O amigo @Peliteiro é um experiente auditor que serve de meu confidente e, a quem conto as peripécias que encontro nas auditorias de certificação a que as empresas minhas clientes, como consultor, são sujeitas. Só no espaço de um mês, por exemplo, tive duas situações bem bizarras e que serão sintomas de algum apodrecimento do negócio das auditorias de certificação.
Caso 1. Empresa certificada ia ter a sua primeira auditoria de acompanhamento. Empresa pede-me apoio para realizar auditoria interna. Descubro que a empresa desde a auditoria de certificação não fez nada, rigorosamente nada. No espaço de um mês fazemos o possível e o impossível para responder às não-conformidades da auditoria interna e, preparar a empresa para minimizar as não conformidade na auditoria de acompanhamento. Depois da auditoria de acompanhamento o tempo passou, e a empresa não me disse nada sobre o apoio na resposta ao relatório da auditoria de acompanhamento... o auditor da empresa de certificação (multinacional por sinal) virou ... consultor da empresa. É legal? Não! É ético? Não!
Caso 2. Empresa certificada há mais de 5 anos. PME séria e organizada, desde sempre recorre a empresa de certificação estrangeira por causa do tipo de clientes que tem. Contaram-me, escandalizados, que auditor@ passou o dia com o telefone ligado e a responder a chamadas para fechar negócios de compra e venda em nome da sua empresa. Como o que vende pode ser matéria-prima para os clientes da empresa auditada, resolve pedir-lhes uma lista de clientes e de contactos. E ainda pediu-lhes que escrevessem um e-mail de apresentação e o enviassem. É ético? Não!
Continua.