinking and leveraging the new platforms for value creation."
Trecho retirado de "Why companies don’t grow – The idea of the platform company"

A força crescente da democratização da produção

A propósito do impacte da tecnologia na futura democratização da produção e da sua relação com as tribos que vão povoar Mongo:
"there has been one channel of innovation that has always led the pack in product development - the end user.
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End-user innovation consists of hobbyists, tinkerers, pro users and people that are simply passionate about whatever it is they are doing on a daily basis. These are people that want to make their experience better and more efficient. The end user tinkerer armed with passion for their craft has always been the most productive channel of innovation.
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Today, these tinkerers have the ability to develop their ideas in a distributed fashion on their own, rather than relying on traditionally centralized channels like professional prototyping organizations that have traditionally priced out these developments."

Trecho retirado de "3D Printing: What You Need to Know About the Next Industrial Revolution"

BTW, esta contribuição tuga "An Internet of Everything, Powered by Thin Gadgetry"

quarta-feira, maio 07, 2014

Louva-se o progresso (parte II)

Parte I.
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Agora:
""Eu acho que quem defende que o problema [da produtividade] está nos trabalhadores não está a fazer o diagnóstico certo", disse António Pires de Lima durante o CEO Fórum 2014,"
Ainda sou do tempo dos 7% à conta de mais meia-hora por dia.
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Enfim, o lero-lero do costume. Helena Matos escreveu tudo ao escrever sobre Jorge Jesus.
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Trecho retirado de "Pires de Lima defende que a falta de produtividade não é culpa dos trabalhadores"